000742791

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FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Avaliação da Permeação Cutânea do Acetato de Dexametasona
Incorporado em Sistemas Nanoestruturados
Camila Conforto de Lima
Araraquara, 2013
FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Avaliação da Permeação Cutânea do Acetato de Dexametasona
Incorporado em Sistemas Nanoestruturados
Camila Conforto de Lima
Trabalho
de
Conclusão
de
Curso
apresentado ao Curso de Graduação em
Farmácia-Bioquímica da Faculdade de
Ciências Farmacêuticas de Araraquara, da
Universidade
Estadual
obtenção
grau
do
de
Paulista
para
Farmacêutica-
Bioquímica, sob orientação do Prof. Dr.
Marlus Chorilli.
Araraquara, 2013
“Em algum lugar, pra relaxar. Eu vou pedir pros anjos cantarem por mim. Pra quem tem fé. A
vida nunca tem fim. Não tem fim.”
O Rappa
Dedico este trabalho aos meus pais Carlos e Eunice,
Por sempre incentivarem meus estudos e me possibilitarem a concretizar o sonho de
cursar a melhor faculdade de Farmácia-Bioquímica do país.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todas as pessoas que contribuíram não só para a concretização deste
trabalho, mas que de alguma forma me ajudaram a construir a pessoa que sou.
A Deus todo poderoso, pelo dom da vida e a possibilidade de melhorar a cada dia.
Aos meus amados pais Carlos e Eunice pelo alicerce, companheirismo, confiança e
exemplo de vida.
Aos meus queridos avós pela base familiar, amor e credibilidade.
Ao meu noivo Rafael da Rocha pelo companheirismo, carinho, dedicação e
compreensão nos mais variados momentos da minha vida.
Aos meus grandes amigos André Torres, Hermano Bellato e Polyanna Aguilar pelos
anos de convivência, amizade, risadas e por serem a minha família em Araraquara.
Ao meu querido orientador Prof. Dr. Marlus Chorilli pelos ensinamentos,
compreensão e amizade.
À Márcia Oyafuso que, além de uma referência acadêmica, tornou-se uma amiga
muito querida.
À Giovana Calixto que sempre foi muito prestativa e me auxiliou em muitos
experimentos.
À Fernanda Kolenyak pelo auxílio, palavras de carinho e prestatividade.
Á Prof. Dr. Maria Palmira Daflon Gremião por possibilitar o uso do permeador e de
outros equipamentos.
À todos da turma 80 noturno por serem companheiros incríveis.
RESUMO
O acetato de dexametasona (DXM) é um glicocorticoide com eficácia antiinflamatória
e imunossupressora, sendo utilizado nas doenças autoimunes. Sua ação antiinflamatória
advém da inibição do acúmulo de células (macrófagos, linfócitos e neutrófilos) na área da
inflamação, inibindo também a liberação de mediadores da inflamação como interferon-γ e
TNF-α. Já a atividade imunossupressora é alcançada com a redução do concentrado de
linfócitos e inibição da síntese e/ou liberação de interleucinas. Porém o uso contínuo do DXM
ocasiona uma série de efeitos colaterais sistêmicos, sendo interessante sua aplicação tópica
para viabilizar a promoção do aumento da liberação e a estabilização dos níveis plasmáticos
do fármaco. Sistemas nanoestruturados como microemulsões (ME) e os cristais líquidos (CL)
vêm sendo estudados como novos sistemas de liberação, pois além de se comportarem como
reservatórios de fármacos também possibilitam o aumento da estabilidade e da solubilidade
dos princípios ativos. Os objetivos deste trabalho foram desenvolver e caracterizar sistemas
micro e nanoestruturados, com intuito de incorporar DXM e avaliar sua permeação cutânea in
vitro. Foram desenvolvidos sistemas utilizando água, silicone (DC ® 193C fluido) e
polioxietileno-20-oleil éter (Brij® 98). Os 36 pontos do diagrama de fases foram avaliados,
sendo elaboradas formulações com diferentes proporções de água, óleo e tensoativo, sendo
possível delimitar regiões como: sistemas transparentes de alta viscosidade (STAV), sistemas
transparentes de baixa viscosidade (STBV), sistemas líquido-transparentes (SLT), emulsão
viscosa (EV) e emulsão líquida (EL). Três formulações foram selecionadas para os ensaios de
caracterização, fixando-se a concentração de tensoativo (T) em 40% e variando-se as
concentrações de água e de silicone, denominadas A, B e C. As análises de microscopia de luz
polarizada (MLP) evidenciaram estruturas anisotrópicas na forma de estrias, características de
fase hexagonal, para as formulações A e B. Também foi observado “campo escuro” nas
formulações de baixa viscosidade (C), sugerindo ser um sistema isotrópico, possivelmente
ME. Ensaios reológicos evidenciaram comportamento tixotrópico das formulações. O DXM
foi incorporado na concentração de 0,1% nas formulações, que passaram a ser denominadas
AF, BF e CF. Os testes de liberação mostraram que as formulações AF, BF e CF liberaram o
fármaco respectivamente em 0,90%, 1,22% e 3,21% entretanto nos testes de permeação o
DXM não permeou a partir dos sistemas desenvolvidos. Nos ensaios de retenção foi
observada a retenção do fármaco no estrato córneo nas seguintes porcentagens 22,82% (AF),
35,74% (BF) e 25,66% (CF). Estatisticamente, as três formulações retiveram a mesma
quantidade de acetato de dexametasona. Conclui-se então que os sistemas possibilitaram
maior retenção do fármaco na pele, possibilitando maior efeito local. Portanto, esses sistemas
podem ser considerados promissores para a administração cutânea do DXM.
Palavras-chave: sistemas nanoestruturados, acetato de dexametasona, permeação cutânea.
ABSTRACT
The acethyl dexamethasone (DXM) is an effective glucocorticoid with antiinflammatory and immunosuppressive, and is used in autoimmune diseases. Its antiinflammatory action stems from the inhibition of the accumulation of cells (macrophages,
lymphocytes and neutrophils) in the area of inflammation, also inhibiting the release of
mediators of inflammation such as interferon - γ and TNF - α. As for immunosuppressive
activity is achieved by reducing the concentration of lymphocytes and inhibition of synthesis
and / or release of interleukins. But the continued use of DXM causes a number of systemic
side effects, it is interesting topical application to facilitate the promotion of increased release
and stabilization of plasma levels of the drug. Nanostructured systems as microemulsions
(ME) and liquid crystals (LC) have been studied as new delivery systems because in addition
to behave as drug reservoirs, provide increased stability and solubility of the active
ingredients. The objectives of this study were to develop and characterize micro and
nanostructured systems, in order to incorporate DXM and evaluate their in vitro skin
permeation. Systems have been developed using water, silicone (DC ® 193C fluid), and
