Droga ataca uma das origens do Alzheimer Testada em animais, substância evita e reverte o acúmulo da proteína tau no cérebro, condição que contribui para o surgimento de doenças neurodegenerativas. O experimento inédito poderá se transformar em terapia direcionada contra demências Paloma Oliveto – Correio Braziliense Publicação: 26/01/2017 04:00 Elas são importantes para manter a estabilidade dos neurônios. Porém, quando se tornam defeituosas, acabam contribuindo para o desenvolvimento de doenças degenerativas para as quais não existe cura. Entre essas enfermidades está o Alzheimer, o tipo de demência mais prevalente em todo o mundo. Agora, pela primeira vez, um grupo de pesquisadores conseguiu reverter os danos que as chamadas proteínas tau (veja arte) provocam no cérebro e que estão associados diretamente à destruição progressiva das funções cognitivas. Segundo os autores do trabalho, publicado na revista Science Translational Medicine, o resultado abre caminho para o desenvolvimento de um tratamento direcionado. Quando a proteína tau se torna defeituosa, ela perde a capacidade de estabilizar o microtúbulo, espécie de esqueleto celular. A consequência é a formação dos emaranhados neurofibrilares — como um novelo de lã desenrolado de qualquer jeito, o cérebro fica tomado por “nós”. Muitas patologias neurológicas estão associadas a esse processo, incluindo a paralisia progressiva supranuclear, um distúrbio do movimento que pode afetar pessoas de todas as idades, e as demências frontotemporais, que geralmente surgem entre 40 e 50 anos. Embora as chamadas taupatias — doenças neurodegenerativas causadas pelo excesso de proteína tau — sejam alvo de muitos estudos, até agora ninguém tinha conseguido reverter sua ação. “Nós mostramos no estudo um composto sintético que é o primeiro a reverter os danos associados à tau no cérebro. Essa molécula diminui os níveis da proteína circulante, prevenindo e, em alguns casos, eliminando os danos neurológicos”, afirma Timothy Miller, professor da Universidade de Washington em St. Louis (EUA) e principal autor. Os testes, porém, foram realizados com animais e não há previsão de quando — e se — os resultados poderão se aplicar a humanos. O que a equipe de Miller fez foi atacar, em ratos manipulados para ter os emaranhados neurofibrilares, uma molécula que atrapalha o processo de fabricação de proteínas. Antes que o gene consiga passar instruções para que as substâncias sejam produzidas corretamente, a molécula destrói o RNA mensageiro. Os cientistas desenvolveram um antídoto para isso. Todos os dias, ao longo de um mês, eles administravam uma dose do composto aos roedores que, aos 9 meses de idade, já apresentavam problemas neurológicos devido aos emaranhados. Quando os animais tinham 12 meses, os pesquisadores mediram a quantidade de tau, de material genético da tau e de emaranhados da proteína no cérebro das cobaias. Segundo Miller, houve redução significativa dos três parâmetros, comparado aos ratos que receberam placebo. Como os níveis também estavam mais baixos que os dos roedores de 9 meses, os cientistas acreditam que o tratamento não apenas parou, mas reverteu o acúmulo da tau. “Quando essa linhagem de ratos geneticamente modificados atinge 9 meses, o hipocampo, uma importante área do cérebro associada à memória, tipicamente está encolhido e há morte de neurônios. Mas, com o tratamento, o cérebro não estava mais tão murcho, embora não tenhamos evidência da reversão da morte neuronal”, observa o neurologista. Medula espinhal Os pesquisadores também testaram a técnica em um modelo primata, ministrando duas doses de placebo ou do composto no fluido cerebrospinal de macacos cinomolgos saudáveis. De acordo com Miller, no caso de um tratamento com humanos, essa seria a forma de aplicação do medicamento, pois o fluido circula da medula espinhal até o cérebro. Duas semanas depois, foi medida a quantidade de proteína tau e de RNA tau nos animais. Novamente, o composto reduziu ambos os parâmetros. O neurologista ressalta que tratamentos com oglionucleotídeos, como a substância utilizada nos testes, foram aprovados recentemente nos EUA para tratar distrofia muscular de Duchenne e atrofia muscular espinal. Agora, a Universidade de Washington está em processo de obtenção da patente para reduzir os níveis de tau. “Essa é uma abordagem bastante promissora”, diz. Otávio Castello, diretor científico da Associação Brasileira de Alzheimer, ressalta que o estudo é uma peça a mais no quebra-cabeça das doenças neurodegenerativas. “Para isso ser replicado em humanos, ainda precisa muita coisa. Esse é o primeiro nível da pesquisa. Para virar um remédio de fato, a gente tem uns 10 anos pela frente”, diz. “Eles conseguiram reduzir a quantidade de proteína tau, não só de nova, mas daquela que estava depositada no cérebro em degeneração. Além disso, viram que a quantidade de neurônios mortos era menor. A redução do volume do hipocampo, que com a doença vai murchando, também tinha desacelerado.” Segundo o especialista, em ratos, o remédio foi promissor em relação a uma das vias pelas quais a doença de Alzheimer se estabelece no cérebro. “É interessante como perspectiva de pesquisa, mas não pode ser replicado imediatamente em humanos”, ressalta. Castello também destaca que atacar um dos mecanismos associados à destruição do cérebro pelo Alzheimer não significa atacar a causa da doença. “Isso representa um novo remédio? Não. Representa a perspectiva do desenvolvimento de novas drogas que consigam trabalhar adequadamente com a proteína tau”. "Para isso ser replicado em humanos, ainda precisa muita coisa. Esse é o primeiro nível de pesquisa. Para virar um remédio de fato, a gente tem uns 10 anos pela frente” Otávio Castello, diretor científico da Associação Brasileira de Alzheimer e não participante do estudo -=-=-=- Estimulação craniana reduz sintomas da bulimia Correio Braziliense - 26/01/2017 A bulimia é um transtorno alimentar que geralmente ocorre na adolescência e atinge principalmente a população feminina. Pode causar complicações múltiplas, com risco, inclusive, de morte. A base do tratamento está na terapia cognitivo-comportamental, mas pesquisadores têm buscado novos recursos na neurociência. Nessa linha, usando estimulação magnética transcraniana repetitiva, uma técnica empregada contra a depressão, cientistas britânicos reduziram em voluntários a compulsão pela comida, umas das características principais da enfermidade, seguida de tentativas exageradas que evitem o ganho de peso, como a indução de vômito. A técnica consiste no uso de eletrodos colocados na cabeça do paciente para estimular partes específicas do cérebro. A intervenção pode melhorar a função cognitiva em áreas relacionadas ao processamento de recompensa e autocontrole. No estudo, foi testada em 39 pessoas com bulimia: parte delas foi submetida à técnica, a outra, a uma estimulação placebo. As sessões ocorreram nos mesmos dias, com um período de pelo menos 48 horas entre elas. Os voluntários responderam a questionários antes e depois de cada sessão para que fossem avaliados o desejo de comer compulsivamente e uma série de outros sintomas da bulimia, como preocupações com peso e forma, restrição da ingestão de alimentos, níveis de autocontrole e autoestima. Esses sinais foram significativamente reduzidos nos participantes submetidos às sessões de estimulação magnética, ao contrário do grupo placebo. Efeito imediato “Embora esses sejam resultados iniciais modestos, há uma clara melhoria nos sintomas e nas habilidades de tomada de decisão após apenas uma sessão de estimulação magnética. Com uma amostra maior e várias sessões de tratamento durante um período de