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ASO CLÍNICO • CASO CLÍNICO • CASO CLÍNICO • CASO CLÍNICO • CASO CLÍNICO • CAS
Utilização de pino de fibra de vidro (Exacto - ANGELUS®)
para reforço de restauração direta em dentes fraturados:
Relato de caso
Jorge Eustáquio 1, Rafael Calixto 2, Ilana Pais Tenório 3
1
Mestrando em Dentística Restauradora
CPO São Leopoldo Mandic (Campinas-SP)
Professor do Curso de Especialização em Dentística
ABO - AL (Maceió-AL)
2
Especialista, Mestre e Doutorando em Dentística Restauradora
UNESP (Araraquara-SP)
Professor do Curso de Especialização em Dentística
ABO - AL (Maceió-AL)
3
Aluna do Curso de Especialização em Dentística
CETAO (São Paulo-SP)
Professora do Curso de Aperfeiçoamento em Dentística
NEO Odontologia (Maceió-AL)
Relato do caso clínico
Paciente do sexo feminino, de 30 anos de idade,
compareceu para atendimento após sofrer um trauma
que provocou a fratura de três elementos dentários,
12, 11 e 21. Ao ser detectada necrose do elemento
11, a paciente foi encaminhada para tratamento
endodôntico. A necrose decorrente do rompimento de
vasos sanguíneos provocou o escurecimento da porção
coronária, não sendo possível reestabelecer o padrão
estético apenas com a reconstrução da classe IV em
resina composta (fig. 1).
Ao avaliar as possibilidades de tratamento, foi
descartada a realização de clareamento interno pela
possibilidade de reabsorção radicular externa, visto
que a fratura dentária decorrente do trauma ocorreu a
menos de 1 ano.
Diante da necessidade de mascarar este
manchamento, é necessário um desgaste levemente
mais invasivo da região cervical escurecida para que
seja reestabelecida a estética dental, seja com uma
faceta em resina composta altamente estética, ou
com uma faceta ou coroa em cerâmica livre de metal
(Metalfree).
Para proporcionar uma melhor retenção e maior
resistência da resina composta, torna-se necessária
instalação de um pino intrarradicular de fibra de
vidro, para uma faceta direta ou para um núcleo de
preenchimento de uma coroa cerâmica livre de metal.
No presente caso, em acordo com a paciente, foi
realizada a instalação de pino estético intrarradicular
cônico em fibra de vidro (Exacto Translúcido ANGELUS®), faceta em resina composta nanohíbrida
(IPS Empress Direct - IVOCLAR VIVADENT) do elemento
11 escurecido e restaurações nos dentes 12 e 21 com
resina composta nanohíbrida (IPS Empress Direct IVOCLAR VIVADENT).
Relato do tratamento do dente 11
Após o tratamento com o endodontista, a paciente
procurou atendimento em nossa clínica insatisfeita com
a cor final do dente 11. O dente 11 apresentava-se com
tratamento endodôntico satisfatório, confirmado por
radiografia periapical, sem dor à percussão horizontal
e vertical, e com comprimento do ápice à borda incisal
de 24 mm. Para o correto ajuste do pino de fibra
de vidro cônico e obtenção de uma profundidade
de intrarradicular suficiente para distribuição de forças,
optou-se em fazer um preparo intrarradicular de 17 mm
de altura, preservando 7 mm de remanescente de
material obturador no ápice radicular (fig. 2).
O pino estético de fibra de vidro selecionado,
através do gabarito de escolha de pinos, foi o EXACTO
(ANGELUS®) de número 1. A desobturação de guta
percha foi realizada com broca de Largo nº 3 e para
o preparo final do canal foi utilizada a broca
nº 1 do sistema de pinos EXACTO com cursor no
comprimento ideal. Após o preparo foi verificado o
correto posicionamento do pino e a perfeita qualidade
de desobturação através de radiografia periapical com
pino em posição.
1
O preparo do pino e dente, respectivamente, seguiu
o protocolo a seguir:
PINO:
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Aplicação de Ácido fosfórico a 37% (ANGELUS®)
por um período de 30 segundos (fig. 3);
Lavagem com água;
Secagem com jato de ar;
Aplicação de Silano (ANGELUS®) por 1 minuto
(fig. 4);
Secagem com leve jato de ar por 5 segundos;
Aplicação de adesivo químico Fusion-Duralink®
(ANGELUS®) (fig. 5);
Remoção de excessos de adesivo com pincel do
tipo microbrush seco;
O adesivo se polimeriza quando em contato com a
amina terciária presente no cimento resinoso.