polyoxyethylene -20- oleyl ether (Brij® 98). The 36 points of the phase diagram were
evaluated, formulations prepared with different ratios of water, oil and surfactant is possible
to delineate regions as transparent high viscosity systems (STAV) systems, transparent , low
viscosity (STBV) systems, fluid - transparent (SLT) , viscous emulsion (EV) and liquid
emulsion (EL). Three formulations were selected for the characterization tests , determining
the concentration of surfactant (T) by 40% and varying concentrations of water and silicon,
termed A, B and C. The analysis of polarized light microscopy (PLM) showed anisotropic
structures in the form of grooves, hexagonal phase characteristics for formulations A and B. It
was also observed "dark field" in the low viscosity formulations (C), suggesting be an
isotropic system, possibly ME. Rheological showed thixotropic behavior of the formulations.
DXM was incorporated at a concentration of 0.1 % in the formulations, which are now called
AF, BF and CF. The tests showed that the release formulations AF, BF, and CF released the
drug respectively 0.90%, 1.22 % and 3.21% however permeation tests DXM not permeated
from the systems developed. In tests of retention was observed retention of the drug in the
stratum corneum in the following percentages 22.82 % (AF), 35.74 % (BF) and 25.66 % (CF).
Statistically, the three formulations retained the same amount of dexamethasone acetate. It
was concluded that the systems have enabled higher drug retention in the skin, allowing a
greater local effect. Therefore, these systems can be considered promising for dermal
administration of DXM.
Keywords: nanostructured systems, dexamethasone acetate, permeation.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................ 14
2. OBJETIVOS..................................................................................................................... 20
2.1.
3.
Objetivos Especificos...................................................................................... 20
MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................................... 21
3.1.
Materiais..................................................................................................................................21
3.2.
Equipamentos .................................................................................................. 21
3.3
Métodos........................................................................................................... 22
3.3.1.
Preparo das Formulações...................................................................... 22
3.3.1.1. Diagrama de Fases................................................................... 23
3.3.2. Caracterização Físico-química............................................................................ 23
3.3.2.1. Microscopia de Luz Polarizada....................................................................... 23
3.3.2.2. Comportamento Reológico............................................................................. 24
3.3.3. Testes de Estabilidade........................................................................................... 24
3.3.3.1. Avaliação Visual..............................................................................................24
3.3.3.2. Teste de Centrifuga........................................................................................ 24
3.3.3.3. Determinação do pH das Formulações Envolvidas no Estudo..................... 25
3.3.4. Ensaio de Permeação In Vitro.......................................................................... 25
3.3.4.1. Escolha da Solução Receptora.........................................................................25
3.3.4.2. Ensaio de Permeação Cutânea In Vitro......................................................... 25
3.3.4.3. Retenção Cutânea In Vitro............................................................................ 27
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................................... 28
4.1.
Preparo das Formulações................................................................................. 28
4.1.1.
4.2.
Diagrama de Fases.............................................................................. 28
Caracterização Físico-Química ........................................................................ 29
4.2.1. Microscopia de Luz Polarizada ......................................................... 29
4.2.2.
4.3.
Comportamento Reológico................................................................ 32
Teste de Estabilidade .................................................................................... 34
4.3.1. Avaliação Visual................................................................................. 34
4.3.2. Teste de Centrifuga............................................................................. 34
4.3.3. Determinação do pH............................................................................ 35
4.4
Ensaio de Liberação, Permeação e Retenção in Vitro................................... 36
4.4.1. Ensaio de Liberação in Vitro............................................................ 36
4.4.2. Ensaio de Permeação e Retenção in Vitro........................................... 37
4.4.3. Análise de Variância entre as formulações AF, BF e CF.................... 38
5. CONCLUSÃO.............................................................................................................. 40
6. REFERÊNCIAS........................................................................................................... 41
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Concentrações, em %, dos componentes das formulações.................................... 32
Tabela 2 – pH das amostras A, AF, B, BF, C e CF................................................................. 35
Tabela 3 – Comparação da retenção no EC e na E + D do acetato de dexametasona entre as
amostras.................................................................................................................................. 38
Tabela 4 – Comparação estatística dos Perfis de Liberação das Formulações AF, BF e CF...38
Tabela 5 – Comparação estatística dos Perfis de Retenção no EC das formulações AF, BF e
CF.....................................................................................................................................39
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Fórmula estrutural do acetato de dexametasona.................................................... 19
