1 PRODUÇÃO DE BROMÉLIAS NO ESTADO DO PARANÁ, BRASIL. RESUMO Apresenta-se caracterização do processo de produção agrícola de bromélias no Estado do Paraná, Brasil, realizada a partir de visitas ao campo, observação participante e entrevistas, evidenciando-se particularidades e discrepâncias frente aos modelos já descritos na literatura especializada. Identificou-se como principal problema a padronização de cultivo adotada, que, embora facilite os tratos culturais e exija menos mão de obra do produtor, não contempla as necessidades individuais de cada espécie acerca de luminosidade, substrato e adubação. Esta situação além de determinar queda no padrão de qualidade diminui o preço potencial de comercialização. Recomenda-se aos extensionistas rurais e instituições competentes que busquem orientar os produtores de bromélias a promover a adequação das práticas dos cultivos de acordo com a espécie cultivada. Palavras-chave: Bromeliaceae; práticas de cultivo; qualidade, plantas ornamentais ABSTRACT Bromeliad production in Paraná State, Brazil. A characterization of the bromeliads production at Paraná State (Brazil) is presented, evidencing particularities and discrepancies related to what was reported on literature as being proper for this crop. Field research, participatory observation and interviews were used to collect data. The main problem registered was the adoption of a unique standard model for the culture of different bromeliad species. Although this process facilitates field work and demands less workmanship of the producer, it does not contemplate the individual necessities of each species regarding luminosity, substrate and fertilization. This process reduces the final quality of the product as well as its potential commercialization price. It is recommended to extension agents and agronomic institutions that guide the producers to promote the adequacy of cultivation practice in accordance with each cultivated species. Key-words: Bromeliaceae; cultivation practice; quality, ornamental plants. 2 1. INTRODUÇÃO O cultivo das bromélias foi introduzido no Brasil na década de setenta e teve boa aceitação como planta ornamental (ANACLETO et al., 2008b). Naquele período, foram iniciados no Estado de São Paulo os primeiros cultivos com finalidade comercial e, desde então, aquele Estado se consolidou como o maior produtor nacional (SANTOS et al., 2005). Além dos tradicionais locais de produção nas regiões de Holambra e Campinas (SP), o crescimento das bromélias como plantas ornamentais tem provocado o surgimento de novos pólos produtivos, a exemplo de Joinville e Gravataí (SC), Brasília (DF), Belém (PA), Vitória (ES) (ANEFALOS e GUILHOTO, 2003). O Paraná já ocupou destaque no cenário nacional, quando no ano de 2000 deteve a terceira maior produção no Brasil com 250 mil plantas (IBRAFLOR, 1999; BITTENCOURT et al., 2002; NEGRELLE et al., 2005) originada da atividade de 144 produtores em 32 municípios (ADAMI, 2000). Porém, a partir daquele ano, os produtores paranaenses diminuíram a produção (ANACLETO et al., 2008a) mais acentuadamente no litoral do Estado (NEGRELLE et al., 2005). De modo geral o desconhecimento da tecnologia especifica de produção, a facilidade do extrativismo e as dificuldades de legalização dos cultivos, são apontados como potenciais fatores que podem limitar a produção de bromélias (NEGRELLE et al., 2005). Neste contexto o melhor entendimento das condições de cultivo e preparo para a comercialização são essenciais para detectar inadequações que podem comprometer e desestimular produtores e consumidores. Assim, com vistas a subsidiar uma melhor compreensão da totalidade do cenário atual de produção de bromélias no contexto brasileiro, apresenta-se caracterização do comportamento da produção paranaense, evidenciando particularidades e discrepâncias frente aos modelos descritos na literatura especializada existente. Ao diagnosticar os fatores que comprometem a qualidade da produção, propõem-se alternativas de correções as inadequações evidenciadas. 3 2. MATERIAL E MÉTODOS Baseado em registros históricos da Emater-Paraná no município de Guaratuba, inicialmente foram identificados e entrevistados cinco produtores. A estes produtores foi solicitada a indicação de outros produtores que pudessem participar da pesquisa, de acordo com o processo de amostragem autogerada (KOTLER, 2001; MATTAR, 2001; MALHOTRA, 2001). Ao final, foram localizados e entrevistados 19 produtores em 15 municípios. O levantamento de dados (maio de 2008 a abril de 2009) incluiu visitas de campo, observação participante e entrevistas semi-estruturadas, buscando-se caracterizar o perfil socioeconômico do produtor, espécies produzidas, calendário agrícola, tipo de cultivo, modo de propagação e produção de mudas, tratos culturais, substrato, adubação, controle de pragas e doenças e preparo para comercialização. Os dados obtidos foram confrontados com as informações disponíveis na literatura especializada sobre cultivo de bromélias, para detectar discrepâncias e/ou particularidades. 3. RESULTADOS Os municípios de Guaratuba no litoral (n=3) e Colombo na região Metropolitana de Curitiba (n=3) concentravam o maior número de produtores, sendo que em outros municípios do Estado (n=13) também foram verificadas áreas de produção de forma isolada (Figura 1). 