universidade do vale do itajaí centro de ciência da saúde

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIA DA SAÚDE
CURSO DE ODONTOLOGIA
LUISA H. K. CASAGRANDE
VANESSA COELHO
CONHECIMENTO DAS EQUIPES DE ENFERMAGEM EM
RELAÇÃO ÀS CONDIÇÕES BUCAIS DOS PACIENTES
INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA – UTI DE
JOINVILLE E LAGES (SC)
Itajaí (SC) 2011
LUISA H. K. CASAGRANDE
VANESSA COELHO
CONHECIMENTO DAS EQUIPES DE ENFERMAGEM EM
RELAÇÃO ÀS CONDIÇÕES BUCAIS DOS PACIENTES
INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA – UTI DE
JOINVILLE E LAGES (SC)
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como requisito parcial para obtenção do título
de cirurgião-dentista pelo Curso de Odontologia
da Universidade do Vale do Itajaí.
Orientadora:
Profa. Constanza Marín de los Rios Odebrecht.
Itajaí (SC) 2011
LUISA H. K. CASAGRANDE
VANESSA COELHO
CONHECIMENTO DAS EQUIPES DE ENFERMAGEM EM
RELAÇÃO ÀS CONDIÇÕES BUCAIS DOS PACIENTES
INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA- UTI DE JOINVILLE E
LAGES (SC)
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para
obtenção do título de cirurgião-dentista, Curso de Odontologia da Universidade
do Vale do Itajaí, aos XX dias do mês de maio do ano de dois mil e onze, é
considerado aprovado.
Profª Constanza Marín de Los Rios Odebrecht (Presidente)______________________
Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)
Prof. Beatriz H. E. Schmitt ______________________________________________
Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)
Prof. Eduardo Matte______________________________________
Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)
Vanessa Coelho...
Dedico...
À José Antônio Coelho e Marlene Agostini, meus pais,
responsáveis pela formação do meu caráter...
... aos meus familiares e amigos, pelos
momentos de carinho e apoio durante a
realização desse trabalho.
Muito Obrigada.
Vanessa Coelho...
AGRADECIMENTOS
A Deus, ele é o meu Deus o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele
confiarei.
A minha família e amigos pelos momentos de angústia e alegria
divididos e pelas palavras de força e ânimo nos momentos que precisei, meu
carinho, respeito e admiração.
Em especial agradeço meu pai José Antônio Coelho, pela ajuda,
atenção, paciência e principalmente pelo carinho. Sua contribuição com certeza
foi muito importante para elaboração deste trabalho.
A todos colegas de faculdade que de forma direta ou indiretamente
contribuíram para a concretização de mais um ideal.
A nossa orientadora Professora Constanza Marín de los Rios Odebrecht,
pelo incentivo as atividades acadêmicas e ensinamentos tran.
A Professora Elisabete Rabaldo Bottan por suas contribuições técnicocientíficas na elaboração deste trabalho.
Aos professores, coordenadores e funcionários da pelo profissionalismo
e qualidade de auxílio prestado nestes anos.
Luisa H. K. Casagrande...
Dedico...
A todos que me apoiaram durante a realização deste trabalho. Meus pais,
amigos e professores.
Obrigada.
Luisa H. K. Casagrande...
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à Deus, pela vida, por estar sempre no meu
caminho, iluminando e guiando às escolhas certas.
A minha mãe Marcia Komorowski e meu padrasto José Judas Tadeu
Ribeiro. Que me ajudaram em todos os momentos da minha vida, sempre
contribuindo para eu ser uma pessoa digna e guerreira, sem eles com certeza
nada seria possível.
A minha avó Sebastiana Duarte Komorowski por ser um exemplo de
mulher, por sempre me incentivar e acreditar em mim. E em memória ao meu
avô Miroslaw Komorowski, um grande homem.
A nossa orientadora Professora Constanza Marín de los Rios Odebrecht,
pelos ensinamentos e por nos passar conhecimento ao longo desta caminhada.
Aos meus amigos da faculdade, pelo convívio, amizade, sinceridade e
pelos inúmeros momentos de alegria.Foram com certeza a base em todos esse
anos, uma segunda família.
A Professora Elisabete Rabaldo Bottan por ser uma pessoa muito
querida e por sempre estar disposta a nos ajudar.
Por fim a todos aqueles que contribuíram de alguma forma para a
realização deste trabalho, obrigada!
CONHECIMENTO DAS EQUIPES DE ENFERMAGEM EM RELAÇÃO ÀS
CONDIÇÕES BUCAIS DOS PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA – UTI DE JOINVILLE E LAGES.(SC)
Acadêmicas: Luisa H. K. CASAGRANDE e Vanessa COELHO
Orientadora: Prof ª Constanza Marín de Los Rios ODEBRECHT.
Data da defesa: maio de 2011
Resumo:
Este trabalho teve como objetivo analisar o conhecimento e ações das equipes
de enfermagem, quanto aos cuidados de saúde bucal prestados aos pacientes
internados em unidade de terapia intensiva. A investigação se caracterizou
como um estudo descritivo, do tipo transversal, mediante levantamento de
dados primários. A população-alvo foram enfermeiros e técnicos de
enfermagem que atuavam em dois hospitais localizados na cidade de Joinville
e Lages. O instrumento para coleta de dados foi um questionário estruturado,
com perguntas dos tipos aberto e fechado, distribuídas em três campos. Os
dados foram organizados mediante frequencia das respostas emitidas para
cada questão. Para a determinação do nível de conhecimento, foi estabelecida
uma classificação específica, com base no número de acertos. Apontamos
como um grau de conhecimento regular a equipe de enfermagem, no que diz
respeito à odontologia e sua relação com a saúde bucal do paciente, ausência
de cirurgião-dentista nos hospitais, e ausência de protocolos de higiene bucal e
de treinamentos.
Palavras-chave: UTI, pneumonia por aspiração, equipe de enfermagem, saúde
bucal.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................07
2 REVISÃO DE LITERATURA........................................................................22
3 MATERIAIS E MÉTODOS...........................................................................24
4 RESULTADOS.............................................................................................37
5 DISCUSSÃO................................................................................................45
6 CONCLUSÃO...............................................................................................46
7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS...............................................................49
8 ANEXO.........................................................................................................52
9 APÊNDICES.................................................................................................47
7
1 INTRODUÇÃO
As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) são unidades hospitalares que
objetivam atender pacientes em estados críticos e que exigem cuidados
especiais. Esta situação exige assistência e observação constante da equipe
lotada nestas unidades, notadamente, enfermagem e médicos. Isto por si só, já
exige um grau de conhecimento acentuado e com atualização contínua de toda
a equipe, o que nem sempre se verifica ou se comprova.
Estudos têm sido realizados demonstrando que após 48 horas da
admissão na UTI, todos os pacientes apresentam a orofaringe colonizada por
bacilos gram-negativos, frequentes agente etiológicos das pneumonias
nosocomiais, portanto a higiene bucal inadequada do paciente crítico constitui
um agravante no que diz respeito ao crescimento bacteriano. (MORAIS et al.,
2006) A aspiração destes patógenos está relacionada com a ocorrência de
pneumonia nosocomial; este tipo de pneumonia é uma das infecções
hospitalares mais incidentes nas UTIs. (BERALDO; ANDRADE, 2008).
É essencial que pacientes de UTIs tenham cuidados de higiene oral,
pelo fato de que estes estão em condições debilitadas, necessitam de cuidados
especiais da equipe de enfermagem, para a realização da higiene bucal. Este
cuidado tem por objetivo manter a cavidade oral do paciente saudável.
(ARAÚJO et al., 2009).
Diante do exposto, a avaliação das percepções e ações da equipe de
enfermagem quanto aos cuidados de saúde bucal prestado aos pacientes
internados em UTIs durante o processo de higienização bucal diário, é de vital
importância para a prevenção, minimizando patologias orais e visando melhor
qualidade de vida.
8
Por outro lado, permitirá uma análise crítica dos conhecimentos destes
profissionais, avaliando a necessidade de treinamentos em higienização bucal
e conhecimentos básicos de odontologia.
9
2 REVISÃO DE LITERATURA
Brum (2004) relatou que a pneumonia é considerada a infecção
nosocomial mais frequente e mais temida nas Unidades de Cuidados
Intensivos (UCIs). Os doentes submetidos à ventilação mecânica têm as
primeiras linhas de defesa contra a infecção alteradas e são os que estão em
maior risco de desenvolver pneumonia nosocomial. As bactérias podem atingir
o aparelho respiratório inferior por microaspiação a partir da orofaringe. A
resistência à colonização depende da integridade anatômica, da integridade
fisiológica e da flora normal. Nos doentes hospitalizados, estes fatores estão
geralmente comprometidos, a sua pele e orofaringe são rapidamente
colonizadas. A entubação nasal pode aumentar o risco, tanto de sinusite
nosocomial como de Pneumonia associada à ventilação (PAV). Durante a
entubação, microrganismos potencialmente patogênicos, presentes nas vias
aéreas superiores, podem ser arrastados para a traqueia. O aparecimento da
pneumonia após as primeiras 48 horas de internamento era uma condição
necessária para que esta fosse considerada nosocomial. Esta definição não é
adequada para a PAV. Um número significativo destas pneumonias é
consequência da própria entubação. A definição do limite para uma PAV ser
considerada precoce situava-se classicamente durante os primeiros 2 a 4 dias.
