Hospital do Coração realiza 33º procedimento híbrido para o

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Hospital do Coração realiza 33º procedimento híbrido para o tratamento de cardiopatia congênita
O HCor – Hospital do Coração, em São Paulo, realizou na primeira semana de maio o 33º
procedimento híbrido para o tratamento de uma das mais graves cardiopatias congênitas em
crianças, a síndrome da hipoplasia do coração esquerdo, caracterizada por uma atrofia do lado
esquerdo do coração. O procedimento, que é realizado pelo cirurgião cardíaco e intervencionista
pediátrico, tem como objetivo unir a expertise de duas áreas para oferecer um tratamento menos
agressivo, com rápida recuperação e menos invasivo do que a cirurgia convencional.
Do total de procedimentos híbridos realizados no HCor para o tratamento de crianças portadoras da
síndrome da hipoplasia do coração esquerdo, 22 foram feitos em bebês nascidos no próprio hospital.
Devido à gravidade da cardiopatia, detectada no feto ainda no útero da mãe por meio do
ecocardiograma fetal, os partos foram realizados no próprio Hospital do Coração.
Segundo a cardiologista fetal e coordenadora da Unidade Fetal HCor, Dra. Simone Pedra, o
procedimento híbrido para a hipoplasia do coração esquerdo é realizado com a abertura do tórax
pelo cirurgião cardíaco para a colocação de um anel de goretex (espécie de bandagem) em volta das
artérias pulmonares para restringir o fluxo de sangue para o pulmão seguido pelo implante de stent
no canal arterial pelo intervencionista pediátrico puncionando-se o tronco pulmonar.
“A vantagem desse procedimento, no qual o HCor é considerado referência entre os hospitais
públicos e privados do país, é que, além de proporcionar uma rápida recuperação da criança, o
pós-operatório é menos traumático e com uma taxa de sobrevida desses pequenos pacientes em
torno de 80%”, esclarece Dra. Simone Pedra.
Além da Síndrome de Hipoplasia do Coração Esquerdo, o HCor realiza outros tipos de
procedimentos híbridos para tratamento de cardiopatias congênitas. Entre eles o fechamento de
comunicações interventriculares musculares amplas (espécie de abertura no septo que separa o
ventrículo direito do ventrículo esquerdo) e de comunicações interatriais (abertura no septo que
separa os átrios) em bebês de baixo peso e muito sintomáticos, com implante de próteses. Esses
procedimentos híbridos são realizados com o coração da criança batendo, sem a necessidade da
assistência da circulação extracorpórea (desvio do sangue para uma máquina que realiza todo o
trabalho do coração e do pulmão enquanto o cirurgião faz os reparos necessários no órgão).
Há 11 anos, a terapia híbrida para o tratamento de doenças cardíacas congênitas tem se
desenvolvido muito, permitindo a obtenção de resultados mais satisfatórios para o tratamento
desafiador de anomalias tão complexas e graves em crianças. “A união do cirurgião cardíaco com o
intervencionista pediátrico permite maior aproveitamento e criatividade na utilização de todos os
recursos e técnicas disponíveis”, completa o intervencionista pediátrico do HCor, Dr. Carlos Pedra.
A importância do diagnóstico fetal nos primeiros meses de gestação:
As cardiopatias congênitas podem ser detectadas ainda na vida fetal. Durante a gestação alguns
exames facilitam a detecção da doença. Os exames de ultra-som morfológico realizados
rotineiramente nos primeiro e segundo trimestres gestacionais fazem o rastreamento da má
formação no coração da criança. Quando há a suspeita de alguma anormalidade é realizado então
um ecocardiograma do coração do feto, que permite avaliar e detectar detalhadamente
anormalidades estruturais e da função cardíaca.
Considerada uma cardiopatia grave e fatal, a síndrome da hipoplasia do coração esquerdo ao ser
detectada em tempo hábil, durante o ecocardiograma fetal, as chances de sobrevida da criança são
de 80%, quando diagnosticadas precocemente.
Herança Genética:
Um dos fatores de risco para o desenvolvimento da cardiopatia congênita é a herança genética. Pais
e mães portadores de cardiopatias congênitas apresentam uma chance duas vezes maior de gerar
um bebê cardiopata. “O mesmo ocorre quando o casal já gerou um bebê com malformação cardíaca.
