Gl. Sci Technol, Rio Verde, v. 06, n. 03, p.23

Propaganda
AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE FEIJÃO NO SUDOESTE GOIANO
Paulo Sergio Carmo1, Helder Barbosa Paulino1, Vilmar Antonio Ragagnin1*
RESUMO: A busca por cultivares produtivas, com características agronômicas desejáveis,
adaptadas a diferentes locais e épocas de cultivo, é uma constante. Neste sentido, o objetivo deste
trabalho foi avaliar cultivares de feijoeiro comum, dos grupos carioca, preto e precoce em duas
épocas de semeadura (safrinha e safra) no sudoeste goiano e comparando as cultivares quanto aos
componentes primários de produção e adaptabilidade a colheita mecanizada. O delineamento
experimental foi em blocos casualizados, com quatro repetições e doze cultivares: Pérola, BRS
Estilo, BRS Horizonte, BRS Pontal, BRS Requinte, BRS Valente, BRS Supremo, BRS Grafite,
BRS Campeiro, BRS Esplendor, BRS Radiante e Jalo Precoce. A semeadura realizada em
período com maior temperatura (safra) causou redução no número de dias para o florescimento e
maturação, e aumento na produtividade média de grãos. As cultivares estudadas mostraram
alturas de planta e inserção da primeira vagem menor que 10 cm, sendo consideradas
desfavoráveis à colheita mecanizada. Exceto à massa de cem grãos, todas as demais
características mostraram-se, positivamente, correlacionadas com a produtividade de grãos. As
cultivares estudadas apresentaram baixas produtividades, variando de 554,9 a 1639,6 kg ha-1, na
safrinha, e de 675,8 a 1907,2 kg ha-1, na safra.
Palavras-chave: Épocas de semeadura, fatores de produção, produtividade de grãos.
EVALUATION OF COMMON BEAN CULTIVARS IN SOUTH WEST GOIÁS
Abstract: The search for productive cultivars with desirable agronomic characteristics, adapted
to different locations and growing seasons is a constant. In this sense, the objective of this study
was to evaluate common bean cultivars of common bean plants, from carioca, early and black
group in two different sowing seasons (off season and the crop) in southwestern Goias and
comparing the cultivars in the primary components of production and adaptability to mechanical
harvesting. The experimental design was randomized blocks with four replications and twelve
cultivars: Pérola, BRS Estilo, BRS Horizonte, BRS Pontal, BRS Requinte, BRS Valente, BRS
Supremo, BRS Grafite, BRS Campeiro, BRS Esplendor, BRS Radiante e Jalo Precoce. The
sowing period held in higher temperature (harvest) caused a reduction in the number of days to
flowering and maturation, and increased average yield of grain. The cultivars showed plant height
and height of first pod insertion less than 10 cm and are considered unfavorable for mechanical
harvesting. Except for the mass of one hundred grains, all other characteristics showed to be
positively correlated with grain yield. The cultivars showed low yields ranging from 554.9 to
1639.6 kg ha-1, the second crop, and from 675.8 to 1907.2 kg ha-1 in first crop.
Key words: Sowing time, production factors, productivity of grains.
________________________________________________________________________________________________________
1
Universidade Federal de Goiás, Campus Jatai. Rod. BR 364 Km 192 Setor Industrial. CEP:75800-000 - Jatai, GO –
Brasil. E-mail: [email protected]. Autor para correspondência.
Recebido em: 10/07/2012
Aprovado em: 03/12/2013
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v. 06, n. 03, p.23-34 , dez. 2013.
P. S. Carmo et al.
INTRODUÇÃO
O feijão é um dos principais
alimentos da dieta dos brasileiros. Devido à
sua importância na alimentação humana, tem
merecido grande destaque no cenário
nacional e internacional por suprir às
necessidades dos consumidores como fonte
básica e barata de proteínas e calorias. É um
produto de alta expressão econômica e
social, visto que, juntamente com o arroz, é a
base da alimentação nacional, fornecendo
ricas quantidades de proteína vegetal e
carboidratos, sendo a principal fonte proteica
na alimentação da população menos
favorecida. É ainda complementar, em
termos de aminoácidos essenciais, sendo
considerado, por especialistas, de excelente
valor nutritivo. Além da importância do
feijão na alimentação da população brasileira
e mundial, a cadeia de produção,
beneficiamento e comercialização geram
ocupação e renda, principalmente à classe
menos privilegiada (FACHINI et al., 2006).