Freire et al. (2006) realizaram estudos com o objetivo de identificar os
cuidados prestados pelos profissionais e a associação entre a ventilação
mecâninca (VM) e o aparecimento de pneumonia. Foi feita uma pesquisa de
abordagem quantitativa do tipo exploratória e descritiva, realizada nas
Unidades de Urgência e Terapia Intensiva do Pronto Socorro Clóvis Sarinho. A
população constou de 68 profissionais, 14 enfermeiros, 22 técnicos de
enfermagem, 14 auxiliares de enfermagem, 11 médicos e 07 fisioterapeutas.
No que se refere à incidência da VM e PAV e a caracterização dos pacientes
que participaram do estudo concluíram que: dos 38 pacientes que foram
entubados durante o período da pesquisa, 35 (92,10%) utilizaram ventilador
mecânico, sendo que, 17 (44,74%) foram a óbito e 04 (10,52%) entubados
antes de completarem 48 horas de internamento, não sendo possível, portanto,
fazer o diagnóstico de PAVM; dos 17 (44,74%) que permaneceram no estudo
10
por mais de 48 horas, período necessário para fazer esse diagnóstico, 13
(76,47%) tiveram PAVM, a maioria era do sexo masculino (82,35%), com idade
entre 55 a 64 anos (23,53%), não alfabetizados (35,30%) e diagnóstico médico
de AVC (47,06%). No que se refere à caracterização dos profissionais que
participaram do estudo: a categoria predominante foi o técnico de enfermagem
(32,35%), do sexo feminino (69,12%), com nível médio de escolaridade
(51,47%), entre 40 a 50 anos de idade (44,12%); com tempo de serviço de 05 a
09 anos e a maior parte exerciam suas funções na UTI. No que se refere à
identificação dos cuidados prestados pela equipe relacionados à VM,
observaram que não foi realizada a limpeza e desinfecção antes da montagem;
21 (60,00%) não foram montados com técnica asséptica; somente 29
ventiladores (82,86%) foram testados; destes, 27 (93,11%) o pulmão de teste
usado não estava estéril; após montado a conexão Y foi protegida por 27 vezes
(77,15%) com material não estéril; foi colocado o rótulo com data e assinatura
de quem montou em 18 ventiladores (51,43%); o umidificador ficou vazio por
30 vezes (85,71%) logo após a montagem; no momento da instalação o
ventilador foi testado em 29 vezes (82,86%), destas o pulmão não estava
estéril em 26 (87,00%); das 30 vezes que a água foi colocada no momento da
instalação do aparelho no paciente, em 18 (60,00%) estava estéril e 12
(40,00%) foi utilizado água de torneira, solução salina ou ringer simples;
durante aVM, das 87 vezes que havia presença de condensado. Sabe-se que
inúmeros fatores podem contribuir para que o paciente tenha PAVM. Porém,
mesmo não podendo afirmar que a pneumonia ocorreu devido ao uso
inadequado dos passos na realização dos cuidados nos pacientes com VM, os
autores estão convictos de que a falta de diretrizes são fatores que sinalizam o
risco para que esses pacientes desenvolvam PAVM e mesmo para aqueles
que por outras razões não tiveram pneumonia.
Para Morais et al. (2006), na UTI, a monitorização dos órgãos e
sistemas, que não são a causa direta do problema que levou o paciente a essa
condição, não deve ser esquecida. Esta atenção evita a deterioração de outro
órgão ou sistema que pode contribuir para um prognóstico desfavorável do
caso. Isto inclui, também, o sistema estomatognático que deve receber a
devida atenção, uma vez que a prevalência, extensão e gravidade das doenças
periodontais é muito alta na população. Higiene bucal deficiente é um achado
11
característico nos pacientes de UTI. Estudos recentes mostraram que a
quantidade de biofilme, em pacientes de UTI, aumenta com o tempo de
internação; paralelamente também ocorre aumento de patógenos respiratórios
que colonizam o biofilme bucal. Os patógenos respiratórios, que se
estabelecem no biofilme, são mais difíceis de serem debelados, pois o biofilme
propicia proteção às bactérias, tornando-as mais resistentes aos antibióticos do
que as bactérias planctônicas. Paciente com alteração do nível de consciência,
condição comum UTI, aspira maior quantidade de secreção da boca, com
maior frequência. Considerando-se a possível relação entre cuidados
odontológicos e pneumonias nosocomiais, o cirurgião-dentista deveria integrar
à equipe multiprofissional em benefício do paciente crítico. A higiene bucal
deficiente e a presença de doença periodontal no paciente de UTI, sem dúvida,
constituem-se em mais um fator que pode favorecer o desenvolvimento de
pneumonia nosocomial.
Junior et al. (2007) acreditam que o progresso da pesquisas cientificas
que vivenciamos na áreas médica e odontológica nos possibilita compreender
melhor o corpo humano e as doenças que o acomete. Com isto, o novo
paradigma, cada vez mais evidente fortalece a inter-relação das doenças
bucais, em especial a doença periodontal, com as doenças sistêmicas e
disponibiliza formas de tratamento modernas e eficazes aos médicos e aos
cirurgiões-dentistas para o paciente. Indícios científicos indicam que problemas
bucais têm condições de atuar como foco de disseminação de microrganismo
patogênico com efeito metastático sistêmico, especialmente em pessoas com a
saúde comprometida. A prática da medicina periodontal é muito importante
para uma assistência com qualidade ao paciente grave. A incorporação de um
profissional cirurgião-dentista como parte de uma equipe interdisciplinar de
uma Unidade de Terapia Intensiva é essencial nos dias atuais.
Oliveira et al. (2007) investigaram a possível presença de patógenos
respiratórios na cavidade bucal em pacientes internados em UTI. Participaram
30 pacientes, moradores da cidade de Nova Friburgo (Rio de janeiro), com
idades entre 18 e 82 anos, que possuíam pneumonia nosocomial (PN). Foram
coletados, das amostras do aspirado traqueal, com swab estéril, para identificar
os micro-organismos responsáveis pela PN. Os pacientes foram examinados
pela equipe médica intensivista e a coleta de dados dos prontuários realizada
12
pelo mesmo pesquisador, e foram considerados todos aqueles pacientes que
apresentavam PN após 48 horas de internação na UTI. Os resultados
indicaram que em dois casos (6,6%) a etiologia bacteriana da PN foi
encontrada no aspirado traqueal; em dois pacientes (6,6%) elas estavam
presentes apenas na língua; em sete pacientes no tubo do umidificador
(23,33%); em dois pacientes (6,6%) a bactéria estava ao mesmo tempo no tubo
do umidificador e biofilme dental; em 4 pacientes (13,2%) presente
concomitantemente no biofilme dental e língua; em 13 pacientes (43,33%) em
todos os locais examinados. Foram utilizados os testes de Qui-quadrado e
Exato de Fisher para diferenças entre proporções para avaliação estatística e
nenhuma diferença nas proporções pôde ser observada entre os locais
examinados.
Pinheiro et al. (2007) determinaram o perfil periodontal de pacientes
adultos traqueostomizados com pneumonia nosocomial (PN), internados na
unidade de terapia intensiva do instituto Dr. José Frota, Fortaleza (CE). Foram
avaliados 33 pacientes adultos, 30 do sexo masculino e 3 do sexo feminino. O
diagnóstico clínico e radiográfico de PN e um exame periodontal foram
realizados para a análise estatística de dados. O índice de sangramento
gengival (ISG) foi maior nos pacientes com PN (41,03%) em relação aos
pacientes sem esta patologia (25,19%). Porém, não houve diferença
estatisticamente significante. Dos 33 pacientes examinados, 25 apresentaram
periodontite, dos quais 22 (88%) tinham PN, não havendo associação
estatisticamente significante entre essas duas patologias. Portanto, apesar de
higiene bucal mais deficiente e maior prevalência de periodontite em pacientes
com PN, estas associações não foram positivas.
Viera e Marticorena. (2007)
Clínica
e
Cirúrgica
do
Hospital
realizaram um estudo retrospectivo em
"Hermanos
Ameijeiras"
no
período
compreendido entre 1 de Abril a 31 de Dezembro de 2006 para fazer uma
caracterização clínica dos pacientes que adquiriram pneumonia hospitalar em
unidades de cuidados intensivos. O grupo de estudo consistiu de pacientes de
todas as idades, ambos os sexos, que foram admitidos serviços de cuidados e
de amostras de doentes críticos, aqueles que adquiriram pneumonia hospitalar
durante a sua estada nestes serviços. De 727 pacientes inscritos nos serviços
de atendimento ao paciente durante o período de estudo sério, e destes, 107
13
(14,7%) adquiriram pneumonia nosocomial , a maioria homens com mais de 60
anos. Concluiram que a pneumonia hospitalar foi um achado comum entre os
pacientes internados nas unidades de cuidados e houve uma associação entre
a ventilação mecânica e mortalidade de pneumonia nosocomial, mas sem
relação com o tempo de permanência e estado consciência. A pneumonia
nosocomial é a principal causa direta do óbito entre os pacientes do estudo.
