RONIS, Osvaldo. Geografia Bíblica. Rio de Janeiro: Casa

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GEOGRAFIA BÍBLICA II
O Mundo Bíblico Extra-Palestínico
REV. ELIAS FREIRE RANGEL
SEMINÁRIO TEOLÓGICO DO OESTE
Geografia Bíblica I
BIBLIOGRAFIA:
ANDRADE, Claudionor de. Geografia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 1987.
CÉSAR, Éber M. Lenz. HGB História e Geografia Bíblica. São Paulo: Candeia, 2001.
DANIEL-ROPS, Henri. A Vida Diária nos Tempos de Jesus. São Paulo: Vida Nova, 1991.
DOUGLAS, J.D. (Org.). O Novo Dicionário da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 1998.
DOWLEY, Tim. Pequeno Atlas Bíblico –– Mundo Cristão
MONEY, Netta Kemp de. Geografia Histórica do Mundo Bíblico. Miami: VIDA, 1989
RONIS, Osvaldo. Geografia Bíblica. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista.
TOGNINI, Enéas. Geografia da Terra Santa. Vol. 1. São Paulo: Louvores do Coração, 1987.
A PALESTINA
1 - Nomes:
1..1) CANAÃ - É o nome mais antigo, tomado do ancestral de seus primitivos habitantes,
Canaã, neto de Noé. Inicialmente restringia-se à região da Fenícia. Posteriormente, passou a
designar toda região entre o Jordão e o Mediterrâneo, tendo o Líbano ao N e o deserto
Arábico ao S. Sua largura é de 42 km e seu comprimento 88 km. Significa “terras baixas”.
1.2) Palestina - Este nome deriva do termo Filístia (terra dos filisteus). Inicialmente
designava uma região costeira ao Mediterrâneo, dos limites sul de Canaã até ao Egito.
Posteriormente, escritores como Plínio e Josefo utilizaram o termo para designar a região de
Canaã. É o nome mais usado da queda de Jerusalém até hoje.
1.3) Terra dos Amorreus - Expressão utilizada tanto no V.T. quanto em escritos profanos,
para designar a mesma área de Canaã. Os amorreus eram descendentes dos gavaneus.
1.4) Terra dos Hebreus - Há duas possibilidades: uma a de que o termo “hebreu” deriva de
um antepassado de Abraão chamado Heber (Gn 10.20 e 24): outra é a que o termo deriva de
Haber ou Habiru (que significa “o do outro lado”, ou “do além”) numa referência a Abraão
que veio de um país situado do outro lado do Rio Eufrates. E cuja descendência possui a
terra.
1.5) Terra de Israel - Inicialmente designava toda a região habitada pelos descendentes de
Jacó, depois da divisão em dois reinos, passou a designar o reino do norte. Hoje designa o
país Israel.
1.6) Terra de Judá ou Judéia - Primeiro era o nome da região habitada pela tribo de Judá,
depois passou a designar o reino do sul (Judá e Benjamim) e, depois do cativeiro babilônico,
toda a Palestina.
2
1.7) Outros:
- Terra Prometida.
- Terra Santa (Zc 2.10-12) – Até hoje o território de Israel é chamado “Terra Santa”.
2 - Localização:
A Palestina está localizada no continente asiático, a 30º de latitude norte. Em toda sua
parte ocidental é banhada pelo Mediterrâneo. Por sua localização privilegiada, era uma
espécie de centro de gravidade para o mundo antigo, rota obrigatória para o comércio entre o
N e o S entre oriente e o ocidente e era ainda cobiçada por quaisquer impérios em expansão,
tornando-a palco de constantes guerras e devastações.
3 - Limites e Topografia.
3.1 - Limites:
3.1.1 - Bíblicos
A Palestina limita-se ao N com a Síria e a Fenícia, a E com partes da Síria e partes do
deserto arábico ao S com a Arábia e a O com o Mediterrâneo.
3.1.2 - Atuais:
O moderno estado de Israel limita-se ao N com o Líbano, a E com a Síria e a Jordânia, ao S
com o Egito e a O com o Mediterrâneo.
A distância de Dã a Berseba, nos dias do AT, era de 225 km, e do Mediterrâneo à
entrada do deserto, a leste, cerca de 130 km, o que corresponde à uma área de 29.250 km2.
A área de Israel em 1966 era de 20.762 Km2. Depois da guerra dos seis dias (Junho
1967) passou para 89.351 km2, devido à anexação das áreas conquistadas como o Sinai,
Judéia e Samaria, as colinas de Golã e a faixa de Gaza.
Israel é um dos menores países do mundo.
4 – Subdivisões:
Os estudiosos da Geografia Bíblica dividem a Palestina em quatro regiões distintas:
4.1 - Orla Mediterrânea – Nos tempos bíblicos Israel possuia 418 km de costa. Suas
possessões começavam na fronteira com a Fenícia e iam até a terra dos filisteus. Jope era um
importante porto marítimo.
. do Líbano ao Carmelo.
. Planície de Acre ou Aco.
. Planície de Saron.
. Planalto da Filístia.
. Sefelá (= terras baixas).
4.2) Planalto Central – Corta toda a Palestina de norte a sul
. Galiléia Alta
. Esdraeslom.
. Jezreel.
. Samaria.
. Judéia.
. Negueve (expressão usada para designar o sul).
4.3) Vale do Jordão e Mar Morto – É o mais chocante contraste geográfico da face da Terra.
Vai de quase 3.000m acima do nível do mar até 400m abaixo dele.
3
. Do Hermon ao Vale de Hula.