tempo mais longo, é provável que os efeitos sejam ainda mais fortes. Isso é algo que agora estamos procurando explorar em trabalhos futuros”, explica, em comunicado, Maria Kekic, primeira autora do estudo, publicado nesta semana na revista Plos One, e pesquisadora do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência do King's College, em Londres. A equipe acredita que mais pesquisas são necessárias para se chegar a resultados mais sólidos, mas defende que o uso do recurso poderá trazer inúmeros benefícios. “A vantagem da estimulação magnética é que ela é muito menos cara e mais portátil que outras técnicas semelhantes, o que levanta a perspectiva de, um dia, oferecermos um tratamento que poderia ser autoadministrado em casa por pacientes com bulimia. Seria como um complemento para terapias comportamentais a fim de melhorar seus resultados”, cogita Ulrike Schmidt, um dos autores do estudo e também pesquisador do King's College. -=-=-= Pesquisa conduzida na Unicamp estuda a função de proteínas envolvidas na sinalização por íons de cálcio no Trypanosoma cruzi e pode ajudar a identificar alvos para o desenvolvimento de fármacos (Imagem: Noelia Lander) Novo método permite editar o genoma do parasita causador da doença de Chagas 26 de janeiro de 2017 Karina Toledo | Agência FAPESP – Técnicas que permitem manipular o genoma de parasitas causadores de doenças – para, por exemplo, inibir a expressão de proteínas e investigar sua função – têm sido amplamente empregadas pelos cientistas na tentativa de identificar alvos para o desenvolvimento de fármacos. Enquanto avanços têm sido alcançados no estudo do Trypanosoma brucei (causador da doença do sono) ou do Toxoplasma gondii (causador da toxoplasmose), por exemplo, no caso do Trypanosoma cruzi (causador da doença de Chagas) os métodos tradicionalmente usados para nocautear genes ou marcar proteínas intracelulares vêm se revelando ineficazes. Com apoio da FAPESP, por meio do Projeto Temático “Sinalização por íons de cálcio em tripanosomatídeos”, um grupo coordenado pelo professor Roberto Docampo na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCMUnicamp) mostrou ser possível manipular o genoma do T. cruzi por meio do chamado sistema CRISPR/Cas9 (do inglês, clustered regularly interspaced short palindromic repeats associated gene 9). Docampo é professor da Universidade da Georgia, nos Estados Unidos, e mantém colaboração com o professor da Unicamp Aníbal Vercesi há mais de 25 anos, quando descobriram no T. cruzi uma nova organela chamada acidocalcisoma, que está envolvida na regulação dos níveis de cálcio dentro da célula. Ele coordena o Temático no âmbito do Programa São Paulo Excellence Chair (SPEC), desenvolvido no laboratório de Vercesi na Unicamp. A metodologia CRISPR/Cas9 consiste em transfectar ( introduzir intencionalmente ácido nucleicos nas células) o parasita com um vetor – no caso uma pequena molécula circular de DNA chamada plasmídeo – de modo a induzir a expressão de duas outras moléculas: a enzima Cas9 e o sgRNA, que irão se unir no núcleo celular para formar uma ribonucleoproteína. A Cas9 é uma endonuclease, ou seja, uma proteína capaz de produzir uma quebra na dupla fita de DNA. O sgRNA é uma espécie de RNA-guia, que serve para dirigir essa enzima para o gene-alvo. Dessa forma, é possível introduzir ou suprimir material genético no local onde o DNA foi quebrado. Além do plasmídeo, também é transfectada uma molécula de DNA doadora que permite o reparo da dupla fita. “Esse processo foi inicialmente descrito como sendo um sistema imune rudimentar de bactérias e, mais tarde, foi adaptado para a edição do genoma em organismos eucariotos. Atualmente, é possível usá-lo em praticamente qualquer tipo de organismo”, contou Noelia Lander, pós-doutoranda na FCM-Unicamp. Em uma pesquisa divulgada na revista mBio em 2015, o grupo da Unicamp mostrou, pela primeira vez, ser possível usar o sistema CRISPR/Cas9 para nocautear genes do T. cruzi. Mais recentemente, em artigo publicado no The Journal of Biological Chemistry (JBC), a equipe validou o método também para a marcação de proteínas – processo que permite estabelecer sua localização no interior das células e identificar vias de sinalização importantes para a sobrevivência do parasita. “Fizemos o que se chama de marcação C-terminal de proteínas, que consiste em acrescentar à cadeia polipeptídica uma pequena molécula, como a hemaglutinina (HA), contra a qual já existem anticorpos comerciais específicos. Os anticorpos reconhecem a molécula, ligam-se a ela e, por meio de microscopia de fluorescência, é possível localizar a proteína que estamos estudando na célula”, explicou Lander. Inicialmente, para confirmar se a técnica de fato funcionava com o T. cruzi, o grupo usou o sistema CRISPR/Cas9 para marcar a proteína TcVP1 (pirofosfatase vacuolar de prótons), cuja localização já era conhecida. “Ela está presente no acidocalcisoma. Já existem anticorpos específicos contra essa proteína TcVP1 e eles apontaram para a mesma localização que a observada quando usamos o método CRISPR/Cas9”, contou Lander. Em seguida, o sistema CRISPR/Cas9 foi usado para marcar e localizar três outras proteínas: a TcFCaBP (proteína flagelar de união ao cálcio), encontrada no flagelo do parasita; a TcMCU (uniporter de cálcio mitocondrial), que foi identificada na mitocôndria; e a TcIP3R (receptor de inositol trifosfato), cuja localização foi confirmada no acidocalcisoma. “Em relação à TcIP3R, havia uma disputa no meio acadêmico sobre qual seria a localização correta. Um grupo do Japão coordenado por Katsuhiko Mikoshiba defendia a teoria de que ela estava no retículo endoplasmático, enquanto Docampo dizia estar no acidocalcisoma, o que conseguimos confirmar”, disse Lander. Desdobramentos Segundo a pesquisadora da Unicamp, além de pôr fim a um antigo embate, a descoberta tem diversas outras implicações, pois facilita a compreensão dos processos de sinalização celular mediados pelo cálcio no parasita. “A sinalização por cálcio é importante para a sobrevivência do parasita e interfere no seu potencial de infectar o hospedeiro. Sinais de cálcio têm sido descritos como importantes para o processo de invasão celular”, explicou Lander. Atualmente, o grupo tem usado o sistema CRISPR/Cas9 para estudar a função das proteínas TcMCU e TcIP3R e, assim, confirmar se a via de sinalização por cálcio pode ser usada como alvo terapêutico no T. cruzi. “O que fazemos basicamente é nocautear o gene que codifica a proteína ou induzir sua superexpressão. Em seguida, fazemos a caracterização fenotípica dessas linhagens mutantes”, explicou. Parte dos experimentos do Projeto Temático está sendo feita durante os pós-doutorados de Lander e de Miguel Angel Chiurillo Siervo – ambos bolsistas da FAPESP. “Ao estudar a função de diversas proteínas envolvidas na sinalização por cálcio, nosso objetivo é identificar uma enzima ou rota metabólica que seja essencial para o parasita e, ao mesmo tempo, não esteja presente em humanos. Assim, poderemos validá-la como alvo terapêutico”, disse Lander. O artigo “CRISPR/Cas9-Induced Disruption of Paraflagellar Rod Protein 1 and 2 Genes in Trypanosoma cruzi Reveals Their Role in Flagellar Attachment” pode ser lido em http://mbio.asm.org/content/6/4/e01012-15.abstract. Para acessar o artigo “CRISPR/Cas9-mediated endogenous C-terminal tagging of Trypanosoma cruzi genes reveals the acidocalcisome localization of the inositol-1,4,5trisphosphate receptor” clique no endereço http://www.jbc.org/content/early/2016/10/28/jbc.M116.749655.full.pdf. -=-=-== Chineses criam papel à prova de água e de fogo Com informações da BBC - 26/01/2017 O papel não queima porque é