Figura 2 - Sistema automático com célula de difusão vertical de Franz – Microette Plus..... 25
Figura 3 - Diagrama de fases para o sistema estabilizado com polioxietileno 20 oleil éter
como tensoativo, fase oleosa (silicone) e água destilada As áreas delimitadas representam:
STL – sistema transparente líquido; STAV – sistema transparente de alta viscosidade; STBV
– sistema transparente de baixa viscosidade; EL – emulsão líquida; EV – emulsão viscosa
...................................................................................................................................................28
Figura 4 – Fotomicrografia correspondente a MLP de CLs liotrópicos anisotrópicos de
mesofase hexagonal, para formulação constituída por 40% de tensoativo, 20% de óleo e 40 %
de água......................................................................................................................................29
Figura 5 – Fotomicrografia correspondente a MLP de CLs liotrópicos anisotrópicos de
mesofase hexagonal para formulação constituída por 40% de tensoativo, 30% de óleo e 30%
de água..................................................................................................................................... 30
Figura 6 – Fotomicrografia correspondente a MLP de MEs para formulação constituída por
40% de tensoativo, 40 % de óleo e 20% de água......................................................................30
Figura 7 – Diagrama de sistemas. As áreas delimitadas representam: STL CE – sistema
transparente líquido campo escuro; STAV HEX – sistema transparente de alta viscosidade
estrutura hexagonal; STBV HEX – sistema transparente de baixa viscosidade estrutura
hexagonal; STBV ME sistema transparente de baixa viscosidade microemulsionado; EL –
emulsão líquida; EV – emulsão viscosa................................................................................. 31
Figura 8 – Formulação A e Formulação AF............................................................................33
Figura 9 – Formulação B e Formulação BF.............................................................................33
Figura 10 – Formulação C e Formulação CF............................................................................33
Figura 11– Perfil de liberação in vitro (%) do DXM incorporada nas formulações AF, BF e
CF, contendo DXM 0,1 % (média de n=6)...............................................................................36
LISTA DE ABREVIATURAS
AQ – fase aquosa
A/O – água em óleo
CL – Cristal líquido
CLAE – Cromatografia Líquida de Alta Eficiência
DP – Desvio Padrão
DXM – acetado de dexametasona
EC – Estrato Córneo
EP + D – Estrato Epidérmico + Dérmico
ME - Microemulsão
MLP – Microscopia de Luz Polarizada
O – Fase oleosa
STAV – Sistema Transparente de Alta Viscosidade
STBV – Sistema Transparente de Baixa Viscosidade
STL – Sistema Transparente Líquido
SVO – sistema viscoso opaco;
T – Tensoativo
T/A – tensoativo em água;
T/O – tensoativo em óleo;
14
1. INTRODUÇÃO
Os sistemas de liberação controlada de fármacos têm sido extensamente estudados em
função das vantagens farmacológicas que apresentam em relação às formas farmacêuticas
convencionais. Dentre essas vantagens estão à manutenção do nível terapêutico com discreta
oscilação; aumento da concentração plasmática do fármaco; aumento da segurança no uso de
fármacos com alta potência e diminuição de efeitos tóxicos (VENDRUSCOLO et al., 2005).
Diante dessas características presentes nos sistemas de liberação de fármacos, pode-se
melhorar a adesão dos pacientes ao tratamento e consequentemente a eficácia deste.
Vendruscolo et al. (2005) define como fármacos mais adaptáveis aos sistemas de
liberação de fármacos aqueles que, além de outras características, são úteis no tratamento de
enfermidades crônicas.
Atenção especial recebem as microemulsões (ME) e os cristais líquidos (CL) no
desenvolvimento de novos sistemas de liberação. Ambos possibilitam tanto a incorporação de
fármacos hidrofílicos como de fármacos lipofílicos; aumentam a estabilidade e solubilidade
dos fármacos e comportam-se como reservatórios de fármacos. (CONSTANTINIDES, 1995;
BRINON et al., 1999; GABBOUN et al., 2001).
As microemulsões (ME) são caracterizadas como sistemas constituídos por dois
líquidos imiscíveis, frequentemente água e óleo, estabilizados por um tensoativo na interface
óleo/água (LAWRENCE, DALMORA, OLIVEIRA, 2004) que pode estar associado ou não a
um co-tensoativo. A estabilização exercida no sistema pelo tensoativo é devido a sua
propriedade de reduzir a tensão interfacial entre os líquidos imiscíveis, formando agregados
esféricos e com diâmetros na ordem de 100 Å (OLIVEIRA et al., 2004). Os tensoativos não
iônicos devem ser os de preferência para preparações farmacêuticas, pois são mais estáveis
frente mudanças de pH e também minimizam a toxicidade (CRUZ, UCKUN, 2001).
15
As ME podem caracterizar-se basicamente como microemulsão óleo em água (O/A) e
microemulsão água em óleo (A/O). Nas O/A, a água é a fase dispersante e o óleo está disperso
na forma de gotículas coloidais e nas A/O, o óleo é a fase dispersante e a água está dispersa na
forma de gotículas coloidais.
Devido à estabilidade termodinâmica das ME, estes sistemas possuem vantagens em
relação a emulsões e suspensões, como por exemplo, maior tempo de vida útil, estabilidade
elevada, opticamente transparentes e a incorporação de diferentes fármacos com as mais
variadas propriedades físico-químicas (WARGAFTIG, 2000; CONSTANTINIDES, 2005).
As ME quando utilizadas em sistemas de liberação de fármacos, otimizam a eficácia
terapêutica de fármacos melhorando sua biodisponibilidade e, consequentemente reduzindo a
dose administrada bem como os efeitos colaterais causados pelos fármacos (CERA, 2002),
porém é necessário atentar-se para que o tamanho das gotículas da fase interna da
microemulsão e a viscosidade do sistema sejam ideais, a fim de facilitar a difusão do fármaco
no alvo terapêutico (CORREA, 1996). Fármacos lipofílicos em água têm sua solubilização
melhorada em sistemas microemulsionados, pois se encontram localizados em gotículas
internas as quais possuem características físico-químicas bem distintas da fase dispersante
(BHARGAVA et al., 1987). As ME podem ser aplicadas em várias vias de administração
como oral, vaginal, ocular, tópica entre outras.
Os cristais líquidos são sistemas de interesse na utilização como sistema de liberação
de fármaco, pois possuem semelhança com as membranas biológicas. Também chamados de
mesofases, devido à suas propriedades de condensar características de sólidos e líquidos