3.1 Caracterização dos produtores O cultivo de bromélias registrado no Paraná, via de regra, era praticado por pequenos produtores que cultivavam distintas espécies, entre estas bromélias. Identificaram-se dois tipos básicos destes produtores. O primeiro composto por floricultores da zona urbana e peri-urbana (n=8), cujo cultivo apenas de plantas ornamentais se dava de forma protegida em estufas (Mun. Apucarana, Guarapuava, Colombo, Curitiba, Porto Amazonas, Foz do Iguaçu e Cascavel). 4 O segundo grupo era composto por agricultores (n=11) residentes em áreas rurais, que cultivavam espécies tradicionais agrícolas (banana, mandioca, arroz, verdura, etc.) adicionalmente a algumas plantas ornamentais incluindo bromélias (Mun. Guaratuba, Paranaguá, Tijucas do Sul, Ortigueira, Mauá da Serra, São Jose dos Pinhais e Telêmaco Borba). Nestes casos, a produção de bromélias se dava sob dossel ou em estruturas rústicas construídas com eucalipto, bambu ou madeira nativa extraída da propriedade. 3.2 Espécies produzidas Um total de sete gêneros, englobando 30 espécies, foram registrados nas 19 propriedades produtoras identificadas no Estado. Dentre estes Vriesia destacou-se tanto pela maior diversidade especifica (n= 12 spp.) quanto pelo maior número de produtores que o cultivam (n=19) (Tabela 1). A maior parte das espécies cultivadas (n=25) correspondia a espécies nativas da Floresta Atlântica, com apenas poucas ocorrências de espécies exóticas, como Aechmea chantini (Carriere) Baker, Guzmania blassii Rauh e Guzmania lingulata (L.) Mez nativas da Colômbia e Costa Rica. Estas representavam pequena relevância no volume de produção comparativamente à produção derivada das espécies nativas da Floresta Atlântica (Tabela 1). Segundo os entrevistados (n=13), as espécies nativas apresentam cor e beleza, assim como durabilidade das inflorescências que agradam ao consumidor (Figura 2 A ATÉ 2I). Detectou-se predominância de espécies epífitas nos cultivos visitados (n= 19 spp), seguidas pelas terrestres (n=7) e rupícolas (n=4) (Tabela 1). Registrou-se alta variabilidade de exigências ambientais entre as espécies cultivadas, registrando-se predominância de mesófitas (n=12), seguido por esciófitas (n=10) e heliófitas (n=7) (Tabela 1). No que se refere ao padrão de nutrição, observou-se que a maioria das espécies (n=66%) era tanque dependentes. Outros padrões observados foram: proto tanques (n=26%) e atmosféricas (8%) (Tabela 1). Uma parte significativa do total de espécies cultivadas possuía registro de algum tipo de pressão de extinção. Destas, Vriesea hieroglyphica (Carrière) E. Morren apresentava-se como criticamente em perigo de extinção, 13% encontravamse categorizadas como em perigo e 26% como vulneráveis (Tabela 1). 5 3.3 Características do cultivo 3.3.1 Calendário agrícola Na totalidade das propriedades visitadas, não se registrou a existência de um calendário agrícola pré-definido para o cultivo de bromélias. A semeadura e transplante para a formação de novas mudas têm sido realizados durante o ano todo, dependendo basicamente de três fatores: disponibilidade de sementes, recursos financeiros para aquisição de mudas de outros produtores e do tempo da família para dedicação à atividade. O cultivo de bromélia, segundo os entrevistados (n=19), não era a atividade econômica principal da propriedade. A maioria dos produtores (n=11), quando da ocorrência de chuvas que impossibilitavam outras atividades no campo, se dedicava ao cultivo de bromélias. A possibilidade do armazenamento de sementes que preservam bons níveis de germinação foi outro fator identificado como determinador da inexistência de calendário fixo de plantio. Segundo os entrevistados (n=11), para algumas espécies dos gêneros Aechmea e Nidularium, as sementes podem ser armazenadas por períodos superiores a seis meses com capacidade germinativa satisfatória, sendo possível a distribuição do trabalho mesmo nos períodos de clima adverso. 3.3.2 Tipos de cultivo O cultivo de bromélias no Estado do Paraná foi registrado em propriedades de modelos tecnológicos rudimentares e médio nível de tecnologia, tendo sido identificadas três formas de cultivo, a saber: 3.3.2.1 Cultivo protegido com filmes plásticos (estufas) Registrado em Apucarana, Guarapuava, Foz do Iguaçu, Cascavel, Curitiba, São José dos Pinhais e Colombo (n=9). Este tipo de cultivo protegido era caracterizado pelo uso de estruturas com padrão adequado de tecnologia, como recomendado na literatura agronômica para cultivo de bromélias (PAULA, 2000; PAULA e SILVA, 2004) (Figura 3). As mudas usadas eram compradas de fornecedores de outros Estados, especialmente de São Paulo (n=4), geradas por micro-propagação. Adicionalmente, realizava-se nestas propriedades a propagação por sementes de plantas matrizes 6 que ocorriam naturalmente na região e que apresentavam boa capacidade de comercialização. O plantio inicialmente era em vasos de pequeno tamanho e, a medida que a espécie se desenvolvia e crescia, ocorria o transplante para vasos maiores. A irrigação era efetuada por aspersão. O controle das ervas daninhas era realizado através de retirada manual e o controle de pragas com o uso de inseticidas de amplo espectro em aplicações mensais ou quinzenais. O uso de sombrite foi verificado em três propriedades em Colombo com diferentes níveis de sombreamento (50 e 70%), buscando oferecer as condições necessárias de luminosidade de acordo com grupos de espécies. Nas outras propriedades (n=6), registrou-se a proteção da luminosidade com sombrite 50% de forma homogênea em toda a estufa. Os produtores (n=9) expressaram que as plantas oriundas deste tipo de cultivo não apresentavam problemas no sistema de produção, possuíam padrão satisfatório de qualidade, bom arquétipo, raros sinais de rasgaduras ou dobraduras nas folhas e imperceptíveis danos ocasionados por ataque de pragas. O preço médio de venda era de R$ 8,00 a unidade, considerado satisfatório pelos entrevistados (n=9). 