inorgânico, não possuindo celulose em sua composição. [Imagem: Fei-Fei Chen et al. - 10.1021/acsami.6b12838] Papel que não molha e que não queima Mais de dois milênios depois de terem inventado o papel, os chineses aperfeiçoaram sua criação, tornando-a resistente à água e ao fogo. Pesquisadores do Instituto de Cerâmica de Xangai desenvolveram um papel que pode ser lavado sem ter o texto escrito nele danificado, além de suportar um calor de mais de 200°C sem se queimar. Ying-Jie Zhu, um dos responsáveis pelo projeto, disse que, embora já existam papéis que possam resistir a esses elementos, nenhum deles agrupa as duas características simultaneamente. O novo papel superresistente é capaz de repelir não apenas a água, mas também outros líquidos como café, suco, chá e até mostarda e ketchup. Papel inorgânico A chave para que o papel resista tanto ao fogo quanto à água está na substituição da celulose, usada na fabricação dos papéis tradicionais, por hidroxiapatita, um mineral formado por fosfato de cálcio. Quando o mineral é tratado com oleato de sódio, sua estrutura cristalina se rearranja, dando origem a nanofios muito longos. "Durante a filtração a vácuo, os nanofios ultralongos de hidroxiapatita se unem espontaneamente em microfibras rugosas, evitando o tedioso processo de fabricação para construir a estrutura hierárquica; as microfibras auto-rugosas ainda dão ao papel inorgânico uma estrutura em camadas parecida com a da madrepérola," descreveu a equipe. Em lugar das fibras de celulose, a trama do papel é formada por nanofios de hidroxiapatita. A rugosidade dos nanofios dá a hidrofobicidade ao material. [Imagem: Fei-Fei Chen et al. 10.1021/acsami.6b12838] Preservação de documentos Um papel tão resistente pode, por exemplo, ajudar a preservar documentos importantes durante tragédias naturais. "O papel também será útil para preservar documentos importantes por séculos, porque nós não precisaremos nos preocupar se ele será destruído pelo fogo ou água,", disse Zhu. "Acreditamos que haverá diversos tipos de usos, desde a sua utilização para a caligrafia até a aplicação em outdoors." "Além disso, nós já exploramos as aplicações potenciais do papel inorgânico super-hidrofóbico e resistente ao fogo como um absorvente altamente eficaz para a separação de óleo e água, protetor antifogo e papel de escrita," acrescenta a equipe. Com o papel ultrarresistente devidamente patenteado, equipe espera colocar o produto no mercado nos próximos três anos. Bibliografia: Highly Flexible Superhydrophobic and Fire-Resistant Layered Inorganic Paper Fei-Fei Chen, Ying-Jie Zhu, Zhi-Chao Xiong, Tuan-Wei Sun, Yue-Qin Shen Applied Materials & Interfaces Vol.: 8 (50), pp 34715-34724 DOI: 10.1021/acsami.6b12838 -=-=-=-= Óculos com foco automático garantem visão sempre perfeita Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/01/2017 As lentes funcionam muito bem, mas o protótipo ainda precisa de um banho de design. [Imagem: Nazmul Hasan et al. - 10.1364/OE.25.001221] Óculos eletrônicos Os óculos eletrônicos, com lentes capazes de ajustar o foco automaticamente, ficaram mais versáteis. Enquanto os modelos anteriores podiam chavear entre uma posição e outra - por exemplo, entre a visão de perto e a visão de longe -, um novo protótipo ajusta o foco automática e continuamente, de acordo com o que a pessoa está vendo. "A maioria das pessoas que usam óculos para leitura precisam ficar colocando-os e tirando-os o tempo todo. Você não precisa fazer isto mais. Você coloca estes óculos, e a visão estará sempre clara," garantem Carlos Mastrangelo e Nazmul Hasan, da Universidade de Utah, nos EUA. O cristalino do nosso olho é uma lente com um sistema de foco automático imbatível. Mas, conforme envelhecemos, ele vai perdendo sua capacidade de autofoco, o que faz com que a maioria das pessoas passe a depender de óculos de leitura ou óculos bifocais. O objetivo da equipe é dar às lentes a mesma capacidade do cristalino. Lente com foco automático Hasan e Mastrangelo construíram lentes de glicerina, um líquido espesso e incolor, que fica encapsulado por membranas flexíveis de borracha na frente e atrás. A membrana traseira em cada lente é conectada a três atuadores mecânicos transparentes que a empurram para a frente e para trás, alterando a curvatura da lente líquida e, portanto, a distância focal entre a lente e o olho. No primeiro uso, os usuários precisam programar os óculos, o que é feito por meio do celular e de uma conexão Bluetooth: um aplicativo permite informar o grau padrão de correção, obtido na receita médica, ao redor do qual os óculos irão se reajustar para garantir sempre a melhor visão. No centro da armação há um medidor de distância por infravermelho, que mede a distância da lente ao objeto logo à frente. Quando o usuário dirige os olhos para um objeto, o medidor mede instantaneamente a distância e diz aos atuadores como eles devem curvar as lentes. As lentes conseguem reajustar a distância focal, mudando o foco de um objeto para outro, em 14 milissegundos. Uma bateria recarregável alimenta o sistema, com uma durabilidade de cerca de 24 horas por carga. Esquema de funcionamento da lente com autofoco. [Imagem: Nazmul Hasan et al. 10.1364/OE.25.001221] O protótipo funcionou bem, mas é bem feinho - a dupla afirmou que já está se dedicando a incorporar um novo design que torne seus óculos eletrônicos mais agradáveis de serem olhados também. Bibliografia: Tunable-focus lens for adaptive eyeglasses Nazmul Hasan, Aishwaryadev Banerjee, Hanseup Kim, Carlos H. Mastrangelo Optics Express Vol.: 25, Issue 2, pp. 1221-1233 DOI: 10.1364/OE.25.001221 -=-=-=-= Brasil participará da construção do radiotelescópio BINGO Com informações da Agência Fapesp - 25/01/2017 O radiotelescópio será montado na cavidade abandonada de uma mina de ouro.[Imagem: fing.edu.uy] Universo escuro Cientistas e engenheiros do Reino Unido, Suíça, Uruguai, China e Brasil integram um consórcio internacional que iniciará a construção de um novo radiotelescópio na América do Sul. O instrumento deverá fornecer detalhes da distribuição da matéria no Universo e trazer informações valiosas sobre a chamada "parte escura", ainda pouco compreendida pela ciência. O esforço consistirá na montagem do radiotelescópio BINGO, cujo nome é uma sigla em inglês para Oscilações Acústicas Bariônicas em Observações de Gases Neutros. Oscilações Acústicas de Bárions O instrumento foi concebido para fazer a primeira detecção de Oscilações Acústicas de Bárions (BAO) em frequências de rádio. BAO é um método utilizado pela astrofísica para, por meio de oscilações acústicas, entender as aglomerações de galáxias e medir a expansão do Universo - os bárions mais conhecidos são os prótons e os nêutrons, que compõem a maior parte da massa da matéria visível no Universo. "A escala do BAO é uma das sondas mais poderosas para investigar parâmetros cosmológicos, incluindo a energia escura," explica Élcio Abdalla, do Instituto de Física da USP e coordenador do BINGO. O radiotelescópio fará a medição da distribuição de hidrogênio neutro a distâncias cosmológicas, utilizando uma técnica chamada Mapeamento de Intensidade. Operando na faixa de frequência que vai de 0,96 GHz a 1,26 GHz, o BINGO contará com dois espelhos de 40 metros com cerca de 50 a 60 cornetas de cerca de 5 metros de comprimento. Além de investigar zonas espaciais inacessíveis aos telescópios ópticos para encontrar correlações de densidade relacionadas com as BAO, o radiotelescópio observará outros aspectos astrofísicos importantes, como as rajadas rápidas de rádio (FRB: fast radio bursts), fenômenos muito rápidos, recentemente descobertos e de origem ainda desconhecida. Mina abandonada O