De acordo com Wander (2006),
apesar de fazer parte da dieta dos brasileiros
tem-se, nos últimos anos reduzido consumo
per capita de feijão. O consumo per capita
anual nacional de feijão reduziu 12% no
período entre 1975 e 2002, passando de 18,5
kg, para aproximadamente 16,3 kg. Neste
mesmo período o consumo per capita anual
mundial reduziu 18%, passando de 2,8 kg
em 1975 para 2,3 kg em 2002. (WANDER,
2006).
Além do papel relevante na
alimentação do brasileiro, a cultura
apresenta importância econômica, social e
cultural. Na cultura do feijoeiro, emprega-se
elevada quantidade de mão-de-obra durante
o ciclo da cultura. Estima-se que são
utilizados, somente no estado de Minas
Gerais, cerca de sete milhões de homens por
dia-ciclo de produção na cultura do feijoeiro,
envolvendo cerca de 300 mil produtores
24
(ABREU, 2009). A cultura do feijoeiro
ocupou, no Brasil, uma área de
aproximadamente 3,1 milhões de hectares,
com uma produção de 2,5 milhões de
toneladas no ano agrícola 2009/2010
(CONAB, 2010). A produtividade da cultura
no Brasil é considerada baixa, uma vez que,
utilizando técnicas mais adequadas de
cultivo, existe a possibilidade de, em curto
prazo, triplicar a produtividade média da
cultura, que na primeira época (safra
normal), no ano agrícola de 2009/2010, foi
de aproximadamente 1.070 kg ha-1
(CONAB, 2010).
Diante esta importância, a cultura
está presente em todos os estados brasileiros,
sendo, portanto, necessários testes para a
seleção de cultivares mais adaptados às
diferentes regiões do país. Nesse sentido,
Pereira et al. (2010) comentam que a
indicação de cultivares de feijoeiro comum
obedece às normas do Registro Nacional de
Cultivares do Ministério da Agricultura, que
exigem a indicação das cultivares por estado
e para cada época de semeadura. Assim, em
seus estudos, observaram que para os
estados do Paraná e Santa Catarina, a parte
complexa da interação genótipos x épocas de
semeadura tem pequena importância e,
consequentemente, a classificação dos
genótipos nas duas épocas é pouco alterada,
não sendo necessária a indicação de
cultivares para cada época.
Algumas características objetivadas
pelos melhoristas, com a arquitetura de
planta, grau de acamamento e altura de
inserção das vagens, visam atender à
necessidade dos produtores quanto à colheita
mecanizada, garantindo assim redução de
perdas na qualidade do produto, devido ao
contato das vagens com o solo (COSTA;
RAVA, 2003). Assim, Ribeiro et al (2001)
comentam que caracteres como número de
grãos e legumes por planta, e números de
grãos por legume têm maior correlação
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v. 06, n. 03, p.23-34, dez. 2013.
Avaliação de cultivares de feijão...
genética com o rendimento de grãos,
devendo ser priorizados na seleção indireta
em feijão carioca, sendo que os maiores
efeitos diretos sobre o rendimento de grãos
em feijão carioca estão relacionados a
plantas com maior número de grãos por
planta
O feijoeiro comum é cultivado, no
Brasil, em três épocas distintas. Feijão da
safra “feijão das águas”, semeado de outubro
a janeiro e colhido de janeiro á março, feijão
da safrinha ”feijão da seca”, semeado de
fevereiro a março e colhido de abril a maio,
e feijão irrigado “feijão de inverno”,
semeado de maio a setembro e cultivado sob
irrigação (YOKOYAMA, 2000). No
sudoeste goiano, o feijoeiro é cultivado na
safra “feijão das águas” e na safrinha “feijão
da seca”. Nesse sentido, Pereira et al.(2012)
comenta que existem poucos estudos acerca
a estabilidade e adaptabilidade de feijoeiros
para a região Centro Oeste do Brasil,
entretanto, em seu estudos observaram que
as cultivares BRS Estilo, de grãos tipo
carioca, BRS Campeiro e BRS Esplendor, de
grãos tipo preto, possuem alta adaptabilidade
e estabilidade de produção nas épocas de
semeadura da seca e do inverno em regiões
de cerrado com baixa altitude do estado do
Mato Grosso.