. Do Vale de Hula ao Mar da Galiléia.
. Do Mar da Galiléia ao Mar Morto
. O Vale do Mar Morto.
4.4) O Planalto Oriental ou Transjordânia – É a porção que fica a L do Jordão. Tem como
limites: N = Damasco e o Hermon; O = o Jordão; L = o deserto arábico; S = Zerede.
. Terra de Golã ou Basã.
. O Hauram.
. Gileade.
. O Altiplano de Moabe.
4
- Topografia:
4.1- Planícies:
4.1.1 - Planície do Acre ou Aco - Fica no extremo Noroeste da costa israelense, e
estende-se até o Monte Carmelo. Irrigada pelos Rios Belus, ao N e Quisom, ao S, em sua
maior parte é composta por terras férteis. Por sorte coube à tribo de Aser, que não conseguiu
desalojar os cananeus que ali habitavam (Jz 1.31). Seu nome significa “areia quente”.
4.1.2 - Planície de Sarom - Localiza-se entre o Sul do Monte Carmelo e Jope, com 85
km de extensão e uma largura que varia entre 15 e 22 km. É famosa pelas flores, em especial
os lírios. Havia nesta região grndes pântanos que, por sua própria natureza, não permitia a
construção de estradas. Era em geral muito fértil. Seu nome significa ‘zona de bosques”.
Salomão em Ct 2.1e2, compara a Sulamita com os lírios e as rosas de Saron.
Produziam oliva, figo, uva e cereais. No AT encontramos Dor (Js 11.2) e Jope
(Jn 1.3) e no NT, Saronan e Lida, como cidades importantes. Os judeus reconstruíram Jope e
mudaram seu nome para Jafa. Ao N dali, construíram Tel-Aviv.
4.1.3 - Planície da Filístia ou Marítima - Situada entre Jope e Gaza, no Sudoeste de
Israel. Seu cumprimento é de 75 km e sua largura, 25. Era habitada pelos filisteus. Região
fértil, produzia cereais e frutas. As cinco principais cidades Filistéias: Gaza, Ascalom,
Asdode, Gate e Ecrom. Estas eram verdadeiras fortalezas. As três primeiras eram marítimas,
as outras não.
4.1.4 - Planície de Sefelá - situada entre a Filístia e as Montanhas da Judéia, é
composta por uma série de colinas baixas. Possui terra fértil onde colhem-se trigo, uvas e
oliva. É uma região política e economicamente importante. No AT era disputada por
israelitas e filisteus.
4.1.5 - Planície do Armagedom ou Jezreel ou Esdraelon - Embora seja classificada
como vale em várias passagens da Bíblia, a maioria dos geógrafos bíblicos a classificam como
Planície.
Encontra-se na confluência de 3 vales um dos quais o de Jezreel é o mais importante.
Localiza-se entre os Montes da Galiléia e os de Samaria e é a maior Planície de Israel, além
da mais bela.
É uma área estratégica para Israel, pois é uma via de comunicação entre Damasco e o
Mediterrâneo. Foi palco de grandes batalhas no período veterotestamentário.
4
Armagedom é um nome profético (Ap. 16:16, que significa montanha de Magedo ou
Megido), que está associado às sangrentas batalhas ocorridas próximo à cidade de Megido, ao
Sul da Planície. É nela que o povo de Deus sofrerá as mais lancinantes dores de sua História.
Jesus Cristo, todavia, escolheu esse lugar para reconciliar-se com os filhos de Israel. Quando
isso ocorrer livrar-se-ão, para sempre, de seu algozes. Tem 40 km de comprimento por 20 km
de largura. Foi o celeiro de Israel. Ali produzia-se em abundância devido às constantes
chuvas trigo, cevada, oliva, figo, legumes e verduras. Também rebanhos bovino e caprino
espalhavam-se aos milhares por suas terras.
Foi palco de guerras desde Nabucodornosor a Napoleão. Entre outros
acontecimentos sinistros destacam-se:
- Gideão venceu os midianitas (Jz 6.33 e 7.1)
- Sísera foi derrotado (Jz 4
- A morte de Saul e seus filhos (I Sm 31)
- A morte do rei Josias (II Rs 23).
4.1.6 - Outras Planícies - Há outras Planícies em Israel, tais como: as de Jericó, Dotam,
Moabe, Benezaré, etc, porém não têm importância bíblica.
4.2 - VALES:
Leia Dt 11.10 e 11.
4.2.1- Definição: Depressão ou planície entre montes ou sopé de um monte. O termo aparece
188 vezes no AT e 1 no NT. Há 4 palavras hebraicas para vale:
4.2.1.1 – Emeque ou bigá – designa uma vasta porção de terra entre montes ou um
vale profundo (Kanions). É abrangente, pode significar:
a – uma planície (Gn 11.2);
b – um vale (Is 40.4);
c – um lugar baixo e arenoso à entrada de um rio (Am 1.5); e,
d – as planícies mais baixas do Jordão (DT 34.1-6).
4.2.1.2 – Gay ou Ghe – designa uma garganta estreita e profunda. Também chamada
GEENA ou VALE DA SOMBRA DA MORTE (Sl 23.4)
4.2.1.3 – Nahal – designa os vales dos rios intermitentes. No árabe é Wadi.
4.2.1.4 - Shefelá – terreno baixo, em geral costeiro.
Os vales bíblicos receberam seus nomes a partir de fatos marcantes neles acontecidos:
a)
Acor = Perturbação
b)
Beraca = Bênção
c)
Aijalon = das gazelas
d)
Engain = pontes dos bezerros
e)
Engedi = ponte dos cabritos
f)
Seboim = das hienas
g)
Escol = cacho
h)
Soreque = vinho excelente
i)
Terebinto = das acácias.