telescópio será instalado no norte do Uruguai, em região de baixa frequência de radiointerferência (RFI), em uma mina de ouro abandonada e a céu aberto. A iniciativa internacional envolve o Jodrell Bank Centre for Astrophysics, a Universidade de Portsmouth e a Universidade College de Londres, no Reino Unido; o ETH Zurique, na Suíça; a Universidade da República, do Uruguai, e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), além do IF-USP, no Brasil. O radiotelescópio BINGO, com um custo estimado em US$ 4,9 milhões, deverá começar a ser construído em 2018. -=-=-= Secretário-executivo do MCTIC destaca relevância da Coppe no apoio ao desenvolvimento brasileiro Elton Zacarias vistoriou instalações e projetos, além de debater a manutenção do apoio dado pela pasta às atividades de pesquisa desenvolvidas no local. "Estou bem impressionado com o que vi. A Coppe é um centro tecnológico de ponta no país e é essencial conhece-la", disse. Ele foi acompanhado pelo secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento da pasta, Jailson de Andrade, e pelo presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Marcos Cintra. Por Ascom do MCTIC - 25/01/2017 Crédito: Finep O secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Elton Zacarias ressaltou a importância do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) para o desenvolvimento tecnológico brasileiro. Acompanhado do secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento da pasta, Jailson de Andrade, e do presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Marcos Cintra, Zacarias conheceu os laboratórios da unidade e debateu com pesquisadores sobre o apoio do MCTIC às pesquisas desenvolvidas pela Coppe. "Estou bem impressionado com o que vi. A Coppe é um centro tecnológico de ponta no país e é essencial conhece-la. Há alguns pleitos de apoio junto ao MCTIC e à Finep e consideramos importante o convite para vir aqui", afirmou Elton Zacarias, que representou o ministro Gilberto Kassab. Um dos projetos visitados pela comitiva foi o Maglev-Cobra, um modelo de trem movido a energia elétrica e que flutua por meio do magnetismo. A empreitada vem sendo desenvolvida pela Coppe e realiza viagens curtas na estação de testes do protótipo. O grupo também passou pelas instalações do Tanque Oceânico da Coppe, o LabOceano. O ambiente interno é capaz de produzir as principais características do meio ambiente marinho e simular fenômenos que ocorrem em lâminas de água superiores a dois mil metros de profundidade. Em operação desde 2003, ele comporta 23 milhões de litros de água e tem altura correspondente a um prédio de oito andares. "Em 1999, na primeira reunião do CT-Petro, uma das primeiras decisões da comissão foi exatamente aprovar o apoio a esse tanque oceânico. Eu era representante da comunidade científica na época e é muito bom ver o resultado tão positivo daquela decisão", destacou o secretário Jailson de Andrade. Também participaram do encontro o diretor da Coppe, Edson Watanabe, além de pesquisadores da unidade. Fonte: Finep -=-=-=-= Jardel Rodrigues / SBPC Crianças são apresentadas a experiência científica durante a 68ª Reunião da SBPC, em Porto Seguro, no ano passado SBPC Jovem recebe propostas de instituições para apresentação de pesquisas e experiências; evento será sediado pela UFMG, em julho UFMG, 26 de janeiro de 2017, às 6h52 A SBPC Jovem 2017, evento destinado a estudantes do ensino básico que será realizado simultaneamente à 69ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – de 16 a 22 de julho, no campus Pampulha da UFMG –, já recebe propostas de instituições para apresentação de pesquisas. O objetivo da SBPC Jovem é promover o contato de crianças e jovens com o conhecimento científico e os pesquisadores, para despertar interesse pela ciência, tecnologia e inovação. A chamada é dirigida a universidades federais e estaduais, institutos de fundações de apoio à pesquisa, sociedades do setor, secretarias de educação, entre outras instituições. Despesas com deslocamento, hospedagem e alimentação, entre outras, deverão ser custeadas pelas instituições que tiverem suas propostas selecionadas. As propostas devem ser inscritas até 3 de março, por meio de formulário específico, e esclarecimentos podem ser solicitados pelo e-mail [email protected]. Tenda e formatos diversos As atividades serão desenvolvidas simultaneamente numa tenda. As apresentações poderão ser feitas na forma de exposições, mostra de trabalhos e experimentos, rodas de conversa, oficinas, exibição de vídeos. Haverá ainda lançamento de livros e atividades culturais diversas. No sábado 22, último dia do evento, será promovido o Dia da Família na Ciência, que terá programação direcionada também aos familiares dos estudantes e à comunidade em geral. O objetivo é mostrar que a ciência faz parte do cotidiano, estimulando a formação da cultura científica. De acordo com a pró-reitora de Extensão da UFMG, Benigna Oliveira, alguns dos núcleos de pesquisa e extensão da Universidade que promovem a divulgação científica e que desenvolvem projetos direcionados ao público da educação básica, como o Museu Itinerante Ponto UFMG, participam tradicionalmente da SBPC Jovem. “Mas consideramos que essa é uma ótima oportunidade para integração de outros projetos da UFMG. Essa participação fortalece os grupos, confere maior visibilidade a suas ações e amplia parcerias com a educação básica”, afirma a pró-reitora. UFMG Jovem A UFMG Jovem, feira realizada anualmente no campus Pampulha, será integrada à programação da Reunião da SBPC. O evento vai celebrar seus 18 anos e terá como tema Transformações e maioridade, em sintonia com a temática geral do encontro nacional: Inovação – Diversidade – Transformações. Em 1997, A UFMG sediou a 5ª SBPC Jovem, como parte da 49ª Reunião Anual da SBPC. Os Anais da 1ª UFMG Jovem, realizada dois anos depois, registram que a presença da SBPC Jovem em Belo Horizonte foi um dos fatores que incentivaram a concepção do Programa UFMG Jovem “Conhecimento para todos”. Idealizado e coordenado inicialmente pela professora emérita Beatriz Alvarenga, do Departamento de Física, o programa intensifica o relacionamento da UFMG com a educação básica, compartilhando conhecimentos e experiências. -=-=-=- IEAT vai apoiar grupos que pesquisam temas emergentes e de impacto social UFMG, 26 de janeiro de 2017, às 6h47 Grupos de pesquisa interessados em receber suporte na captação de recursos para seus projetos podem submeter propostas, a partir de 1° de fevereiro, no Programa Grupos de Pesquisa do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (IEAT). O Instituto pretende apoiar equipes de pesquisa de natureza transdisciplinar, já existentes ou a serem constituídas na UFMG, que incorporem novos objetos ou metodologias capazes de abrir perspectivas inovadoras para a investigação científica. Para se inscrever, os grupos devem ser formados, em sua maioria, por pesquisadores da UFMG que atuem, em pelo menos duas, entre as seguintes áreas: Humanidades, Letras e Artes, Ciências da Vida (incluindo Saúde) e Ciências da Natureza (incluindo Tecnologia). O projeto deverá ter duração de dois anos, podendo ser renovado por mais um ano. Serão selecionadas pela comissão julgadora propostas centradas em questões emergentes com impacto social e que incluam lideranças da sociedade capazes de contribuir para o desenvolvimento do projeto. O IEAT fornecerá suporte aos grupos selecionados para captação de recursos junto às agências de fomento e a outros órgãos internos e externos à Universidade. Os grupos interessados devem encaminhar projeto e currículos dos integrantes para o email [email protected] ou entregá-los na secretaria