Neste sentido, este trabalho foi
realizado com o objetivo de avaliar
cultivares de feijoeiro comum dos grupos
carioca, preto, manteigão e jalo, em duas
épocas de semeadura no sudoeste goiano e
verificar a produtividade das cultivares
25
concomitante à avaliação de fatores de
produção da planta que influenciam
diretamente na colheita.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram conduzidos dois ensaios de
competições de cultivares de feijoeiro
comum, em duas épocas de semeadura
(safrinha e safra), sendo realizados no
município de Jataí, estado de Goiás, nos
anos de 2009 e 2010.
O primeiro ensaio foi realizado na
Fazenda Paraíso, município de Jataí, em área
cultivada em sistema de plantio direto, no
período da safrinha 2009, anteriormente
ocupada com a cultura de soja, localizado a
17º50’20” de latitude Sul e 51º29’09” de
longitude Oeste de Greenwich, com altitude
de 884 m.
O segundo ensaio foi conduzido no
período da safra 2009/10, na Fazenda
experimental da Universidade Federal de
Goiás, Campus Jataí, localizado a
17º58’27.5” de latitude Sul, e 51º43’01” de
longitude Oeste, com altitude 670 m. O solo
das duas localidades é classificado como
Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico,
com textura argilosa (EMBRAPA, 1999). O
índice de pluviosidade anual médio, do
município de Jataí, é de 1.700 mm, com
temperatura média anual de 22º C.
As
condições
ambientais
de
distribuição de chuvas (precipitação pluvial)
e temperatura do ar (máximas e mínimas)
estão ilustradas nas Figuras 1 e 2.
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v. 06, n. 03, p. 23-34 , dez. 2013.
P. S. Carmo et al.
Precipitação
60
Temp. máxima
26
Temp. mínima
40
35
50
40
Temperatura (ºC)
Precipitação (mm)
30
25
30
20
15
20
10
10
5
0
0
1/2
11/2
21/2
3/3
13/3
23/3
2/4
12/4
22/4
2/5
Data (dias/mês)
Figura 1. Precipitação pluvial (mm) e temperaturas máximas e mínimas (ºC) ocorridas durante a
condução do experimento com feijão, na safrinha de 2009. Jataí, GO.
Precipitação
Temp. máxima
Temp. mínima
45
40
70
35
Precipitação (mm)
60
30
50
25
40
20
30
15
20
10
10
0
17/11
Temperatura (ºC)
80
5
0
27/11
7/12
17/12
27/12
6/1
Data (dias/mês)
16/1
26/1
5/2
Figura 2. Precipitação pluvial (mm) e temperaturas máximas e mínimas (ºC) ocorridas durante a
condução do experimento com feijão, na safra de 2009/10. Jataí, GO.
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v. 06, n. 03, p.23-34, dez. 2013.
Avaliação de cultivares de feijão...
Antes dos ensaios de avaliação dos
cultivares de feijão, foram coletadas
amostras de solo de ambas as áreas e
27
realizada a análise química (Tabela 1),
seguindo a metodologia proposta por Souza
e Lobato (2004).
Tabela 1. Análise química do solo, referente à camada de 0 a 20 cm, no local de condução dos
experimentos de safrinha 2009 e na safra 2009/10. Jataí, GO.
Época
Safrinha
Safra
a Resina;
pH
P
(H2O) mg dm-3
4,70
25,51a
5,58
5,58b
b Melich
M.O
g dm-3
40,15
29,60
K
0,18
0,25
No ensaio conduzido na safrinha, as
parcelas foram constituídas de 4 linhas, de
10
metros
de
comprimento,
com
espaçamento de 0,5 m entre linhas. Foram
colhidas 2 linhas de 10 metros de cada
parcela, totalizando área útil de 5 m² por
parcela. No ensaio conduzido na safra, as
parcelas foram constituídas de cinco linhas
de cinco metros de comprimento, com
espaçamento de 0,5 m entre linhas. Foi
Ca
1,9
1,12
Mg
H+Al
cmolc dm-3
0,27
5,80
0,81
4,90
Al
0,26
0,12
CTC
V
8,20
7,08
(%)
36,00
30,78
considerada como área útil 3 linhas centrais
de plantas totalizando 6,75 m². Os
tratamentos corresponderam aos cultivares
de feijoeiro comum. As principais
características
morfo-agronômicas
dos
cultivares avaliados, seus respectivos
grupos, ciclo, arquitetura da planta, ano de
lançamento e adaptação a colheita mecânica
estão apresentadas na Tabela 2.