Carvalho et al. (2008) compararam três métodos de coleta de escarro
traqueal em pacientes com diagnóstico clínico e radiológico de pneumonia.
Vinte e dois pacientes com doença hepática com diagnóstico clínico e
radiológico de infecção pulmonar, foram estudados prospectivamente. Eles
foram mantidos em ventilação mecânica e tratamento antibiótico empírico
prescritos pela equipe médica. Para a coleta de secreção pulmonar, aspiração
traqueal foi realizada com (ETA / SC), utilizando Trach Care ® da Ballard
Medical Products ® (EUA), um sistema de aspiração fechado com 4,6 mm de
diâmetro e 54 centímetros de comprimento. Já a broncoscopia com LBA foi
realizada pelo broncoscopista de plantão do Departamento de Endoscopia do
Hospital que havia sido designado pelo broncoscopista responsável pelo
estudo. Na coleta de escarro por estes dois métodos, anti-sepsia e instilação
de 20 ml de solução fisiológica foram utilizados. Dos 22 pacientes analisados,
no / ETA coleção CS 21 pacientes (95,4%) tinham um ou mais agente
infeccioso. Com o cateterismo Bal ®, 18 pacientes (86,3%) tinham um ou mais
agentes. Com o LBA, 8 pacientes (36,3%) tiveram a presença confirmada de
um ou mais agente infeccioso. Os resultados foram expressos em UFC / mL.
Uma cultura cresceu de um único patógeno foi relatada como sendo 103, 104,
105 UFC / mL. Foi concluido que, por meio de um sistema fechado de
aspiração traqueal, os resultados obtidos são mais eficazes em comparação
com a LBA e cath Bal ®. Na maioria dos pacientes analisados, as culturas
positivas foram detectadas em aspirado endotraqueal com um sistema de
aspiração fechado, enquanto uma grande parte das amostras coletadas
durante a LBA tinham uma flora bacteriana ausente.Aspirado endotraqueal
cultura quantitativa pode ser um instrumento aceitável para o diagnóstico de
pneumonia nosocomial quando nenhuma técnica de fibra óptica está
disponível. Aspirado endotraqueal com um sistema fechado tem vantagens,
14
como ser uma técnica econômica, é rápido e fácil de usar, e é mais fácil para o
paciente.
Faiçal e Mesas. (2008) verificaram em auxiliares de enfermagem do
Hospital Universitário do Norte do Paraná, Londrina, Paraná, o conhecimento e
as práticas relacionadas aos cuidados com a saúde bucal dos pacientes
hospitalizados. Foi realizado um estudo descritivo. A população de estudo foi
composta por todos os auxiliares de enfermagem, totalizando 374 indivíduos.
Porém cerca de 60% não receberam informações sobre cuidados com a saúde
bucal durante sua formação ou em cursos posteriores. O expressivo percentual
de 91,4% assumiu necessitar de mais informações sobre cuidados específicos
com a saúde bucal sugere que as disciplinas específicas sobre odontologia nos
cursos preparatórios dos auxiliares de enfermagem são insuficientes.
Observou-se que 88% dos auxiliares de enfermagem achavam que era sua a
função da higiene bucal dos pacientes hospitalizados. O estudo foi feito com
209 profissionais (89,6%) auxiliares de enfermagem que efetivamente
responderam ao questionário. Os resultados mostraram a necessidade de
melhores orientações sobre cuidados específicos nos cursos preparatórios, e
implementação de protocolos de avaliação de saúde bucal no hospital.
Machiavelli e Pio. (2008) abordaram a consolidação da medicina
periodontal como um novo paradigma na odontologia e relacionaram as
principais condições sistêmicas que podem ser influenciadas pelas doenças
periodontais. As principais inter relações são com a artrite reumatóide, diabetes
mellitus e doenças cardiovasculares. No caso da artrite reumatóide foi
realizado um estudo com 1412 pessoas, que comprovou que 62,5 % dos
pacientes portadores de artrite reumatóide apresentavam quadros de
destruição periodontal avançada e tinham risco maior de agravamento da
artrite reumatóide. Já na diabetes mellitus estudos tem sugerido que toxinas
bacterianas, como os lipopolissacarídeos, que são liberados na presença das
doenças periodontais, podem aumentar a resistência à insulina, provocando
aumento da glicose circulante, resultando em episódios de hiperglicemia. Nas
doenças cardiovasculares as doenças periodontais são associadas a tais por
que já foi encontrado material genético de bactérias periodontais em placas de
ateroma, a periodontite já apresentou relação com a hiperlipidemia através da
liberação de citocinas inflamatórias, como a IL-1 e TNF-a. A medicina
15
periodontal é tema de grande importância para odontologia e medicina. Os
profissionais que atuam nessas áreas devem deixar de encarar as doenças
periodontais como problemas restritos a cavidade bucal, pois as pesquisas
realizadas neste trabalho demonstram que existe possibilidade de impacto
negativo sobre a saúde geral: uma boca saudável pode contribuir para um
corpo saudável.
Santos et al. (2008) realizaram um estudo para avaliar a eficiência da
ação antimicrobiana da solução bucal com sistema enzimático associada à
higiene oral, em pacientes totalmente dependentes de cuidados internados em
UTIs, pacientes que não eram capazes sozinhos de realizar sua higiene oral. O
estudo foi realizado com 20 pacientes internados divididos em 2 grupos com
protocolos de higienização bucal com a mesma técnica, mas utilizando
produtos diferentes. Em um grupo chamado de grupo de estudo foi utilizada
solução bucal com sistema enzimático e em outro grupo chamado grupo
controle solução bucal à base de cetilpiridínio. O grupo controle foi avaliado da
mesma forma que o grupo de estudo, porém, neste grupo os protocolos de
higiene oral foram realizados conforme a rotina de serviço. Os resultados
microbiológicos das culturas coletadas nos grupos de estudo e controle após o
uso da solução enzimática mostrou que não houve diferença significativa entre
os grupos. Na avaliação clínica do Índice de Higiene Oral Simplificada houve
significância estatística, quando comparados os grupos de estudo e controle.
Amaral et al. (2009) revisaram a literatura sobre a importância do
microambiente oral no desenvolvimento da pneumonia nosocomial. A
pneumonia nosocomial, em especial aquela associada à ventilação mecânica,
é uma infecção frequente nas UTIs. Seus principais fatores etiológicos incluem
bactérias colonizadoras e oportunistas da cavidade oral. Manobras de higiene
oral, com o uso de antissépticos orais, como a clorexidina, têm se mostrado
úteis na diminuição de sua incidência.
Araújo et al. (2009) avaliaram as percepções e ações da equipe de
enfermagem, quanto aos cuidados de saúde bucal prestados aos pacientes
internados em unidade de tratamento intensivo durante o processo de
higienização bucal diário. A população-alvo foram os profissionais de
enfermagem que atuam em UTIs de hospitais públicos e particulares,
localizados na cidade de Belém – PA, durante o período de junho a novembro
16
de 2007. Foi aplicado um questionário estruturado, formulado com 18 questões
de múltipla escolha. Foram entrevistados profissionais de enfermagem, que
atuavam em 23 UTIs pertencentes a 12 instituições públicas e privadas de
saúde em Belém – PA. A presença de um cirurgião-dentista efetivo na equipe
interdisciplinar era praticamente inexistente, no entanto, 86% dos entrevistados
consideram necessária a presença deste profissional. Quanto ao conhecimento
da relação saúde bucal/saúde geral, 99% concordaram com a afirmativa de
que uma infecção na boca pode fazer com que a saúde do resto do corpo seja
prejudicada. A higienização da boca é importante durante a estada no hospital
e a realização de exame na cavidade bucal e/ou orientação para procurar um
profissional de odontologia para realizá-lo não é efetuada por 37% dos
profissionais. Cinquenta e oito por cento dos entrevistados realizam e/ou
orientam seus pacientes para a escovação dental; 100% indicam como
colutório, Cloreto de Cetilpiridínio. Recursos sob a forma de gel, spray, creme
dental, enxaguatório e até chicletes são desconhecidos por 90% quanto ao uso
em hospitais; 30% conhecem técnicas de escovação dentária; 76% afirmaram
reconhecer o aspecto normal da cavidade bucal. Trinta por cento julgam saber
sobre higienização das próteses e interrupção do seu uso, 29% afirmaram ter
conhecimento sobre higiene das mucosas e 40% afirmaram conhecer sobre a
limpeza da língua. Sobre a realização de treinamento específico sobre higiene
oral na formação profissional dos membros da equipe de enfermagem, 42%
afirmaram ter recebido algum conhecimento a respeito do assunto, no entanto,
74% acham insuficiente a forma de como é realizado e 98% têm interesse por
informações sobre saúde bucal.