3.3.2.2 Cultivo em estruturas rústicas Encontrado em Guaratuba, Paranaguá, Ortigueira, Mauá da Serra e Telêmaco Borba (n=8), este tipo de cultivo era caracterizado por estruturas rústicas construídas com eucalipto, bambu ou madeira nativa extraídos da propriedade (Figura 4 A e 4 B). A totalidade das unidades de produção visitadas (n=8) estava em desacordo com o preconizado na literatura técnica, especialmente em relação à baixa altura das estufas, material inadequado usado na cobertura e do sistema de irrigação com o uso de mangueiras plásticas sem controle do fluxo de água. Para os produtores, a opção por estas estruturas rudimentares deveu-se a dificuldade econômica financeira em promover investimento em melhores padrões de tecnologia (n=8). A produção estava baseada no uso de espécies nativas e naturalmente ocorrentes na região do entorno da propriedade. Desta forma, a obtenção de mudas era pela coleta direta de brotos ou sementes no ambiente de entorno. A semeadura ocorria inicialmente em sementeiras ou canteiros, e posteriormente as mudas eram 7 transplantadas para os vasos. No caso dos brotos, estes eram diretamente plantados em vasos. Em alguns casos, dependendo da espécie e do crescimento das plantas, também ocorria um segundo transplante destas para vasos maiores. Registrou-se a proteção contra as intempéries feita de forma uniforme com sombrite a 50% de proteção solar (n=3), filmes plásticos de 50 micra (n=3) ou ripado (n=2), e instalações (n=8) construídas sem avaliar as dinâmicas dos fluxos do vento, fato que comumente resulta em danos à cobertura. A irrigação era manual com auxílio de mangueira plástica de uso doméstico (n=8). O controle das ervas daninhas ocorria com capina manual e o controle de pragas, uma vez constatado o ataque, era feito com aplicações de inseticidas, sendo comum o uso de piretróides. Os principais problemas verificados neste sistema de produção se referiam a freqüentes manchas ou estiolamento das folhas, tamanho reduzido das plantas, rasgaduras e dobraduras assim como sinais de ataque de insetos. Estes defeitos foram apontados pelos produtores como prejudiciais à estética e que resultavam em preços inferiores ao praticados pelo mercado. 3.3.2.3 Cultivos sob dossel Estes cultivos foram registrados em Guaratuba (n=3) e Tijucas do Sul (n=1), sendo caracterizado pelo plantio de bromélias em pequenas clareiras após a limpeza do sub-bosque (Figura 5). Via de regra, eram mantidos por famílias de baixa renda sem possibilidade de investimento em estruturas de produção. Desta forma se aproveitam dos recursos naturais disponíveis assim como do clima favorável com excelentes condições pluviométricas. As mudas usadas neste tipo de plantio eram colhidas diretamente de áreas florestadas com tamanho próximo de 10 cm e transplantadas diretamente no solo. Em alguns casos, eram retiradas de plantas matrizes formadas nas propriedades com as sobras de comercialização de anos anteriores (n=4). O plantio era efetuado em leiras contendo adubo orgânico bovino ou similar e pequenas doses de calcário (n=4), porém não havia controle de quantidades ou temporalidade da aplicação. 8 O cultivo ocorria consorciado entre diversas espécies de bromélias, inclusive com alternância na mesma linha de plantio e as plantas não eram irrigadas. A capina era efetuada apenas nas linhas e entre as leiras era efetuada a roçada baixa (n=4). Os maiores problemas associados a este tipo de cultivo (n=4) eram as injúrias provocadas pela queda de galhos. Não foi registrado controle químico de pragas ou doenças. Os produtores explicaram que quando a planta apresentava evidências da emissão do escapo floral, as bromélias eram transplantadas para vasos para a comercialização. Segundo os entrevistados (n=4), as plantas deste tipo de cultivo apresentavam boa aceitação no mercado, sendo vendidas ao preço médio de R$ 6,00. Observou-se que este tipo de cultivo apresentava tecnologia similar à empregada na agricultura orgânica, caracterizada pelo uso de várias práticas agrícolas de forma (CAMPANHOLA e VALARINI, 2001). Entre estas práticas, registrou-se o uso de rochas moídas para a correção da acidez do solo (calcário); cobertura vegetal no solo; diversificação e integração de explorações vegetais (incluindo as florestas); uso de esterco animal e consorciação de espécies diferentes no cultivo. 3.3.4 Propagação Foram verificadas três formas de propagação das bromélias nos cultivos visitados que variavam de acordo com a espécie: assexuada (n=19 spp), sexuada por meio de divisão de touceiras (n=12) e micropropagação (n=4). 