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Átila Abiora
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Gramática | Átila Abiorana
A educação é um mecanismo poderoso de articulação
das relações entre poder, conhecimento e tecnologias. Desde
pequena, a criança é educada em determinado meio cultural
4 familia r, no qual adqui re conhecimentos, hábitos, atitudes,
habilidades e valores que definem sua identidade social. A
forma como se expressa oralmente, como se alimenta e se
7 veste, como se comporta dentro e fo ra de casa é resultado do
poder educacional da família e do meio em que vive. Da
mesma maneira, a escola também exerce seu poder em relação
10 aos conhecimentos e ao uso das tecnologias que farão a
mediação entre professores, alunos e os conteúdos a serem
aprendidos.
13
No mundo contemporâneo, caracterizado por
mudanças velozes, as pessoas buscam na educação escolar a
garantia de fo rmação que lhes possibilite o domínio de
16 conhecimentos e melhor qualidade de vida. Essa educação
escolar, no entanto, aliada ao poder governamental, detém para
si o poder de definir e organizar os conteúdos considerados
19 socialmente válidos para que as pessoas possam exercer certas
profissões ou alcançar maior aprofundamento em determinada
área do saber. Assim, a definição dos currículos dos cursos em
22 todos os níveis e modalidades de ensino é uma forma de poder
em relação à informação e aos conhecimentos válidos para que
uma pessoa possa exercer função ativa na sociedade. Por sua
25 vez, na ação do professor na sala de aula e no uso que ele faz
dos suportes tecnológicos à sua disposição, são novamente
definidas as relações entre o conhecimento a ser ensinado, o
28 poder do professor e a forma de exploração das tecnologias
disponíveis.
1
Vani Moreira Kensky. Educação e tecnologias: o novo ritmo da
informação. Campinas: Papirus, 2007, p. J8-9 (com adaptações).
Com relação às ideias e aspectos linguísticos do texto
acima, julgue os itens seguintes.
1. Sem prejuízo da correção gramatical e dos sentidos
do texto, o primeiro período do segundo parágrafo
poderia ser reescrito da seguinte forma: No mundo,
contemporâneo e caracterizado por mudanças velozes, os indivíduos buscam a educação formal para
que assegurem‑se de ter acesso a conhecimento,
e mais qualidade de vida.
2. Seria mantida a correção gramatical do texto se o
segmento “é uma forma” (l. 22) fosse substituído por
“são formas”.
3. Infere‑se da leitura do texto que a atuação do professor é elemento definidor de identidades e papéis
sociais, estando, portanto, no centro das relações de
poder que se estruturam no ambiente escolar.
4. Na linha 5, a inserção de vírgula imediatamente
após o vocábulo “valores”, embora altere o sentido
original do período, mantém a sua correção gramatical.
5. O sujeito das orações presentes no período “A forma
(...) em que vive” (ls. 5-8) é indeterminado.
1
4
7
Toda experiência social produz e reproduz
conhecimento e, ao fazê-lo, pressupõe uma ou várias
epistemologias. Epistemologia é toda a noção ou ideia,
refletida ou não, sobre as condições do que conta como
conhecimento válido. É por via do conhecimento válido que
dada experiência social se torna intencional e inteligível. Não
há, pois, conhecimento sem práticas e atores sociais. Como um
e outro não existem senão no interior de relações sociais,
É proibido reproduzir ou comercializar
diferentes tipos de relações sociais podem dar origem a
diferentes epistemologias.
No seu sentido mais amplo, as relações sociais são
sempre culturais e políticas. Assim, qualquer conhecimento
13 válido é sempre contextual, consideradas tanto a diferença
cultural quanto a diferença política. Para além de certos
patamares de diferença cultural e política, as experiências
16 sociais são constituídas por vários conhecimentos, cada um
com seus critérios de validade, ou seja, são constituídas por
conhecimentos rivais.
10
Boaventura de Sousa Santos e Maria Paula Meneses. Epistemologias
do Sul. São Paulo: Cortez, 2010, p. 15-6 (com adaptações)
Em relação ao texto acima, julgue os seguintes itens.
6. Com correção gramatical, os dois últimos períodos
do texto (ls. 12-18) poderiam ser reescritos da seguinte forma: Por conseguinte, o conhecimento válido é contextual seja em relação à diferença cultural
quanto à diferença política. Além das diferenças
culturais e políticas, a formação das experiências
sociais se faz com conhecimentos que rivalisam
um com o outro, pois estes apresentam critérios de
validade distintos.