do Instituto (Sala 151 da Unidade Administrativa III, campus Pampulha). Mais informações podem ser obtidas no site do IEAT, no edital e no regulamento da seleção. Outras chamadas Neste início de ano, o Instituto está com chamadas abertas para duas outras iniciativas: o Programa Cátedras Fundep/IEAT, que recebe indicações de pesquisadores (visitantes ou residentes) para desenvolver atividades na UFMG, e o Cátedras Santander de Estudos Ibero-latinoamericanos, destinado a “catedráticos de reconhecida senioridade, que desenvolvam pesquisas transdisciplinares no campo ibero-latinoamericano” (Com Setor de Comunicação do IEAT) -=-=-=-= Bexiga hiperativa tem relação com depressão e ansiedade, revela tese Unicamp Texto Silvio Anunciação Fotos Antonio Scarpinetti Edição de imagem André Vieira Pesquisa da FCM foi desenvolvida junto a 274 mulheres A terapeuta sexual Iane Glauce Ribeiro Melotti, autora da tese: “A abordagem dos aspectos psicológicos é importante no tratamento dos sintomas urinários, mas, muitas vezes, acaba sendo deixada de lado pelos profissionais da saúde” Um estudo recente da Unicamp associa a Síndrome da Bexiga Hiperativa, doença caracterizada pela urgência miccional, a quadros de depressão e ansiedade. Desenvolvido exclusivamente em mulheres, a pesquisa apontou que, de um total de 274 participantes, 59,8% (163 mulheres) tinham depressão grave ou moderada e 62,4% (211 mulheres) apresentaram sinais de ansiedade grave e moderada. A pesquisa foi desenvolvida junto a mulheres com sintomas de bexiga hiperativa, mas sem diagnóstico prévio de depressão e ansiedade. Para a autora do trabalho, a terapeuta sexual Iane Glauce Ribeiro Melotti, os resultados apontam para a necessidade de uma abordagem integral para a saúde das mulheres. “A abordagem dos aspectos psicológicos é importante no tratamento dos sintomas urinários, mas, muitas vezes, acaba sendo deixada de lado pelos profissionais da saúde. Escutar as queixas das mulheres, aprofundando o conhecimento de suas vivências, pode permitir uma melhor compreensão sobre o problema”, conclui a pesquisadora. Iane Melotti ressalva que, com os resultados, não é possível afirmar se a depressão e a ansiedade seriam causas ou consequências da bexiga hiperativa em mulheres. Conforme a estudiosa, o trabalho apontou, exclusivamente, uma significativa correlação entre a síndrome e a intensidade dos transtornos mentais. Quanto maior a intensidade de uma dessas três doenças ou distúrbios, maior a correlação entre eles. Outro resultado relevante apontado pelo estudo foi que a noctúria, marcada pela necessidade de se levantar durante a noite para urinar, foi um dos sintomas da Síndrome da Bexiga Hiperativa que mais se relacionou com a depressão e ansiedade grave. A chamada incontinência de urgência, perda involuntária da urina com sintomas de urgência, também foi outra manifestação da bexiga hiperativa relacionada aos quadros mais graves dos dois transtornos mentais. “Esse tipo de problema urinário afeta substancialmente a qualidade de vida das mulheres. Em alguns casos, elas deixam de trabalhar, de sair ou de fazer uma viagem, por exemplo. Quanto mais graves e intensos os sintomas, mais a qualidade de vida da mulher é afetada, envolvendo as relações no trabalho, social, sexual e familiar. Muitas vezes, a mulher com a síndrome já sai de casa pensando se vai ter banheiro, se ela vai poder ir ao banheiro e em que momento isso vai ser possível”, exemplifica Iane Melotti. O estudo desenvolvido por ela integrou tese de doutorado defendida em fevereiro de 2016 junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. O trabalho foi orientado por Cássio Luis Zanetini Riccetto, médico urologista e professor do Pós-Graduação em Ciências da Cirurgia da FCM. Houve coorientação de Cássia Raquel Teatin Juliato, ginecologista e docente do Departamento de Tocoginecologia da FCM. As mulheres participantes do estudo foram atendidas no ambulatório de Urologia Feminina do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp e no ambulatório de Ginecologia Geral do Hospital da Mulher/ Caism Unicamp, entre março de 2012 e março de 2015. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) financiou o estudo, com a concessão de bolsa à pesquisadora. “O objetivo da pesquisa foi organizar evidências disponíveis na literatura acerca das correlações entre os sintomas de bexiga hiperativa, depressão e ansiedade na forma de uma revisão sistemática e correlacionar os níveis de depressão e ansiedade (mínima, leve, moderada ou grave) em mulheres com diagnóstico de bexiga hiperativa por meio de um estudo transversal envolvendo 274 mulheres”, explica Iane Melotti. Conforme a autora do trabalho já existem outros estudos correlacionando a Síndrome da Bexiga Hiperativa a transtornos mentais. “Mas a maioria dos trabalhos associam ou a depressão ou a ansiedade à bexiga hiperativa; e também em conjunto com outros problemas, não somente com a síndrome. Outra caraterística do nosso estudo que o diferencia dos demais é que se trata de um trabalho especificamente em mulheres e que avaliou diferentes níveis de depressão e ansiedade”, compara. Paciente com quadro depressivo e com sintomas de bexiga hiperativa: correlação entre a síndrome e transtornos mentais Doença subdiagnosticada Iane Melotti explica que a ocorrência da síndrome independe do nível social, econômico, educacional e da faixa etária. “A bexiga hiperativa é uma síndrome altamente prevalente na população feminina, muito mais do que em homens. Atinge mulheres jovens, adultas e idosas. No Brasil há estudos mostrando uma prevalência global em 18,9% das mulheres. Mas é uma doença subdiagnosticada, ou seja, muitas mulheres não procuram tratamento, por preconceito ou por acreditarem ser um processo normal e natural do organismo”, dimensiona. Estima-se, no Brasil, que metade das mulheres que sofrem com a síndrome não busque tratamento adequado para o problema. A pesquisadora explica que, dependendo do diagnóstico, o tratamento pode envolver tanto o uso de medicamentos, exercícios fisioterápicos, cirurgia e terapia comportamental. Critérios Iane Melotti informa que os critérios de inclusão para a participação no estudo de corte transversal foram: mulheres com idade a partir de 18 anos; diagnóstico de bexiga hiperativa pelos critérios da International Continence Society; e compreensão e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Foram excluídas do estudo mulheres com gravidez diagnosticada ou suspeitada, com lactação vigente, doenças sistêmicas, hipertensão arterial grave comprovada, coronariopatia ou cardiopatia incapacitante, desordens psiquiátricas primárias, tais como esquizofrenia e outras psicoses. Também foram excluídas mulheres em tratamento para bexiga hiperativa que estivessem fazendo uso de antidepressivos, ansiolíticos e diuréticos, além de condições cognitivas insuficientes para responder aos questionários. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e pela Comissão de Pesquisa do Departamento de Tocoginecologia (DTG) do Caism. Publicação Tese: “Correlação de depressão, ansiedade e síndrome da bexiga hiperativa em mulheres: estudo transversal e revisão sistemática da literatura” Autora: Iane Glauce Ribeiro Melotti Orientador: Cássio Luis Zanetini Riccetto Coorientadora: Cássia Raquel Teatin Juliato Unidade: Faculdade de Ciências Médicas (FCM) Financiamento: Capes -=-=-=-=- Alunos do Centro de Informática saem vencedores em Hackathon da Qualcomm Da assessoria do CIn - UFPE Alunos do Centro de Informática (CIn) da UFPE integraram as três equipes vencedoras do Hackathon Qualcomm: DragonBoard Challenge Recife, que aconteceu neste sábado (21) e domingo (22) no Portomídia. A missão era desenvolver um projeto com a plataforma de Internet das Coisas (IoT) da Qualcomm. A equipe vencedora foi a CanNect, formada por Andréa Duque e Larissa Lages, graduandas em Engenharia da Computação do CIn; Rodrigo Alves, pós-graduando em Ciência da Computação do CIn; Bianca Lisle e Manoela Macedo, graduandas em Engenharia Eletrônica do CTG-UFPE; David Carvalho, técnico em mecatrônica do Cepep e Lucas Azevedo, de Sistemas da Informação da UFRPE. O projeto é uma lixeira conectada, que auxilia na coleta seletiva da cidade através de incentivos ao cidadão e do gerenciamento da coleta. No protótipo do hackathon, o projeto foi desenvolvido na Dragonboard, sistema de reconhecimento utilizando webcam, sistema mecânico e integração com a nuvem. A lixeira reconhece o material a ser descartado, direciona para o compartimento adequado e envia a ação para a nuvem. O segundo lugar ficou com a equipe In-forma, formada por George Alves, Rafael Carvalho e Janael Martins, graduandos em Engenharia da Computação do CIn; Lucas Dantas, engenheiro da computação pelo CIn; Adriana Araújo, graduanda em Engenharia Biomédica UFPE e Ana Katarina, graduada em Sistemas de Informação pela UPE. A In-forma é uma plataforma de integração de informações a respeito da cidade. Sensores de temperatura, umidade e luminosidade, dentre outras informações, são espalhados em diversos pontos da região e fornecem, em tempo real, as condições daquele local. Uma das inovações trazidas pela plataforma é que ela pode contar com a interação do usuário, que pode solicitar autorização para integrar suas próprias aplicações à plataforma, fazendo uso dos dados disponibilizados e, inclusive, podendo solicitar acesso para torná-las visíveis aos outros usuários. A equipe demonstrou o uso da plataforma conectando um sensor de alagamentos. O projeto iMaca ficou com o terceiro lugar do hackathon. A equipe é formada por Lais Bandeira, Matheus Casa, Mateus Gonçalves, Gustavo Isidio, Júlia Feitosa, Ítalo Rodrigo e Carlos Alberto, todos graduandos em Engenharia da Computação do CIn. O iMaca é uma maca inteligente capaz de identificar e analisar os batimentos cardíacos, temperatura corporal, características físicas do paciente, possíveis focos de sangramento etc. A partir dos dados coletados, a maca envia em tempo real a situação do paciente ao hospital. O projeto surgiu da necessidade de colher informações importantes desde os primeiros segundos de atendimento, tornando-o mais automatizado e agilizando o procedimento hospitalar. -=-=-=-= HUB oferece nova terapia contra dor para pacientes com câncer Hospital é o único da rede pública do DF a utilizar o material nuclear Samário-153 Da Assessoria de Comunicação Social do HUB - UnB 25/01/2017 Foto: Ascom/HUB Oferecer qualidade de vida a pacientes com câncer que sofrem com dores crônicas e, até mesmo, quando a morfina já não surte mais efeito. Esse é o objetivo do Samário-153, material nuclear usado para combater principalmente a dor óssea causada pela metástase do câncer. É um tipo de radioterapia disponível no Hospital Universitário de Brasília (HUB), o único da rede pública do Distrito Federal a oferecer a terapia. “Muitas vezes o paciente fica internado meses só para controlar a dor, sendo que ele pode fazer a terapia com Samário e ir para casa. Não vamos dar a cura, mas vamos dar qualidade de vida a esse paciente”, explica o enfermeiro da Unidade de Medicina Nuclear do HUB Flávio Andrade. Para utilizar o Samário-153, a instituição precisa de autorização da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). O HUB recebeu a visita de representantes da comissão, que reavaliaram o serviço e autorizaram a terapia ambulatorial, quando o paciente faz o tratamento e vai para casa, sem necessidade de internação. Antes de iniciar a radioterapia, é preciso passar por uma avaliação clínica. “Como o HUB tem muitos pacientes oncológicos, é importante investir nesse tipo de terapia que alivia a dor e melhora a qualidade de vida”, afirma a chefe da Unidade de Medicina Nuclear, Flávia de Freitas Rodrigues. O primeiro paciente a fazer a terapia foi Lucas Rodrigues, de 15 anos. Diagnosticado em 2013 com osteossarcoma, câncer no osso, ele sofre com fortes dores em todo o corpo. Por isso, passa a maior parte do tempo deitado. “Com esse remédio, espero ficar mais sentado sem dificuldade, brincar, ler e me distrair um pouco”, planeja ele. Lucas também tem esperança de realizar dois sonhos: voltar a estudar e brincar com um carrinho de controle remoto, que deseja ganhar. “Tenho certeza que vou melhorar e poder sair, colocar um banquinho com travesseiro para sentar na rua de casa, que não é asfaltada, e brincar com esse carrinho, que já é próprio para trilha”, acredita Lucas. -=-=-=-=-= Presidente da Anatel defende votação do PLC 90 pelo plenário do Senado e parceria do TCU Os dirigentes da Anatel encontraram-se hoje,25, com o relator de telecom, ministro Bruno Dantas, do TCU, para informar que pretendem contar com a parceria do tribunal em cada um dos estágios de elaboração da regulamentação da migração das concessões para a autorização e a venda dos bens reversíveis. Juarez Quadros acha até mais prudente que o PLC 90 seja também votado pelo plenário do Senado Federal. Tele.Síntese Miriam Aquino — 25 de janeiro de 2017 O presidente da Anatel, Juarez Quadros, e os demais conselheiros (Anibal Diniz, Igor de Freitas, Leonardo de Morais) reuniram-se hoje, 25, com o ministro Bruno Dantas, do TCU. No encontro, a Anatel disse que irá estreitar a parceria com o tribunal na fase de elaboração das regras que irão nortear a migração das concessões de telefonia para autorizações, conforme estabelece o PLC 90 (PL 3453), recentemente aprovado. Quadros defendeu ainda a votação do projeto pelo plenário do Senado Federal. “Seria mais prudente que o projeto fosse apreciado pelo plenário”, afirmou ele. A intenção da agência é regulamentar o novo marco legal em etapas, com a avaliação e votação pelo TCU de cada uma dessas etapas, para dar a segurança jurídica e a transparência para o processo de mudança. “Na privatização do sistema Telebras, o processo foi dividido em três estágios, e cada um deles teve a aprovação do TCU. Queremos adotar o mesmo princípio agora, até porque a fase atual é até mais complexa do que a anterior”, afirmou o executivo. Segundo Quadros, durante a privatização da Telebras, o primeiro estágio congregou os contratos de referência das consultorias e auditoria, a cisão da Telebras e o próprio edital de privatização. Depois de aprovada esta etapa pelo TCU, foram submetidos ao tribunal os documentos do segundo estágio, que incluiu o relatório econômico e o preço mínimo de venda de 19% de participação da União na Telebras, também aprovado pelo plenário do Tribunal. No terceiro estágio, foi estabelecido o preço final de venda, a contratação do auditor independente, a aplicação dos recursos arrecadados com a privatização e as despesas administrativas do processo. E esses estágios contaram, todos, com acórdãos de aprovação do TCU. Esse é o modelo que será adotado agora. “Essa é a vontade dos conselheiros, após a sanção da lei”, afirmou. A Anatel ainda não sabe quais e quantos serão os estágios necessários, mas tem a certeza de que o processo não poderá ser muito burocrático, para não atrasar os investimentos em banda larga, nem tão rápido que deixe qualquer pergunta sem resposta. “Durante a privatização, buscava-se o preço mínimo de venda. Agora, o processo é mais complexo, pois teremos que ter a garantia do preço justo dos bens que vão permitir a migração da concessão para a autorização”, disse. No entender de Quadros, esse preço justo deve levar em consideração