3.3.4.1 Propagação por sementes A propagação de bromélias via sementes foi evidenciada como método mais utilizado (n=19 spp) e representando aproximadamente 92% das plantas produzidas no Estado. Segundo os entrevistados a aderência a este método de propagação deve-se ao seu baixo custo (n=19), elevada disponibilidade de sementes (n=11) e aos bons índices de germinação, mesmo após armazenamento (n=7). De modo geral, os produtores visitados aplicavam técnicas de propagação por sementes similares ao indicado na literatura agronômica (ver: PAULA, 2000; 9 PAULA; e SILVA, 2004; SOCIEDADE BRASILEIRA DE BROMÉLIAS, 2009; CARVALHO, 2008). As sementes aladas eram dispostas para germinar normalmente em casca de pinus umidificado, casca de coco ou outro substrato aderente para a fixação das sementes. As sementes secas do tipo cápsula e vagem eram cobertas com fina camada de substrato para evitar o soterramento. As sementes tipo baga dado apresentar mucilagem pegajosa, eram submetidas a lavagem prévia para facilitar seu manuseio durante a semeadura, assim como sua estocagem. A semeadura sem a retirada desta mucilagem também foi identificada (n=5). Porém, devido à viscosidade, registrou-se dificuldade de distribuição das sementes no substrato, resultando em superadensamento e enovelamento das raízes. Não foi observado tratamento preventivo das sementes com fungicidas ou inseticidas, o que é recomendado pela literatura especializada (CARVALHO, 2002). Os produtores explicitaram que a germinação ocorria geralmente entre 10 a 30 dias após a semeadura. As plantas permaneciam nas bandejas berçário entre 2 e 4 meses dependendo da espécie. Findo este período, as mudas eram transplantadas para as bandejas do tipo célula, copos descartáveis (chá/café/água) ou vasos pequenos. A irrigação nesta fase em todos os tipos de cultivo era realizada com nebulizadores. Os substratos usados no primeiro transplante eram os mesmo utilizados nas bandejas de germinação (berçário). Nesta fase, as plantas ficavam acondicionadas por um período entre 6 e 8 meses, quando então eram transplantados para os vasos definitivos. 3.3.4.2 Divisão de touceira Esta forma de propagação foi registrada em todas as propriedades onde ocorria o cultivo em estruturas rústicas ou sob dossel. Foi identificada como praticada em 16 das espécies produzidas, porem apenas quando estas ficam na propriedade como refugo de venda. Evidenciou-se que os produtores seguiam as recomendações técnicas para esta atividade. Ou seja, remoção dos um ou dois brotos emitidos após emissão do escapo floral (JIMENÉZ et al., 2007), quando eles atingem em média um terço do tamanho da planta-mãe (SOCIEDADE BRASILEIRA DE BROMÉLIAS, 2009; ANACLETO e NEGRELLE, 2009). 10 Os produtores (n=12) indicaram usar alternativas para acelerar o crescimento do broto removido. Entre estas, a prática mais freqüentemente citada (n=8) foi a disposição dos novos brotos em caixas contento misturas de casca de arroz carbonizada e folhiço moído durante um período de 30 a 60 dias, quando então ocorre o transplante definitivo para o vaso. Outros substratos como vermiculita (n=3) e carvão (n=3) também foram citados. Após o transplante, explicitaram que o broto demorava em média de 12 a 18 meses para a emissão de um novo escapo floral, estando assim apto ao comércio. Usualmente considera-se que os representantes de bromeliáceas emitem de dois a três brotos durante sua vida (PAULA, 2000; CARVALHO, 2008; SOCIEDADE BRASILEIRA DE BROMÉLIAS, 2009). Porém, houve relatos de produtores (n=6) sobre a produção de 6 a 8 brotos, desde que efetuada a remoção sistemática todas as vezes que o broto atingir o tamanho recomendado. Segundo os entrevistados esta ação, promove a manutenção do estado vegetativo da planta, favorecendo a emissão de novos brotos. 3.3.4.3 Propagação in vitro O cultivo de bromélias a partir da obtenção de mudas de propagação in vitro foi observado nas áreas de produção de Colombo, Guarapuava, Cascavel e Apucarana (n=4) e representa aproximadamente 5% da produção. Este método consiste na compra pelos produtores paranaenses de mudas com idade entre 6 a 12 meses e que são oriundas na maioria das vezes de laboratórios de micropropagação do Estado de São Paulo. As variedades mais cultivadas por este método eram Vriesia hieroglífica, citado como de boa aceitação como folhagem, não necessitando da emissão do escapo para sua comercialização, (n=2) e Guzmania lingulata, indicado como de elevado valor comercial (n=4), sendo a bromélia de interior identificada como de maior preço de venda entre as produzidas no Estado (R$20,00) Explicitaram que as mudas eram recebidas em raiz nua ou em bandejas de 50 células contendo pouca quantidade de substrato e eram plantadas direto nos vasos. Para o plantio no vaso, era utilizado substrato comercial (n=4); procedendose novos transplantes, na medida em que as plantas cresciam e não eram comercializadas. 11 Entre os motivos para a adoção deste método de propagação, indicou-se a menor temporalidade para as mudas atingir ponto comercial (n=4), padronização da produção (n=3), procedência e origem das mudas (n=2). 