Tabela 2. Cultivares de feijoeiro comum e suas principais características morfo-agronômicas,
utilizadas nos experimentos de safrinha 2009 e safra 2009/10. Jataí, GO.
Cultivar
Ciclo
Grupo
Arquitetura
Lançamento
Pérola
N
Carioca
Semi-ereto
1994
BRS Estilo
N
Carioca
Ereto
2006
BRS Horizonte
SP
Carioca
Ereto
2004
BRS Pontal
N
Carioca
Prostrado
2003
BRS Requinte
N
Carioca
Semi-prostrado
2003
BRS Valente
N
Preto
Ereto
2001
BRS Supremo
N
Preto
Ereto
2004
BRS Grafite
N
Preto
Ereto
2003
BRS Campeiro
SP
Preto
Ereto
2003
BRS Esplendor
N
Preto
Ereto
2006
BRS Radiante
P
Manteigão
Ereto
2001
Jalo Precoce
P
Jalo
Semi-prostrado
1994
N – normal (85 – 95 dias); P – precoce (75 dias); SP – semi-precoce (75 – 85 dias)
Fonte: Fancelli, 2009.
Três dias antes da semeadura do
ensaio da safrinha realizou-se o controle de
plantas daninhas com a dessecação com
glifosato (3,0 L ha-1). A semeadura ocorreu
em 01/02/2009, na forma mecânica no sulco
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v. 06, n. 03, p. 23-34 , dez. 2013.
P. S. Carmo et al.
de plantio, a uma profundidade de 3 a 5 cm e
na proporção de 11 sementes por metro
linear. A adubação foi realizada na linha de
plantio com 330 kg ha-1 do formulado 08-2515. Após 25 dias de plantio (DAP) realizouse a adubação de cobertura com 150 kg ha-1
do formulado 25-00-15. No controle de
plantas daninhas, foram utilizados Paraquatdicloreto (2 L ha-1) e Fenpropathrin (200 mL
ha-1). Para controle de lagartas e pragas
aéreas, foram realizadas duas aplicações de
Methamidóphos (800 mL ha-1) e duas de
Endossulfan (1,5 L ha-1). Para o controle da
doença, foram aplicados os fungicidas
Carbendazin (750 mL ha-1), Triazol (400 mL
ha-1) e Thiofanate-methy (700 mL ha-1).
Na semeadura do ensaio da safra,
realizou-se a dessecação com glifosato (3 L
ha-1) e, após três dias, foi feita uma adubação
no sulco de plantio 350 kg ha-1 com
formulado 08-20-18. Para a preparação da
semeadura, usou-se uma semeadora para
abertura dos sulcos de plantio. Realizou-se a
semeadura em 17/11/2009, que ocorreu de
forma manual. Foram semeadas 11 sementes
por metro lineares a uma profundidade de 3
a 5 cm e cobrindo-se com terra dois a quatro
centímetros.
Foram
realizadas
duas
-1
adubações (cobertura) de 75 kg ha de uréia.
A primeira, aos dezesseis dias após a
emergência (DAE) e a segunda, 30 DAE.
Para o controle de plantas daninhas, pósemergente, realizou-se capina manual.
Foram realizadas aplicações de inseticidas e
fungicidas. Duas aplicações de mancozeb
(2,5 kg ha-1) e methamidophos (800 ml ha-1)
e uma aplicação de mancozeb (3 kg ha-1),
azoxistrobina+cyproconazole (300 mL ha-1)
e endossulfan (1,5 L ha-1).