7. Na linha 2, a forma “-lo”, em “ao fazê‑lo”, refere‑se a
“conhecimento”.
8. O emprego de formas verbais no presente do indicativo, de expressões categóricas como “Toda
experiência social” (l. 1), “toda a noção ou ideia” (l. 3),
bem como do advérbio “sempre” (ls. 12 e 13), são
recursos discursivos utilizados para conferir valor
de verdade às afirmações do texto.
9. A leitura do primeiro parágrafo permite concluir corretamente que as epistemologias são subjacentes à
produção e reprodução do conhecimento e surgem
a partir das práticas sociais, ou seja, da atuação dos
indivíduos como atores sociais.
Não sou esperançoso por pura teimosia, mas por
imperativo existencial e histórico.
Não quero dizer, porém, que, porque esperançoso,
4 atribuo à minha esperança o poder de transformar a realidade
e, assim convencido, parto para o embate sem levar em
consideração os dados concretos, afirmando que minha
7 esperança basta. Minha esperança é necessária, mas não é
suficiente. Ela, só, não ganha a luta, mas sem ela a luta fraqueja
e titubeia.
10
Pensar que a esperança sozinha transforma o mundo
e atuar movido por tal ingenuidade é um modo excelente de
tombar na desesperança, no pessimismo, no fatalismo. No
13 entanto, prescindir da esperança na luta para melhorar o
mundo, como se a luta se pudesse reduzir a atos calculados
apenas, à pura cientificidade, é frívola ilusão. Prescindir da
16 esperança que se funda também na verdade como na qualidade
ética da luta é negar a ela um dos seus suportes fundamentais.
O essencial é que ela, como necessidade ontológica, necessita
19 ancorar-se na prática. Como necessidade ontológica, a
esperança precisa da prática para tornar-se concretude
histórica. É por isso que não há esperança na pura espera,
22 tampouco se alcança o que se espera na espera pura, que vira,
assim, espera vã.
1
Paulo Freire. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia
do oprimido. Notas de Ana Maria Araújo Freire. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1992 (com adaptações).
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Com referência às ideias e estruturas linguísticas do
texto anterior, julgue os itens que se seguem.
10. Evitando‑se a repetição do elemento “que”, o último
período do texto poderia ser reescrito, sem prejuízo
do sentido original e da correção gramatical, da seguinte forma: Por essa razão, não existe esperança
na pura espera, nem se consegue, na espera pura,
o esperado, resultado da espera vã.
11. Para o autor, a esperança, elemento essencial para
a promoção de mudanças na sociedade, fundamenta‑se basicamente na vontade de lutar.
12. O autor associa à esperança uma qualidade metafísica, ligada à natureza do ser e à própria condição
humana, evidenciada, no texto, pelo emprego dos
termos “imperativo existencial” (l. 2) e “necessidade
ontológica” (l. 19).
13. Na linha 4, o acento indicativo de crase, em “à minha
esperança”, pode ser suprimido sem prejuízo da correção gramatical do texto, visto que seu emprego é,
nesse caso, facultativo.
14. O posicionamento que o autor designa como “frívola
ilusão” (l. 15) opõe‑se ao associado, no texto, à ideia
de “ingenuidade” (l. 11).
15. Tanto na linha 18 quanto na linha 19, o vocábulo
“como” tem sentido comparativo.
(Cespe/TRE‑GO/2015) Cada um dos itens a seguir apresenta uma proposta de reescrita de trecho do texto
II – indicado entre aspas –, que deve ser julgada certa
se estiver gramaticalmente correta e mantiver o sentido
do texto, ou errada, em caso contrário.
Na véspera da eleição, em cada um dos vinte e sete
tribunais regionais eleitorais (TREs), são sorteadas uma
seção da capital e de duas a quatro seções do interior
em cada estado e no Distrito Federal (DF)
16. ( ) “são sorteadas (...) e no Distrito Federal (DF)”
(R. de 4 a 6): é sorteada uma seção da capital e
entre duas e quatro seções do interior em cada
estado e no Distrito Federal (DF)
Na votação paralela, o conteúdo das cédulas é digitado
nas urnas eletrônicas sorteadas.