A Palestina possui grande quantidade de vales (Dt. 11.10 e 11). Dentre estes destacamse:
4.2.2 – Principais vales:
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4.2.2.1 - Vale do Jordão - É o maior Vale da Palestina. Corta longitudinalmente o
Território de Israel. Começa no sopé do Monte Hermon, no norte, e segue até o Mar Morto,
no sul. É uma fenda geológica imensa. Está situado a 426 m abaixo do nível do Mar
Mediterrâneo. No seu ponto inicial mede apenas 100 m de largura. Alarga-se à medida que
segue para o sul, até atingir, próximo ao Mar Morto, 15 Km, de largura, passando a estreitarse novamente. Sua terra é extremamente fértil.
4.2.2.2 - Vale de Jezreel - Começa nas cabeceiras do ribeiro de Jalud e termina no
Vale do Jordão, próximo a Bete-Seã.
4.2.2.3 - Vale de Acor (= perturbação) - Localiza-se entre as terras de Judá e
Benjamim. Nele Acã e sua família foram apedrejados e queimados. Ali ficavam as fortalezas
de Midim, Secacá e Nibsan.
4.2.2.4 - Vale de Aijalom (= das gazelas) - Situado na região de Sefelá, a 24 Km a O
Jerusalém. Possui 18 Km de cumprimento por 9 de largura. Foi palco da célebre batalha de
Josué com os amorreus, na qual o sol parou, possibilitando uma grande vitória aos israelitas.
Foi neste vale que os romanos acamparam antes de destruírem Jerusalém e o templo em 70
d.C. Também chamado Gibeon (Js 10 e 12). É o lugar onde Judas Macabeu derrotou os
gregos.
4.2.2.5 - Vale de Escol - Extremamente fértil, produz, ainda hoje, uvas, romãs e figos.
Foi dessa região o cacho de uvas levado pelos espias. Situa-se próximo a Hebrom.
4.2.2.6 - Vale de Hebron - Localiza-se a 30 Km a SO de Jerusalém, possui 30 Km de
comprimento e está a 1.000 m acima do nível do Mediterrâneo. Nele Abraão habitou com sua
família, estando ali o sepulcro de Manre, onde a família patriarcal foi sepultada.
4.2.2.7 - Vale de Sidim - Localizado na extremidade meridional do Mar Morto, onde
ficavam as cidades de Sodoma e Gomorra.
4.2.2.8 - Vale de Siquém - Situado no centro de Canaã, entre os Montes Gerizim ao
sul e Ebal ao Norte. Tem cerca de 12 km comprimento. É fértil e possui muitas nascentes,
inclusive o “poço de Jacó” onde Jesus conversou com a samaritana.
4.2.2.9 - Vale de Basam - Não é citado na Bíblia. É provável que seja o vale do rio
Yarmuque, no nordeste da Palestina.
4.2.2.10 - Vale de Moabe - É o mais largo dos 3 vales que desembocam na planície de
Moabe. Localizada a NE do Mar Morto, essa região era habitado pelos filhos de Ló, que
muitos danos causaram aos israelitas.
4.2.2.11 - Vale de Cedrom (=negro ou sombrio) – é um vale de rio intermitente. Em
Joel 3.2-12 é chamado “Vale de Josafá”. Josafá pode ser traduzido por “Deus julgou”, daí ser
chamado de “Vale do Juízo Final”. Hoje seu nome é “Vale do Fogo”. Separa Jerusalém do
monte das Oliveiras.
4.2.2.12 - Vale de Hinom (ou dos Filhos de Hinom) – fica ao S de Jerusalém, junto à
Porta do Oleiro (Jr 19.2). Nele estava a sede do culto a Moloque, associado a outros deuses
pagãos, adorados por Acás e Manassés (II Cr 28.3 e 33.6). Josias o tornou imundo ao cobri-lo
6
com ossos humanos (II Rs 23.10-16). Jeremias o condenou e o chamou “Vale da Matança”
(Jr 7.31-32). Nele após o exílio queimavam-se cadáveres de criminosos e de animais.
Obs.: Há inúmeros outros pequenos vales, porém sem grande expressão.
4.3 - PLANALTOS
4.3.1 – Definição: “Grande extensão de terreno plano ou pouco ondulado, elevado, cortado
por vales nele encaixados.”
A Palestina possui 2 planaltos, com altitude média entre 650 e 1400 m. São eles:
4.3.2 – O Planalto Central - É uma extensão dos Montes Líbanos. Corta o centro da
Palestina de Norte para Sul. Subdivide-se em 3 partes:
4.3.2.1 – Planalto de Naftali - A parte Norte. É a região da Galiléia. Seus
montes alcançam 1.200 m de altura. É composto por montes e vales, fendas profundas
e barrancos e muitos acidentes geográficos. Muito procurado tanto por judeus como
por gentios, era conhecida como “Galiléia dos Gentios” (Is. 9.1 e Mt 4.15).
4.3.2.2 – Planalto de Efraim - A parte Central. É a região de Samaria..
4.3.2.3 – Planalto de Judá - A parte Sul. É ladeado por Betel e Hebrom.
4.3.3 – Planalto Oriental - Situa-se no lado oriental do Jordão. É um prolongamento
do anti-Líbano. É região fértil, propícia à agricultura (produzia trigo, cevada e legumes) e à
pecuária, as vacas de Basã eram famosas (Am 4.1). É também chamado de “Transjordânia”
ou “Montes de Gileade”. Divide-se em 3 partes:
4.3.3.1 – Planalto de Basam ou Auram - Estende-se do Monte Hermon ao Rio
Yarmuque. Produz trigo e possui excelentes pastagens. Há grande exuberância em suas
produtivas terras. É um celeiro para Israel e Síria.