DENTE:
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Aplicação de Ácido fosfórico a 37% por um período
de 15 segundos;
Lavagem com água por 30 segundos;
Secagem da dentina radicular com a utilização
de cones de papel absorvente, sendo um cone
subseqüente ao outro até que estes não apresentem
mais sinais de água;
Aplicação do primer Fusion-Duralink® (ANGELUS®)
com pincel tipo microbrush longo e compatível
com o conduto (Cavibrush - FGM) por um tempo de
20 segundos (fig. 6);
Evaporação do primer com leve jato de ar por
5 segundos;
Aplicação de adesivo químico Fusion-Duralink®
(ANGELUS®) (fig. 7);
Jato de ar e remoção de excessos com cone de
papel absorvente.
A partir do preparo do pino e do dente, procedeu-se
com a cimentação. Para isso foi utilizado um cimento
resinoso com reação de polimerização química na
cor A3 (fig. 8).
Por fim, fora confeccionada restauração palatina
com resina composta nano hibrida IPS Empress Direct
(Ivoclar Vivadent), na cor A3 Dentin e A2 Enamel, com o
objetivo de cobrir o pino cimentado.
Na segunda sessão clínica foi realizada a
faceta direta do dente 11. Para isso procedeu-se com a
seleção de cor; preparo para faceta direta utilizando-se
de ponta diamantada 2135 em alta-rotação e 2135F em
contra-ângulo multiplicador, tendo este preparo um leve
aprofundamento nos pontos de maior escurecimento
para um melhor resultado estético.
2
Concluído o preparo, o campo operatório foi
isolado através da técnica de isolamento absoluto
modificado, seguido do condicionamento ácido do
dente com ácido fosfórico a 37% (30 segundos em
esmalte e 15 segundos em dentina), lavagem com
água, remoção do excesso de umidade com bolinha
de algodão, aplicação do adesivo Single Bond 2
(3MEspe) com pincel do tipo microbrush de tamanho
regular, remoção do excesso de adesivo com do tipo
microbrush seco, leve jato de ar e fotopolimerização por
20 segundos. A faceta foi confeccionada com resina
composta nanohíbrida IPS Empress Direct (Ivoclar
Vivadent) de forma incremental na sequência abaixo,
fotopolimerizando cada camada por 10 segundos:
•
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•
•
•
Camada inicial com Monopaque (Ivoclar Vivadent)
cor 210, com pincel pêlo de marta fino, recobrindo
cerca de 60% da superfície mascarando a área
dental escurecida;
Camada de resina de dentina: IPS Empress Direct
(Ivoclar Vivadent), na cor Dentin A2 no terço
cervical e Dentin A1 nos terços médio e incisal;
Efeitos incisais: utilizando para halo incisal a resina
Filtek Z350 XT (3MEspe) na cor WD, corante Tetric
Color (Ivoclar Vivadent) na cor branca na região de
mamelos e azul para efeito opalescente;
Camada de esmalte cromático: A1E;
Camada de esmalte acromático: Trans 30.
A construção da faceta foi finalizada com a
sobrepolimerização com glicerina gel por 60 segundos.
A partir deste momento, procedeu-se com o
acabamento e o polimento da restauração, com a
utilização de disco de lixa Sof Lex XT pop-on (3MEspe)
vermelho, sequência de borrachas de polimento
Jiffy (Ultradent) nas cores verde, amarela e branca e
polimento final com disco Flexi-buffy (Cosmedent)
associado a pasta de polimento Enamalize (Cosmedent)
e Óleo mineral - Nujol. O aspecto final do dente
restaurado pode ser observado na figura 9.
Discussão
A tomada de decisão no planejamento do
paciente é bastante difícil nestes casos. Diversas
possibilidades de tratamento existem, cada qual com
suas vantagens e desvantagens. Com isso, utilizando
critérios eliminatórios, é decidido o rumo a seguir para
a reabilitação estética.
A alternativa de clareamento dental neste caso
foi descartada devido a possibilidade de reabsorção
cervical externa pelo curto espaço de tempo decorrido
entre o trauma e a data do tratamento restaurador 3.