17. ( ) “Na votação paralela, (...) nas urnas eletrônicas
sorteadas” (R. 16 e 17): Na votação paralela,
o conteúdo das cédulas são digitados nas urnas
eletrônicas sorteadas
18. ( )O trecho “votaram 2,2% da população” (R. 20
e 21) poderia, sem prejuízo gramatical ou de
sentido para o texto, ser reescrito da seguinte
forma: 2,2% da população votou.
(Cespe/TCU/TEFC/2015) Aquele momento inicial de um
direito sagrado e ritualizado, expressão das divindades,
desenvolveu‑se na direção de práticas normativas consuetudinárias.
(...)
A invenção e a difusão da técnica da escritura, somadas
à compilação de costumes tradicionais, proporcionaÉ proibido reproduzir ou comercializar
ram os primeiros códigos da Antiguidade, como o de
Hamurábi, o de Manu, o de Sólon e a Lei das XII Tábuas.
Constata‑se, destarte, que os textos legislados e escritos
eram melhores depositários do direito e meios mais eficazes para conservá‑lo que a memória de certo número
de pessoas, por mais força que tivessem em função de
seu constante exercício.
1. ( ) Tanto em “desenvolveu‑se” (R.14) quanto em
“Constata‑se” (R.27), a partícula “se” desempenha
a mesma função sintática.
2. ( ) O emprego do sinal indicativo de crase no
trecho “somadas à compilação de costumes
tradicionais” (R.24) é facultativo, razão por que
sua supressão não acarretaria prejuízo para o
sentido nem para a correção do período.
3. ( ) Sem prejuízo do sentido do texto, o termo “destarte” (R.27) poderia ser substituído por contudo
ou todavia.
(Cespe/TCU/TEFC/2015) Já o aspecto “econômico”
refere‑se, sobretudo, às condições que abrangem a propriedade privada, a economia de mercado, a ausência
ou minimização do controle estatal, a livre empresa e
a iniciativa privada.
4. ( ) O terceiro período do primeiro parágrafo do
texto poderia ser corretamente reescrito da seguinte forma: Agora cita‑se o aspecto econômico
relacionado, por princípio, a condições relativas
à propriedade privada, a economia de mercado,
a ausência ou minimização do controle estatal,
a livre empresa e a iniciativa privada.
(Cespe/TRE‑GO/2015) Por fim, integravam a Corte três
membros efetivos e quatro substitutos, escolhidos pelo
chefe do governo provisório dentre quinze cidadãos, indicados pelo STF, desde que atendessem aos requisitos
de notável saber jurídico e idoneidade moral.
5. ( ) Se a preposição a presente na contração “aos”
fosse suprimida, a função sintática da expressão “requisitos de notável saber jurídico e idoneidade moral” seria alterada, mas a correção
gramatical do texto seria mantida.
(Cespe/FUB/2015) Desde 2012, entre os projetos voltados à recuperação e à reinserção social, está a remição
de pena por meio da leitura.
6. ( ) Sem prejuízo para a correção gramatical do
texto, o sinal indicativo de crase poderia ser
eliminado em ambas as ocorrências no trecho
“voltados à recuperação e à reinserção social”.
(Cespe/FUB/2015) Na organização do poder político no
Estado moderno, à luz da tradição iluminista, o direito
tem por função a preservação da liberdade humana (...)
7. ( ) O emprego do sinal indicativo de crase em “à
luz da tradição iluminista” (R.2) é facultativo, ou
seja, a sua retirada não prejudicaria a correção
gramatical nem o sentido original do texto.
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PONTUAÇÃO DAS CONJUNÇÕES
COORDENATIVAS ENTRE ORAÇÕES
ADITIVAS
ALTERNATIVAS
EXPLICATIVAS
(,)e
(,)ou
,porque
(,)nem
(,)ou... (,)ou
,porquanto
,mas também
,ora... ,ora
,pois (no início)
,mas ainda
,quer... ,quer
,que (= pois)
,como também ,seja... ,seja
,bem como
Vírgula Anteposta: obrigatória (facultativa antes de
E, NEM, OU)
Vírgula Posposta: proibida após aditivas, alternativas
e explicativas
ADVERSATIVAS
,mas
,porem(,)
,contudo(,)
,no entanto(,)
,entretanto(,)
,todavia(,)
,não obstante(,)
CONCLUSIVAS
,logo(,)
,portanto(,)
,por isso(,)
,por conseguinte(,)
,então(,)
,destarte(,)
,pois, (deslocado ou intercalado)
Vírgula Anteposta: obrigatória
Vírgula Posposta: facultativa nas conclusivas e adversativas (proibida após mas).