(FORMARIZ et al., 2005), possuem como característica comum uma ordenada orientação das
interfaces (EZRAHI et al., 1999). Dos sólidos, os cristais líquidos asseguram as características
anisotrópicas e de ordenamento, já dos líquidos guardam as propriedades de fluidez e tensão
superficial.
16
CLs quando formados pela adição de solventes, são denominados cristais líquidos
liotrópicos (HYDE, 2001), usualmente estes são formados por definidas proporções de água e
até dois tensoativos, sendo que a água (fazendo o papel do solvente) hidrata somente a parte
hidrofílica da molécula do tensoativo (HYDE, 2001). Apresentam-se molecularmente
ordenados intercalando-se regiões hidrofílicas e hidrofóbicas (GABBOUN et al., 2001). Já os
CLs ditos termotrópicos são dependentes da temperatura para manterem sua estabilidade
(HYDE, 2001).
Dependendo da concentração do tensoativo no sistema, os cristais líquidos adotam
variadas formas líquido-cristalinas denominadas lamelares, cúbica e hexagonal (GABBOUN
et al., 2001). Na fase hexagonal, cilíndricos longos formam os agregados estabelecendo-se
estruturas bidimensionais e de viscosidade parecida com um gel; na fase cúbica, o arranjo
molecular é tridimensional constituindo-se de bicamadas de tensoativo ou lipídios que
envolvem duas redes de canais de água e possui alta viscosidade. Dentre as diferentes fases, a
fase lamelar é a que melhor mimetiza a membrana biológica e é a mais recomendada para o
desenvolvimento de sistemas de liberação de fármacos. Esta fase é constituída por bicamadas
de tensoativo que estão desagregadas por camadas de solvente e sua apresentação é na forma
de um líquido viscoso (GABBOUN e HYDE, 2001). Por meio de microscopia de luz
polarizada é possível classificar as diferentes fases de cristal líquido; a amostra pode ser
anisotrópica, desvia o plano de luz incidente (fases hexagonal e lamelar) ou isotrópica, não
desvia o plano de luz incidente (fase cúbica) (NORLING et al., 1992).
Os
CL
são
caracterizados
por
micelas
ordenadas
às
quais
apresentam
intercaladamente suas porções hidrofílicas e lipofílicas, podendo o fármaco, de acordo com a
sua característica, instalar-se nas regiões lipofílicas ou hidrofílicas, além da bicamada de
tensoativo (MULLER-GOYMANN, FRANK, 1986). Muitas podem ser as vias de
administração dos cristais líquidos, dentre elas a tópica que é a via de interesse nesse estudo.
17
A eficácia de um fármaco administrado topicamente está relacionada com as suas
características farmacológicas e com a sua biodisponibilidade no alvo terapêutico
(LOFTSSON, OLAFSSON,1998). Os tecidos profundos da pele, frequentemente, são os
principais alvos dos fármacos utilizados para doenças dermatológicas, sendo assim, estes
fármacos precisam atravessar o estrato córneo (fase limitante da absorção cutânea) para que
em algumas etapas cheguem até à microcirculação (MARTINS e VEIGA, 2002).
A psoríase é uma doença inflamatória de pele, não contagiosa, crônica e de caráter
autoimune. É mediada por linfócitos T que na epiderme liberam suas citocinas promovendo
infiltração de neutrófilos, macrófagos e linfócitos; hiperproliferação de queratinócitos e
dilatação e aumento dos capilares da região (BERTH-JONES, 2009).
As regiões mais
afetadas são joelhos, cotovelos, couro cabeludo e órgãos genitais e, o tamanho da área afetada
pode ser desde pequenas lesões até lesões que afetam todo o membro. Estudos mostram que
portadores de psoríase frequentemente têm familiares afetados, para gêmeos univitelinos a
concordância chega a 70%, porém o desenvolvimento da doença também depende de fatores
ambientais que podem ser estresse, alguns medicamentos, infecções bacterianas e virais (HIV)
(BERTH-JONES, 2009).
Um dos tratamentos mais utilizados para essa doença é a administração tópica de
glicocorticoides (SENYGIT et al., 2009), pois possuem atividades antiinflamatória,
imunossupressora e antiproliferativa. Introduzidos para o uso tópico no início da década de
1950, os corticoides são na atualidade os medicamentos mais prescritos pelos médicos
dermatologistas (WIEDERSBERG et al., 2007).
Os receptores de glicocorticoides na pele são encontrados na derme, camada da pele
na qual se encontra como principais células os fibroblastos que estão intimamente ligados
com as respostas imunes e antiinflamatórias da pele. A absorção cutânea de medicamentos
18
que possuem em sua composição glicocorticoides é realizada em basicamente três etapas
principais: liberação do fármaco (glicocorticoide), permeação na epiderme seguida de difusão
até a derme e ligação com os receptores de glicocorticoides (WIEDERSBERG et al., 2007).
Mesmo sendo largamente utilizados para o tratamento de doenças inflamatórias, os
glicocorticoides podem causar efeitos adversos que vão de moderado à grave dependendo do
tempo da corticoterapia e de sua duração. Doses antiinflamatórias de glicocorticoides durante
um tratamento prolongado podem ocasionar, por exemplo resistência à glicose, osteoporose,
erupções acneiformes e atrofia cutânea (CASTRO, 2005).
É interessante que fármacos com extensos efeitos adversos, como os glicocorticoides,
possam ser administrados por via tópica, pois além da considerável diminuição de efeitos
adversos pode-se promover o aumento da liberação de fármaco na área lesada e a
estabilização dos níveis plasmáticos do fármaco (MARTINS, 2004).
O glicocorticoide acetato de dexametasona (DXM) é um eficaz antiinflamatório e
imunossupressor utilizado nas doenças autoimunes como artrite e psoríase (BHARDWAJ,
2010). Sua ação antiinflamatória advém da inibição do acúmulo de células (macrófagos,
linfócitos e neutrófilos) na área da inflamação, inibindo também a liberação de mediadores
químicos da inflamação como interferon-γ e TNF-α (BERTH-JONES, 2009). Já a atividade
imunossupressora é alcançada com a redução do concentrado de linfócitos e inibe síntese e/ou
liberação de interleucinas.
A dexametasona também pode ser encontrada na forma de acetato de dexametasona,
representado pela fórmula molecular C24H31FO6 (MERK INDEX, 2001). Pode ser identificado
por meio de absorção infravermelha e absorção ultravioleta (MERK INDEX, 2001). A
substância é um pó cristalino branco ou quase branco (Farmacopeia Britânica); solúvel em
acetona, etanol, clorofórmio; levemente solúvel em cloreto de metileno; solúvel em água a
19
25°C na concentração de 10mg/100mL (MERK INDEX, 2001). A fórmula estrutural do
acetato de dexametasona está representada na figura abaixo.
Figura 1. Estrutura química do acetato de dexametasona.
20
2. OBJETIVOS
O objetivo desse projeto é avaliar a permeação cutânea do DXM incorporado em
sistemas nanoestruturados.
2.1. Objetivos Específicos

