os materiais concretos como ferramenta de ensino

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OS MATERIAIS CONCRETOS COMO FERRAMENTA DE ENSINOAPRENDIZAGEM(1)
Nívea Maria Barreto Nunes Oleques(2), Cristiano Peres Oliveira(3)
(1) Trabalho
executado durante o Estágio de Regência no Ensino Fundamental;
Estudante Curso Matemática - Licenciatura; Universidade Federal do Pampa - Unipampa; Bagé, RS;
[email protected];
(3) Orientador; Universidade Federal do Pampa - Unipampa;
(2)
RESUMO: Este trabalho foi realizado no período de regência no Estágio do Ensino Fundamental, na Escola Estadual de
Ensino Médio Dr. Luiz Mércio Teixeira, na cidade de Bagé/RS. Consiste na utilização de materiais manipuláveis para o
ensino de frações em uma turma de 6º ano. O objetivo é fazer com que o aluno entenda o significado das frações,
compreendendo sua definição, através do manuseio, instigando a sua curiosidade e interesse pelo conteúdo. Os
materiais utilizados foram os Discos de frações, para a introdução do conceito e o Frac soma de 55 peças para o
entendimento das operações, comparação e equivalência de frações. De modo geral, percebeu-se uma grande
afinidade com os materiais e o aumento do interesse dos educandos em realizar as atividades. Portanto, considera-se
satisfatório, pois acredita-se que o uso dos mesmos pode facilitar a sua aprendizagem, tendo em vista que o aluno
entende todos os processos e, com isso, pode-se melhorar sua aprendizagem.
Palavras-Chave: matemática, ensino fundamental, materiais concretos.
INTRODUÇÃO
Durante o estágio de regência, buscou-se aliar o método tradicional com algumas práticas
diferenciadas, pois é uma tentativa de tornar a disciplina de matemática mais prazerosa, estimulando assim,
a curiosidade e o interesse do aluno. Dentre as práticas adotadas, usaram-se os materiais manipuláveis que
transcreve ao educando uma concretização do conteúdo através do manuseio, para depois sim, passar do
concreto para o abstrato. Os instrumentos adotados para o conteúdo de frações foram os Discos de
Frações e o Frac soma de 55 peças. Através desses, o aluno faz uma reflexão sobre o significado de cada
fração, a partir de sua definição, de maneira concreta para que construa o conhecimento, e após absorvê-lo
abstratamente, passe a entender o sentido, quando é apresentada, como Fiorentini e Miorim retratam:
A ideia fundamental da ação é que ela seja reflexiva... que o interesse da criança não seja
atraído pelo objeto material em si ou pelo ente matemático, senão pelas operações sobre o
objeto e seus entes. Operações que, naturalmente, serão primeiro de caráter manipulativo
para depois interiorizar-se e posteriormente passar do concreto ao abstrato. (FIORENTINI;
MIORIM, 1990)
O objetivo desse trabalho com os materiais concretos é fazer o educando entender o significado das
frações, compreendendo a sua definição através do manuseio, de maneira mais atraente e interessante,
instigando a sua curiosidade.
METODOLOGIA
Para o Discos de Frações, o desenvolvimento do raciocínio inicia-se com a representação das frações
que têm somente numerador 1, aparentemente parece que realmente a ideia foi entendida, porém, quando
se colocou um numerador diferente de 1, as dificuldades apareceram. Então, percebendo-se que o foco do
pensamento equivocado que é o numerador é a parte onde deve se retirar da fração, explica-se muitas
vezes e usa-se outros exemplos para sanar o erro.
Após, apresentou-se a fração de mesmo numerador e denominador, sugeriram mais dúvidas. Uma
aluna faz a observação levantando o disco que representa o inteiro. Pergunto-lhe o porquê de dizer que é o
inteiro e ela respondeu comparando os tamanhos. Observou-se a evolução durante as discussões, muitas
vezes, questões levantadas pelos alunos mesmos. Nesse momento, ainda não se exige termos muito
técnicos, por parte dos educandos.
Para o entendimento de equivalência, fazem-se algumas reflexões comparando as frações, também
com auxílio do material. Desse modo, compararam-se as frações expondo duas ou mais no quadro, e os
alunos construíram nos discos e compararam seus tamanhos para que se entendam os critérios, para ser
Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa
maior ou menor, por exemplo, quando temos o numerador igual a 1, a maior fração será a que tiver menor
denominador.
As operações com frações foram tratadas através do Frac soma de 55 peças. Iniciou-se com a soma
e subtração, entendendo por meio do material, o M. M. C., Mínimo Múltiplo Comum, para somar ou subtrair
frações de denominadores diferentes. O primeiro contato não foi bom, pois os alunos comentaram a
dificuldade de montar as frações, porém, com mais alguns manuseios começaram a entender. Um ponto
negativo do Frac soma de 55 peças é que o material fica muito restrito ao denominador 10, pois é o maior
denominador que o material pode apresentar. Entende-se então, o M. M. C e o porquê de fazermos todos
os cálculos para encontrá-lo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De modo geral, o que se pode perceber é que essas relações foram importantes para essa etapa,
pois cada educando pode ter a noção de tamanho e o que representa cada fração, através do concreto.
Com isso, compreender da construção de equivalência, a comparação e também, identificar o que a mesma
representa. Percebeu-se, no primeiro contato com o Frac soma de 55 peças, que não se teve tanta
receptividade quanto aos discos. As justificativas eram por que acreditavam o material era mais difícil,
porém, após alguns manuseios, essa rejeição foi sanada.
Ressalta-se a importância de se fazer relações entre os conteúdos, pois, ainda com os discos, a
relação foi com a construção de frações, na qual os educandos as comparavam e percebiam que era
exatamente do mesmo tamanho, então, compreendiam a equivalência.
CONCLUSÕES
Considera-se que foi satisfatório o uso desses materiais, pois observou-se que os educandos se
interessaram pelo conteúdo, tendo em vista, o pedido de vários para que se expusesse mais exercícios e
que manipulassem o material. Fatos como esse colaboram com os estudos de D’Ambrosio, quando diz:
Acredita-se que metodologia de trabalho dessa natureza tem o poder de dar ao aluno a
autoconfiança na sua capacidade de criar e fazer matemática. Com essa abordagem a
matemática deixa de ser um corpo de conhecimentos prontos e simplesmente transmitidos
aos alunos e passa a ser algo em que o aluno faz parte integrante no processo de
construção de seus conceitos. (D’Ambrosio, 1989)
O que se pode perceber é que o fato de ser utilizado um material manipulativo a curiosidade é aguçada e
assim, desperta o interesse, o que leva a constatar que o aprendizado pode ser significativo.
REFERÊNCIAS
D’AMBROSIO, B. S. D. Como Ensinar Matemática Hoje? Temas e Debates, SBEM, Ano II., n. 2, Brasília, 1989, p.
15-19.
FIORENTINI, D.; MIORIM, M. Â. Uma reflexão sobre o uso de materiais concretos e jogos no ensino da
Matemática. SBEM, Ano 4, n. 7, São Paulo, 1990.
Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa
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