Desmatamento da Amazônia nos países andinos é alarmante

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Desmatamento da Amazônia nos
países andinos é alarmante,
mostra WWF
Imagem aérea da Amazônia boliviana. Foto:
Yamil Antonio Lino
Nos últimos dez anos, o Brasil tem se esforçado para evitar o
desmatamento na Amazônia, por meio de políticas públicas,
mecanismos e sistemas de proteção da floresta tropical, mas
permanecem alarmantes o desmatamento e a degradação florestal
em países vizinhos que compartilham o bioma, como Bolívia,
Peru, Equador e Colômbia, diz relatório da organização não
governamental WWF Brasil.
Em levantamento divulgado na segunda-feira, 9 de março, a ONG
destaca que foram identificadas 25 frentes de desmatamento na
região, com aumento da perda florestal nos países andinos. Em
2001, o desmatamento no Brasil representou 81% do total
desmatado no bioma e, em 2012, a proporção caiu para 44%.
“Desse modo, os avanços brasileiros, no que se refere à queda
do desmatamento de florestas da Amazônia, foram perversamente
compensados pelo crescimento da destruição das florestas
amazônicas em outros países”, diz o documento.
A WWF ressaltou, porém, que, apesar da redução significativa,
o Brasil ainda figura no topo do ranking de desmatamento no
mundo, com a supressão de 4.571 quilômetros quadrados (km²) de
florestas em 2012, que aumentaram para 5.891 km² em 2013. “A
indicação de uma retomada da elevação das taxas de
desmatamento, em 2014, exige atenção ainda maior para o
assunto”, acrescenta o relatório.
Além do ambiental
O coordenador do Programa Amazônia WWF Brasil, Marco Lentini,
lembrou que o desmatamento ainda é visto por muitos como um
simples problema de cunho ambiental, quando, na verdade, é um
assunto intimamente ligado ao ordenamento do uso do território
e à economia, por exemplo.
“O desmatamento na Amazônia teve dois picos importantes, em
1995 e 2004. Perdemos algo em torno de 400 mil km² desmatados
desde 1988. É uma grande mazela brasileira, já que perdemos
pelo menos 19% da Amazônia”, disse. “Tivemos redução muito
significativa, mas ainda temos grandes desafios”, ressaltou
Lentini.
Prioridades destacadas
Das recomendações do relatório, ele destacou que as
prioridades são manter a atenção e estimular a vontade
política de combate e prevenção ao desmatamento; enfrentar o
desafio, incentivar e promover as integrações; e investigar e
decifrar as cadeias de relações causais de desmatamento para
orientar o planejamento, conforme situações específicas de
prevenção e combate.
A WWF Brasil também recomenda incentivar a legalidade e
combater as fragilidades institucionais e normativas que abrem
espaço para a impunidade; incentivar e intensificar a formação
e consolidação de cadeias produtivas sustentáveis; e
implementar e buscar aprimoramento
monitoramento da cobertura florestal.
de
sistemas
de
Para André Dias, da Iniciativa Amazônia Viva, o relatório da
WWF deve servir de estímulo e oportunidade para que os demais
países que abrigam a Amazônia instituam e fortaleçam políticas
públicas de controle do desmatamento.
(Por Paula Laboissière, da Agência Brasil)
Fonte original da notícia: www.ecodesenvolvimento.org
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