Algumas cardiopatias, em particular, têm uma chance de recorrência ainda maior, chegando até
10% em gestações subsequentes”, ressalta Dra. Simone.
Não há formas de prevenir a doença, porém, algumas mudanças comportamentais podem ajudar
para o bom desenvolvimento do bebê. Antes de engravidar, a mulher deve procurar um médico para
ver se seu estado de saúde está bem e iniciar a ingestão diária de uma vitamina chamada “ácido
fólico”, que deve ser receitada pelo obstetra. “A deficiência dessa vitamina pode ser um fator
desencadeador de malformações cardíacas e do sistema nervoso central do feto”, destaca a
cardiologista.
Além do acompanhamento médico, a grávida deve adotar uma alimentação saudável, abolir o fumo,
as bebidas alcoólicas e o consumo de medicamentos sem o conhecimento do seu especialista.
Sobre a SHCE - Síndrome de Hipoplasia do Coração Esquerdo:
A Síndrome de Hipoplasia do Coração Esquerdo (SHCE), ou Hipoplasia de Ventrículo Esquerdo é um
problema grave que envolve várias partes do lado esquerdo do coração. Ela ocorre em cerca de um a
cada cinco mil bebês nascidos vivos. A síndrome compreende 8% de todos os casos de cardiopatias
congênitas, sendo considerada um dos três defeitos mais comuns que causam problemas em
recém-nascidos.
Nos Estados Unidos, cerca de 1000 bebês com SHCE nascem todos os anos. Nesta condição, por
razões desconhecidas, o lado esquerdo do coração não se desenvolve adequadamente enquanto o
bebê está no útero da mãe. As partes do coração que são normalmente afetadas são a válvula mitral,
o ventrículo esquerdo, a válvula aórtica e a aorta.
No coração normal, o sangue rico em oxigênio que vem dos pulmões, flui até a câmara superior
esquerda do coração, chamada de átrio esquerdo, passa pela válvula mitral para o ventrículo
esquerdo, onde é bombeado pela válvula aórtica e assim para o corpo todo. Em bebês com SHCE, o
lado esquerdo do coração é subdesenvolvido e não pode bombear sangue suficiente para atender às
necessidades do corpo.
Sem tratamento, 95% dos bebês com SHCE morre no primeiro mês de vida. O tratamento significa
três cirurgias cardíacas durante os primeiros dois anos de vida ou um transplante cardíaco. Devido
aos grandes avanços na cirurgia e na medicina, muitas crianças que nascem com SHCE agora estão
tendo bons resultados.
O projeto Mãe Paulistana e HCor
O atendimento fornecido pelo HCor para fetos e crianças portadoras de cardiopatias congênitas tem
o seu início a partir da triagem realizada pelo SUS. Caso os exames realizados pela rede pública
durante o pré-natal constatarem problemas cardíacos no feto, a gestante é encaminhada via Central
de Regulação para fazer o ecocardiograma fetal. Uma vez confirmada a malformação do coração,
gestante e neonato são atendidos no HCor, que prestará a eles todo o atendimento médico
especializado, assim como o suporte da equipe multidisciplinar.
A Unidade Fetal do HCor
Em janeiro de 2009 o Hospital do Coração, referência no atendimento cardiológico, inaugurou a
Unidade Fetal HCor. Há aproximadamente 30 anos atuando na área de cardiologia pediátrica, a
unidade foi criada com o objetivo de oferecer o que há de mais moderno no diagnóstico e tratamento
precoce de cardiopatias congênitas graves.
Com uma equipe altamente especializada, formada por renomados profissionais da área, a Unidade
Fetal do HCor conta com o suporte de aparelhos altamente sofisticados e de ponta para o
atendimento dos seus pacientes.
Depois de constatada a anomalia de alta gravidade o parto é programado e realizado no próprio
HCor, com o acompanhamento da equipe de obstetrícia especializada em gestantes de alto risco.
Imediatamente após o nascimento, o bebê é encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva
Pediátrica onde receberá os medicamentos necessários e será programada a terapêutica específica
seja ela por cateterismo cardíaco terapêutico ou por cirurgia cardíaca.
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