Foram avaliadas as seguintes
características: número de dias para
florescimento, determinado pelo número de
dias transcorridos entre a emergência e o
florescimento de 50% das plantas da parcela;
ciclo da cultura, determinado pelo número
de dias desde o plantio até a colheita; altura
28
de planta, medindo-se cinco plantas
aleatoriamente da área útil de cada parcela,
da superfície do solo até a extremidade da
haste da planta; altura da inserção da
primeira vagem, medindo-se a distância do
nível do solo até a inserção da primeira
vagem, de cinco plantas aleatórias da área
útil de cada parcela; número de vagens por
planta, de cinco plantas tomadas de forma
aleatória da área útil de cada parcela;
números de grãos por planta, contando-se o
número de grão por planta em cinco plantas,
tomadas de forma aleatória da área útil de
cada parcela; massa de 100 grãos,
determinada pela massa de 100 grãos
amostrados ao acaso e corrigidos para
umidade de 13%; produtividade, obtida pela
colheita de grãos da área útil das parcelas,
cuja produção foi pesada e convertida em kg
ha-1, e corrigidos para umidade de 13%.
Os dados obtidos foram avaliadas por
meio da análise de variância e agrupamento
das médias pelo teste de Scott Knott
(SCOTT; KNOTT, 1974) a 5% de
probabilidade, foi feita análise de correlação
de Pearson, e a significância testada pelo
teste de t student a 5% de significância,
utilizando o programa estatístico Genes
(CRUZ, 2006).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os cultivares dos grupos carioca e
preto apresentaram emergência aos seis dias
após semeadura (DAS) tanto na safrinha,
quanto na safra. Os cultivares BRS Radiante
e BRS Jalo Precoce apresentaram
emergência aos seis DAS, na safrinha, e aos
sete e quatro DAS, na safra, respectivamente
(Tabela 3). O florescimento pleno dos
cultivares, dos grupos carioca e preto
ocorreu aos 40 DAE, na safrinha, e aos 36
DAE, na safra. Os cultivares BRS Radiante e
Jalo Precoce que floresceram, na safrinha,
aos 26 e 28 DAE, e na safra, aos 27 e 30
DAE, respectivamente (Tabela 3).
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v. 06, n. 03, p.23-34, dez. 2013.
Avaliação de cultivares de feijão...
29
Tabela 3. Número de dias para emergência após semeadura (EAS) e número de dias para
florescimento após emergência (FAE) e número de dias para maturação após emergência (MAE).
Jataí, GO.
Grupo
Cultivar
EAS
FAE
MAE
Safrinha Safra Safrinha Safra Safrinha Safra
Pérola
6
6
40
36
88
84
BRS Estilo
6
6
40
36
88
84
Carioca
BRS Horizonte
6
6
40
36
88
84
BRS Pontal
6
6
40
36
88
84
BRS Requinte
6
6
40
36
88
84
BRS Valente
6
6
40
36
88
84
BRS Supremo
6
6
40
36
88
84
Preto
BRS Grafite
6
6
40
36
88
84
BRS Campeiro
6
6
40
36
88
84
BRS Esplendor
6
6
40
36
88
84
BRS Radiante
5
7
26
27
72
70
Precoce
Jalo Precoce
5
4
28
30
74
70
A maturação dos cultivares dos
grupos carioca e preto ocorreu aos 88 DAE
na safrinha, e aos 84 DAE, na safra. Os
cultivares BRS Radiante e Jalo Precoce
mostram-se mais precoces em relação aos
cultivares dos grupos carioca e preto. A
maturação dos cultivares BRS Radiante e
Jalo Precoce ocorreu aos 70 e 72 DAE, na
safrinha e aos 70 DAE, na safra,
respectivamente. No período de condução do
ensaio da safra, ocorreram maiores volumes
de chuvas (746,6 mm) com dias mais
nublados, antecipando, assim, o ciclo da
cultura de todos os cultivares.
Segundo Fancelli (2009), a variação
do ciclo dos cultivares do feijoeiro comum
está em função de altitude, latitude e época
de semeadura. Em regiões com mais de 600
m de altitude, o ciclo pode alongar-se por
mais de cinco dias. Nas condições onde
foram conduzidos os experimentos, acima de
600 m, o ciclo dos cultivares na safrinha
alongou-se, em média quatro dias,
mostrando comportamento contrário ao
reportado por Fancelli (2009). No entanto,
na safrinha, a cultura recebeu menos chuva e
a temperatura média foi menor em
comparação a safra (Figuras 1 e 2), causando
redução no ciclo da cultura.