3.3.5 Substrato O substratos usados nos cultivos de bromélias no Paraná, relativo aos estágios iniciais via semeadura, foi relatado pelos entrevistados (n=16) como substrato comercial adquirido junto ao comercio local. Porem nas outras fases não foi observado o mesmo procedimento, nos estágios de crescimento em desenvolvimento das mudas, na maioria dos casos (n=12) era elaborado nas próprias propriedades e sem a análise de solos, com materiais que se encontram disponíveis nas propriedades. Vários produtores (n=12) desconheciam as características físico-químicas dos substratos por eles preparados, sendo também desconhecidas as recomendações preconizadas na literatura especializada, especialmente no que se refere quanto a PH e capacidade nutricional do substrato. Os materiais mais comumente usados eram: serapilheira moída (n=6), esfagno (n=5), casca de pinus humidificada triturada (n=3), húmus peneirado (n=3), casca de arroz carbonizado (n=4), casca de coco (n=3), solo ou subsolo acrescido com adubos formulados (NPK) ou substratos comerciais (n=7). Observou-se também como prática comum a mistura entre dois ou mais dos substratos citados em partes iguais, muitas vezes acrescidos de adubos orgânicos, como estrume de carneiro, gado entre outros de fácil obtenção nas propriedades (n=8). De acordo com alguns dos entrevistados (n=4) a mistura de casca de arroz carbonizado (em proporções entre 30 e 70%) associada ao solo, outros substratos e adubos químicos complementares tem apresentados resultados satisfatórios (Figura 6). Os produtores da região central do Estado nos municípios de Ortigueira e Mauá da Serra (n=3) indicaram usar tradicionalmente, como substrato para as bromélias, a serapilheira retirada das florestas, acrescentando esfagno (musgo), que apresenta grande disponibilidade na região produtora. 12 3.3.6 Adubação Independentemente do tipo de produto ou técnica de adubação aplicada, esta foi registrada como sendo efetuada de maneira homogênea nas propriedades visitadas. Ou seja, sem especificação quanto à espécie ou grupos de espécies, devido à comodidade da aplicação do adubo, segundo os entrevistados. Na maior parte das propriedades visitadas (n=8), a adubação de crescimento das bromélias ocorria com o uso de formulados NPK, sendo as formulações mais usadas a 10-10-10 e 4-14-8, média usual de uma colher de chá/planta em disposição mensal ou bimestral no solo. O uso da adubação foliar de forma periódica foi registrado em poucas propriedades (n=4). 3.3.7 Pragas e doenças Não foi registrado qualquer tipo de doença nos representantes das bromeliáceas cultivadas na totalidade das propriedades visitadas. Entretanto a ocorrência de pragas foi registrada em todos os cultivos visitados (n=19) e em todas as fases de crescimento da planta, sendo as fases iniciais como de maior suscetibilidade ao ataque de insetos. Varias pragas foram reportadas como associadas às espécies de bromélias cultivadas no Paraná, citando-se entre estes pulgões, lemas, formigas, besouros, trips e cochonilha. A exceção do trips todas são pragas também reportadas em outras regiões do país como as mais incidentes em cultivos de bromélias (ver: PAULA, 2000; PAULA e SILVA, 2004; SOCIEDADE BRASILEIRA DE BROMÉLIAS, 2009; CARVALHO, 2008). Dentre estas pragas, pulgões e formigas, foram relatados como promotores de danos significativos, especialmente nas fases iniciais. O ataque de trips foi mencionado associado ao período de emissão de inflorescência. A cochonilha foi reportada em apenas algumas propriedades (n=4), ressaltando-se que esta não determinava danos significativos às espécies cultivadas. Um grave problema relatado pelos produtores foi a quase inexistência de inseticidas registrados para uso em bromélias ornamentais. Assim, a alternativa adotada comumente é o uso de pesticidas recomendados para a cultura do abacaxi. 13 Segundo os entrevistados (n=12), o inseticida Malathion, devido ao seu amplo espectro de controle das pragas era o mais utilizado, seguido pelo uso dos inseticidas do tipo piretroide e Bacillus thuringiensis. Em algumas propriedades (n=6), verificou-se o uso mensal de inseticidas buscando o controle preventivo de insetos independentemente da ocorrência de danos. Em outras propriedades (n=9), o controle de pragas ocorria após a confirmação da presença do inseto. O controle de pragas realizado com inseticidas orgânicos elaborados pelo próprio produtor também foi verificado (n=4). O controle destas pragas foi mencionado de modo especifico para cada caso, tendo sido relatado pelos entrevistados o uso de Malathion de para controle de pulgões e trips. A lesma o controle das lesmas era feito com a coleta manual das pragas, com armadilhas atrativas ou ainda com a aplicação do inseticida biológico Bacillus thuringiensis. O controle das espécies de besouros Metamasius calizoma e Metamasius quadrilineatus, denominados pelos agricultores de lagarta do miolo das bromélias, era feito com o uso de inseticidas piretroides sistêmicos. O controle das formigas era efetuado com o uso de iscas formicidas (n=11). O controle da cochonilha era feito com o isolamento das plantas atacadas e a posterior lavagem das áreas afetadas com óleo mineral ou calda de fumo de corda com sabão de coco, foi também observado o tratamento com o inseticida Malathion. 