FORMAÇÃO CORDA (EOCRETÁCEO) NA

FORMAÇÃO CORDA (EOCRETÁCEO) NA PORÇÃO ORIENTAL DO
ESTADO DO MARANHÃO
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Vinícius Zacatei dos Santos Teixeira , Ana Maria Góes , Oscar Romero Ballen
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Instituto de Geociências - USP, E-mail: [email protected];
Objetivos
O objetivo deste estudo é a reconstrução
paleoambiental das rochas sedimentares da
Formação Corda (Eocretáceo da Bacia do
Parnaíba) aflorantes nos arredores das cidades
de Pastos Bons, Colinas e Mirador, oeste do
Estado do Maranhão.
Métodos/Procedimentos
O método utilizado é a análise faciológica que
se baseia na identificação de fácies definida
como a menor porção da rocha, individualizada
por seus atributos descritivos (litotipo,
geometria, estruturas sedimentares, fósseis e
paleocorrentes). (Walker 1992). O mapeamento
das fácies permitiu agrupá-las em conjuntos
denominados
associações
de
fácies
cogenéticas e contemporâneas Foi também
usada a análise do arranjo arquitetural das
fácies,
utilizando-se
perfis
verticais,
fotomosaicos, e seções panorâmicas. Este
estudo
permitiu
inferir
os
processos
sedimentares geradores e relacioná-los a um
determinado subambiente Além disso, foi
importante identificar e mapear superfícies
chaves formadas por erosão ou quebras
maiores na sedimentação.
Resultados
A
Formação
Corda
é
constituída
dominantemente de arenitos moderadamente a
bem selecionados e, mais restritamente, rochas
finas e raramente conglomerados. Nesta
unidade, foram identificadas as seguintes
fácies: Arenito com estratificação cruzada
acanalada (Aa); Arenito com laminação
cruzada cavalgante (Ac); Arenito com
estratificação convolucionada (Af); Arenito com
estratificação cruzada recumbente (Ar); Arenito
com estratificação cruzada tabular (At),
Depósitos Heterolíticos (Hf) e Lamitos
laminados (Fp). Estas fácies foram encontradas
nos
elementos
arquiteturais:
de
transbordamento de canal (Associação A) e de
macroformas de acreção frontal (Associação
B). Esta sucessão de fácies foi atribuída a um
sistema fluvial entrelaçado distal. Também
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foram identificados arenitos bem selecionados,
com grãos arredondados, com estratificação
cruzada de grande porte (Atg) e estratificação
plano-paralela (Ap), gerados através de
processos eólicos atribuídos a campo de
dunas e lençóis de areia (Associação C).
Além disso, encontrados associados a estas
fácies, foram registrados arenitos brechados
(Ab) e convolucionados (Af), os quais foram
interpretados como interdunas molhadas
(Associação D). Merece destaque, entre as
estruturas presentes, abundantes deformações
dúcteis
e
rúpteis
penecontemporâneas
presentes em geral nas fácies mapeadas.
Figura 1 – Afloramento ilustrando a interação entre
associação de fácies C e D.
Conclusões
As rochas da Formação Corda foram
depositadas em sistema fluvial entrelaçado de
porção distal sob condições de clima seco e
quente. Contemporâneamente, a drenagem
disponibilizava
sedimentos
que
foram
retrabalhadas pelo vento formando um campo
de dunas, lençóis de areia e interdunas
molhadas. A abundância de estruturas
deformacionais
penecontemporâneas
são
sugestivas de uma tectônica ativa durante a
deposição Corda, já que estas feições não são
comuns em sistema flúvio-eólico.
Referências Bibliográficas
Walker, R.G. 1992. Facies, facies models and
modernstratigraphic concepts. In: Walker, R.G.
& James, N.P. (eds.) Facies Models- response
to sea level change, Toronto, Geological
Association of Canada. p.1-14.