4.3.3.2 - Planalto de Gileade - Situa-se entre o Rio Yarmuque e Hesbom, sendo
cortado pelo Rio Jaboque. (Jr 8.22). Mede 90 km por 30km. É a região central.
É
muitíssimo fértil. Rubem e Gade ficaram nesta região. No NT é chamado PERÉIA. Ali
ocorreram fatos marcantes:
- Jacó o Labão (Gn 31)
- A conquista da região por Moisés (Nm 21).
- Refúgio de Davi (II Sm 17.27-19).
- Morte de Acabe (I Rs 22).
4.3.3.3 – Planalto de Moabe - É região rochosa entre cortada por pastos verdejantes.
Situa-se a leste do Rio Jordão e do Mar Morto, até o Rio Arnon, medindo 96,5 x 57 km. Suas
terras eram secas e estéreis. Apenas em alguns pontos, onde havia rios intermitentes,
encontrava-se grande fertilidade. Noemi e Rute viveram ali (Rt 1.1-6).
4.4 – MONTES
4.4.1 – Definição: Elevação natural da terra. Aplica-se geralmente à uma eminência, mais ou
menos saliente. Menor que a Montanha e maior do que um outeiro. Estes nomes têm valor
relativo; às vezes a mesma elevação é designada, em alguns lugares por Montes e em outros
por Montanha. Monte é a tradução do Hebraico “Gibah” e do grego “Bounos”.
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4.4.2 - Montes Palestínicos:
4.4.2.1 – Montes de Judá –também chamados de “Montanhas da Judéia”. É o
mesmo que “Planalto de Judá” ou “Planalto Sul”. Começa em Betel e vai até Berseba, cerca
de 96 km. Sua altitude varia entre 300 e 1.120m. Jerusalém está à cerca de 800m de altura.
Essa região foi dada às tribos de Dã, Benjamim, Judá e Simeão.
Constituem-se numa série de elevações, separadas por vales onde correm riachos que
deságuam no Mediterrâneo e no Mar Morto. Os principais montes de Judá são:
a – Monte Sião – Localizado na parte Leste de Jerusalém, tem cerca de 300m de
altura, sendo o mais alto monte da região.
Era habitado pelos jebuseus, cuja capital era Jebus. Depois de conquistar a região e
desapossar os habitantes locais, Davi transferiu para ali a capital do Reino. Por sua altitude e
posição privilegiada, constitui-se numa fortaleza natural para Jerusalém.
Com a transferência da Arca para Sião, o Monte passou a ser considerado sagrado.
Nele Davi foi sepultado.
Após o exílio, onde o povo sentia saudade de seu santuário, o povo passou a
identificar-se com a mística Sião. Sionismo é um movimento judeu atual que visa à criação e
manutenção do Estado Judeu. A Igreja é considerada a Sião Celestial. Sião na Bíblia tem
vários significados:
- O monte mesmo (Sl 48.2);
- A cidade de Jerusalém (II Rs 19.21);
- O “Monte Santo” (Jl 3.17), devido a Arca do Senhor que nele esteve.
Depois que o templo foi construído no monte Moriá, este passou a
chamar-se também Sião. Por esta razão o AT registra o termo “Sião”
163 vezes e “Moriá” apenas 2 (Gn 22.2 e II Cr 3.1);
- Pode ser sinônimo do povo de Jerusalém, como comunidade religiosa
(Sl 126.1 e 129.5; Is 33.14, 34.8, 49.14 e 52.8).
Junto com Moriá e Oliveiras, Sião compõem o conjunto de montes sobre os quais está
assentada Jerusalém.
b - Monte Moriá - Localizado a leste de Sião, separado pelo Vale de Tiropeon. Sua
altura é de pouco menos de um terço do Sião.
Nesse Monte Abraão levantou o altar onde sacrificaria seu filho Isaque (Gn. 22:9-13).
O templo de Salomão foi construído nele.
Hoje, Moriá é chamado “Montanha das Lágrimas”, ali está o único pedaço do templo,
o Muro das Lamentações.
c - Monte da Tentação - Situado a 20 km a SE de Jerusalém, seu pico está a cerca de
100 m acima do nível do Mediterrâneo, porém, sua altura total é de cerca de 300 m. Isso se dá
por estar ele situado na depressão do Vale do Jordão. É árido e possui muitas cavernas, onde
os monges refugiavam-se para meditar. Seu nome advém da tradição de que nele Jesus foi
tentado.
4.4.2.2 - Montes de Efraim - São também chamado “Montes de Israel” e “Montes de
Samaria”. É a região montanhosa ocupada pelos efraimitas, metade dos manassitas e parte
dos benjamitas. É, geograficamente, o Planalto Central. Seus principais montes são:
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a - Monte Ebal - Situado a N de Siquém, atual Nablus, tem 300 m de altitude. É árido
e escarpado, daí seu nome Ebal, que em hebraico significa “Pedra”. Nele foram pronunciadas
as maldições (Dt. 11:29; 27: 1-13).
b - Monte Gerizim - É coberto por viçosa vegetação. Está situado a 940m acima do
nível do Mediterrâneo. Tem 230m de altura. Nele os samaritanos construíram um templo
para rivalizar com o de Jerusalém que estava sendo construído por Esdras e Neemias. Em 129
a.C. este templo foi destruído por João Hircano. Escavações recentes descobriram ruínas deste
templo espúrio.