Desenvolver sistemas nanoestruturados para incorporação do acetato de dexametasona

Caracterizar estruturalmente os sistemas obtidos utilizando recursos como microscopia
de luz polarizada e ensaios de reologia;

Avaliar a estabilidade do acetato de dexametasona nos sistemas obtidos;

Realizar testes de liberação, permeação e retenção cutânea in vitro das formulações
desenvolvidas.
21
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Materiais

Acetato de dexametasona (Purifarma®);

Acetonitrila, J.T. Baker®, HPLC;

Álcool propoxilado 5 OP (Procetyl® AWS, Croda);

Água ultra pura (Milli’Q Plus®);

Fosfato de potássio monobásico (Quimis®);

Hidróxido de sódio (Quimis®);

Metanol, J.T. Baker®, CLAE;

Poliéter funcional siloxano (DC® 193) (Dow Corning);

Polioxietileno 20 oleil éter (Brij® 98) (Sigma-Aldrich).

Orelhas suínas (Frigorífico Olhos d’Água®)

Cloreto de sódio (Vetec®);
3.2. Equipamentos

Cartucho SPE Strata C18-E 500mg/3mL (Phenomenex®);

Discos brancos de papel filtro esterilizados (Labroclin®);

Cromatógrafo líquido de alta eficiência Varian® ProStar 310;

Dermatômetro Nouvag® TMC 300;

Kits seringas da BD Biosciences Pharmingen®;

Membrana de acetato celulose 0,45μm (Sigma-Aldrich®);
22

Microscópio Jenamed 2, Carl Zeiss – Jena®;

Peagômetro MicroNal® B474;

Intruments Rheometers AR 2000 TA, modelo AR 2000;

Sistema automático com célula de difusão vertical de Franz – Microette Plus (Hanson
Research Corporation®);

Analisador de textura TA-XTplus® (Stable Micro Systems, Surrey, UK);

Ultra Turrax Quimis®;

Vortex®;

Banho de ultrassom, Unique®, Ultra Sonic Cleaner;

Fitas adesivas (Scoth® 750 3M)

Banho de ultrassom, Unique®, Ultra Sonic Cleaner;