3.3.8 Preparo para comercialização De modo geral a preparação para o comercio consiste em limpeza do vaso e posterior retirada das folhas velhas, manchadas ou quebradas. O colorido das folhas de algumas espécies produzidas no Paraná foi reportado por alguns produtores (n=9) como um atrativo para os consumidores, sendo, portanto, possível sua comercialização sem a inflorescência. Para facilitar a venda, nestes casos, alguns agricultores (n=5) indicaram proceder ao “banho de brilho”, ou seja, a aplicação de uma fina camada de maionese nas folhas. Desta forma as folhas se tornam reluzentes e despertam a atenção dos consumidores. No caso de bromélias com margem foliar com espinhos, alguns produtores (n=4) explicitaram executar a prática por eles denominada de “toalete”, que é retirada dos pequenos espinhos com uma tesoura. Segundo eles esta ação evita a rejeição do consumidor e amplia o potencial de comercialização destas espécies. 14 Observou-se em três propriedades na região de Ortigueira e Mauá da Serra o uso de nó de pinho (Figura 7) e porunga (Figura 8), como vaso ornamental para bromélias, com finalidade de agregar valor a muda. 4. DISCUSSÃO Como um dos fatores altamente positivos da produção de bromélias do Paraná, cita-se a predominância de cultivo de espécies nativas, várias destas com algum nível de ameaça de extinção em ambiente natural. A comercialização destas espécies advindas de cultivo certamente alivia pressões extrativistas. Outro aspecto importante a considerar é que o cultivo destas bromélias insere-se num contexto de pluriatividade rural, favorecendo pequenos agricultores a incrementar seu rendimento familiar. De modo geral, o cultivo de bromélias no Paraná, pode ser classificado como de baixo padrão tecnológico, estando na maioria das vezes em desacordo com as recomendações agronômicas disponíveis na literatura técnica pertinente. Dentre os principais desacordos cita-se especialmente a infra-estrutura de produção, que não atendia as especificações mínimas, determinadas para as espécies produzidas. Ou seja, praticamente não se verificou: 1. Estufa em posição adequada em relação ao sol e ao vento e com altura mínima de 2,70 m para facilitar a circulação do vento, 2. Uso de adubos foliares mensais, 3. Uso de telas para sombreamento entre 35 e 70% e 4. Uso de adubos químicos baseados em analise de solo (ver: PAULA, 2000; PAULA e SILVA, 2004; ENGLERT, 2000; CARVALHO, 2008). O modelo adotado pelos produtores paranaenses copia o modelo paulista de produção de bromélias, que personifica a incessante busca pela padronização da produção. Esta exigência teve maior relevância a partir dos anos 70, derivada do modelo Fordista e Taylorista, que buscavam a uniformização da produção, ao mesmo tempo em que ocorria a redução dos custos (CHIAVENATO, 2004; MAXIMIANO, 2005). Na agricultura desafiou os fenômenos biológicos e a diversidade das condições edafoclimáticas, culminando na produção de massa das “commodities”, se transformando em quase uma obsessão no meio agrícola (BONNY, 1993). Porém, este modelo não é possível de ser replicado no Paraná nas condições atuais. A produção paulista, em sua maioria, é oriunda de grandes 15 produtores e nestes cultivos a produção é organizada por espécie individualizada em estruturas de produção (estufas). Entretanto, no Paraná a média é de cinco diferentes espécies cultivadas por estrutura de produção, que na maioria das vezes é a única disponível na propriedade. As demandas ecológicas no que se concerne a temperatura, irrigação e nutrição não são homogêneas para todas as espécies. Segundo ENGLERT (2000), é necessário conhecer as bromélias quanto ao hábito, o comportamento em sistemas de cultivo e a necessidade de nutrição de cada espécie, fatores considerados essenciais na qualidade da produção. No entanto, estes fatores eram pouco atendidos nos cultivos visitados. Como exemplo da heterogeneidade de demandas, cita-se as espécies Aechmea nudicaulis Griseb e Vriesia incurvata Gaud. Enquanto a primeira é uma espécie heliófita com necessidade de luminosidade de aproximadamente 100.000 lux, a segunda espécie é esciófita e demanda apenas 27000 lux.. Entretanto, em várias propriedades visitadas estas eram cultivadas no mesmo ambiente lumínico. Entre os problemas ocasionados pela oferta de luminosidade inadequada, registram-se a perda de coloração da inflorescência, estiolamento das folhas, surgimento de podridão no miolo, folhas ressecadas, curtas, manchas de queimaduras de sol, plantas anãs e alteração no formato da roseta central da planta (PAULA, 2000; PICO; BARRERA, 2003; PAULA; SILVA, 2004; JIMENÉZ et al., 2007; CARVALHO, 2008). Esses danos foram freqüentemente observados nos viveiros paranaenses. Outro exemplo refere-se a Nidularium inocennti Lemaire e Vriesia incurvata Gaud, em relação as estratégias nutricionais. A primeira é classificada como terrestre e proto-tanque, por apresentar raízes funcionais bem desenvolvidas sendo sua principal forma de absorção de nutrientes. A segunda espécie é epífita e tanque dependente. Sua principal forma de absorção é via tricomas foliares e fitotelmo, sendo pouco depende das raízes. Portanto, se as estratégias de nutrição são diferenciadas, o substrato deveria obedecer às exigências de acordo com cada uma destas espécies. Porem, o cultivo destas espécies era feito sem diferenciação do substrato usado na maioria das propriedades visitadas. Esta padronização usual dos