Este Monte é chamado atualmente de “Jebel-Et-Tor” e continua sendo lugar de
adoração dos samaritanos. Eles dizem que foi nele que Abraão deu o dízimo a
Melquisedeque e que nele Abraão ia sacrificar Isaque.
4.4.2.3 - Montes de Naftali - São os montes que se encontram ao N da Terra Santa.
Abrange a região da Galiléia. Compreende os territórios de Aser, Zebulom, Issacar e Naftali.
Seus montes mais importantes são:
a - Monte Carmelo - É na realidade uma cordilheira de 30 km de comprimento e
largura oscilando entre 5 e 13 km. O ponto mais elevado tem 600 m. Nele Elias enfrentou os
profetas de Baal e os derrotou.
b - Monte Tabor - Localiza-se na Galiléia. Tem 320m de altura. É um monte solitário
na planície Esdraelon. Está a 10 km de Nazaré e 16 km do Mar da Galiléia e a 615m acima
do nível do Mediterrâneo.
Nele aconteceram as batalhas de Débora e Baraque e de Gideão. Também ali foi
edificado um templo pagão (Os. 5:1).
A partir do século III d.C., alguns teólogos influentes levantaram a hipótese de que a
transfiguração de Jesus deu-se no Monte Tabor. Por isso, a mãe de Constantino, Helena,
mandou construir 3 santuários ali: um para Jesus, um para Moisés e um para Elias. Hoje
porém, acredita-se que a transfiguração aconteceu no Monte Hermom.
Hoje o Tabor é chamado de “Jabol Al-tur”, pelos árabes e “Har Tãbhôr” pelos
israelenses.
c - Monte Gilboa - Localizado no SE da Planície de Jezreel, tem 13 km de
comprimento e largura variando entre 5 a 8 km. Situa-se a 543 m ou altitude.
Gilboa significa “Fonte Borbulhante” em hebraico. Nele morreram Saul e Jônatas em
batalha contra os filiteus. Daí o cântico de Davi em II Sm 1:21.Hoje é chamado “Jebel
Hatim”.
4.4.3 - Montes Transjordanianos ou Montes do Planalto:
4.4.3.1 - Monte Gileade - É, na realidade, um conjunto montanhoso que vai do sul do
Rio Yarmuque ao N do Mar Morto. É dividido ao meio pelo Ribeiro de Jaboque. Na parte
Sul está a montanha mais elevada, denominada pelos árabes de “Jebel Jilade”. Talvez esse
monte tenha dado nome à região, porém não há certeza.
Gileade foi a primeira conquista dos israelitas e tornou-se possessão da tribo de Gade.
O profeta Elias era originário desta terra. No que se refere ao nome, há, ainda, uma corrente
que acredita que a designação ocorreu quando do encontro entre Jacó e Labão. Labão
chamou o lugar Jegar-Saaduta e Jacó de Galeed (um autor aponta o inverso). Ambos
significam “montão de testemunho”. No NT essa região é chamada Peréia.
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Hoje pertence à Jordânia, porém, judeus ortodoxos a consideram eterna possessão dos
filhos de Israel.
4.4.3.2 - Monte de Basam - É um largo e fértil conjunto de montanhas. Seus limites
são: ao N o Hermon; a L deserto da Síria e Arábia. Ao S o Vale do Yarmuque; e a O o Jordão
e o Mar da Galiléia. Davi se refere a ele no Sl 68:15.
É, por sua fertilidade, considerado o celeiro de Israel eda Síria. Nos tempos de Abrão
essa região era habitada pelos refains , povo de elevada estatura, cujo último rei foi Ogue,
morto pelos judeus sob o comando de Moisés. O Sl 89:12, contrasta Basã com a habitação de
Deus em Sião.
4.4.3.3 - Monte Pisga ou Nebo - Localizado na planície de Moabe, tem 800m de
altitude e está situado a 15 km a E da foz do Jordão. Nele Moisés contemplou a terra
prometida e morreu (Dt. 34: 1-6).
Há autores que distinguem entre o Pisga e o Nebo , Éneas Tognini é um deles.
4.4.3.4 - Monte Peor - Situa-se próximo ao Nebo , a NE. Em Hebraico Peor significa
“Abertura”. Nele era adorado Baal-Peor.
Foi deste monte que Balaão abençoou Israel ao invés de amaldiçoá-lo (Nm. 23: 2824:25).
– A Visão Israelitas dos Montes
Para os Israelitas os montes:
- São símbolos da continuação eterna. (Dt 33.15)
- São símbolos de estabilidade. (Is 54.16)
- Exibem o poder de Deus. (Sl 65.6)
- Exibem a majestade de Deus. (Sl 68.16)
- Estremecem perante os Juízos de Deus. (Sl 18.7)
- São conclamados a encobrirem os culpados (Os 10.8)
- Alegram-se com a redenção de Israel. (Sl 99.8)
- Saltam para louvar ao SENHOR. (Sl 114.4,6)
- São símbolos de caminhos difíceis da vida. (Jr 13.16)
- São símbolos de obstáculos (Mt 21.21) e dificuldades (Zc 4.7), cuja
remoção somente pela fé (Mt 17.20).
4.5 – DESERTOS
4.5.1 – Definição:
Adj. = desabitado, despovoado, vazio.
Subst = Região árida e despovoada, com vegetação pobre, adaptada à escassez de chuva.
Lugar solitário.