Centrífuga, Sorval®, modelo TC 6 Du Pont.
3.3. Métodos
3.3.1. Preparo das Formulações
Preparou-se dois gramas de formulações compostas por água destilada, silicone
(DC® 193 C fluido) e tensoativo polioxietileno 20 oleil éter (Brij® 98) em frascos
transparentes com tampa, variando-se as concentrações dos componentes, conforme descrito
no item 3.3.1.1.
23
3.3.1.1. Diagrama de Fases
Ao Brij® 98 (T) foi adicionada a fase oleosa silicone - DC® 193 C fluido (O), e para a
obtenção do diagrama de fases foram utilizadas as relações de T/O na faixa de 1:9 até 9:1. A
essa mistura, foi adicionada a água destilada com auxílio de uma micropipeta automática,
realizando a pesagem de todos os componentes da formulação em balança analítica. As
formulações foram levadas ao aquecimento em banho-maria a 65°C e depois de atingida a
temperatura foram retiradas do banho e com um bastão agitados vigorosamente até o
resfriamento.
As transições de mistura semi-sólida para sistema líquido transparente (SLT), sistema
líquido transparente de alta viscosidade (STAV), sistema líquido transparente de baixa
viscosidade (STBV), emulsão líquida (EL) e emulsão viscosa (EV) foram detectadas
visualmente contra fundo escuro. Aos sistemas selecionados foi incorporado o fármaco
acetato de dexametasona (DXM) numa concentração de 0,1%. O mesmo procedimento foi
adotado para o sistema T/A, para titulação com a fase oleosa (O).
3.3.2. Caracterização Físico-química
Os sistemas selecionados foram caracterizados por estudos de microscopia de luz
polarizada e comportamento reológico.
3.3.2.1. Microscopia de Luz Polarizada
Uma pequena quantidade de formulação foi colocada, cada uma, sobre uma lâmina de
vidro que foi coberta com lamínula e analisada em microscópio sob luz polarizada Jenamed 2,
Carl Zeiss – Jena. Nesse ensaio avaliou-se a homogeneidade da dispersão e classificou as
formulações quanto ao comportamento mediante ao plano de luz incidente. A análise foi
realizada a temperatura ambiente.
24
3.3.2.2. Comportamento Reológico
Para analisar o comportamento reológico empregou-se reômetro de gradiente e tensão
de cisalhamento controlados Intruments Rheometers AR 2000 TA, modelo AR 2000, no
modo de fluxo, na temperatura de 32°C com geometria cone-placa paralelas de 40mm de
diâmetro, separadas por uma distância fixa de 0,052mm. Cuidadosamente, as amostras foram
aplicadas à placa inferior, assegurando-se o mínimo cisalhamento da formulação e o tempo de
repouso necessário (relaxamento da tensão introduzida prévia a análise) de 5 minutos
anteriores a cada determinação. As curvas ascendente e descendente de fluxo foram geradas a
partir de um gradiente de cisalhamento que tinha como intervalo de 0 s-1 a 100 s-1. O gradiente
de cisalhamento foi aumentado durante um período de 120s, mantido no limite superior por
10s e, então, diminuído durante um período de 120s. A seleção de faixa de cisalhamento foi
determinada de acordo com a consistência de cada formulação (BRUSCHI, 2006; JONES et
al., 2009).
3.3.3. Testes de Estabilidade
3.3.3.1. Avaliação Visual
As amostras foram observadas visualmente quanto às alterações do tipo:
separação de fases, cor e homogeneidade, no período de três meses, na temperatura entre 25 à
30°C.
3.3.3.2. Teste de Centrifuga
A avaliação da estabilidade frente à centrifugação foi realizada submetendo-se cinco
gramas, de cada amostra em estudo, a 3000 rpm, por 30 minutos.
3.3.3.3. Determinação do pH das Formulações Envolvidas no Estudo
25
O equipamento foi calibrado com uma solução padrão de pH 7,0 e em seguida com
outra solução padrão de pH 10. As medidas de pH foram realizadas em amostras diluídas em
água destilada (5%) a 25,0 ± 0,5 °C.
3.3.4. Ensaio de Permeação In Vitro
3.3.4.1. Escolha da Solução Receptora
Foi utilizada como solução receptora a solução tampão fosfato 0,2M pH 7,4, acrescido
de 0,5% de álcool cetílico propoxilado (Procetyl®).
3.3.4.2. Ensaio de Permeação Cutânea In Vitro
O ensaio foi realizado utilizando-se peles de orelha de porcos recém- abatidos e um
sistema automático com célula de difusão vertical de Franz – Microette Plus, apresentado na
Figura 2.
Figura 2 – Sistema automático com célula de difusão vertical de Franz – Microette
Plus.
As orelhas foram previamente higienizadas em água corrente e posteriormente
removeu-se a cartilagem com tesoura e bisturi. Tecidos como adiposo e pelos foram retirados
e as peles foram então dermatomizadas, utilizando-se um dermatômetro, na espessura de
500μm sendo isolados somente o estrato córneo, epiderme e derme.
26
No compartimento receptor, foi colocada solução tampão fosfato 0,2 M pH 7,4, as
peles foram hidratadas e cortadas em tamanho apropriado para o ensaio de permeação, na
sequência as peles foram colocadas na célula de difusão com o lado da derme voltado para
baixo, ficando em contato com a solução receptora e a região do estrato córneo voltada para
cima. Espalhou-se, de maneira uniforme, sobre toda a área da membrana, 0,30 g das
formulações contendo 0,1% de acetato de dexametasona, sendo essa massa previamente
obtida utilizando a peça de vidro unida ao anel dosador por fita adesiva que foram tarados e
adicionada formulação até completar o anel dosador. O volume do meio receptor foi de sete
mL e a área disponível para a difusão foi 1,77 cm2 (PRIMO et al., 2008).
O sistema de agitação foi acionado e amostras de 2,0 mL da fase receptora foram
coletadas nos tempos de 30, 60, 120, 240, 480, 720, 960, 1200 e 1440 minutos.
A “condição sink” foi mantida repondo-se 2,0 ml da solução receptora ao sistema após
cada coleta. O experimento foi realizado em hexaplicata, conduzido a 32° ± 0,5°C e a solução
receptora foi constantemente agitada a 300 ± 0,2 rpm.
De acordo com Aronson (1993) e Bentley (2002), para calcular a quantidade permeada
(Q), levaram-se em consideração as diluições posteriores à primeira coleta, utilizando-se a
equação 1:
Qreal, t = Cmensurado, t.Vr + Σn-1 . Ca.Va (equação 1)
onde Q representa a quantidade permeada acumulada, Qreal,t indica o valor real no tempo t,
Cmensurada,t é a concentração mensurada da coleta no tempo t, Vr representa o volume da
solução receptora da célula de difusão, Ca é a concentração da amostra removida, e Va é o
volume removido de amostra.
A quantificação de DXM na solução tampão 0,2 M pH 7,4 foi feita por cromatografia
de alta eficiência (CLAE), utilizando a curva analítica em solução tampão 0,2 M, pH 7,4,
obtida no desenvolvimento do método analítico, para determinar a concentração de acetato de
27
dexametasona permeado. As peles submetidas ao estudo de permeação foram limpas com
algodão embebido em água destilada e avaliadas quanto à retenção.
3.3.4.3. Retenção Cutânea In Vitro
O ensaio de retenção no estrato córneo (EC) foi realizado expondo a pele de porco à
permeação após higienização e fixação da mesma em placa de vidro com o auxílio de fita