o valor da migração, mas que não afugente as operadoras, a ponto de elas desistirem de mudar os seus contratos. No seu entender, o cálculo deverá ser feito, conforme sugere o TCU, desde o início da concessão até o ano de 2025, e não a partir da aprovação da lei, conforme sugeriram alguns estudos na Anatel. Quadros agradeceu também o apoio de Dantas ao artigo que escreveu no jornal Valor Econômico em 2 de janeiro deste ano sob o título ” O marco regulatório das telecomunicações”. -=-=-=-=- EAD só consegue distribuir 70% dos conversores de TV em SP até março A estimativa é que serão necessários 1,8 milhão de set top boxes para atender a capital paulista e seu entorno no desligamento da TV analógica. Tele.Síntese Miriam Aquino — 25 de janeiro de 2017 O presidente da EAD, Antonio Carlos Marteletto, acredita que a reunião do Gired da próxima terça, 31, (grupo que conduz a transição da TV digital), poderá chegar a um consenso sobre a melhor data para o desligamento da TV analógica da região metropolitana de São Paulo, oficialmente marcada para 30 de março. Segundo ele, mais do que adiar o cronograma, a empresa (também conhecida por Seja Digital) está preocupada em assegurar que “nenhum morador da capital paulista e cidades do entorno fique sem receber os sinais de TV. ” Para isso, a estimativa da EAD é que deverão ser distribuídas 1,8 milhão de caixinhas para a população de baixa renda. ” Na próxima semana, começam a chegar para nós, da China, os kits para a capital. Já estamos fazendo as entregas ao entorno de São Paulo, estimadas em 700 mil kits. Estamos ampliando os postos de atendimento e nos tornando mais agressivos na distribuição”, explicou ele. Mesmo com essas ações, Martelleto estima que se for mantida a data de março, no máximo serão entregues 70% dos conversores. Para ele, a experiência de Brasília pode ser considerada como o divisor de águas. O desligamento das emissoras foi adiado em um mês da data prevista, e todo o processo foi concluído em janeiro deste ano. E a empresa fez uma pesquisa após a conclusão dos trabalhos, e 95% das pessoas que ganharam o kit responderam que o processo foi ótimo ou muito bom. As operadoras de celular (que compõem a EAD) formalizaram o pedido ao MCTIC para o adiamento do desligamento de SP para o mês de agosto. A Globo, mais sensível ao problema da logística, acha que o desligamento pode ocorrer em 30 de maio. Mas a TV Record continua com sua campanha de manter a data para o dia 30 de março. -=-=-=-= Ligação fixo-móvel tem reajuste que varia de 2,28% a 0,10% As tarifas da ligação de um fone fixo da Telefônica Vivo para um celular aumentam 2,28%. Da Oi sobem 1,67%; do grupo Claro (também NET e Embratel), elevam-se para 0,88%. Da Algar Telecom, para 0,10% e da Sercomtel, para 1,35% — 25 de janeiro de 2017 A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) publicou, hoje (25), o reajuste das chamadas de telefones fixos para telefones móveis. Segundo a Agência, a Vivo poderá aumentar o valor das chamadas em 2,28%, a Oi em 1,67%, a Sercomtel em 1,35%, a Claro em 0,88% e a Algar Telecom em 0,10%. Também foram reajustados os valores das chamadas de telefones fixos para o serviço de trunking, da Nextel. A Vivo novamente poderá aumentar o valor das chamadas em 2,28%, assim como a Sercomtel em 1,35% e a Algar Telecom em 0,10%. No entanto o reajuste da Oi será de 1,03% e a Anatel, no ato publicado hoje no Diário Oficial da União, não estabeleceu reajuste para a Claro. Os reajustes serão aplicados apenas para as linhas do plano básico da telefonia fixa em chamadas locais ou de longa distância nacional. Para que os novos valores possam ser aplicados, as prestadoras devem dar ampla publicidade ao reajuste nas localidades de prestação com antecedência mínima de dois dias. O último reajuste aplicado ao plano básico de serviço das concessionárias de telefonia fixa para chamadas para telefonia móvel ou truking foi em 29 de setembro de 2015. (assessoria de imprensa Anatel). -=-=-=-= Cientistas descobrem por que aquecimento global resulta em catástrofes © Sputnik/ Ramil Nuriev O número crescente de furacões no oceano Atlântico e chuvadas torrenciais na Eurásia e América nos últimos anos tem acontecido porque o aquecimento global aumentou eficiência do “transvasamento” de calor na atmosfera da Terra e sua transformação em energia cinética, diz um artigo publicado na revista Nature Communications. "O nosso trabalho é uma nova tentativa de explicar os fenômenos que estamos hoje observando na natureza. Nós descobrimos que a eficiência do transvasamento de energia na atmosfera da Terra, no sentido global dessa palavra, tem aumentado significativamente nas últimas quatro décadas, reagindo assim ao aquecimento global", declarou Liming Li da Universidade de Houston dos EUA no artigo publicado na Nature Communications. Nos últimos anos, segundo notam os cientistas, tem aumentado significativamente a frequência dos chamados fenômenos climáticos extremos — furações enormes perto de costas dos EUA e de alguns países da Ásia Oriental, inundações nas partes continentais dos EUA e Europa e períodos longos de seca e calor anômalo na Rússia e Ásia Central. Tudo isso, segundo opinam os cientistas, está ligado ao aquecimento global, mas seu mecanismo de influência sobre o tempo era desconhecido. Liming Li e seus colegas revelaram uma possível razão para o número crescente de catástrofes naturais, estudando de que maneira o aumento de temperaturas influencia o chamado ciclo de Lorenz — a circulação de energia na atmosfera e o processo ligado à transformação de energia potencial do calor em energia cinética das massas de ar. Primeiramente essa conexão foi descoberta e descrita matematicamente pelo famoso meteorologista americano Edward Lorenz, autor da Teoria do Caos e inventor do termo Efeito Borboleta. Os cientistas não duvidam da existência desse ciclo, mas, segundo dizem os autores, ninguém estudou sua alteração em caso de aumento da temperatura do ar em alguns graus. Tendo em conta essa ideia, os cientistas analisaram dados recebidos pelos satélites climáticos da NASA e Departamento de Defesa dos EUA de 1979 a 2013. Os cientistas tentaram definir de que maneira as alterações de temperatura, a força de irradiação da Terra pelo Sol e a flutuação da pressão atmosférica aumentam ou diminuem a velocidade de transformação de calor do ar em movimento de massas de ar e vice-versa. Como mostrou a análise dos dados, o aumento de temperatura do ar e dos indicadores relacionados sempre levou a um único resultado — o aumento de eficiência das trocas de calor e aceleração da transformação de um tipo de energia em outro. Neste caso, tal "aumento de eficiência energética" tem efeito negativo. Devido a isso, a quantidade total de energia mecânica na atmosfera da Terra permanecia sempre igual, mas seu excesso era extraído dela cada vez mais rápido na forma de tempestades, ciclones, anticiclones e outros fenômenos inofensivos ou desagradáveis, ligados ao movimento de massas de ar. Isso explica por que o número de catástrofes naturais e fenômenos climáticos extremos tem aumentado nos últimos anos, e significa que a aceleração do aquecimento global poderá levar ao agravamento da situação no futuro. -=-=-=-=- Anatel vai ao TCU limpar 'ruído' sobre o fim das concessões de telecom Escrito por: Luís Osvaldo Grossmann Fonte: Convergência Digital A Anatel foi ao Tribunal de Contas da União nesta quarta-feira, 25/1, para limpar o ‘ruído’ com a repercussão negativa de que as mudanças na Lei Geral de Telecomunicações podem representar ganhos superiores a R$ 100 bilhões para as operadoras de telefonia. “Fomos ao TCU e iremos a outros órgãos de controle também, de