O termo “deserto” aparece no AT 36 vezes como adjetivo e 284 como substantivo. No NT
aparece 12 vezes como adjetivo e 36 como substantivo. Há diversos termos bíblicos
traduzidos por “deserto”. Em geral referem-se, não só aos desertos propriamente ditos, como
também às regiões planas apropriadas à criação de gado. Os principais são:
 Yesimon = território desértico (Dt 32:10).
 Orbãh = Aridez, desolação total, ruína (geralmente usado pelos profetas para designar o
castigo divino) (Ez 5:14)
 Tohu = vazio (Jó 12:24 e Sl 107:40).
10
 Siyyah = Terra árida (Jó 30:3 e Sl 78:17).
 Arabá = Terra árida ou distante (Is. 33:9). Grego = Éremos e na Vulgata, Terra
Inhabitabilis.
 Migbar = Região plana propícia à criação de gado (II Sm 17:16); área de transição entre
vales e desertos (Gn 14:6); esterilidade e desolação (Is.14:17).
4.5.2 – Principais Desertos Palestínicos
Os principais desertos bíblicos situam-se ao Sul e ao oriente da Palestina. Dividem-se em
dois grupos:
4.5.2.1 – Deserto do Sinai - É um conjunto de desertos formando uma área de grandes
dimensões. Subdivide-se em: SUR, SINAI, SIM, BERSEBA, PARÃ, CADES e ZIM
4.5.2.2 – Deserto de Judá (Jz 1:16) ou Deserto da Judéia (Mt 3:1) - Situado ao norte e a
oeste do Mar Morto. Subdivide-se em:
Maon, Zife, En-Gedi - ao sul de Hebron e Mar Morto. Onde Davi fugiu de Saul.
Tecoa e Jeruel - mais para o norte. Em Tecoa Josafá venceu Amom, Moabe e Edom (II
Cr 20) e João Batista cresceu (Lc 1.80).
Jericó, Bete-Áven, Gabaon - Já bem ao N, nos termos de Benjamim. Jericó está situada em
um desfiladeiro rochoso que desce de Jerusalém (700 m acima do Med.) a Jericó (300 m
abaixo). Era propício à ação de salteadores. Bete-Áven situava-se próximo a Betel. Significa
“casa de vaidade”. (Os 4.15 e 10.5). Gabaon ou Gibeon, onde Josué venceu os 5 reis (Js
10.12 e 13)
4.6 – HIDROGRAFIA:
4.6.1 – Definição:
Hidrografia = “Hidro” = Água e “Grafhein” = Descrever. Assim, é a ciência que estuda todos
os corpos de água que há na superfície do globo. São seus objetos de estudo os oceanos,
mares, rios, lagos, geleiras e lençóis subterrâneos. Detém-se ainda, nas propriedades físicas e
químicas das águas. Encarrega-se também, da elaboração de cartas referentes às bacias
fluviais, leitos de rios e lagos e fundos de mares e oceanos.
O sistema hidrográfico de Israel é dos mais pobres do mundo. Desde os tempos dos
patriarcas a terra luta com a escassez das chuvas. Choveu em Israel em 1972 e somente em
1976 voltou a chover. Tal escassez se deve ao fato de que 50% do território de Israel são
compostos, apenas pelo deserto de Negueve. O problema da escassez de chuvas só é menos
sentido no litoral, onde chove com mais freqüência.
Devido a isto, a utilização dos parcos recursos híbridos é questão fundamental para o Estado
de Israel e sua existência.
A hidrografia da Palestina pode ser dividida em 3 partes, a saber: Mares, Lagos e Rios.
– Mares
4.6.2.1 – Definição:
Mar – é a massa de águas salgadas do globo terrestre, cada uma das porções em
que estão divididos os oceanos, e grande massa de águas salgadas situada no interior dos
continentes.
Para os judeus, “mar” era qualquer grande massa de água. Eles consideravam-no criação
do Senhor. (Sl. 24:1 e 2; Jó 38:8-11). Daí o lago da Galiléia ser chamado de Mar.
4.6.2.2 – Mar Mediterrâneo:
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Este não era o nome utilizado na antiguidade. Os gregos o chamavam “O Grande Mar” e
os romanos “Internum Mare”. A Bíblia o denomina:
- “Mar Grande” (Js. 1:4).
- Mar Ocidental (Dt. 11:24).
- Mar dos Filiteus (Ex. 23:31).
- Mar de Jafa (Ed. 3:7).
O termo mais empregado na Bíblia , porém, é “O Mar”.
O Mediterrâneo banha, a Europa Meridional, a Ásia Ocidental e a África Setentrional.
É o maior dos mares internos. Sua extensão é de 4.500 km e sua superfície de 3 milhões de
km2. Rios famosos nele deságuam ainda hoje possui grande importância econômica. Portos
importantes como: Barcelona, Nápoles, Beirute, Alexandria, Constantinopla, etc., situam-se
às suas margens.
Toda a costa ocidental da Palestina é por ele banhada. Especialmente na costa de
Israel, é de pouquíssima profundidade, ocasionando, por um lado a impossibilidade do
desenvolvimento do comércio marítimo (daí o fracasso das tentativas de Salomão I Rs 9:26 e
de Josafá II Cr. 20:36) e, por outro , uma eficiente proteção natural contra ataques dos
inimigos (Alexandre, Pompeu, a primeira cruzada, Napoleão, etc, para invadir Israel, tiveram
que partir do Egito).
Por este Mar Hirão enviou a Salomão madeira para o templo (I Rs. 5:8-10); Jonas foi
lançado nas águas; Paulo navegou para levar aos gentios o evangelho.
Famosas ilhas, referidas na Bíblia, estão situadas nele, como: Creta, Chipre e Malta.
