OBRIGADO POR NÃO FUMAR De acordo com a Organização

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OBRIGADO POR NÃO FUMAR
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo é considerado a principal
causa de morte potencialmente evitável em seres humanos e mata uma pessoa a cada seis segundos
no mundo.
Mesmo com esses números alarmantes, é assombroso pensar que os jovens começam a fumar cada
vez mais cedo. Em algumas regiões do país a idade média de iniciantes no fumo é de 10 anos.
Estudos científicos mostram que aproximadamente um terço da população mundial acima de 15 anos
é composta por fumantes, ou seja, 1,2 bilhões de pessoas.
No Brasil, a maioria da população já se conscientizou dos malefícios do cigarro e o tabagismo tem
diminuído: de 32% de adultos que fumavam em 1989, hoje já caiu para 17%, graças aos esforços das
autoridades e profissionais da área de saúde e da mídia.
O fumante é um dependente químico e está sujeito a 53 doenças. As principais são o câncer de
pulmão e a doença pulmonar obstrutiva crônica, conhecida pela sigla DPOC. Esta última é pouco
popular, principalmente entre os jovens, mas é uma doença respiratória altamente incapacitante. A
doença ainda é confundida com a asma e com a bronquite, mas é bem diferente.
A DPOC é caracterizada pela inflamação dos brônquios e destruição dos alvéolos e não tem cura. Ela
diminui a capacidade respiratória da pessoa, que com o passar do tempo vai se tornando incapaz de
exercer atividades simples do dia-a-dia, como tomar banho, escovar os dentes e caminhar, sentindo
muita falta de ar. Ou seja, o paciente vive constantemente com a sensação de afogamento.
Segundo o Datasus, no Brasil ocorrem cerca de 33 mil mortes por DPOC por ano, o que corresponde
a 110 óbitos por dia, 4,5 mortes por hora ou uma morte a cada 12 minutos. Nos últimos 20 anos o
número de casos da doença aumentou 340%, segundo a Associação Latino-Americana do Tórax.
A grande maioria dos portadores de DPOC são pessoas acima dos 40 anos e que fumaram por mais
de 20 anos. O cigarro é reconhecido como o principal fator desencadeante da doença pulmonar
obstrutiva crônica. Acredita-se que o tabagismo é diretamente responsável por 85% das mortes por
DPOC em todo o mundo. Além do tabagismo, outras causas como fumaça de lenha e poeiras no
ambiente de trabalho são responsáveis pelo desencadeamento da DPOC.
É preciso que as pessoas fiquem atentas à tosse persistente, falta de ar diária, que piora com a
atividade física, e produção de catarro, pois todos esses sintomas podem indicar a presença da
doença. A presença destes sintomas deve fazer com que o indivíduo procure um médico e realize
uma espirometria, o exame que avalia a função pulmonar.
As crises na DPOC ou a piora dos sintomas são chamadas exacerbações. A cada episódio o paciente
perde mais capacidade respiratória e acelera a evolução da doença, o que prejudica
consideravelmente a sua qualidade de vida. É um momento crítico, pois significa uma perda
irreparável, uma vez que os pulmões não têm mais a capacidade de regeneração.
Ainda não existe a cura da DPOC, mas é possível que o paciente tenha uma boa qualidade de vida
com os conhecimentos que já se tem sobre a DPOC. A decisão mais importante e que deve ser
tomada imediatamente após o diagnóstico é deixar de fumar. Existem várias técnicas e
medicamentos que ajudam o fumante a cessar o tabagismo. Em acréscimo, existem diversos
medicamentos que são capazes de melhorar a respiração e diminuir as exacerbações. Atualmente já
se sabe, também, que a prática de exercícios físicos regulares é importante para a diminuição da
falta de ar.
Dr. José Roberto Jardim, pneumologista e coordenador do Centro de Reabilitação Pulmonar
da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Lar Escola São Francisco.
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