Araújo et al. (2009) demonstraram por meio de entrevistas realizadas
com profissionais de enfermagem em 12 hospitais da cidade de Belém do
Pará, região Norte do Brasil, a sua atuação em equipes multi/interdisciplinares
atuantes em unidades de tratamento intensivo e se a presença de cirurgiões
dentistas é necessária nestas equipes. Foram aplicados questionários
contendo entrevista pessoal realizada por um único entrevistador, cirurgião
dentista. Foram abordados 402 profissionais de enfermagem, no período de
junho a novembro de 2007, de ambos os sexos, sem limites quanto à idade,
que atuavam em 23 unidades de tratamento intensivo pertencentes a 12
instituiçoes públicas e privadas de saúde em Belém. Destes 402, 73 eram
17
enfermeiros, 284 técnicos e 45 auxiliares. Quase toda a totalidade respondeu
que as equipes das quais faziam parte não dispunham de cirurgião dentista e
ainda 86 % dos entrevistados consideram necessária a presença deste
profissional na equipe. De acordo com o conceito de equipe de assistência ao
paciente, cada profissional atua na sua área no âmbito de melhorar o quadro
de saúde do paciente. Portanto, a presença de um cirurgião dentista faz-se
necessária em ambiente hospitalar como tentativa de se solucionar as
dificuldades apresentadas na manutenção da saúde bucal e no tratamento de
doenças bucais que afetam a saúde geral dos indivíduos hospitalizados em
UTIs.
Filho et al. (2009) avaliaram a possível associação entre periodontite e
infecção do trato respiratório inferior. Foi realizado um estudo caso-controle no
Hospital Geral de Feira de Santana, Bahia, Brasil. A amostra foi constituída de
103 indivíduos totalizando 22 casos e e 81 controles. A ventilação mecânica
invasiva foi muito mais freqüente nos casos (95,5%) do que em controles
(7,4%). Um tubo orotraqueal foi utilizado em 81,8% dos casos e em 7,4% dos
controles; broncoaspiração foi suspeitada em 81,8% dos casos e em 6,2% dos
controles. O diagnóstico de periodontite foi baseado em recessão gengival,
profundidade sondagem, perda de inserção e sangramento à sondagem. A
associação entre a periodontite marginal e a infecção do trato respiratório
inferior (ITRI ) foi encontrado quando a idade, tabagismo e tempo de internação
hospitalar foram incluídos como covariáveis. Os pacientes com ITRI tiveram
uma alta freqüência de suspeita de broncoaspiração e isso poderia explicar a
possível associação entre doença periodontal e ITRI encontrados neste e em
outros estudos. Estudos adicionais são necessários para esclarecer a possível
relação entre doença periodontal e ITRI.
Godoi et al. (2009) realizaram uma revisão de literatura, buscando
informações sobre a odontologia hospitalar no Brasil. A literatura aponta para a
problemática da carência na realização da higiene bucal dos pacientes
internados, tanto por parte da equipe de enfermagem como por parte dos
próprios acompanhantes. No entanto, sabe-se que a problemática no setor
hospitalar na área odontológica não se restringe à carência na realização da
higiene oral, mas também, à falta de integridade no atendimento do paciente
como um todo. É unanime a opinião dos autores no que diz respeito ao papel
18
do cirurgião dentista no ambiente hospitalar, pois todos atribuem à odontologia
hospitalar todo tratamento que necessite de equipes multidisciplinares no
atendimento
ao
paciente,
proporcionando
compromisso de assistência ao paciente.
melhor
desempenho
no
Essa odontologia vem sendo
timidamente introduzida nos hospitais, o cirurgião dentista tem buscado
formação especifica e adequada para os procedimentos que devem ser
realizados nesse ambiente.
Martins et al. (2009) avaliaram a realização da higiene oral pela equipe
de enfermagem da Unidade de Cuidados Intensivos – UCI de um hospital da
cidade de Ipatinga- MG. A coleta de dados foi realizada através de um check
list baseado no protocolo da própria instituição. Foram exploradas a técnica de
higiene oral e seu registro no prontuário, dos 20 profissionais observados 5
realizaram o procedimento, pois apenas eles realizavam o procedimento de
higiene oral em pacientes debilitados. Observou-se a realização da técnica do
procedimento de higiene oral, frequência, solução utilizada, bem como registros
em prontuários. Foi visto que a maioria dos profissionais deixou de fazer etapas
importantes como lavar as mãos, posicionamento do paciente e explicação do
procedimento ao paciente, portando há dificuldade no entendimento das
consequências que a não promoção da higiene oral e seu adequado registro no
prontuário podem acarretar na evolução clínica dos pacientes. A higiene oral é
de responsabilidade da equipe de enfermagem, sendo assim profissionais
comprometidos com a qualidade na assistência anseiam em promover um
atendimento integral, minimizando os riscos de complicações e o tempo de
hospitalização dos pacientes.
Aguiar
et
al.
(2010)
descreveram
a
experiência
das
ações
desempenhadas por acadêmicos do curso de Odontologia da Faculdade de
Farmácia, Odontologia e Enfermagem da Universidade Federal do Ceará,
participantes do Projeto de Extensão Renascer, direcionadas aos pacientes
internados no Instituto Dr. José Frota. A cavidade bucal sadia está intimamente
ligada à saúde geral e à qualidade de vida. Ações em Educação em Saúde
Bucal são de extrema importância no incentivo à prática de higiene oral da
população. É essencial que haja um desenvolvimento de ações inerentes às
questões da saúde bucal em pacientes hospitalizados, através de métodos
educativos e preventivos. Neste contexto, atenderam às necessidades dos
19
pacientes do Instituto. As atividades se iniciaram em novembro de 2007, sendo
realizadas aos domingos, através de 15 alunos distribuídos em grupos, com
propósito de favorecer o trabalho em equipe assim como a troca de atividades
de diversão pela prática da solidariedade. As orientações acerca da higiene
oral foram feitas através da utilização de macromodelos, folders, espelhos,
dentifrícios fluoretados e escovas de dente. Em dois anos de atuação, foram
assistidos 385 pacientes e verificou-se que a internação prolongada e/ou o
impedimento de execução do autocuidado faz com que a higiene oral não seja
priorizada, sendo necessária a implementação de atividades educativas em um
ambiente de trabalho ainda pouco comum ao cirurgião-dentista, mas muito
promissor aos desígnios da odontologia, o ambiente hospitalar. A saúde bucal,
como estado de harmonia, normalidade ou higidez da boca, só tem significado
quando acompanhada, em grau razoável, da saúde geral do indivíduo, em que
esta pode estar comprometida devido aos diversos tipos de doenças. O Projeto
Renascer apoia-se no contato precoce do aluno com a realidade em que irá
intervir, apropriando-se das diversidades e dificuldades da profissão, como
também no fortalecimento da cidadania ao direcionar seu olhar para além das
condições bucais.
Barbosa et al. (2010) avaliaram o perfil de pacientes e os principais
agentes infecciosos envolvidos na infecção respiratória. No período de janeiro
de 2009 a janeiro de 2010, foram acompanhados 73 pacientes com pneumonia
nosocomial internados nas UTIs – adulto pediátrico e Centro de Queimados –
do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Belém - PA.
Dos 194 pacientes notificados com pneumonia, 73 apresentaram pneumonia
nosocomial após 48 horas de internação com pelo menos um exame de cultura
positiva, conforme dados obtidos da Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar (CCIH) do HMUE. Alguns fatores contribuem para o aumento da
biota microbiana bucal e casos de pneumonia nosocomial, como a idade dos
pacientes, permanência em ambiente hospitalar. Neste estudo pôde-se ser
observado que a idade média foi de 38,7 anos, o que discorda de estudos que
encontraram maior prevalência em indivíduos com idade mais avançada e o
Staphylococcus aureus foi o micro-organismo mais frequente (30,7%) nas
infecções nosocomiais dos pacientes sob terapia intensiva.
20
Martinelli et al. (2010) determinaram a prevalência de pneumonia
nosocomial nas autópsias em um hospital público universitário; identificar os
fatores de risco relacionados à pneumonia nosocomial e os potenciais fatores
prognósticos relacionados à ocorrência de pneumonia nosocomial fatal; e
correlacionar os achados anatomopatológicos com a ocorrência de pneumonia
nosocomial (PN) e/ou pneumonia aspirativa (PA). Tratou-se de um estudo
retrospectivo tipo coorte de pacientes com mais de 1 ano de idade, internados
no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu da
Universidade Estadual Paulista entre janeiro de 1999 e dezembro de 2006, cuja
causa de morte foi pneumonia nosocomial
e que foram autopsiados. As
autópsias foram realizadas conjuntamente por docentes e médicos residentes
do Departamento de Patologia, seguindo uma rotina tradicional bem
estabelecida em um procedimento sequencial e sistemático. Foi feita a
dissecção e a análise dos mesmos em detalhes. O estudo partiu dos laudos de
autopsia
nos
quais
a
pneumonia
foi
documentada
macro
ou
microscopicamente. No período estudado, houve 6.016 óbitos, e desses, 765
(12,7%) foram submetidos à autópsia. A prevalência de pneumonia nosocomial
(PN) em autópsias foi de 29%, sendo que pneumonia aspirativa (PA)
respectivamente foram às causas principais de óbito em 13,1% e 9,5% dos 765
pacientes autopsiados durante o período do estudo. Portanto, essa é uma
mortalidade elevada, conforme já relatado na literatura, o que justifica a
necessidade de um melhor conhecimento dos fatores de risco e de seus
mecanismos.