4.6.2.3 – O Mar Morto
Na Bíblia recebe 3 nomes distintos:
a) Mar de Arabá (Dt. 3:17).
b) Mar Oriental (Dt. 3:17).
c) Mar do sal ou Mar Salgado (Js. 3:16)
A expressão “Mar Morto” aparece somente uma vez na Bíblia, em Ez. 47:8. Fora na
Bíblia recebe outros nomes:
a) Josefo o chama de “Mar de Asfalto”.
b) Os árabes medievais de “Mar Pestilento”.
c) O Talmud de “Mar de Sodoma”.
d) E ainda: Mar de Sodoma e Gomorra, Mar de Segor, Mar de Ló, etc.
e) Localiza-se na Foz do Jordão entre os montes de Judá e de Moabe, na mais profunda
depressão da terra (400m abaixo do nível do Mediterrâneo). Mede 76 km de comprimento.
Na direção Norte-Sul, e 17 km de largura máxima. Sua área é de 1.020 km2.
f) Devido a enormes jazidas de sal no sul e à intensa evaporação, este mar possui as águas
mais densas do mundo com 25 % de salinidade (nos oceanos a salinidade é de 6%). Não
há vida nessas águas.
g) Sua profundidade máxima é de 390m na parte norte. No sul, a profundidade varia entre 1
m a 2,5 m.
Mar Morto é uma reserva incalculável de riquezas:
 22 trilhões de toneladas de cloreto de magnésio.
 11 trilhões de toneladas de cloreto de sódio.
 07 trilhões de toneladas de cloreto de cálcio.
 02 trilhões de toneladas de cloreto de potássio.
 01 trilhão de tonelada de brometo de magnésio.
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Foto: missionários Leo e Paty da JOCUM Rio
Por não possuir nenhum escoadouro, o Mar Morto depende da evaporação para manter seu
nível, calcula-se em 5 milhões de toneladas o volume de água evaporada em 24 h.
O fato bíblico mais importante relacionado a este mar é a destruição de Sodoma e
Gomorra.
4.6.2.4 – O Mar da Galiléia:
Também chamado Mar de Quinerete (Nm. 31:11), Mar de Tiberíades (João 21:1) e Lago
de Genezaré (Lc. 5:1).
Com 24 km de comprimento por 14 de largura, é na verdade um grande lago. Sua
profundidade máxima é de 50 m. Está situado a 230 m abaixo do nível do Mediterrâneo. Suas
águas são doces, pois é formado pelo Jordão que, continua depois dele.
Nas suas margens encontram-se cidades famosas como Genesaré, Betsaida, Tiberíades,
Cafarnaum, etc.
O clima é agradável e propício à agricultura e pecuária. Este mar está intimamente ligado
à vida terrena de Jesus, como quando andou sobre as águas, acalmou a tempestade, proferiu o
sermão da montanha, etc.
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Foto: missionários Leo e Paty da JOCUM Rio
4.6.2.5 – Lago Meron ou Hula – significa “superior”. Mede 28 km de Norte ao Sul e
10 hm de Leste a Oeste. É um vale pantanoso, infestado de mosquitos transmissores da
malária. Entre a vegetação encontra-se o papiro vermelho, semelhante ao papiro egípcio. A
parte mais salubre do lago mede 8 por 6 km, que é o trecho mais ao Sul. O Jordão nasce,
formado por três correntes oriundas do monte Hermon, 18 km antes do Meron, a 150m acima
do nível do mar. O Meron está a 68m acima nível do Mediterrâneo. Hoje não mais existe.
4.6.3 – Rios
4.6.3.1 – Jordão
O nome – para alguns estudiosos seu nome significa “o que desce”, em função do
verbo hebraico YARAD = descer. Para Jerônimo, é a combinação de duas palavras hebraicas:
YE = rio e OR = Dã, significando “rio de Dã”. Para outros deriva da palavra iraniana YARDANUS = rio anual.
O rio – é um rio de percurso curto (200 km da nascente ao Mar Morto). Começa
quando 3 pequenas correntes de água se encontram 14 km antes do Merom. São suas
nascentes. Seus nomes são: NAHR-BANIAS (derivado de PANIAS, deus da fertilidade);
NAHR-LEDÃ, que é a fonte central; e NAHR-EL-HASBANI.
O curso – o Jordão, propriamente dito, começa a cerca de 14 km ao N do Vale de
Hula, a mais ou menos 150 m acima do nível do Med. Do Merom (68 m acima do Med.) ele
sai para, depois de uma descida vertiginosa por uma vale estreito e acidentado, entrar no Mar
da Galliléia, 212m abaixo. Do S da Galiléia ao N do Mar Morto, são aproximadamente 117
km em linha reta. Porém, devido ao traçado sinuoso de seu leito, ele percorre 351 km, sempre
abaixo do nível do Med..
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Características:
Corredeiras – entre o Mar da Galiléia e o Mar Morto, o Jordão possui 27 corredeiras
grandes e perigosas e 80 menores.
- Águas – barrentas e violentas.
- Largura – entre 11 e 60 metros.
- Profundidade – 1 a 5m.
- Temperatura – de 25 a 40 graus.
- Vegetação – nos dias bíblicos no vale havia um denso bosque, onde viviam
até leões (Jr 12.5; 49.19 e 50.44). Hoje, à exceção de alguns plantios de
cereais, é morto e desnudo, havendo apenas escassas árvores.
- Volume de água – ele lança no MM 200 m3/s; 12.000 p/min; 720.000 p/h;
17.280.000 a cada 24h, em média.