A vírgula será OBRIGATÓRIA após qualquer
conectivo intercalado ou seguido de interrupção ou
intercalação de longa extensão gráfica.
Dilma criticou o PSDB e, diante das câmeras, Aécio
refutou acusações antigas. (Nota: as virgulas isolam a
expressão intercalacada em negrito.)
(Cespe/Depen/2015) Os detentos têm acesso a mais
de cem livros comprados pelo governo e, a partir dessa
seleção, eles têm de vinte e um a trinta dias para ler
um livro e escrever uma resenha que, se adequada aos
parâmetros da lei, como circunscrição ao tema e estética, subtraem quatro dias da pena. Ao todo, os detentos
podem remir até quarenta e oito dias apenas com as
leituras. Essa possibilidade, no entanto, ainda é restrita
a penitenciárias federais de segurança máxima.
8. ( ) A substituição da locução “no entanto” (R.17)
por conquanto manteria a relação estabelecida
entre a última oração do segundo parágrafo e a
que a antecede.
Dica!
CONJUNÇÕES E LOCUÇÕES CONJUNTIVAS SUBORDINATIVAS ADVERBIAIS
Causais: porque, pois, visto que, já que, dado que, na
medida em que, que, visto como, uma vez que, como
(anteposto à oração principal), porquanto.
É proibido reproduzir ou comercializar
Concessivas: embora, ainda que, se bem que, mesmo
que, posto que, apesar de que, por mais que, por menos
que, apesar de, não obstante, malgrado, conquanto.
Condicionais: se, caso, desde que, contanto que, a não
ser que, sem que.
Comparativas: como, assim como, tal qual, que, do
que, (tanto) quanto / como.
Consecutivas: tal que, tanto / tanta que, de sorte que,
de modo que, de forma que, tamanho que.
Conformativas: conforme, como, segundo, consoante,
de acordo com, de acordo com que.
Finais: para que, porque, a fim de que, para, a fim de.
Proporcionais: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais... mais, quanto mais... menos, quanto
menos... mais, quanto menos... menos.
Temporais: quando, enquanto, logo que, assim que,
antes que, depois que, mal, sempre que.
(Cespe/TER‑GO/2015) Esse era um quadro que demonstrava a grande instabilidade sentida pelos cidadãos que
viveram naqueles anos. Mas havia cidadãos?
9. ( ) A inserção de vírgula logo após “Mas” não prejudicaria a correção gramatical do texto, pois,
nesse caso, a utilização da vírgula é de caráter
facultativo.
(Cespe/TCU/TEFC/2015) Escreve H. Summer Maine que
algumas experiências societárias, ao permitirem o declínio do poder real e o enfraquecimento de monarcas
hereditários, acabaram por favorecer a emergência de
aristocracias, depositárias da produção legislativa, com
capacidade de julgar e de resolver conflitos.
10. ( ) Na linha 8, o emprego de vírgula logo após “H.
Summer Maine” prejudicaria a correção gramatical do período.
(Cespe/TCU/AUFC/2015) Quando o caso que der origem
à denúncia envolver dinheiro federal, a denúncia deve
ser feita ao TCU, que possui unidades em cada um dos
estados do Brasil. As irregularidades que envolvam
recursos públicos estaduais ou municipais devem ser
levadas ao conhecimento do tribunal de contas do estado ou do município correspondente.
11. ( )O emprego das vírgulas no primeiro período
do parágrafo do texto justifica‑se por regras
distintas.
(Cespe/Analista/MPU) O neurocientista relatou que
quase três quartos dos primeiros 250 americanos que
tiveram suas condenações penais anuladas graças ao
exame de DNA haviam sido vítimas de falso testemunho
ocular. Um psicólogo entrevistado afirmou que, dependendo de como se conduz uma acareação, ela pode
confundir a pessoa interrogada.
12. ( ) Com correção gramatical e com mais precisão,
a oração “que tiveram suas condenações penais
anuladas graças ao exame de DNA” poderia ser
estruturada da seguinte forma: cujas condenações penais foram anuladas em virtude de
contraprova fornecida pelo exame de DNA.
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