Estudo reaproxima dinossauros e répteis

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Estudo reaproxima dinossauros e répteis
Poucas coisas seriam mais esquisitas que um álbum de família dos plateosauros, dinos
herbívoros que viveram há 200 milhões de anos. Alguns bichos poderiam ter até o
dobro do tamanho de seus "primos" da mesma idade, acaba de descobrir uma dupla de
cientistas alemães - uma observação que pode revirar diversas idéias sobre o
metabolismo e a evolução dos dinossauros. Explica-se: até agora, a maioria dos
paleontólogos assumia que todos os membros do grupo dos dinos tivessem um
desenvolvimento relativamente rápido e uniforme, que culminava num tamanho adulto
também pouco variável, tal e qual as aves (suas muito prováveis descendentes) e os
mamíferos de hoje. Por outro lado, os répteis modernos crescem de forma bem mais
vagarosa e podem atingir tamanhos "finais" variáveis, dependendo de fatores como
clima e falta (ou abundância) de comida. Ora, os ossos fossilizados do Plateosaurus
engelhardti, como é conhecido formalmente, sugerem que ele era, digamos, do modelo
antigo nesse quesito. Lagartos de araque:A ideia pode parecer estranha para quem
sempre considerou os dinossauros apenas uma variedade super crescida de lagarto, mas
o fato é que, pelo menos segundo as evidências desenterradas até agora, o grupo
desenvolveu cedo um metabolismo bem diferente do de seus ancestrais reptilianos. É o
que explica o paleontólogo Martin Sander, da Universidade de Bonn, que assina junto
com Nicole Klein o estudo sobre o plateossauro que está na última edição da revista
americana "Science" (www.sciencemag.org). Segundo Sander, virtualmente todos os
dinossauros estudados até hoje possuem um tipo de tecido conhecido como complexo
fibrolamelar em seus ossos longos (os dos patas, por exemplo). "Ele não é depositado
em camadas finas, mas como se fosse uma moldura solta que depois é preenchida
gradualmente", conta Sander. Apressadinhos: Essa característica permite que o
complexo fibrolamelar cresça muito mais rápido que qualquer outro tipo de osso. Nos
dias atuais, bichos de sangue quente (aves e mamíferos) o possuem, enquanto
crocodilos, lagartos e tartarugas não o têm. "Esse é um bom argumento para afirmar que
os dinossauros tinham uma taxa metabólica muito mais alta que a dos répteis mais
primitivos", ou seja, também tinham sangue quente, afirma o paleontólogo. Até aí tudo
bem. Afinal, os plateossauros, herbívoros pescoçudos e meio bípedes que podiam
alcançar até 10 m e viveram na Europa Central, pareciam apresentar o tipo adequado de
osso.
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