Além disso, a taxa de reescurecimento de dentes
tratados endodonticamente relatada na literatura é
considerada alta (cerca de 10 a 20% em até 18 meses
de avaliação e de aproximadamente 50% para oito anos
de acompanhamento 6, 7).
A utilização de pinos de fibra de vidro para retenção
de restaurações extensas tem sido amplamente
discutida na literatura. As características estéticas
das restaurações em dentes endodonticamente
tratados são altamente influenciadas pelo material
de preenchimento intracoronário. Pinos metálicos
limitam significativamente a transmissão de
luz através da restauração estética 8. Com isso as
características de cor dos pinos de fibra de vidro
levam grande vantagem sobre os pinos de fibra de
carbono e metálicos. Entre as vantagens do uso deste
material podem ser citadas as seguintes:
•
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•
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•
Comportamento elástico bastante favorável 9;
Distribuição mais uniforme de tensões ao longo
da raiz 4, 10;
Coloração compatível com estética 11;
Não sofrem corrosão 11;
Dispensam etapa laboratorial 11;
Não requerem preparos expulsivos ou desgastes
adicionais internamente à raiz 11;
Podem ser associadas a restaurações diretas,
onlays, laminados cerâmicos e coroas totais 11;
Possibilidade de remoção e recimentação de um
novo pino em caso de falha do pino 11;
As fraturas, raras, são mais favoráveis ao
reaproveitamento do remanescente dental 12;
Alguns sistemas de pinos têm características de
alta translucidez e capacidade de transmissão de
luz, fator que pode auxiliar a fotopolimerização
de um sistema adesivo e cimentante 11.
O sistema adesivo (Fusion-Duralink® - ANGELUS®) e
o agente cimentante utilizados na cimentação do pino
deste caso clínico tem características de polimerização
química. A principal limitação da adesão intrarradicular
com adesivos e cimentos resinosos convencionais
é a distância que a luz do fotopolimerizador tem que
percorrer para polimerizar estes materiais 13. Com isso
a utilização de adesivos exclusivamente fotoativados
é contraindicada já que a chegada da luz nos terços
médio e apical da raiz não é tão efetiva 14.
A utilização do pino de fibra de vidro neste caso
poderia ter sido associada a uma restauração em
resina composta direta (faceta) ou a uma coroa
cerâmica isenta de metal. As principais vantagens da
cerâmica frente à resina são durabilidade, estabilidade
de cor, brilho e polimento, resistência aos esforços
mastigatórios, dentre outras. A principal desvantagem
é o custo, fator determinante, neste caso, para que a
paciente escolhesse o tratamento restaurador em
resina composta.
A associação de resinas compostas e pinos de fibra
de vidro representa uma alternativa conservadora de
tratamento, preserva melhor o remanescente coronário
e reduz os custos do tratamento quando comparadas
aos procedimentos protéticos 11.
Porém o tratamento restaurador em resina
composta apresenta algumas limitações. Dentre
elas podemos citar, com relação ao profissional,
a necessidade de habilidade técnica e profundo
conhecimento do material restaurador, com relação
ao material, o risco de manchamento e diminuição do
brilho superficial, e em relação ao paciente, deve-se
deixar claro que a manutenção dos resultados obtidos
depende dos hábitos e da dieta do paciente 11.
Estas limitações foram contornadas com a
utilização de uma resina composta de alta qualidade
estética e resistência, executada por uma profissional
habilidosa e conhecedora do material e da técnica
e com o agendamento de consultas periódicas
para acompanhamento e, caso seja necessário, o
repolimento das restaurações será executado.
Conclusão
Neste artigo mostramos ao leitor diversas
possibilidades de tratamento de um dente
acometido por um trauma. O estudo do caso
para o desenvolvimento de um plano de tratamento
é fundamental para alcançar sucesso no trabalho.
As características dos pinos de fibra de vidro como
segurança, estética, resistência e elasticidade
garantem um procedimento conservador e
biocompatível. Neste relato mostramos que o uso
de pino de fibra, associado a materiais adequados
e técnicas criteriosas, permite que o tratamento
restaurador tenha resultados bastante satisfatórios.
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Fotografias
Figura 1.
Figura 4.
Figura 2.
Figura 3.
Figura 5.
5
Figura 6.
Figura 8.
Figura 7.
Figura 9.
Inovadora.
Da necessidade à experiência de uso.
0800 727-3201
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