Na safrinha, a temperatura média foi
favorável ao desenvolvimento do feijoeiro,
ficando em torno de 22,5º C ao longo do
ciclo (Figura 1). Situação diferente ocorreu
na safra, quando a temperatura média
oscilou entre 20º C a 35º C (Figura 2). Com
aproximadamente 15 DAS, verificou-se
temperatura média próxima a 27º C e, a
partir de 48 DAS, observou-se temperatura
média acima de 25º C, aproximando-se de
30º C aos 57 e 72 DAS, coincidindo com as
fases reprodutivas do florescimento pleno,
início da formação e enchimento de vagens
(Figura 2). Segundo Fancelli (2009),
temperaturas altas afetam principalmente, os
estádios reprodutivos, reduzindo o ciclo da
cultura.
O cultivar BRS Pontal agrupou-se
com os grupos de maior altura de plantas
tanto na safra quanto na safrinha, enquanto
que, os cultivares BRS Radiante e Jalo
Precoce, do grupo precoce, formaram um
grupo com as menores alturas de plantas nos
dois ensaios (Tabela 4). Quanto ao número
de vagens por planta os cultivares BRS
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v. 06, n. 03, p. 23-34 , dez. 2013.
P. S. Carmo et al.
radiante e Jalo Precoce, do grupo precoce
agruparam-se com os cultivares que
apresentaram menores valores para esta
característica, na safrinha, no entanto, na
safra, Jalo Precoce ficou agrupado ente os
cultivares com maior número de vagens por
planta. Para a característica altura de
30
inserção da primeira vagem (IPV), houve
formação de dois grupos tanto para safrinha
quanto para safra. Os cultivares Pérola, BRS
Estilo, BRS valente, BRS Radiante e Jalo
Precoce agruparam-se entre os cultivares
com menor IPV para os dois ensaios.
Tabela 4. Médias de altura da planta (ALP), número de vagens por planta (NVP), altura de
inserção da primeira vagem (IPV), e número de grãos por planta (NGP) do feijoeiro comum
cultivado em safrinha e safra. Jataí, GO.
Safrinha
Safra
Cultivar
ALP
NVP
IPV
NGP
ALP
NVP
IPV
NGP
Pérola
85,9 a 18,4 a
7,3 b
74,8 a
56,5 b
18,2 a
5,4 b
84,9 a
BRS Estilo
50,6 c 15,0 b
7,1 b
66,1 b
61,0 b
15,2 a
5,2 b
62,2 b
BRS Horizonte 81,7 a 11,5 c
7,0 b
58,6 b
56,0 b
12,0 b
6,6 a
64,4 b
BRS Pontal
81,4 a 15,2 b
8,2 a
73,8 a
73,1 a
14,9 a
5,0 b
75,7 a
BRS Requinte
68,6 b 15,4 b
9,0 a
67,0 b
67,2 a
11,4 b
5,0 b
55,3 b
BRS Valente
64,2 b 18,7 a
7,2 b
76,5 a
55,7 b
16,4 a
5,6 b
75,4ª
BRS Supremo
65,6 b 21,6 a
7,0 b
83,6 a
54,2 b
15,8 a
6,4 a
89,4 a
BRS Grafite
69,2 b 14,7 b
8,0 a
63,1 b
77,8 a
13,4 b
6,6 a
64,1 b
BRS Campeiro 75,8 a 16,0 b
7,6 b
60,8 b
59,8 b
15,2 a
5,9 a
74,4 a
BRS Esplendor 67,0 b 18,4 a
8,4 a
83,8 a
75,9 a
14,6 a
6,0 a
81,0 a
BRS Radiante
36,4 d
9,7 c
7,2 b
33,0 c
35,6 c
9,8 b
4,4 b
34,8 c
Jalo Precoce
35,9 d
7,7 c
6,9 b
26,0 c
46,0 c
15,9 a
5,0 b
64,4 b
Média
65,2
15,2
7,6
63,9
59,9
14,4
5,6
69,2
CV(%)
10,9
19,5
10,8
21,4
16,2
17,3
11,6
22,0
Médias seguidas por letras iguais na mesma coluna não diferem entre si ao nível de 5 % pelo teste de Scott
Knott.