forma que se tenha uma demonstração de que se quer fazer a coisa justa, certa, correta. A força do sinal tem que ser maior que o ruído”, explicou o presidente da agência, Juarez Quadros. No encontro com o ‘algoz’ de telecom na corte de contas, o ministro Bruno Dantas, o principal recado foi de que o valor a ser ajustado com as operadoras pelos bens reversíveis e o fim das obrigações associadas às concessões de telefonia será calculado a partir das análises de duas consultorias, no mesmo formato utilizado para a definição do preço mínimo na privatização do setor. “Temos agora um novo processo, mais importante até que o primeiro, lá e 1998. Nossa intenção é que ele seja dividido em estágios, levados ao Tribunal para aprovação, e um deles é contratação dos consultores para achar qual o preço justo que valem os ativos para fazer migração do regime de concessão para autorização. Depois tem a validação, quanto cada um pagou, transformou em investimento, as garantias firmes que a lei está exigindo.” A escolha do interlocutor foi importante. Bruno Dantas é o ministro do TCU que tem se dedicado a acompanhar o setor de telecomunicações de perto e especialmente o desempenho da Anatel como agência reguladora. É dele a decisão que suspendeu o acordo de troca de multas por investimentos com a Oi, conceito semelhante ao que governo e agência querem implementar na mudança do regime de prestação de serviços. A mudança na LGT e a consequente desregulamentação do setor vinha avançando em velocidade de cruzeiro até que o Senado acelerou ainda mais o processo no fim do ano passado. A manobra chamou a atenção para uma das maiores controvérsias da revisão do modelo, que é o acordo para a transferência dos ativos herdados da privatização – como as redes de cobre que ainda fornecem mais da metade da banda larga do país. Dentro do governo, tanto no extinto Minicom como na área econômica, a interpretação é de que tais ativos estariam próximos dos R$ 20 bilhões. Mas avaliações da Anatel usadas pelo próprio Tribunal de Contas da União situam esse patrimônio mais perto dos R$ 100 bilhões. -=-=-=-= Cérebro masculino fica “sobrecarregado” em teste de multitarefas As mulheres muitas vezes demonstram ter habilidades verbais um pouco melhores do que os homens, aponta o autor do estudo Por AFP Cérebro: tanto a linguagem quanto o balanço do braço direito são controlados pelo lado esquerdo (Photopin) Um estudo divulgado na quarta-feira revelou que quando confrontados com um desafio mental enquanto fazem uma caminhada, por exemplo, os homens têm alguma alteração no movimento, o que não acontece com a maioria das mulheres, reabrindo o debate sobre as diferenças cerebrais entre os gêneros. Caminhando em uma esteira ergométrica, homens — e mulheres com mais de 60 anos — passaram a balançar menos o braço direito quando confrontados com um teste de linguagem complicado, descobriram os pesquisadores. Acredita-se que tanto a função da linguagem como o balanço do braço direito são controlados principalmente pelo hemisfério esquerdo do cérebro. “As mulheres com menos de 60 anos pareciam resistentes a esse efeito, visto que eram capazes de realizar a tarefa verbal sem mudanças no balanço do braço”, disse a coautora do estudo Tim Killeen, neurocientista do Hospital Universitário Balgrist, na Suíça. “Nos homens e nas mulheres mais velhas, a tarefa verbal parece sobrecarregar o hemisfério esquerdo, na medida em que o movimento do braço direito é reduzido”, acrescentou. Os resultados “inesperados” foram publicados na revista científica Royal Society Open Science. “Ficamos surpresos de encontrar uma diferença de gênero tão consistente na forma como dois comportamentos relativamente simples – controle cognitivo e balanço do braço – interagem entre si”, disse Killeen à AFP. A equipe usou câmeras infravermelhas para registrar os padrões de caminhada na esteira em 83 pessoas saudáveis, com entre 18 e 80 anos. Os participantes foram convidados a caminhar — primeiro normalmente e, em seguida, enquanto executavam uma tarefa verbal chamada teste Stroop. Desenvolvido na década de 1930, o teste consiste na impressão do nome de uma cor, como “vermelho”, em tinta de uma cor não correspondente – verde, por exemplo. Em seguida, pede-se a uma pessoa que olhe para a palavra e diga qual é a cor da tinta. Melhores na linguagem? O teste é difícil, explicou Killeen, porque o cérebro humano “vê” tanto a palavra escrita como a cor da tinta, e deve conciliar as duas. Durante uma caminhada normal, os braços esquerdo e direito balançaram igualmente. “Quando adicionamos a tarefa verbal, observamos que em homens de todas as idades e em mulheres acima de 60 anos, essa simetria foi rompida, com uma redução no balanço do braço direito, enquanto o braço esquerdo continuava balançando normalmente”, disse Killeen. Isso prova que as mulheres são melhores na realização de multitarefas? “Acho que isso mostra que as mulheres mais jovens podem ser capazes de resistir à interferência desses dois comportamentos bastante específicos”, disse a pesquisadora. Ainda não foi demonstrado se esse padrão se aplica a outras atividades simultâneas – como dirigir e falar ou andar e enviar mensagens de texto ao mesmo tempo, por exemplo. Também não está claro se a habilidade de uma mulher de realizar o desafio para o cérebro no seu passo normal lhe confere qualquer vantagem sobre os homens, disse Killeen. O fato de as mulheres com mais de 60 anos perderem a capacidade pode fornecer uma pista sobre a origem desta capacidade, disseram os pesquisadores. Os receptores cerebrais do hormônio feminino estrogênio podem captar um maior impulso em mulheres mais jovens, que o possuem em maior quantidade. “Alternativamente, as mulheres muitas vezes demonstram ter habilidades verbais um pouco melhores que os homens” e podem achar o teste Stroop mais fácil, disse Killeen por e-mail. “No entanto, isso não explica por que as mulheres mais velhas apresentam o ‘padrão masculino’ após 60 anos”, ressaltou. Estudos anteriores discordaram sobre se as mulheres são realmente melhores do que os homens em fazer mais de uma tarefa ao mesmo tempo. -=-=-=-= Rússia prende investigador de empresa de segurança digital Kaspersky por traição Ruslan Stoyanov foi preso em dezembro, sob suspeita de aceitar dinheiro de empresas estrangeiras. Por G1 25/01/2017 Um dos investigadores mais bem sucedidos em crimes digitais da Rússia, Ruslan Stoyanov, foi preso em uma investigação de traição, de acordo com a "Forbes". Segundo a empresa de segurança digital Kaspersky Lab, da qual ele era funcionário, Stoyanov era alvo de uma investigação que começou antes de ser contratado. Stoyanov foi detido em dezembro, mas a notícia da prisão só foi divulgada nesta quartafeira (25) pelo jornal russo "Kommersant". A publicação afirma que a ação está ligada a uma investigação em relação a um dos diretores da FSB, a agência russa de inteligência, Sergei Mikhailov. De acordo com fontes do jornal, a investigação explorava quantias de dinheiro recebidas por Stoyanov de companhias estrageiras e suas ligações com Mikhailov. A "Forbes" afirma que, segundo uma fonte, o caso será julgado por um tribunal militar e por isso será mantido em sigilo, ao ser enquadrado no artigo 275 do código criminal russo. O artigo permite que o governo processe um indivíduo que fornecer assistência a um Estado ou organização estrageira em relação a "atividades hostis em detrimento da segurança externa da Federação Russa". Na Kaspersky, Stoyanov era chefe da divisão de resposta a incidentes. Segundo seu perfil no LinkedIn, ele passou seis anos como um major da unidade de crimes digitais do Ministério do Interior, entre 2000 e 2006.