PDF - Junta de Freguesia de Carnide

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CIDADES
Sexta-feira _14 de dezembro de 2012. Diário de Notícias
Criatividade popular dá nova
vida a cadeiras abandonadas
Lisboa. Quase 300 assentos, parte deles retirados do lixo, foram restaurados por cerca de
150 associações de Carnide. Resultado final é uma instalação de Natal num jardim da freguesia
Abuscacomeçouno lixo, antes de
ser alargada aos armazéns do Colégio Militar, daCâmaraMunicipal
de Lisboa, da Junta de Freguesia
da Carnide e da Gebalis, empresa
municipal que gere os bairros sociais dacapital. Apersistênciapermitiu juntar quase 300 cadeiras
mais ou menos destruídas. Há
menos de um mês, foram entregues a instituições e associações
carnidenses que, sob o mote “Todos Temos um Lugar”, puseram
mãos à obra para criar uma obra
de arte natalícia. As peças estão
em exposição desde segunda-feira, num jardim dafreguesia, paredes meias com o edifício dajunta.
O processo não é novidade.“Há
muito que o arco envolvente àjunta de freguesia é utilizado para fazeralgo alusivo ao Natal”, explicao
presidente da autarquia local,
Paulo Quaresma(CDU). Mas foisó
apartirde 2009 que aação passou
aenvolveracomunidade local.“Já
tivemos telas, vasos...”, exemplifica ao DN o responsável. Este ano,
o objeto eleito foi a cadeira. Aopção não foi feitaao acaso.
“É uma forma de mostrar que
temos um lugar para todos na comunidade”, precisa o autarca. O
que se vê no jardimperto do Largo
da Luz são cadeiras em que poucos se atreverão a sentar, de tão
inusitadas que são. Ao todo, foram
cercade 150 as instituições e associações que deramo seucontributo artístico na recuperação das
quase três centenas de assentos.
Parte deles dáformaaumaárvore
de Natal que, até ao início do ano,
promete ficar na retina de quem
ali passa.
MÚSICA À AVENIDA
› Às instalações de rua juntam-se diversos concertos de Natal
em locais e com intérpretes inesperados. Hoje, os acordes da
quadra invadem o Lisboa Ginásio
Clube, numa atuação do Banco
de Sons do Banco de Portugal.
Aação não tem qualquer custo
paraaautarquia.“Ailuminação já
era da junta de freguesia”, lembra
o dirigente, salientando que todo
o trabalho, desde o arranjo do jardimàmontagemdainstalação, foi
feito por funcionários da junta.
“Pode dizer que cada instituição
gastou dinheiro a recuperar a cadeira, mas sai acusto zero”, frisa.
Basta passar perto da
junta de freguesia para ver
exemplares mais ou
menos inusitados que
rodeiam a árvore de Natal
FOTOS NATACHA CARDOSO / GLOBAL IMAGENS
“O que está feito é a ciclovia”, diz Ribeiro Telles
Háquem lhe chame“sonho”, mas
Gonçalo Ribeiro Telles, o arquiteto paisagistaque há30 anos teve a
ideia de criar um corredor verde
emLisboa, prefere falarem“trabalho”. Hoje, é inaugurada a ligação
entre o Parque EduardoVII e Monsanto, mas, apesarda“barulheira”,
ainda há muito a fazer na ligação
entre o campo e acidade.
ÁRVORES COM F(R)IO
› Durante um mês, a classe sénior do Lisboa Ginásio Clube,
numa iniciativa conjunta com a
Câmara de Lisboa, dedicou-se à
tarefa de tricotar os cachecóis
que agora agasalham as árvores
da Avenida Almirante Reis.
PINHEIROS DE NATAL
› Garrafas de plástico, latas, rolhas, caricas e tampas foram alguns dos desperdícios utilizados
para criar quatro pinheiros, imaginados por António Seabra e
Teresa Campos, com três metros
de altura e um de diâmetro.
INÊS BANHA
CERIMÓNIA Corredor verde
entre o Parque EduardoVII
e Monsanto, em Lisboa, é
inaugurado hoje. Obrafoi
pensadahátrês décadas
ALMIRANTE REIS
“O que está feito é a ciclovia, o
poder ir a pé de um ponto ao outro”, sintetiza ao DN Gonçalo Ribeiro Telles, frisando que um corredor verde “não é um somatório
de coisas”.“É umaáreade lazer, de
produção, de recreio, de complemento alimentar”, explica, quase
aturdido com a mediatização da
inauguração, hoje, da ligação de
6,5 quilómetros de extensão entre
o Parque EduardoVII e Monsanto.
Afinal, recorda, este corredor
verde não é o único dacapitalnem
do País. Ainda assim, o arquiteto
paisagista vê vantagens na“barulheira” que se gerou. “Para mim, é
muito importante todaestabarulheiraparalevantaro problemado
que é o planeamento do território
em Portugal”, afirma. Em causa
está, por exemplo, a falta de ligação entre o campo e a cidade.
“Qualquer dia, o campo está nos
Estados Unidos”, ironiza.
Certo é que, a partir de hoje, a
estrutura pedonal e ciclável orçada em cerca de 500 mil euros está
oficialmente aberta ao público. O
percurso até já fora inaugurado
em 2009, acompanhada pelo
anúncio de que o “sonho” fora finalmente cumprido, mas, tal como o DN noticiou em outubro, só
agora é que a ligação fica pronta,
com a construção de uma ponte
em madeira sobre a Rua Marquês
de Fronteira, acriação de um parque na Quinta do Zé Pinto e o arranjo do espaço exterior no Campus de Campolide da Universidade Novade Lisboa.
Destas três obras, apenas aúltima obra foi custeada pela autarquia da capital. A primeira foi da
responsabilidade daVodafone, como contrapartida pela organização do festival Mexefest, enquanto asegundaesteve acargo daEDP,
no âmbito da construção de uma
subestação nas imediações. I.B.
Contributodapopulaçãoécomum
“Nós podíamos fazer isto sem envolver a população”, atira Paulo
Quaresma, paraquemaexposição
é só mais exemplo de como, em
Carnide, o trabalho daautarquiaa
que preside é realizado comaparticipação dapopulação. O autarca
destaca três das diversas iniciativas que são promovidas pela juntade freguesiaao longo do ano.
“Temos um orçamento participativo à escala de rua”, “assembleias [ nas escolas] onde trabalhamos diretamente com os alunos”,
e “todos os meses organizamos
grupos temáticos com todos os
agentes de umadeterminadaárea,
como acultura”, enumera.
FUTURO
Faltam hortas e mais
corredores na capital
› Gonçalo Ribeiro Telles não
tem dúvidas de que há ainda
várias obras por fazer em
Lisboa. Da lista lembrada
pelo arquiteto paisagista
fazem parte diversas intervenções na zona ribeirinha
da capital, a ligação, nos mesmos termos da que é agora
inaugurada, entre Monsanto
e o aeroporto da Portela e
criação de mais áreas destinadas à horticultura.
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