O cultivar BRS Grafite agrupou-se
entre os cultivares com maior IPV nos dois
ensaios. No entanto, os cultivares BRS
Pontal e BRS Requinte agruparam-se entre
os de maior IPV na safrinha e menor IPV na
safra. Por outro lado, os cultivares BRS
Horizonte, BRS Supremo e BRS Campeiro
agruparam-se entre os de maior IPV na safra
e menor IPV na safrinha. Para a
característica número de grãos por planta
(NGP) houve formação de três grupos tanto
para safrinha quanto para safra. Os cultivares
Pérola, BRS Pontal, BRS Valente, BRS
Supremo e BRS Esplendor agruparam-se
entre os de maior NGP.
Os cultivares BRS Estilo, BRS
Horizonte, BRS Requinte e BRS Grafite
formaram o grupo intermediário para NGP,
tanto para safra, quanto para safrinha. O
cultivar BRS Radiante localizou-se no grupo
de menor NGP para as duas safras. O
observou-se que os cultivares que
apresentaram maior altura de planta, também
apresentou redução do número de grãos por
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v. 06, n. 03, p.23-34, dez. 2013.
Avaliação de cultivares de feijão...
planta. Conforme Del Peloso et al. (2003), a
relação da altura da planta com o número de
grãos por planta, é negativa. Observaram,
ainda, que variedades com maior altura de
inserção da 1ª vagem produzem menos
vagem e menor número de grãos por planta.
Santos (2004) obtiveram resultado em que a
altura da planta não se correlacionou ao seu
número de grãos, indicando, assim, a
possibilidade de seleção de genótipos com
maior número de grãos por planta e menor
altura de planta.
Observou-se que, para o número de
vagens por planta, destacaram-se o cultivar
BRS Supremo, BRS Valente, Pérola e BRS
Esplendor, que possuem valores superiores
diferindo significativamente das cultivares
Jalo Precoce, BRS Radiante e BRS
31
Horizonte. Por outro lado, Hoffmann et al.
(2007) mostram que o cultivar BRS Valente
apresentou um número bem menor (9,0
vagens por planta) em Santa Maria Rio
Grande do Sul. No que se refere ao número
de grãos por planta, o cultivar BRS
Esplendor apresentou valor superior (83,75)
aos demais, diferindo significativamente dos
cultivares Jalo Precoce e BRS Radiante, que
obtiveram os menores valores.
Com relação a NGV, foram formados
três grupos sendo que os cultivares BRS
Horizonte, BRS Pontal e BRS Supremo
pertenceram ao grupo com maior NGV e os
cultivares BRS Radiante e Jalo Precoce
pertenceram ao grupo com menor NGV,
tanto na safra quanto na safrinha (Tabela 5).
Tabela 5 - Médias de número de grãos por vagem (NGV), massa de cem grãos (MCG) e
produtividade de grãos (PROD) do feijoeiro comum cultivados na safrinha e safra. Jataí, GO.
Safra
Safrinha
Cultivares
NGV
MCG
PROD
NGV
MCG
PROD
Pérola
4,0 c
24,5 b
1103,2 a
4,6 b
21,5 c
1888,0 a
BRS Estilo
4,4 b
23,8 b
1358,1 a
4,4 b
22,8 c
1907,2 a
BRS Horizonte
5,1 a
24,2 b
1404,0 a
5,4 a
19,2 c
1358,1 b
BRS Pontal
4,9 a
22,9 b
1306,9 a
5,1 a
19,8 c
1529,9 a
BRS Requinte
4,4 b
18,3 c
1193,2 a
4,8 b
15,8 d
1009,6 b
BRS Valente
4,1 c
19,3 c
1474,4 a
4,6 b
16,5 d
1283,5 b
BRS Supremo
5,1 a
18,6 c
554,9 b
5,6 a
16,8 d
1203,7 b
BRS Grafite
4,4 b
22,6 b
1302,2 a
4,7 b
21,5 c
1264,7 b
BRS Campeiro
3,8 c
25,7 b
1113,7 a
4,8 b
21,8 c
1643,4 a
BRS Esplendor
4,6 b
19,4 c
1639,6 a
5,5 a
18,0 d
1778,6 a
BRS Radiante
3,4 c
40,2 a
586,3 b
3,5 c
27,2 b
675,8 b
Jalo Precoce
3,3 c
40,5 a
736,6 b
4,1 c
35,5 a
1529,6 a
Média
4,3
25,0
1147,8
4,8
21,4
1422,7
CV(%)
10,8
6,3
23,1
8,9
11,2
27,5
Médias seguidas por letras iguais, na mesma coluna, pertencem ao mesmo grupo, a 5% de
significância pelo teste Scott-Knott.