adesiva. Foram recortados 16 pedaços de fita adesiva (Fita Scoth® 3M 750) com tamanho da
área semelhante ao que a pele ficou em contato com a formulação durante a permeação e,
realizou-se a técnica de tape stripping, descartando-se a primeira fita, pois esta era apenas
retirar algum resquício de excesso de formulação. Os tubos de ensaio foram então agitados em
Vortex® por 2 minutos, a seguir colocados no ultrassom por 30 minutos, centrifugados e a
solução filtrada em membrana Millipore® de 0,45µm.
Para o ensaio de retenção na epiderme + derme (E + D) a área de pele em contato com
a formulação foi recortada em pequenas tiras e transferida para tubo de Beckman contendo 5
mL de metanol, agitada em Vortex® por 2 minutos e triturada com o auxílio de Turrax por 3
minutos. A suspensão de tecido ficou no ultrassom por 30 minutos e em seguida os tubos
foram centrifugados. Com o uso de membrana Millipore® de 0,45 µm, o sobrenadante foi
filtrado (ROSA et al., 2003).
Partindo da curva analítica em metanol obtida no desenvolvimento de metodologia
analítica realizado por Oyafuso (2012), a quantificação de DXM foi realizada por CLAE para
os dois ensaios. Mesmo existindo uma metodologia farmacopeica bem estabelecida fez-se
necessário uma nova metodologia, pois os componentes da formulação poderiam interferir na
quantificação do acetato de dexametasona (Oyafuso, 2012).
28
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Preparo das Formulações
4.1.1. Diagrama de Fases
Com a construção do diagrama de fases, foi possível caracterizar visualmente
todas as formulações, obtendo-se o diagrama ilustrado na Figura 3.
Figura 3. Diagrama de fases. As áreas delimitadas representam: STL – sistema
transparente líquido; STAV – sistema transparente de alta viscosidade; STBV – sistema
transparente de baixa viscosidade; EL – emulsão líquida; EV – emulsão viscosa.
As formulações, que se apresentaram como emulsões viscosas ou líquidas, foram
descartadas da análise microscópica de luz polarizada, pois sua opacidade descaracteriza a
presença de cristais líquidos e microemulsões. Todos os demais sistemas foram analisados. O
tensoativo
escolhido
(Brij®
98)
possui
uma
extensa
cadeia
carbônica
(C18H35(OCH2CH2)NOH) e caracteriza-se por ser um tensoativo não iônico. Esse tipo de
tensoativo é ideal para aplicações farmacêuticas e formulações nanoestruturadas, pois é mais
29
estável frente a mudanças de pH e força iônica, além de minimizar problemas de toxicidade
(FORMARIZ, 2005; CRUZ, UCKUN, 2001).
Por meio do diagrama de fases foi possível selecionar os SLC, STAV e STBV. Estes
foram analisados por microscopia de luz polarizada (MLP) a procura de estruturas que
caracterizassem cristais líquidos (anisotropia e isotropia) e microemulsões (isotropia).
4.2. Caracterização Físico-Química
4.2.1. Microscopia de Luz Polarizada
Através da MLP, foi realizada uma análise estrutural das formulações e posterior
confirmação de características de CLs e MEs. Os CLs foram identificados pela presença de
estrias, característico de mesofase hexagonal, como mostrado nas Figuras 4 e 5. As MEs têm
como característica a presença de campo escuro e a baixa viscosidade do sistema.
Figura 4 – Fotomicrografia correspondente a MLP de CLs liotrópicos anisotrópicos de
mesofase hexagonal, para formulação constituída por 40% de tensoativo, 20% de óleo e 40 %
de água. Aumento focal: 40x.
30
Figura 5 – Fotomicrografia correspondente a MLP de CLs liotrópicos anisotrópicos de
mesofase hexagonal para formulação constituída por 40% de tensoativo, 30% de óleo e 30%
de água. Aumento focal: 40x
Figura 6 – Fotomicrografia correspondente a MLP de MEs para formulação
constituída por 40% de tensoativo, 40 % de óleo e 20% de água. Aumento focal: 40x.
31
As lâminas foram preparadas como descrito no 3.3.1, sendo obtido o diagrama de
sistemas apresentados na Figura 7.
Figura 7 – Diagrama de sistemas. As áreas delimitadas representam: STL CE – sistema
transparente líquido campo escuro; STAV HEX – sistema transparente de alta viscosidade
estrutura hexagonal; STBV HEX – sistema transparente de baixa viscosidade estrutura
hexagonal; STBV ME sistema transparente de baixa viscosidade microemulsionado; EL –
emulsão líquida; EV – emulsão viscosa.
Através do diagrama de fases, selecionou-se formulações mais apropriadas para a
incorporação do DXM, as quais foram posteriormente submetidas a testes de caracterização
físico-química, estabilidade e permeação cutânea in vitro.
Selecionou-se três formulações, as quais as concentrações dos componentes estão
apresentadas na Tabela 1. Essas formulações foram escolhidas levando-se em consideração a
baixa concentração de tensoativo (40%), diminuindo assim quaisquer possíveis irritações
32
cutâneas. As formulações contendo DXM tiveram seu nome acrescido de um F (ex.: AF, BF e
CF).
Tabela 1. Concentrações (%) dos componentes das formulações.
Amostras
Fase oleosa (%)
Tensoativo (%)
Fase aquosa (%)
A
20
40
40
B
30
40
30
C
40
40
20
4.2.2 Comportamento Reológico
A reologia é um estudo que descreve as características de fluxo de sistemas líquidos,
semi-sólidos e sólidos. Ela também pode ser definida como o estudo das propriedades de
fluxo e deformação da matéria (AULTON, 2005; LAHOUD, 2009).
Sendo assim, o ensaio reológico se torna útil na avaliação de sistemas
nanoestruturados, pois estes também são submetidos a tensões durante a aplicação dos
mesmos na pele.
Avaliou-se o comportamento reológico das formulações, sem e com acetato de
dexametasona, através do ensaio de escoamento utilizando-se reômetro com velocidade
controlada – CR.
Foram obtidos diagramas que correlacionam tensão (τ) e taxa de cisalhamento (λ),
também conhecidos como curva de fluxo (SCHRAMM, 2006).
A seguir, seguem os diagramas na Figura 8.
33
Figura 8: Formulação A e Formulação AF.
Figura 9: Formulação B e Formulação BF.
Figura 10: Formulação C e Formulação CF.
Todas as amostras apresentavam comportamento não newtoniano, ou seja, não
apresentavam linearidade entre a tensão e a taxa de cisalhamento.
Os reogramas
evidenciaram a presença de tixotropia nos sistemas, ou seja, a curva de volta (descendente),
encontra-se desarticulada em um plano inferior á curva ascendente. (FORMARIZ, 2006). A
tixotropia está associada a uma lenta recuperação do arranjo e consistência do sistema que
fora perdida durante o cisalhamento.
34
Todos os reogramas apresentados indicam presença de tixotropia nesses sistemas, com
perfil de reconstrução tempo dependente, ou seja, com área de histerese, a qual indica a
energia necessária para desestruturar a estrutura tixotrópica (SCHRAMM, 2006).
O perfil tixotrópico é uma importante característica para formulações tópicas, pois
com a tensão de cisalhamento exercida durante a aplicação do produto, a formulação fica
menos viscosa, facilitando a aplicação e quando a tensão é retirada, a formulação recupera
gradativamente a consistência, aderindo assim na pele.
4.3. Testes de Estabilidade
