Relatório VER-SUS

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Relatório VER-SUS
6º dia – 26 de julho 2014
Vivente: Laiz Prestes Carneiro
Psicologia - UFRJ
Hoje felizmente fomos a uma unidade de saúde próxima ao hostel, visitamos o HemoRio que
localiza-se no centro. Chegamos para uma reunião do chamado Clube 25, era uma cerimônia
de homenagem aos participantes do clube. Podem participar jovens de 18 a 25 anos que
queiram doar sangue e, a cada 5, 10, 15, 20 e 25 doações ocorre esta cerimônia de
agradecimento com a entrega do respectivo certificado. Além da homenagem foi-nos
apresentada uma breve explicação de como funciona a unidade e uma discussão sobre DSTs.
Descobrimos lá que além de ter o primeiro banco de sangue público do Brasil (hemoterapia),
também funciona um hospital com enfermaria na unidade (hematologia). O banco de sangue é
fornecedor interno e externo de sangue. As principais áreas de atuação são a assistência, o
ensino e a pesquisa. Além disso, a emergência para internos atende quase 1200 pessoas/mês.
Depois da comemoração houve um sorteio de brindes e um brunch. Só então fizemos um tour
pela área de hemoterapia que achei bastante organizada quanto a escolha do doador e com
aparelhos e instrumentos de primeira.
Depois fomos ao Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Pra mim foi muito importante
visitá-lo porque ouço muito falar de lá e gostaria de saber como realmente é. A primeira coisa
que vimos foram muitas goteiras no teto e o chão todo molhado. Alexandre estava nos
esperando e, contrariando as expectativas, foi bastante paciente e respondeu-nos todas as
perguntas. Sobre o teto, disse que este é um problema crônico e que a unidade estava
sofrendo reformas e aquela ala ainda não tinha entrado em obras. No tour conhecemos a ala
que já estava reformada, de fato. Lá é um hospital de trauma referência em vítimas de
violência sexual, mordeduras, acidentes com animais peçonhentos e imunização. A região é
muito grande para o hospital de médio porte que é, além do que, a região da AP 4 tem muitos
acidentes de transito e o hospital trabalha com 100%, 110% de ocupação, segundo Alexandre.
É de gestão municipal e de nível terciário. Tem uma ala de emergência em saúde mental,
porém o paciente só permanece para a estabilização. Ao todo, o hospital tem 91 leitos na
internação, somando ao todo 159 leitos. Questionamos Alexandre sobre o que vemos na TV de
pacientes jogados no chão e a resposta foi bem coerente: existem pacientes que, com risco de
cair da maca, não podem ficar nela alta, então o hospital costuma deixar a maca no chão para
não arriscar a integridade do paciente, o que para mim faz muito sentido, já que sempre que
mostram essas cenas o paciente realmente está na maca, e não no chão puro. Durante a visita
pudemos perceber muitas macas no pátio do hospital, que podem ser usadas a qualquer
momento que o hospital estiver atuando acima de sua capacidade. Fora ressaltado também
que a lotação do hospital não prejudica apenas pacientes, mas também os profissionais de
saúde que ficam sobrecarregados, muitas vezes. Alexandre lançou duas frases para nos fazer
refletir: “Saúde é um direito de todos e dever do Estado” e “’Trabalha melhor quem trabalha
em equipe”. Contudo, o maior desafio levantado fora a falta de profissionais. Um trabalho
interessante desenvolvido lá é o PADI – Programa de Atendimento Domiciliar ao Idoso- que
evita maior lotação nos hospitais. Durante o tour pudemos ver o drama que é um hospital de
trauma com uma importante emergência, ainda mais atuando acima da capacidade. Mesmo
que com essas dificuldades pode ser visto algo para além do convencionalmente divulgado na
mídia e os funcionários realmente passaram segurança de serem capacitados para atender a
população.
Foi um dia muito produtivo, porém muito cansativo, principalmente depois de problemas com
o grupo. No fim, o que fica é o aprendizado, tanto com a vivência quanto com a convivência.
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