Módulo 1: A Visão

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Vida Plena
Pedro Kupfer
Módulo 1: A Visão
Aula 6: Do Relativo
Oṁ asato mā sadgamaya |
tamaso mā jyotir gamaya |
mṛtyor mā amṛtam gamaya ||
Oṁ śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ ||
Hariḥ Oṁ ||
Olá. O mantra que você escutou agora diz “que possamos ir do erro para a
verdade. Que as trevas sejam removidas para que brilhe a luz do conhecimento. Que
possamos ir da morte à imortalidade”. Isto é, que possamos compreender que o Ser
que somos não morre. Que tenhamos paz em relação aos eventos naturais, paz nos
relacionamentos, e paz nos nossos corações. O significado do mantra é
especialmente relevante, considerando os temas que iremos abordar nas próximas
aulas.
Bom, espero que tenha apreciado a nossa última meditação. Você poderá repetí-la,
caso tenha motivação, ou ache que isso é necessário. Às vezes a repetição é útil para
fixar o conhecimento ou remover dúvidas.
Hoje abordaremos a distinção entre o aparente e o Real. Cultivar o discernimento
em relação a esse tema pode nos ajudar a aprofundar a visão sobre nós mesmos.
Pode nos ajudar a compreender que a Consciência é plenitude, e que essa plenitude é
o que somos.
Nas três próximas aulas, vou solicitar, toda a sua atenção, pois o tema pode
resultar desconcertante. Mas você está preparado para dar esse passo. Esta é a reta
final do ensinamento. Obrigado desde já pelo esforço!
A Consciência existe, é real. Como é que podemos afirmar isso? Pois Consciência
é o que você é. E você é autoevidente. Pois você não precisa que ninguém lhe diga
que você é real, que você existe. Você apenas sabe disso.
Assim como você é uma manifestação da Consciência Ilimitada, tudo o mais que há
no universo é igualmente manifestação dela.
Em termos de Ser, podemos dizer que você é Ilimitado. O universo não existe
separado do ilimitado. Somando qualquer coisa ao infinito, teremos infinito como
resultado. Tirando qualquer coisa do infinito, teremos igualmente infinito como
resultado.
Iremos explicar esta peculiar situação dando o clássico exemplo da argila e o pote.
Pense num pote. Pense na textura dele. A textura do pote é a textura da argila. A
forma do pote é a forma da argila. O peso do pote é o peso da argila. Não podemos
somar potes à argila. Se fóssemos somar, argila + um pote = argila. Argila + três potes
= argila. Argila + infinitos potes = argila. Noutras palavras 1 + ilimitado = ilimitado. 3 +
ilimitado = ilimitado. Qualquer número somado ao ilimitado vai resultar no ilimitado
também.
O que é um pote? Temos aqui uma definição: pote é aquilo que é dotado de
potidade, da qualdade de ser pote. Desculpe, mas tivemos que criar a palavra
potidade, já que ela não existe mas é necessária para abordar este tema. Potidade é a
qualidade de ser pote. E o que é que tem potidade? Um pote ou um não-pote? O que
tem a potidade é um não-pote. A argila possui potidade. A potidade é um atributo
circunstancial da argila.
Para ter potidade o objeto precisa, necessariamente, ser um não-pote. Um pote não
pode ter potidade. A potidade deve ser um atributo de algo que não seja um pote.
Onde está o pote, então? Não é simples, compreender isto. Estamos apontando para
o ilimitado. Preste atenção.
A potidade só existe na nossa mente. A situação é a seguinte: temos tem uma
palavra, pote, e um significado para ela, a ideia de pote. Isso é o que chamamos nome
e forma. O nome aponta para a forma. A forma é o significado para o qual aponta o
nome.
Um pote, em verdade é apenas uma forma. Porém, uma forma que você não pode
desconsiderar, que não pode considerar inexistente, falso, nem ilusório. Portanto, a
palavra e o significado do pote é a consciência da forma do pote, e é ainda a
consciência do significado da palavra pote.
Potidade não é um atributo intrínseco à argila. Ela assume circunstancialmente a
forma de um pote mas permanece sempre como argila.
Similarmente, nenhuma partícula, nenhum átomo, pela mesma conta, é a
Consciência. Mas todo e qualquer átomo, todo e qualquer objeto, todo e qualquer
nome e forma, é manifestação circunstancial da consciência.
Assim, compreendemos que somos a Consciência Ilimitada, manifestada
incidentalmente como corpomente, mas permanecendo essencialmente como
Consciência Ilimitada. Da mesma forma em que a ideia do pote só existe na nossa
mente, a ideia de que estamos separados do todo também está aqui na mente. Mas
você é a Consciência Ilimitada. Gostou? Tem mais na próxima aula! Até lá!
Oṁ śāntiḥ śāntiḥ śāntiḥ || Hariḥ Oṁ ||
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