Olaechea et al. (2010) realizaram uma revisão da literatura sobre o
impacto de diferentes infecções nosocomiais em pacientes criticamente
doentes, particularmente aquelas causadas por bactérias multirresistentes,
também foi interpretada nesse estudo. As infecções nosocomiais são um dos
mais importantes problemas que ocorrem em Unidades de Terapia Intensiva.
As infecções nosocomiais, em geral, afetam os pacientes mais graves.
Infecções nosocomiais em sua definição tradicional é aquela que ocorre
durante a internação, mas agora também se estende à uma relacionada à
saúde em sentido amplo. Por esta razão, a epidemiologia e o impacto de
infecções em pacientes críticos devem ser conhecidos. O maior problema
acrescido para estas doenças é o surgimento de resistência aos antibióticos
21
comumente utilizados. Esta resistência é principalmente devido ao abusivo e,
por vezes inadequado uso de antibióticos. Com base nos dados do estudo
ENVIN UTI, as taxas e etiologia das principais infecções hospitalares, como a
pneumonia associada à ventilação mecânica, infecção do trato urinário e
primário e secundário infecções no sangue, têm sido descritos.
Silveira et al. (2010) atualizaram o conhecimento a respeito dos
aspectos microbiológicos da cavidade oral e sua relação com a higiene bucal
na prevenção da pneumonia associada à ventilação mecânica. Estudos
analisados têm sido favoráveis ao uso de antissépticos para descontaminação
da orofaringe, embora ainda não exista uma padronização de condutas a
respeito da técnica e produtos. Tradicionalmente a higiene bucal compõe a
higiene corporal como um todo e constitui um dos mais importantes cuidados
de enfermagem. A revisão das práticas preventivas é essencial para a redução
de pneumonias em pacientes em estado crítico, assim a higiene bucal com
antisséptico, bem como a remoção da placa dental assume um importante
papel ao reduzir a carga microbiana. O cuidado com a saúde bucal vai além do
conforto, devem ser adotados técnicas e produtos diferenciados, o que exige
do enfermeiro conhecimento teórico e prático. A avaliação da cavidade bucal
deve incluir na prescrição de enfermagem a modalidade mais apropriada para
o paciente, considerando a condição clínica, risco de sangramento, lesões na
cavidade bucal, abertura de boca. Os enfermeiros devem elaborar protocolos
que possam ser exequíveis e promover treinamentos para as demais
categorias de enfermagem, além de avaliarem, posteriormente, a adesão a
essas recomendações.
Ventura e Pauletti. (2010) avaliaram de que maneira a literatura
apresenta-se a pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM) em
pacientes pediátricos internados em UTI, considerando verificar se existem
protocolos ou diretrizes assistenciais nacionais neste âmbito. Realizaram uma
revisão integrativa da literatura visando aumentar o conhecimento sobre o tema
da pesquisa de modo a melhorar a assistência de enfermagem ao paciente
pediátrico internado em UTI, acometido por PAVM devido a causas
nosocomiais. Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, para
proporcionar a síntese de conhecimento produzido sobre um determinado
tema, permite também a visualização de lacunas de evidências na prática
22
profissional e viabiliza a contextualização do pesquisador em determinada
temática. Neste cenário, cabe considerar que na revisão realizada, verificou-se
que são poucos os estudos realizados abordando PAVM em pediatria.
Perceberam que procedimentos invasivos, principalmente ventilação mecânica
(VM), são fatores de risco para infecção em UTI Pediátrica. Como estes
fatores, normalmente, não poderão ser alterados, pois consideram, além da
VM, a idade do paciente e o uso de antibioticoterapia, há um aumento na
incidência e prevalência significativa da PAVM, sendo que as crianças
apresentam mais freqüentemente infecções hospitalares e uma taxa de
mortalidade bastante significativa.
23
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizada uma pesquisa do tipo descritivo transversal, mediante
levantamento de dados primários, através de um questionário estruturado. A
população-alvo foi formada por 55 profissionais da área de enfermagem
(enfermeiros e técnicos) que atuavam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
do Hospital Materno Infantil Dr. Jeser Amarante Faria, de Joinville-SC, e
Hospital e Maternidade Tereza Ramos, de Lages-SC.
A coleta de dados ocorreu no período de 2010 e 2011.
A amostra foi do tipo não probabilístico e constituído pelos profissionais
(enfermeiros e técnicos) de ambos os gêneros, que aceitaram, por livre e
espontânea vontade, participar da pesquisa, assinando o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Não houve critérios de exclusão.
O projeto de pesquisa foi previamente submetido à Comissão de Ética em
Pesquisa da UNIVALI, tendo recebido parecer de aprovação 361/10.
O instrumento de coleta de dados constou de um questionário estruturado
com 16 questões dos tipos abertas e fechadas, e foram distribuídas em três
campos. A primeira parte foi representada pelas questões 1 e 2, que teve como
objetivos, avaliar o perfil do corpo de enfermagem entrevistado, há quanto
tempo está no mercado, e formação do profissional. As questões seguintes, de
3 a 10, referenciam a participação em equipe multidisciplinar, ao contato ou
não com o cirurgião-dentista e os conhecimentos e cuidados que são
realizados rotineiramente no ambiente da UTI. Na terceira parte do
questionário, representada pelas questões 11 a 16, objetivamos analisar o
conhecimento da equipe de enfermagem. A partir das questões 13 a 16 foi
24
avaliado o nível de conhecimento da equipe de enfermagem, no que diz
respeito à odontologia e sua relação com a saúde bucal do individuo.
Para a determinação do nível de conhecimento, foi estabelecida uma
classificação específica, com base no número de acertos, sendo: de 8 a 5
acertos nível bom, de 4 a 3 acertos nível regular, menos que 2 acertos nível
ruim.
Os dados obtidos foram organizados mediante frequência relativa das
respostas emitidas para cada questão.
Os resultados obtidos pela pesquisa serão encaminhados aos hospitais,
através de uma cópia do trabalho de conclusão de curso.
.
25
4 RESULTADOS
De um universo de 55 enfermeiros e técnicos de enfermagem, foram
respondidos 25 questionários, o que representa 45,4% da população-alvo. A
amostra válida constituiu-se de 7 enfermeiros e 18 técnicos de enfermagem,
sendo 14 profissionais do hospital Materno Infantil Dr. Jeser Amarante Faria de
Joinville, representando 56% das respostas, e 11 profissionais do hospital
Maternidade Tereza Ramos de Lages, o que representa 44% das respostas. A
faixa etária da população estudada variou entre 21 e 49 anos. A caracterização
da amostra se encontra nas tabelas 1, 2 e 3.
Tabela 1: Características da população do Hospital Materno Infantil Dr. Jeser
Amarante Faria de Joinville.
HOSPITAL MATERNO INFANTIL Dr. JESER AMARANTE FARIA DE
JOINVILLE
PÚBLICO
RESPONDENTE
FEMININO
MASCULINO
DESCRIÇÃO
QUANT PORC% QUANT PORC% QUANT PORC%
ENFERMEIROS
3
21
3
27
-
-
TÉC.DE
ENFERMAGEM
11
79
8
73
3
100
TOTAL GERAL
14
100
11
79
3
21
26
Tabela 2: Características da população do Hospital e Maternidade Tereza Ramos de
Lages.
HOSPITAL E MATERNIDADE TEREZA RAMOS DE LAGES
PÚBLICO
RESPONDENTE
FEMININO
MASCULINO
DESCRIÇÃO
QUANT PORC% QUANT PORC% QUANT PORC%
ENFERMEIROS 4
36
2
33
2
40
TÉC.DE
ENFERMAGEM
7
64
4
67
3
60
TOTAL GERAL
11
100
6
55
5
45
Tabela 3: Características da população dos dois hospitais.
DESCRIÇÃO
DADOS CONSOLIDADOS
PÚBLICO
RESPONDENTE
FEMININO
MASCULINO
QUANT PORC% QUANT PORC% QUANT PORC%
ENFERMEIROS
7
28
5
30
2
25
TÉC.DE
ENFERMAGEM
18
72
12
70
6
75
TOTAL GERAL
25
100
17
68
8
32
A primeira parte do questionário, foi representada pelas questões 1 e 2
que tiveram como objetivo avaliar o perfil do corpo de enfermagem
entrevistado, sendo indagado sobre quanto tempo o profissional está no
mercado e qual a sua formação.
27
Observamos que não havia muita diferença no tempo de formação dos
entrevistados dos dois hospitais, sendo que a maioria atuava a mais de 5 anos
(Gráfico 1).
