- 23 - HÁBITOS ALIMENTARES DE MORCEGOS (MAMMALIA

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HÁBITOS ALIMENTARES DE MORCEGOS
(MAMMALIA: CHIROPTERA) DA REGIÃO NORDESTE DE GUARULHOS, SP
Eduardo Guilherme Santos; Maria Ester Chaves (Orientador) - Ciências Biológicas
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Palavras-chave: Chiroptera; dieta; frugivoria; insetivoria, Guarulhos
São conhecidas pelo menos 180 espécies de plantas cujas partes (frutos, néctar ou folhas) são
consumidas por morcegos no Brasil. Desse modo, em regiões de florestas fragmentadas com
grande interferência antrópica, o papel dos morcegos como dispersores de sementes é de
fundamental importância. Por consequência, trabalhos que visam conhecer acerca da dieta
desses animais podem trazer informações valiosas para trabalhos de reflorestamento. Esse
estudo visa relacionar as espécies de morcegos e seus hábitos alimentares em propriedades
particulares situadas na região Nordeste de Guarulhos. As capturas estão sendo realizadas
através de seis a nove redes de neblina (“mist net”) instaladas em trilhas na mata, em pontos
de potencial passagem dos morcegos. As capturas ocorrem preferencialmente em noites de lua
nova e minguante e duram as seis primeiras horas da noite. Os morcegos capturados são
colocados em sacos de pano para defecar, depois são analisados e posteriormente liberados.
Parte dos exemplares é encaminhada para a realização de exame do vírus da raiva. Em
laboratório, as amostras de fezes são removidas dos sacos de pano e acondicionadas em
eppendorfs com álcool 70%, etiquetados com número e data de coleta. Posteriormente, as
amostras fecais são analisadas sob lupa para separação e identificação das sementes e outros
itens alimentares contidos no material fecal. As sementes são separadas em morfotipos de
acordo com a morfologia e comparadas com a bibliografia disponível. Até o presente
momento, foram separados 21 morfotipos de sementes diferentes, dos quais 11 foram
identificados ao nível de família. Dentre as espécies de morcegos capturadas, as que
apresentaram maior diversidade de frutos consumidos foram: Artibeus frimbriatus (10
morfotipos), Sturnira lilium (08 morfotipos), Artibeus lituratus (06 morfotipos) e Carollia
perspicillata (05 morfotipos). Para essas espécies, os morfotipos já identificados mostram as
famílias Urticaceae (=Cecropiaceae), Solanaceae e Piperaceae como as mais consumidas
pelas espécies de Artibeus sp., Sturnira lilium e Carollia perspicillata, respectivamente.
Como era esperado, as espécies hematófagas Desmodus rotundus e Diphylla ecaudata traziam
apenas sangue digerido em suas fezes. Morcegos nectarívoros como Glossophaga soricina,
Anoura caudifera e A. geoffroyi apresentaram, por sua vez, polpa de frutos e, eventualmente,
insetos. Morcegos insetívoros do gênero Myotis apresentam fragmentos de insetos, ainda não
identificados. Considerando que famílias como Urticaceae incluem espécies de plantas
pioneiras, fica clara a contribuição desses animais nos processos de reflorestamento.
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