substratos nos cultivos paranaenses contraria a literatura técnica (ver: PAULA, 2000; PAULA; SILVA, 2004; SOCIEDADE BRASILEIRA DE BROMÉLIAS, 2009; CARVALHO, 2008). Esta recomenda observar as estratégias nutricionais de cada espécie, a exemplo as plantas classificadas como prototanques, cuja captação de 16 nutrientes se vale principalmente das raízes funcionais. Para as plantas classificadas como tanque dependentes, a absorção dos nutrientes ocorre acentuadamente pelos tricomas foliares existentes em suas folhas. Paralelamente, ocorre também pelas raízes que são menos desenvolvidas que as das espécies prototanques. As espécies classificadas como atmosféricas, diferentemente das outras estratégias nutricionais descritas, tem os tricomas foliares como principal via de absorção de nutrientes (DEMATE, 2005), sendo as raízes apenas para fixação. Adicionalmente, sabe-se que a natureza do substrato disponível para as bromélias influencia no aspecto da planta, alterando tamanho e coloração das folhas, assim como a morfologia das flores (GERHARD, 1997; RIZZINI, 1997; BENZING, 2000). No entanto, a realização da análise de solo foi registrada como ação pouco praticada nas áreas de produção visitadas. Em geral, ocorria o aproveitamento de materiais disponíveis para a elaboração de substratos a serem usado nas bromélias, sendo que a maioria absoluta dos produtores desconhecia os valores nutricionais dos substratos por eles preparados e homogeneamente utilizados. Da mesma forma, não é recomendado que a adubação também seja homogênea. Há que se considerar as especificidades de cada espécie quanto a sua forma de absorção. Como exemplo, cita-se Vriesia carinata Wawra cuja principal forma de absorção de nutrientes é através das raízes, enquanto Tillandsia stricta Solander tem nos tricomas foliares sua principal forma de absorção de nutrientes. No entanto, nas propriedades onde se registrou o cultivo destas, a adubação com base em NPK ou adubo foliar, era efetuada para as duas espécies de forma idêntica. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A padronização de cultivo, embora facilite os tratos culturais e exija menos mão de obra do produtor, não contempla as necessidades individuais de cada espécie acerca de luminosidade, substrato e tratos culturais entre outros aspectos. Condições inadequadas de cultivo determinam obtenção de produtos de menor qualidade e com menor potencial de comercialização. Desta forma para atender o exigente mercado de plantas ornamentais é essencial que o produtor busque selecionar as espécies que cultiva de acordo com as disponibilidades de condições que ele possui, e quando possível que estabeleça 17 diferentes segmentos de produção com características especificas para atender grupos de espécies com demandas comuns. 6. REFERÊNCIAS ADAMI, R. I Seminário Paranaense de bromélias. Folha De Guaratuba, Guaratuba, Guaratuba, 21 de outubro de 2000, p.8. ANACLETO, A., CASAGRANDE, A., LORENCENA, D. A., WEBBER, S. 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Figura 1: Municípios produtores de bromélias no Estado do Paraná: Guaratuba (1), Paranaguá (2), Morretes (3), Antonina (4), Tijucas do Sul (5), Colombo (6) Curitiba (7), Porto Amazonas (8), Ortigueira (9), Mauá da Serra (10), Apucarana (11), Guarapuava (12), Cascavel (13), Foz do Iguaçu (14) e São Jose dos Pinhais (15) Figura 1: Bromeliads producers municipal districts in Paraná State: Guaratuba (1), Paranaguá (2), Morretes (3), Antonina (4), Tijucas do Sul (5), Colombo (6) Curitiba (7), Porto Amazonas (8), Ortigueira (9), Mauá da Serra (10), Apucarana (11), Guarapuava (12), Cascavel (13), Foz do Iguaçu (14) e São Jose dos Pinhais (15) 21 Tabela 1. Espécies de bromélias cultivadas no Estado do Paraná Table 1. Bromeliads species cultivated in Paraná State 1 Hábito: Epífita (E); Epífita facultativa (EF); terrestre (T;); Não identificado (NI). ambiental: Esciófita (ES); Mesófita (M); Heliófita (H); Não identificado (NI). 3 Estratégia nutricional: Tanque dependente (TD); Proto tanque (PT); Atmosférica (A); Não identificado (NI). 4 Vulnerabilidade: Criticamente em Perigo (CR)*; Em Perigo(EP)*; Vulnerável (VU)*; Não vulnerável (NV); Espécie exótica (EE); Não identificado (NI) *Conforme Martineli et al. (2008). 5 Tipo de estrutura de cultivo: Estufa (E); Estrutura rústica (R); Cultivo sob dossel (D) (OBS* Alguns produtores possuem dois tipos de cultivo) 6 Propagação: Semente (S), Divisão de touceira (DT); Micro propagação (MP) 7 Substrato: Substrato comercial (SC); Casca de arroz carbonizada (CA); Materiais disponíveis na propriedade (folhiço, serragem, musgo etc) (DP); Casca de coco (CC); Pinus humidificado (PH); Misturas com terra com adubo orgânico (MT); Substrato comercial e outras misturas (SCM). 8 Adubação: com base em analise de solo (AS); Foliar (F); NPK (NPK); Nitrogenado (N); Mensal (M); semanal (S); bimestral (B); Não registrado ocorrência (NRO). 