0%
14%
45%
Até 1 ano
43%
De 2 a 5 anos
Acima de 5 anos
55%
43%
Hospital MIDJF
Hospital MTR
Gráfico 1: Tempo de atuação no mercado de trabalho.
Em relação à formação da equipe de enfermagem dos hospitais que
integraram esta pesquisa, as informações podem ser observadas no Gráfico2.
28
64%
79%
téc. de enfermagem
enfermeiros
36%
21%
Hospital MIDJF
Hospital MTR
Gráfico2: Formação da equipe de enfermagem.
As questões seguintes, de 3 a 10 fizeram parte da segunda etapa do
questionário e se referiram à participação em equipe multidisciplinar, se tinham
ou não contato com cirurgião-dentista e quais os conhecimentos e cuidados
que são realizados rotineiramente no ambiente das UTIs.
Os resultados em relação ao recebimento de treinamento sobre higiene
em pacientes hospitalizados na UTI se encontram no Gráfico 3.
29
29%
91%
Não há treinamento sobre
higiene
Há treinamento sobre higiene
71%
9%
Hospital MIDJF
Hospital MTR
Gráfico3: Treinamentos sobre higiene.
Questionados se existiam protocolos de higiene bucal nos hospitais
(Gráfico4).
36%
Não há protocolos de higiene
oral
100%
64%
0%
Hospital MIDJF
Gráfico4: Protocolos de higiene oral.
Hospital MTR
Há protocolos de higiene oral
30
Quanto à questão relativa ao procedimento se durante o exame
clínico o médico também realizava o exame na cavidade oral dos pacientes
(Gráfico 5).
27%
43%
Médico faz as vezes o exame na
cavidade oral
46%
Médico não realiza o exame na
cavidade bucal
Médico realiza o exame na
cavidade bucal
43%
27%
14%
Hospital MIDJF Hospital MTR
Gráfico5: Procedimento do médico na cavidade oral dos pacientes.
Aos profissionais que responderam sim ou às vezes, questionou-se
quando era feito o exame. No hospital MIDJF nenhum profissional respondeu,
no hospital MTR apenas uma pessoa respondeu, citando o fato de quando os
dentes chamavam muita atenção, devido a sua precariedade.
Perguntou-se também, quando o exame na cavidade oral não era
realizado pelo médico, se os profissionais sabiam qual era o motivo (Gráfico6).
31
0%
7%
29%
Não era realizado, mais
encaminhava para profissional
da área
45%
Outros motivos
21%
Não vê relevância para tal
procedimento
55%
Falta de tempo do médico
43%
0%
Hospital MIDJF
Hospital MTR
Gráfico6: O exame na cavidade oral.
Indagados ainda se havia algum dentista nas equipes das UTIs, 100%
dos entrevistados afirmaram que não.
No que diz respeito aos meios utilizados no controle da higiene
(Gráfico7).
82%
82%
73%
Escovação
Solução de Bochecho
38%
Gaze
35%
Antibióticoterapia
23%
18%
4%
Hospital MIDJF
Hospital MTR
18%
Sem padronização
32
Gráfico7: Meios utilizados no controle da higiene.
Dentre os que utilizavam as soluções de bochechos, indicaram como os
produtos mais utilizados (Gráfico 8).
93%
91%
71%
55%
Cepacol
Periogard
Água Oxigenada
9%
0%
Hospital MIDJF
Hospital MTR
Gráfico8: Soluções de bochechos mais utilizados.
Em relação à higiene bucal no paciente, indagamos quantas vezes ao
dia era realizada (Gráfico9).
33
81%
55%
Higienizaçao mais de 2 vezes
36%
Higienização 2 vezes ao dia
Higienização 1 vez ao dia
19%
9%
0%
Hospital MIDJF
Hospital MTR
Gráfico9: Quantas vezes eram realizadas a higiene oral.
Na terceira parte do questionário, objetivamos analisar o conhecimento
da equipe de enfermagem.
Indagamos as equipes de enfermagem sobre as seguintes questões 11
e 12:
11- Conhecimento sobre o que é doença periodontal (Gráfico10).
100%
Sabe o que é doença
periodontal
57%
43%
Não sabe o que é doença
periodontal
0%
Hospital MIDJF
Gráfico10: Doença periodontal.
Hospital MTR
34
12 - Se já ouviram falar em medicina periodontal (Gráfico11).
36%
45%
Não ouviram falar em medicina
periodontal
Ouviram falar em medicina
periodontal
64%
Hospital MIDJF
55%
Hospital MTR
Gráfico11: Medicina periodontal.
A partir das questões 13 a 16, analisamos o nível de conhecimento da
equipe de enfermagem, no que diz respeito à odontologia e sua relação com a
saúde bucal do indivíduo.
A determinação do nível de conhecimento foi estabelecida dentro de
uma classificação específica, com base no número de acertos.
Consideramos de 5 a 8 acertos como nível bom, de 4 a 3 acertos nível
regular e menos que 2 acertos como nível ruim.
13 - Existe alguma relação entre a doença periodontal e as seguintes
doenças:
A) Doenças coronarianas.
B) Pneumonia Nosocomial.
C) Diabete Mellitus.
D) Acidente Vascular Cerebral.
E) Nascimento prematuro e com baixo peso.
35
Segue no gráfico12 abaixo:
82% 82%
Relação entre doença
periodontal e doença
coronariana
71%
64%
Relação entre doença
periodontal e pneumonia
nosocomial
Relação entre doença
periodontal e diabetes mellitus
27%
Relação entre doença
periodontal e AVC
18%
14%
9%
7%
0%
Hospital MIDJF
Relação entre doença
periodontal e nascimento
prematuro e baixo peso
Hospital MTR
Gráfico12: Relação entre doença periodontal.
14 - Os profissionais também responderam questões descritivas sobre
qual a importância em realizar higiene oral nos pacientes internados
(Gráfico13).
14%
0%
9%
7%
Não responderam
91%
79%
Hospital MIDJF
Hospital MTR
Gráfico13: Importância de realizar a higiene bucal.
Não tinham conhecimento em
realizar a higiene bucal.
Tinham conhecimento em
realizar a higiene bucal.
36
15 - Sobre o que é placa bacteriana (Gráfico14).
27%
43%
Não responderam
9%
Não sabe o que é placa
bacteriana
14%
Sabe o que é placa bacteriana
64%
43%
Hospital MIDJF
Hospital MTR
Gráfico14: Placa bacteriana.
16 - Sobre o que é pneumonia nosocomial (Gráfico15).
27%
43%
Não responderam
9%
Não sabe o que pneumonia
nosocomial
43%
64%
14%
Hospital MIDJF
Gráfico15: Pneumonia nosocomial.
Hospital MTR
Sabe o que é pneumonia
nosocomial
37
Números de acertos da equipe de enfermagem (Gráfico16).
21%
9%
45%
43%
Obtiveram menos de 2 acertos
Obtiveram de 3 a 4 acertos
Obtiveram de 5 a 8 acertos
36%
Hospital MIDJF
45%
Hospital MTR
Gráfico16: Números de acertos da equipe de enfermagem.
38
5 DISCUSSÃO
Os resultados anteriormente citados nos indicaram que nas equipes de
enfermeiros e técnicos de enfermagem, de ambos os hospitais, poucos,
demonstraram ter um bom nível de conhecimento sobre odontologia e sua
relação com a saúde bucal do paciente. Para nós, este fato demonstra que não
há o atingimento do nível necessário para um bom atendimento de higiene
bucal aos pacientes internados nas unidades de terapia intensiva (UTIs) dos
dois hospitais.
Os resultados também nos mostraram o quanto são diferentes as duas
equipes de enfermagem, independentemente dos resultados relativos ao nível
de conhecimento sobre odontologia e sua relação com a saúde bucal do
paciente, anteriormente comentado. Afirmamos isto, porque as respostas
dadas aos questionários variaram, e muito, em relação ao recebimento de
treinamento, protocolos de higiene bucal, tempo de atuação na área e
formação profissional.
Estes fatos demonstram, a forma como as administrações dos dois
hospitais, agem com relação as suas equipes de enfermagem de suas UTIS.
Entendemos que as atuações dessas administrações deveriam seguir
um padrão de procedimento, independentemente de sua localização ou
particularidade. Ou seja, ser público ou privado de cidade pequena ou de
grande metrópole.
Para mudar este quadro, é importante que o hospital adote medidas
educativas, com objetivos claros, para que os profissionais estejam mais
cientes dos riscos a que os pacientes são submetidos, além deles próprios.
39
Os ambientes de UTIs, sabidamente, são grandes reservatórios de
patógenos, virulentos e oportunistas, que podem ser transmitidos aos
internados
por
via
endógena
e
desencadear
infecções
respiratórias,
principalmente a pneumonia, desencadeada em pacientes submetidos à
ventilação mecânica. (BARBOSA et al., 2010).
O que nos afirma Barbosa et al. (2010), somente vem aumentar nossa
preocupação com a necessidade de maior conhecimento da equipe de
enfermagem, sobre a odontologia e sua relação com a saúde bucal do
paciente. Também complementa nossa opinião o que afirma Aguiar et al.