Afluentes – do lado oriental há somente 2 afluentes: o Iarmuque e o Jaboque, ainda
que existam 9 outras correntes perenes que dasaguam no Jordão. Do lado ocidental, apenas o
Querite pode ser considerado como afluente.
Iarmuque (ou Ieromax para os gregos) – é o maior afluente do Jordão. É formado por
3 braços que nascendo no monte Haurã, se unem a cerca de 35 km do Jordão. Sua foz situa-se
a 6 km do Mar da Galiléia, a 200 m abaixo do Med.. Não é mencionado na Bíblia. Seu nome
atual é SHERIAT EL-MANJUR.
Jaboque (o que derrama) – os árabes o chamam NAHR EZ-ZERKA, que significa
“rio azul”. Nasce nos montes de Gileade, dividindo a região em 2 partes, entre o Mar da
Galiléia e o Mar Morto. Seu curso é de 135 km. Em sua maior parte ele corre em um vale
profundo. É conhecido pela experiência profunda de Jacó em sua luta com o anjo (Gn 32 e
33).
Querite – é apenas um filete de água, quase sem importância. É intermitente. Sua
localização não está bem definida. Elias esteve junto a este ribeiro (I Rs 17.1-16)l.
Outros rios:
Que correm para o Mar Morto:
- Zerka-main (águas azuladas) – possui fontes termais (43o n a 60o).
- Arnon (rápido e tumultuoso) – é intermitente.
- Zerede (exuberante).
- Cedrom – a maior parte do ano é seca.
Que correm para o Mediterrâneo:
- Belus – seu nome foi dado pelos gregos. Os judeus o chamam NAMÃ.
- Quisom – é perene.
- Caná – nada há ver com a Caná do milagre de Jesus.
- Gaás – era o limite entre Samaria e Judéia.
- Soreque – significa “vinho excelente”.
- Besor – refrigério.
4.6.4 – CLIMA:
Mesmo sendo pequena em extensão, a Palestina apresenta um clima muito variado,
embora em termos de estações haja apenas duas: uma chuvosa com frio e, outra, seca com
muito calor. Isso se deve a 4 fatores fundamentais:
4.6.4.1 – A posição geográfica – a Palestina encontra-se entre 30o e 33o e 25’, latitude
norte. Daí seu clima subtropical ou temperado brando.
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4.6.4.2 – A topografia acidentada – Israel é um país essencialmente montanhoso, com
vales em grande quantidade, dentre os quais destaca-se o vale do Jordão. Nas montanhas o
clima é fresco e ventilado, exceto quanto sopram ventos do sul e do ocidente, o que ocorre
freqüentemente no verão. Em Jerusalém, por exemplo, que está situada a cerca de 800 m de
altitude, no inverno as temperatura chega a 0o, com neve algumas vezes, sendo a média 6o.
No verão oscila entre 14o e 29o.
4.6.4.3 – A proximidade do Mediterrâneo – deste mar saem as nuvens que, ao
encontrarem os altos montes palestínicos, condensam-se e formam chuvas constantes. É o
clima litorâneo, com brisa constante, principalmente à noite. Geralmente faz muito frio, no
verão a temperatura média é de 23o.
4.6.4.3 – A proximidade dos desertos – os ventos quentes dos desertos, especialmente
do Sul. Contribuem para a variedade do clima na região. No vale do Jordão, aonde os ventos
frios não chegam nunca, os ventos quentes ajudam a manter a temperatura elevada,
geralmente entre 25o e 43o, chegando até a 50o.
Obs.: Jericó Possui um clima diferente. Nunca chove e a temperatura varia entre 32 º de dia e
28º à noite. Está situada a 300m abaixo do nível do mediterrâneo.
4.6.5 – VENTOS
Os hebreus atribuíam a cada um dos ventos propriedades especiais:
Safon, mezarrim (norte) – fresco e portador de geadas.
Daron, Teman (sul) – traz calor.
Qadim (leste) – vem do deserto e queima a vegetação.
Do oeste – procede do mar e traz chuva.
4.6.6 – ESTAÇÕES
Havia somente duas: verão e inverno.
Verão – de abril a setembro. O tempo era bom e seco. Tempo das colheitas. Não
chovia.
Inverno – de outubro a março. Muita chuva e frio. Muito vento, peincipalmente do
norte. Nas regiões mais altas geava e nevava, como em Jerusalém.
Havia uma curta primavera em abril (Ct 2.10-13).
4.6.7 – CALENDÁRIO
O ano (shãnâ) - era composto por 12 meses lunares (I Rs 47). Iniciava-se no mês de Abibe
(nisã), por ocasião da primavera (Ex 12.2).
O mês (yerakh), derivado de tereakh = lua) – tinha seu início determinado pela primeira
aparição da lua nova ao por do sol. A lua Nova é chamada kodesh. Assim, Ros kodesh é o
início do mês. Consiste de 29 ou 30 e, visto que o ano lunar era mais curto que o ano solar em
cerca de 11 dias, a fim de que o ano novo não começasse antes da primavera, um 13º mês era
intercalado dentro do ciclo lunar em cada 3, 6, 11, l4, l7 ou 19 anos.
O dia (yom) – começa à tarde (conf. Gn 1.5,8,13,19...) e é dividido 3m duas partes: dia,
composto por 12h divididas em 4 vigílias e noite, idem.
As vigílias:
do dia
da noite
1ª vigília
6 às 9h
18 às 21h
2ª
“
9 às 12h
21 às 24h
3ª
“
12 às 15h
0 às 3h
16
4ª
“
15 às 18h
3 às 6h
17
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