9 Pragas: Formigas (FOR); Lesmas (LEM); pulgão (PUL); trips (TRI); cochonilha (COC); Besouros (BES); Não registrado ocorrência (NRO) 10 Tratos culturais: Inseticida mensal (IM); inseticida ocasional (IO); Toalete (TOA) 2 Exigência E/T M PT NV 500 1,37 S MT=4 NRO S SCM=2 NRO LES FOR FOR Tratos culturais10 2 R=3 D=1 R=2 Pragas9 1,54 Adubação8 4 560 Substrato7 Produção unidade NV Propagação usada6 PT Vulnerabilidade4 Nutrição3 Exigência Ambiental2 ES Estrutura de cultivo5 E/R Representatividade (%) Aechmea chantini (Carriere) Baker ES, RJ,SP, PR, SC, RS Colombia Características do cultivo no Paraná Produtores (n) Aechmea caudata Lindm. Hábito1 Distribuição Generalidades sobre as espécies IO (2) IO (2) 22 MP RJ E/R M TD NV SP, PR, SC, RS T/E M PT NV Aechmea fasciata (Lindl.) Baker PR, SC, RS, PB, PE, MG, ES, RJ, SP RJ, SP, PR, SC EF H PT VU E/S M PT NV R H TD EP NI NI NI NI Costa Rica NI E ES TD Costa Rica Colômbia Costa Rica E ES TD EE EE 2 1,37 D=2 5 3,85 4 1,51 5 3,30 1 1,37 E=1 R=2 D=2 R=2 D=2 E=2 R=3 E=1 1 1,37 1 S DT MP S DT S DT MT=2 NRO IO (2) PH=1 DP=2 MT=2 DP=2 MT=2 MT=5 NPK=2B LES FOR NRO IO(2) AS=1 LES FOR BES MT=1 NPK=1B LES IO (1) E=1 MP DT MP SC=1 F=1M IM (1) 0,82 E=1 MP SC=1 F=1M 1 1,37 E=1 MP SC=1 F=1M 4 1,51 R=2 D=2 DP=2 MT=2 NPK=1B 4 1,65 FOR IO (1) 6,61 F=3M NRO TOA 14 8,26 NPK=6M NPK=3B 5,51 S DT NPK=4B LES FOR TRI NRO IM (4) IO (6) 9 DP=2 MT=2 DP=6 MT=1 PH=2 SCM=3 DP=7 MT=4 DP=6 MT=3 NPK=1B 9 5 3,44 R=2 D=2 E=2 R=2 D=4 E=3 R=7 D=4 E=1 R=4 D=4 R=3 D=2 S DT MP S LES FOR LES FOR LES FOR LES S DP=5 F=3M NRO IO (1) 1 0,82 E=1 MP SC=1 F=1M FOR IM (1) 5 1,65 S MT=5 NRO 6,88 S DP=6 MT=3 AS=1 F=3M 5 2,34 E=2 R=3 S DP=3 MT=2 F=1M LES FOR FOR LES PUL FOR LES IO (2) 9 R=4 D=1 E=2 R=8 S DT S NRO 500 300 E ES TD EE Guzmania scherzeriana Mez 500 ES,RJ E/T ES TD NV ES,RJ E/T M TD EP Neoregelia carolinae (Beer) L. B. Smith 550 Neoregelia compacta (Mez) L.B.Smith 600 BA, ES, RJ, SP EF M TD VU BA, RJ, SP, PR, T/E SC, RS ES PT EP BA, ES, RJ, SP, PR, SC, RS ES PT NV CE, PB, PE, AL, E SE, BA, MG, ES, RJ, SP, PR, SC Peru E H A NV H PT EE BA, ES, RJ, SP, E PR, SC BA, MG, ES, E RJ, SP, PR, SC, RS PE, BA, ES, RJ, E SP, PR, SC, RS M TD NV Neoregelia cruenta (R. Graham) L.B. 2400 Nidularium innocentii Lem. 3000 E/T Nidularium procerum Lindman Vriesia flammea L.B. SM IO (2) 500 Guzmania blassii Rauh Vriesia carinata Wawra. LES 1200 Criptantus spp Vriesia atra Mez. NPK=1M 550 MG,RJ Tillandsia cyanea Linden ex K. Kock SC=2 1400 Alcantarea Imperialis (Carriere) Harms Tillandsia stricta Solander R=2 500 Aechmea ornata Baker Guzmania lingulata (L.) Mez 1,37 500 Aechmea gamosepala Wittmmack. Aechmea nudicaulis (L) Griseb. 2 2000 S DT S DT TOA IM (2) IM (1) IM (1) IO (1) TOA 1250 300 600 M TD NV H TD EP 2500 850 IM (3) IO (3) IO (3) 23 Vriesia friburgensis Mez. PE, BA, MG, E/R ES, RJ, SP, PR, SC, RS PE, AL, BA, E MG, ES, RJ, SP, PR, SC, RS H TD VU H TD VU ES, RJ, SP, PR M TD CR R=3 D=2 S MT=5 NRO LES FOR IO (3) 5 2,75 R=3 D=2 S DT MT=2 DP=3 NRO IM (1) IO (2) 2 1,37 16,6 S DT S DT MT=1 DP=1 SCM=4 DP=14 NRO 19 R=1 D=1 E=7 R=8 D=4 9 6,61 E=2 R=3 D=4 S 12 6,88 E=3 R=5 D=4 S DT CC=1 DP=6 SCM=1 MT=1 SCM=2 DP=6 MT=3 PH=1 PUL LES BES COC FOR LES FOR LEM PUL TRIP COC LES FOR COC 1000 E Vriesea hieroglyphica (Carrière) E. Morren 500 RJ, SP, PR,SC,RS E ES TD VU MG, ES, RJ, SP, PR, SC E ES TD NV CE, BA, MG, E ES, RJ, SP, PR, SC, RS M TD VU RJ, SP, PR, SC, E/T RS M Vriesia incurvata Gaud. 6000 Vriesia inflata Wawra 2400 Vriesia platynema Gaud. AS=1 F=4M NPK=6M NPK=4B N=1 F=3M F=4M NPK=3M NPK=2B 2500 TD VU TD VU TD EE Vriesia philippocoburgii Wawra Vriesia splendens Len. 1,87 680 Vriesia gigantea Gaud. Vriesia rodigasiana E. Morren. 5 FOR LES PUL TRIP BES COC FOR LES COC IM (1) IM (6) IO (6) IO (4) IM (4) IO (3) 5 2,48 R=2 S DT MT=3 DP=2 NRO IO (3) 5 1,79 R=4 D=1 S MT=5 NRO LES FOR IO (2) 4 1,65 E=2 R=2 S DP=2 MT=2 NPK=1M NPK=1B LES FOR PUL IM (2) IO (2) 900 CE, PE, BA, E ES, RJ, SP, SC, PR, RS Estados Unidos E Suriname ES 650 M 600 36290 24 A) Nidularium inocennti B) Vriesia incurvata D) Vriesia carinata E) Vriesia platynema G) Nidularium procerum H) Neoregelia cruenta C) Vriesia inflata F) Aechmea niducaulis I) Tillandzia strica Figura 2 (A-I). Espécies de bromélias mais cultivadas no Estado do Paraná Figure 2 (A-I). The most cultivated Bromeliads species in Paraná State 25 Figura 3. Cultivo protegido de bromélias no município de Colombo Figure 3. Protected cultivation of bromeliads in Colombo municipal district Figura 4. (A) Viveiro de produção de mudas de bromélias com cobertura de sombrite no município Matinhos. (B) Viveiro de produção de mudas coberto com filme plástico em Ortigueira Figure 4. (A) Vivarium of bromeliads seedlings production covered with black monofilament "sombrite" in Matinhos municipal disctrict. (B) Vivarium of bromeliads seedlings production covered with plastic films in Ortigueira municipal district. 26 Figura 5. Cultivo de bromélias sob dossel no município Guaratuba Figure 5. Bromeliads cultivation under canopy in Guaratuba municipal district Figura 6. Casca de arroz carbonizada como substrato no cultivo de bromélias no município de Guaratuba Figure 6. Carbonized rice peel as substratum in the bromeliads cultivation in Guaratuba municipal district 27 Figura 7. Bromélia comercializada em vaso de nó de pinho, observada no município de Mauá da Serra Figure 7. Bromeliad commercialized in pinewoods knot vase, observed in Mauá da Serra municipal district Figura 8. Bromélia comercializada em vaso de purunga (Lagenaria spp), observado no município de Ortigueira Figure 8. Bromeliad commercialized in Lagenaria vase (Lagenaria spp), observed in Ortigueira municipal district