(2010). “As presenças de enfermidades sistêmicas afetam a saúde bucal do
indivíduo, passando a ser não somente um item de qualidade de vida, mas
também um fator decisivo na sua contínua sobrevivência. A condição bucal
altera a evolução e a resposta ao tratamento médico e a saúde bucal fica
comprometida pelo estresse e interações medicamentosas fazendo com que o
paciente necessite de permanente acompanhamento do cirurgião dentista.”
A higiene bucal é uma atribuição da equipe de enfermagem, é dela a
responsabilidade de garantir o cuidado diário de higiene, inclusive à higiene
bucal. Sendo assim profissionais comprometidos com a qualidade na
assistência anseiam em promover um atendimento integral, minimizado os
riscos de complicações e o tempo de hospitalização dos pacientes. (MARTINS
et al., 2009; FAIÇAL; MESAS, 2008).
Os resultados de Faiçal e Mesas. (2008) nos mostraram que cerca de
60% dos entrevistados, auxiliares de enfermagem, não receberam informações
sobre cuidados com a saúde bucal durante sua formação ou em cursos
posteriores. O expressivo percentual (91,4%) que assumiu necessitar de mais
40
informações sobre cuidados específicos com a saúde bucal sugerem que as
disciplinas específicas sobre odontologia nos cursos preparatórios dos
auxiliares de enfermagem são insuficientes. Os resultados do estudo
apontaram a necessidade de melhores orientações sobre cuidados específicos
nos cursos preparatórios, e implementação de protocolos de avaliação de
saúde bucal no hospital.
É importante, que a equipe de enfermagem tenha uma atenção especial
aos protocolos de higiene bucal, nem sempre respeitados.
O alerta é necessário, porque nos resultados obtidos da pesquisa,
encontramos indicações de ausência de protocolos de higiene bucal no hospital
de Lages, mas quando questionamos os profissionais se utilizavam meios para
controle da higiene bucal, observou-se que os meios mais utilizados foram à
escovação, soluções de bochecho e a gaze. Entre as soluções de bochecho, o
Periogard foi o mais utilizado. Ora, está claro que existem protocolos de
higiene. O que não existiu talvez foi o entendimento correto da pergunta
efetuada.
Também chamou-nos atenção, a falta de treinamentos de higiene da
equipe de enfermagem do hospital e Maternidade Tereza Ramos, o que nos
demonstrou uma deficiência do hospital, pois para manter a saúde oral destes
pacientes em níveis satisfatórios, são necessários protocolos de higiene bucal,
educação, treinamento e preparação de toda equipe.
É necessário, que os conhecimentos sobre odontologia sejam mais bem
difundidos nesta classe de profissionais, bem como, no seu processo de
aprendizado (ARAÚJO et al., 2009; FAIÇAL; MESAS, 2008), no ambiente
hospitalar o cuidado cotidiano de higiene e conforto, incluindo a higiene oral, é
41
uma atribuição da equipe de enfermagem com capacidade técnica, sob
supervisão de enfermeiros e médicos responsáveis pelo paciente. Muitas
vezes, causas físicas ou mentais impedem uma higiene bucal satisfatória,
sendo necessário o auxilio de alguém devidamente treinado.
Devemos estar cientes, que os pacientes em estado crítico, são
extremamente dependentes da equipe de enfermagem para a realização da
sua higiene na cavidade bucal. Os profissionais da enfermagem precisam estar
preparados e chamados à sua responsabilidade. E a responsabilidade da
preparação da equipe, é de inteira responsabilidade do corpo diretivo do
hospital, bem como, das escolas que formam estes profissionais.
É comum termos no meio da comunidade científica artigos orientando
que a boa higienização bucal é procedimento chave para a não proliferação de
várias doenças e possíveis complicações de doenças bucais já existentes.
Neste sentido citamos o Morais et al. (2006), o qual relataram que
indícios científicos indicam que problemas bucais têm condições de atuar como
foco de disseminação de microrganismos patogênicos com efeito metastático
sistêmico, especialmente em pessoas com a saúde comprometida.
Citamos também o autor Araújo et al. (2009), o qual relata que a higiene
oral em UTI é considerada um procedimento básico, indispensável de
enfermagem cujo objetivo é manter a cavidade do paciente saudável. Tais
procedimentos são necessários para: obter e manter limpeza; prevenir
infecções/estomatites; manter a mucosa oral úmida; promover conforto ao
paciente.
Pela análise dos dados, notamos também que a maioria dos
profissionais pesquisados de ambos os hospitais, apresentou níveis regulares e
42
de pouco conhecimento sobre a odontologia e sua relação com a saúde bucal
do paciente.
É muito lógico concluir que, com estes níveis, a segurança no
atendimento reduz consideravelmente, com riscos acentuados para os
pacientes, quando da atuação deste grupo.
Os autores Silveira et al. (2010), nos ensinam que as práticas
preventivas são essenciais para a redução de pneumonias em pacientes em
estado crítico, assim a higiene bucal com antisséptico, bem como a remoção
da placa dental assume importante papel ao reduzir a carga bacteriana. O
cuidado com a saúde bucal vai além do conforto, devem ser adotados técnicas
e produtos diferenciados, o que exige do enfermeiro conhecimento teórico e
prático.
O cuidado com a saúde bucal vai além da boca do paciente pode
influenciar na sua saúde sistêmica como relata Cury et al. (2003) a doença
periodontal tem sido considerada um fator de risco para comprometimentos
sistêmicos específicos.
Dentre as doenças respiratórias infecciosas, a pneumonia é uma doença
comum e de alto custo, principalmente em pacientes hospitalizados, como
relata Cury et al. (2003), e sugere que a infecção respiratória esteja
relacionada, ao menos em parte, à aspiração de bactérias orofaríngeas para o
trato respiratório inferior e falha dos mecanismos de defesa do hospedeiro em
eliminar a bactéria contaminante, as quais podem se multiplicar e causar
infecções. Vários autores relatam que a pneumonia nosocomial, é denominada,
quando tem início de 48 a 72 horas ou mais após a admissão em hospital.
(MARTINELLI et al., 2010; PINHEIRO et al., 2007; FREIRE et al., 2006).
43
A pneumonia nosocomial pode estar relacionada a outras causas, porém
há evidencias que suportam que a aspiração da placa e secreções da
orofaringe estão relacionadas com o seu aparecimento (BARBOSA et al., 2010;
SILVEIRA et al., 2010; AMARAL et al.,2009; ARAÚJO et al., 2009; BERALDO;
ANDRADE, 2008; FAIÇAL; MESAS, 2008; OLIVEIRA et al., 2007; MORAIS et
al., 2006), portanto dentre as medidas que podem ser tomadas para evitar-se a
sua incidência, está a realização de higiene bucal (AMARAL et al., 2009;
ARAÚJO et al., 2009; MORAIS et al., 2006), principalmente nos pacientes
sedados, que não apresentam o reflexo da tosse.
Os custos de internação nas UTIs são elevados, e o surgimento da
pneumonia pode elevar ainda mais esses custos, e aumentar a mortalidade.
(AMARAL et al., 2009; MORAIS et al., 2006).
Dentre todas as infecções adquiridas em hospital, a pneumonia
nosocomial é responsável por 10% a 15% deste total: e 20% a 50% de todos
os pacientes afetados por infecções falecem. O risco de desenvolvimento de
pneumonia nosocomial é de 10 a 20 vezes maior na UTI. (OLIVEIRA et al.,
2007).
Concluíram no seu estudo Viera e Marticorena, (2007) que a pneumonia
hospitalar foi um achado comum entre os pacientes internados nas unidades
de cuidados de grave, e que houve uma associação entre a ventilação
mecânica e mortalidade de pneumonia nosocomial.
É importante que os hospitais estejam atentos à sua equipe, diante dos
riscos que foram anteriormente relatados pelos autores. A equipe de
enfermagem deve estar ciente destes riscos, evitando assim, que o paciente
44
fique exposto a eles quando entrar na sua UTI, principalmente, quando se
tratar de um paciente debilitado.
Diante disso, a necessidade de treinamentos e reciclagem da equipe de
enfermagem é essencial, dando assim base à equipe de enfermagem e
segurança aos pacientes que chegam à UTI.
A revisão de literatura deste trabalho mostrou a alta incidência de
pneumonia nosocomial, por tanto a higiene bucal é relevante.
Diante da importância relatada citamos Godoi et al. (2009), quando
afirma: “ No entanto, sabe-se que a problemática no setor hospitalar na área
odontológica não se restringe à carência na realização da higiene oral, mas
também, à falta de integridade no atendimento do paciente como um todo”.
Conforme comentários de Godoi et al. (2009) “embora pouco conhecida
pela população, a odontologia hospitalar vem ganhando espaço e, sendo
assim, necessita de maior atenção e conhecimento por parte do cirurgiãodentista, para que possa ser introduzido este conceito nas comunidades
científica e não científica”.
Isto nos mostra a importância da inclusão da odontologia no ambiente
hospitalar, ausente nos dois hospitais pesquisados, a qual deve ser conduzida
por um profissional do ramo, dando segurança a um bom procedimento de
implantação e acompanhamento.
