espaço de socialização de coletivos proposta: pluralidades culturais

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ESPAÇO DE SOCIALIZAÇÃO DE COLETIVOS
PROPOSTA:
PLURALIDADES CULTURAIS, TERRITORIALIDADES E ESPAÇO
URBANO
EIXO: ESPAÇOS DE RESISTENCIAS E INSURREIÇÕES
Coordenador:
Prof. Dr. Benhur Pinós da Costa
(UFSM)
[email protected]
Debatedores:
Prof. Dr. Benhur Pinós da Costa
(UFSM)
[email protected]
Prof. Dr. Carlos Eduardo Santos Maia
(Universidede Federal de Juiz de Fora)
[email protected]
Profa. Dra. Rosemere Maia
(UFRJ)
[email protected]
Profa. Dra. Claudia Luiza Zeferino Pires
(ULBRA)
[email protected]
Profa. Dra. Amélia Batista Nogueira
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
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(UFAM)
[email protected]
Os estudos culturais emergem na Geografia contemporânea em virtude da
necessidade de entender a complexidade do espaço geográfico como conteúdo e forma das
diferentes qualidades dos grupos humanos que o habitam (CLAVAL, 2002).
Essa
complexidade apresenta-se na produção do espaço como produção da vida (LEFEBVRE,
1958), envolvendo as contradições e conflitos entre culturas tradicionais e elementos novos
contidos na transnacionalização do capital e nos parâmetros de comportamentos, práticas e
existências novas que ele carrega consigo (SANTOS, 2002). Além disso, os movimentos
migratórios e as influencias dos mecanismos de comunicação vão interferir na construção das
relações humanas e da produção dos espaços de representação das populações locais, assim
como a percepção sobre o mundo que os rodeiam (DEBORD, 1997).
O espaço urbano, levando em conta esta realidade, apresenta-se, por um lado,
unificado por uma materialidade e um conjunto de práticas sociais que se repetem na
reprodução das condições funcionais do modo de produção e dos procedimentos cotidianos
definidos por ele (LEFEBVRE, 1958). Por outro lado, este espaço urbano também apresenta
diversas realidades de convivência de pequenos grupos de interesse que se segregam
alterando a funcionalidade das práticas sociais, as próprias condições materiais dos lugares e
os códigos de identificação e representação de si mesmos e dos outros a que mantêm contato
(DE CERTEAU, 1994).
A diversidade de identificações/diferenciações de agregados humanos se apresenta
em decorrência as condições de localização das interações sociais, as autenticidades
intersubjetivas negociadas entre diferentes sujeitos sociais e as multiplicidades culturais que
fazem dialogar culturas locais, divulgações midiáticas das estéticas e formas de interação
produzidas por novas determinações globais de consumo cultural do capitalismo tardio
(MAFFESOLI, 2002).
A pluralidade de culturas urbanas são produtos complexos das relações descritas
acima e fundam agregações humanas diversas que definem sua existência pela localização e
segregação de suas interações (COSTA, 2002; COSTA, 2008). As convivências são
negociadas internamente na agregação tênue (no espaço e no tempo), mas apresentam
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
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fronteiras definidas pelos próprios interesses negociados na interação, nas definições estéticas
e na identificação dos comportamentos e interesses discursivos (COSTA, 2007). Nas
cidades ocorrem “formas de convivências” localizadas, que se definem pelo simples prazer de
“estar-junto”, por si só. A localização e as sensações produzidas (afetivas, estéticas, sensuais,
musicais, artísticas) são atributos fundamentais da agregação, ou seja, o “cimento” da
identificação. Isso dá qualidade ao que é coletivo e ao que é individual nestes agregados
humanos, urbanos e efêmeros, ou seja, as “tribos urbanas” (MAFFESOLI, 2002).
Nesse sentido, a proposta desta comunicação coordenada será discutir a condição
espacial dessas microinterações culturais na realidade urbana, no qual tal discussão gira
acerca das categorias teórico metodológicas do território e da territorialidade. Temos como
objetivo aprofundar o debate sobre a questão da “microterritorialização”, ou seja, a condição
territorial desses pequenos agregados sociais que se segregam no espaço urbano e negociam
formas estéticas, regras morais, códigos de convivência e interesses discursivos.
O propósito de debate é entender singularidades expressivas como componentes de
determinados contextos urbanos. Estas singularidades expressivas apresentam especificidades
quanto à forma que identificam a si e aos outros na vivência do espaço público, assim como
em relação às suas práticas de convivências, suas afetividades e sexualidades, e como
marcam partes do espaço pelos propósitos de suas interações. As diferentes expressões de
sujeitos urbanos e suas diferentes formas de interação produzem ora microterritorializações
marcadas que perduram no espaço, ora eventos efêmeros que emergem em condições
espaço-tempo provisórias e informais, em virtude do trânsito e convivência de determinados
sujeitos, e/ou eventos vinculados a espetacularização de determinadas expressões promovidas
por entidades privadas ou não-governamentais com os propósitos ora lucrativos, ora políticos
(vide festas promovidas em espaços públicos que se destinam a agregação de determinadas
estéticas urbanas singulares).
Referencias:
CLAVAL, P. “A volta do cultural” na Geografia. Mercator. Ano 01, número 01.
Florianópolis: UFSC, 2002.
Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3
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COSTA, B. P. da. A condição homossexual e a emergência de territorializações. 2002.
Dissertação (Mestrado em Geografia) – Programa de Pós-Graduação em Geografia,
UFRGS, Porto Alegre.
COSTA, B. P. da; HEIDRICH, A. L. A condição dialética de produção do espaço social:
microterritorializações (culturais) urbanas “a favor” e “contra” a sociedade. In: KOSEL, S.;
SILVA. J. da C.; SYLVIO, F. G. F. Da percepção e cognição à representação:
reconstruções teóricas da Geografia cultural e humanística. São Paulo: Terceira Imagem;
Curitiba: NEER, 2007.
COSTA, B. P. da. Por uma Geografia do cotidiano: território, cultura e homoerotismo na
cidade. 2008. Tese (Doutorado em Geografia) – Programa de Pós-graduação em Geografia,
UFRGS, Porto Alegre.
DE CERTEAU, M. D. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis, Vozes, 1994.
V. 1.
DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto Editora, 1997.
LEFEBVRE, H. Critique de la vie cotidienne. Paris: L’Ache Éditeur A Paris, 1958.
MAFFESOLI, M. O tempo das tribos: o declínio do individualismo nas sociedades de
massa. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2002.
SANTOS, B. de S. Os processos da globalização. In: SANTOS, B. de S. (Org.). A
globalização e as ciências sociais. São Paulo: Cortez, 2002.
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