4.3.1. Avaliação Visual
As amostras, previamente preparadas, foram armazenadas em frasco de vidro
transparente com tampa, ao abrigo da luz e na faixa de temperatura de 25 a 35°C. Passado três
meses, as amostras foram avaliadas quanto à alteração de cor e separação de fases. As
amostras A, AF, B, BF, C e CF mantiveram-se transparentes e homogêneas. Sendo assim, a
metodologia de preparo das amostras, bem como o armazenamento foram realizados com
êxito.
4.3.2. Teste de Centrífuga
Após o teste de centrífuga, 3000 rpm por 30 minutos, não houve separação de fases
das amostras A, AF, B, BF, C e CF, indicando que as amostras possuíam estabilidade físicoquímica.
35
4.3.3. Determinação do pH
O pH das amostras A, AF, B, BF C e CF estão apresentados na Tabela 2.
Tabela 2 – pH das amostras A, AF, B, BF, C e CF.
Amostra
pH
A
4,88
AF
4,45
B
4,60
BF
4,23
C
4,71
CF
4,23
As amostras acrescidas de DXM apresentaram uma ligeira diminuição de pH em
relação as formulações ausentes de fármaco, resultado esperado, já que o ativo tem
características ácidas. Mesmo com a diminuição do pH, espera-se que as formulações sejam
toleradas pela a maior parte da população, quando utilizadas topicamente, uma vez que a pele
secreta uma substância com importante capacidade tamponante, tolerando formulações com
pH entre 3 e 9 (LEONARDI et al., 2002).
36
4.4. Ensaio de Liberação, Permeação e Retenção In Vitro
4.4.1. Ensaio de Liberação In Vitro
Os testes de liberação in vitro foram realizados nas formulações AF (hexagonal), BF
(hexagonal) e CF (microemulsão) contendo 0,1 % de DXM. O intuito deste experimento foi
de avaliar o perfil de liberação do DXM a partir das formulações.
acetato de dexametasona liberado (%)
3,5
3,0
Formulação AF
Formulação BF
Formulação CF
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
0
5
10
15
20
25
30
Tempo (h)
Figura 11. Perfil de liberação in vitro (%) de DXM incorporada nas formulações
AF, BF e CF, contendo DXM 0,1 % (média de n=6).
A formulação AF (hexagonal) promoveu a liberação do fármaco somente depois de 20
horas de experimento e a porcentagem máxima de liberação foi de 0,90%.
A formulação BF (hexagonal) liberou o fármaco a partir da primeira hora de
experimento e a porcentagem máxima de liberação foi de 1,22%.
A formulação CF permitiu a liberação do fármaco a partir de duas horas de
experimento e a porcentagem máxima de liberação foi de 3,21%.
37
Estatisticamente as formulações BF e CF não diferem entre si, quando comparadas em
relação à quantidade de fármaco liberado. Já a formulação AF é estatisticamente diferente das
demais (p<0,05), indicando que a quantidade de fármaco liberada por ela foi menor.
Os experimentos acima sugerem que o silicone (fase oleosa dos sistemas) pode
auxiliar na liberação de acetato de dexametasona, visto que a formulação AF, que possui a
menor porcentagem de silicone, liberou menor quantidade do fármaco quando comparada
com as demais.
4.4.2. Ensaio de Permeação e Retenção In Vitro
Os experimentos de permeação e retenção são válidos para estimar as interações que a
formulação constitui com a pele, mostrando como se dará a difusão do fármaco nas diferentes
camadas da pele, se o fármaco ficará retido ou não no estrato córneo (camada mais externa da
pele) e se o fármaco atingirá camadas mais profundas desse órgão.
Durante todo o intervalo de tempo utilizado para realização dos experimentos de
permeação cutânea das formulações AF, BF e CF, não foram constatadas qualquer evidência
de permeação do fármaco, sugerindo que o silicone possa formar uma película e esta, ajuda a
reter o DXM na pele.
Os estudos de retenção mostraram que o acetato de dexametasona ficou retido no
estrato córneo, não havendo assim retenção na epiderme + derme. As formulações AF, BF e
CF, estatisticamente, retiveram a mesma quantidade de fármaco. Com isso podemos concluir
que essas formulações são adequadas para a utilização via tópica, onde se deseja um efeito
local do fármaco, como a dexametasona.
38
Tabela 3 – Comparação da retenção no EC e na E + D do acetato de dexametasona entre as
amostras.
Retenção EC
Retenção E + D
[μg/ml]
[μg/ml]
AF
22,82
0
BF
35,74
0
CF
25,66
0
4.4.3. Análises de Variância entre Formulações AF, BF e CF
A análise de variância foi utilizada para comparar os perfis de liberação e de retenção
cutânea das formulações AF, BF e CF. Utilizou-se o Test T para comparar as formulações.
Quando p < 0,05 constata-se que houve diferença significativa entre as formulações. Ao se
realizar as análises para o perfil de liberação, pode-se observar que as formulações BF e CF
não tiveram diferença significativa, porém ambas diferiram quando comparadas com a
formulação AF. Para análise de perfil de retenção cutânea, nenhuma das formulações
apresentou diferença significativa em relação às demais.
Tabela 4 – Comparação estatística dos Perfis de Liberação das Formulações AF, BF e CF.
Comparação de Perfis de Liberação das Formulações
AF e CF
AF e BF
BF e CF
p<0,05
p<0,05
p>0,05
Estatisticamente diferentes
Estatisticamente diferentes
Estatisticamente não
diferentes
39
Tabela 5 – Comparação estatística dos Perfis de Retenção no EC das formulações AF, BF e
CF.
Comparação de Perfis de Retenção EC das Formulações
AF e CF
AF e BF
BF e CF
p>0,05
p>0,05
p>0,05
Estatisticamente iguais
Estatisticamente iguais
Estatisticamente iguais
40
5. CONCLUSÃO
O diagrama de fases possibilitou a análise estrutural das formulações geradas a partir
das diferentes concentrações de tensoativo, fase oleosa e fase aquosa.
A microscopia de luz polarizada foi imprescindível para caracterizar os sistemas
formados, sugerindo que as formulações AF e BF, pela anisotropia e presença de “estrias”,
fossem cristais líquidos de fase hexagonal e que, a formulação CF, pela isotropia e
consistência, fosse um sistema microemulsionado.
Os estudos reológicos caracterizaram as formulações como possuindo perfil
tixotrópico em A, AF, B, BF, C e CF.
Os ensaios de liberação mostraram que a formulações AF, BF e CF liberam
respectivamente 0,90%, 1,22% e 3,21% do fármaco. A formulação AF liberou
estatisticamente menor quantidade de fármaco, sugerindo que o silicone facilita a liberação do
DXM.
Os ensaios de permeação, para todas as formulações não mostraram nenhuma
evidência de que o fármaco permeou.
Todas as formulações estudadas foram estatisticamente iguais na retenção do DXM no
estrato córneo, AF (22,82%), BF (35,74%) e CF (25,66%), demostrando que estas são
potenciais formulações a serem utilizadas via tópica, pois permitiram a retenção local do
fármaco, minimizando eventuais efeitos adversos.
41
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13 de dezembro de 2013.
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Discente
Camila Conforto de Lima
De acordo:
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Orientador
Marlus Chorilli
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