Os resultados de Araújo et al. (2009), mostraram que quase toda a
totalidade dos entrevistados, profissionais de enfermagem, responderam que
as equipes das quais faziam parte não dispunham de cirurgião dentista e ainda
86 % dos entrevistados consideram necessária a presença deste profissional
na equipe.
45
A presença dos cirurgiões-dentistas nos hospitais deve ser levada em
conta como uma complementação de um atendimento completo para o
paciente.
É importante, que os próprios familiares dos pacientes, o corpo médico e
enfermeiros e demais membros da equipe multi, inter e transdisciplinar sejam
conscientizados a respeito da necessidade da atenção periódica à saúde bucal
do paciente.
O paciente hospitalizado necessita de atenção maior com sua saúde
bucal, e, desta forma, a presença do cirurgião dentista torna-se indispensável.
A literatura deste trabalho apontou que as opiniões dos autores são
unânimes, no que diz respeito à presença do cirurgião dentista nos hospitais.
(AGUIAR et al., 2010; BARBOSA et al., 2010; ARAÚJO et al., 2009; GODOI et
al., 2009; MORAIS et al., 2006).
A decisão é das próprias administrações hospitalares. Está em suas
mãos, um bom atendimento, segurança e porque não dizer da própria vida, de
todos os pacientes que frequentam suas UTIs. É uma questão não só de
saúde, mas em nosso entender, também questão de humanidade e de amor ao
próximo.
46
6 CONCLUSÃO
Tomando como base o objetivo principal deste trabalho, o qual visou
analisar o conhecimento e o procedimento dos enfermeiros e técnicos de
enfermagem sobre condições bucais de pacientes internados nas (UTIs) e,
diante dos resultados e observações obtidas, chegamos às conclusões que
abaixo seguem:
De acordo com as respostas recebidas, os profissionais demonstraram
um conhecimento deficiente em relação odontologia e sua relação com a saúde
bucal do paciente.
No hospital de Lages podemos perceber que há falta de protocolos e
que a maioria dos profissionais não recebeu nenhum treinamento.
Não há presença de um dentista em nenhum dos dois hospitais.
47
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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experiência de integração ensino/serviço em odontologia. R. eletr. de extensão,
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neumonía nosocomial em las unidades de atención al grave. Rev. cuba. med,
Habana, v.46, n.4, oct./dic. 2007.
50
8 ANEXOS
QUESTIONÁRIO
Idade:
Sexo:
Município:
Perguntas
Primeira Parte
1 - Há quanto tempo no mercado?
a- Até 1 ano.
b- De 2 a 5 anos.
c- Mais de 5 anos.
2- Qual a sua formação?
a- Técnico.
b- Enfermeiro.
Segunda Parte
3- Recebeu algum treinamento sobre higiene em pacientes hospitalizados em
UTI no hospital em que trabalha?
a- Sim.
b- Não.
4- Existem protocolos em relação à higiene bucal no hospital em que trabalha?
a- Sim.
b- Não.
5- Durante o exame clínico você tem conhecimento se o medico realiza
também o exame da cavidade oral?
a- Não.
b- Sim.
c- Às vezes.
Quando?_______________________________________________________.
6- Se não, qual o motivo?
a- Falta de tempo.
b- Não vê relevância para tal procedimento.
c- Não realiza, mas encaminha para o profissional da área.
d- Outro________________________________________________________.
7- Existe dentista na equipe da UTI?
a- Não.
b- Sim.
8- Quais seriam os meios utilizados no controle da higiene?
a- Soluções de bochecho.
b- Escovação.
51
c- Gaze.
d- Antibioticoterapia.
e- Sem padronização.
f- Não sei.
9- Dentre os que utilizam soluções de bochecho, qual produto é utilizado?
a- Malvona (cloreto de cetilpiridínio + benzocaína).
b- Água oxigenada (peróxido de hidrogênio).
c- Listerine (timol, ac. Benzóico, salicilato de metila, eucaliptol, mentol).
d- Cepacol ( cloreto de cetilpiridínio).
e- Periogard, Peroxidin, noplak (digluconato de clorexidina).
f- Benzitrat (cloridrato de benzidamina).
g- Biotene (Lactoperoxidase, lactoferrina, Lisozima).
h- Não utilizo.
i- Outros.
Quais?
__________________________________________________________.
10- Quantas vezes ao dia são realizadas a higiene bucal no paciente?
a- Nenhuma.
b- 1 vez.
c- 2 vezes.
d- Mais de 2.
Terceira Parte
11- Sabe o que é doença periodontal?
a- Sim.
b- Não.
12- Já ouviu falar em medicina periodontal?
a- Sim.
b- Não.
13- Na sua opinião, existe alguma relação entre a doença periodontal e as
seguintes patologias?
a- Doenças coronarianas (sim) (não) (não sei).
b- Pneumonia nosocomial (sim) (não) (não sei).
c- Diabete mellitus (sim) (não) (não sei).
d- Acidente vascular cerebral (sim) (não) (não sei).
e- Nascimento prematuro e baixo peso. (sim) (não) (não sei).
14- Qual a importância de realizar higiene oral nos pacientes internados?
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------.
52
15- O que é placa bacteriana?
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------.
16- O que é pneumonia nosocomial?
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------.
53
9 APÊNDICE A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA PROJETOS DE
PESQUISA
Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário, em uma
pesquisa. Após ser esclarecido(a) sobre as informações a seguir, no caso de
aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em
duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em caso
de recusa você não será penalizado(a) de forma alguma.
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:
Título do Projeto: Conhecimento das equipes de enfermagem em relação às
condições bucais dos pacientes internados em Unidade de Terapia IntensivaUTI de Joinville e Lages.
Pesquisador Responsável: Constanza Marin de Los Rios Odebrecht.
Telefone para contato: (47) 34619099 (47) 96587091.
Pesquisadores Participantes: Luisa H.K. Casagrande; Vanessa Coelho.
Telefones para contato: (47) 32647369 (47) 33638620.
1. Titulo do trabalho - Conhecimento das equipes de enfermagem em relação
às condições bucais dos pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva
– UTI de Joinville e Lages.
2.Objetivo - Avaliar o conhecimento e ações das equipes de enfermagem em
relação às condições bucais dos pacientes internados em Unidade de Terapia
Intensiva – UTI.
3. Justificativa- A avaliação das percepções e ações da equipe de enfermagem
quanto aos cuidados de saúde bucal prestados aos pacientes internados em
UTIs durante o processo de higienização bucal diário é de vital importância,
pelo fato de que estes pacientes estão em condições debilitadas, necessitam
de cuidados dos enfermeiros para a realização da higiene bucal para a
prevenção, minimizando patologias orais visando melhor qualidade de vida. Por
outro lado, permitirá uma análise crítica dos conhecimentos destes
profissionais, avaliando a necessidade de treinamentos.
4. Procedimentos realizados no estudo- O estudo será desenvolvido através de
um questionário estruturado constituído de questões dos tipo abertos e
fechados, com 16 questões, envolvendo como população alvo profissionais da
área enfermagem (enfermeiros e técnicos) que atuam nas UTIs dos hospitais
Materno Infantil Dr. Jeser Amarante Faria, localizados na cidade de Joinville e
hospital Maternidade Tereza Ramos na cidade de Lages.
5. Desconforto ou risco- A realização desta pesquisa não acarretara riscos,
será aplicado um questionário, com garantia de sigilo da identidade dos
participantes, após a tabulação, os questionários serão guardados pelos
pesquisadores responsáveis. Os participantes não precisaram se identificar na
formularia de perguntas.
6. Benefícios do estudo- O retorno dos resultados da pesquisa serão discutidos
com base na literatura revisada e encaminhados aos sujeitos e instituições
envolvidas, que poderá servir para planejamentos, melhorias, auto-avaliação,
54
como orientação no caso de aprovação do projeto de lei que prevê a presença
do dentista no hospital.
Sua participação é livre e lhe é garantido o sigilo quanto sua identidade.
Informamos, também, que ao longo do preenchimento do instrumento de coleta
de dados poderá se manifestar pela retirada de seu consentimento formal em
continuar participando da pesquisa.
Não haverá remuneração para participação em projetos de pesquisa para o
sujeito.
Este trabalho tem como objetivo avaliar o conhecimento e ações da equipe de
enfermagem, quanto aos cuidados de saúde bucal prestados aos pacientes
internados em unidade de terapia intensiva.
- Nome do Pesquisador: Constanza Marin de los Rios Odebrecht
- Assinatura do Pesquisador:
________________________________________________
CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO DO SUJEITO
Eu, _____________________________________, RG_____________, CPF
____________ abaixo assinado, concordo em participar do presente estudo
como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido sobre a pesquisa, os
procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios
decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu
consentimento a qualquer momento, sem que isto leve à qualquer penalidade
ou interrupção de meu acompanhamento/assistência/tratamento.
Local e data:
_____________________________________________________________
Nome:
_______________________________________________________________
___
Assinatura do Sujeito ou Responsável:
________________________________________
Telefone para contato:
_____________________________________________________
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