O gene jazigo e a morte celular programada nos ovários de abelhas

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55º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 55º Congresso Brasileiro de Genética • 30 de agosto a 02 de setembro de 2009
Centro de Convenções do Hotel Monte Real Resort • Águas de Lindóia • SP • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
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O gene jazigo e a morte celular programada nos
ovários de abelhas Apis mellifera
Martins, JR1; Dallacqua, RP2; Araújo, LA3; Simon, CR4; Bitondi, MMG2
Departamento de Genética, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP
Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP
3
Departamento de Biologia Celular e Molecular e Bioagentes Patogênicos, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP
4
Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM
[email protected]
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Palavras-chave: gene jazigo, formina, ovário, ecdisteróides, hormônio juvenil
A família de proteínas formina participa na remodelagem do citoesqueleto através da polimerização dos
monômeros de actina. Desta forma, as forminas estão envolvidas no estabelecimento da polaridade celular,
citocinese, tráfego vesicular e sinalização nuclear. Um tipo particular de formina, jazigo, descrita primeiramente em
glândulas salivares de larvas de Drosophila melanogaster, é expressa em resposta ao pico de ecdisona que precede
a muda metamórfica e, aparentemente, tem função na indução da morte celular programada destas glândulas.
Em abelhas Apis mellifera, a morte celular programada tem sido principalmente estudada em relação ao processo
de diferenciação dos ovários. Como consequência da alimentação diferencial recebida durante o desenvolvimento
larval, que sinaliza títulos hormonais casta-específicos, os primórdios de ovaríolos são preservados em rainhas
e são reabsorvidos em cerca de 90% das operárias. Para avaliar a participação do gene jazigo na morte celular
programada dos ovários de larvas de operárias, um fragmento de cDNA que codifica o ortólogo deste gene em
Apis mellifera foi isolado e sequenciado. Este cDNA foi utilizado para identificar uma sequência de 18 éxons no
genoma de A. mellifera, a qual codifica um polipeptídio predito de 1157 aminoácidos (130,89 kDa) que apresenta o
domínio FH2 (formin homology 2), além dos domínios GBD/FH3 (Rho GTPase-binding/formin homology 3) e NLS_
BP (bipartite nuclear localization signal) típicos de forminas. Perfis de expressão estágio-específicos obtidos por
RT-PCR semiquantitativa, revelaram que o mRNA de jazigo é abundante em ovários de larvas e pupas de operárias
em desenvolvimento. Por outro lado, a expressão em ovários de rainha mostrou-se restrita aos estágios pupal e
adulto, com um aumento nos ovários de rainhas ovipositoras. A resposta à variação hormonal foi checada através
do tratamento de pupas de rainhas com hormônio juvenil (HJ) e ecdisteróides. A expressão do mRNA de jazigo foi
suprimida nos ovários de rainhas tratadas com HJ e, em contraposição, estimulada nos ovários de pupas injetadas
com ecdisteróides. Em conjunto, estes dados sugerem participação do gene jazigo na morte celular programada
dos ovaríolos de operárias em resposta à variação hormonal, sugerindo participação deste gene no estabelecimento
das diferenças entre os ovários das castas.
Suporte Financeiro: FAPESP
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