Para a característica MCG, observouse que o cultivar Jalo Precoce apresentou
maior MCG tanto na safra quanto na
safrinha e que os cultivares do grupo preto
(BRS Valente, BRS Supremo, BRS Grafite e
BRS Esplendor) formaram o grupo com
menor MCG tanto na safra quanto na
safrinha. Quanto à produtividade de grãos
destacaram-se os cultivares Pérola, BRS
Estilo, BRS Pontal, BRS Campeiro e BRS
Esplendor pertencendo ao grupo mais
produtivo tanto na safra quanto na safrinha.
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v. 06, n. 03, p. 23-34 , dez. 2013.
P. S. Carmo et al.
A análise de correlação mostrou que
as
características
mais
fortemente
correlacionadas foram NVP e NGP,
mostrando que os cultivares que apresentam
maior número de vagens são aqueles que
apresentam maior número de grãos. Por
outro lado, observou-se que a MCG é
negativamente correlacionada com as
demais características (Tabela 6). Exceto
para MCG, as demais características são
positivamente correlacionadas sendo que a
32
ALP apresentou a maior correlação com a
produtividade de grãos.
A variação dos componentes da
produção do feijoeiro colabora com a
manutenção da estabilidade da produtividade
de grãos, ou seja, no caso de um desses
componentes ser prejudicado por qualquer
fator, outro componente se eleva,
estabilizando a produtividade (COSTA;
VIEIRA, 2000).
Tabela 6. Coeficiente de correlação entre as características altura da planta (ALP), número de
vagens por planta (NVP), altura da primeira vagem (APV), número de grãos por planta (NGP)
número de grãos por vagem (NGV), massa de cem grãos (MCG) e produtividade de grãos
(PROD) do feijoeiro comum cultivados na safrinha e safra. Jataí, GO.
Característica
NVP
APV
NGP
NGV
MCG
PROD
ALP
0,5413*
0,8040*
0,7197*
0,7228*
-0,7626*
0,6164*
NVP
0,3323
0,9394*
0,5011*
-0,6778*
0,4635*
APV
0,5327*
0,6982*
-0,7116*
0,3554
NGP
0,7450*
-0,7993*
0,5370*
NGV
-0,7823*
0,3606
MCG
-0,3919
*: significativo a 5% de significância pelo teste t.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
A semeadura realizada em período
com maior temperatura (safra) causou
redução no número de dias para o
florescimento e maturação, e aumento na
produtividade média de grãos.
Os cultivares estudados mostraram
altura de planta e altura de inserção da
primeira vagem menores que 10 cm, sendo
consideradas desfavoráveis à colheita
mecanizada.
Exceto para a massa de cem grãos,
todas as demais características mostraram-se
positivamente correlacionadas com a
produtividade de grãos.
Os cultivares estudados apresentaram
baixas produtividades, variando de 554,9 a
1639,6 kg ha-1, na safrinha, e de 675,8 a
1907,2 kg ha-1, na safra.
ABREU, A. F. B. Cultivo do feijão da
primeira e segunda safra na região do sul
de Minas Gerais: Importância econômica.
Disponível
em:
<http://www.sistemasdeprodução.cnptia.emb
rapa.br/feijão/feijãoprimsegsafrasulMG/índe
x.htm>. Acesso em: 27 de março de 2009.
COMPANHIA
NACIONAL
DE
ABASTECIMENTO - CONAB. Disponível
em: <http//www.conab.gov.br>. Acesso em:
10 de abril de 2010.
COSTA, J. G. C.; RAVA, C. A. Linhagens
de feijoeiro comum com fenótipos
agronômicos favoráveis e resistência ao
crestamento bacteriano comum e antracnose.
Ciência e Agrotecnologia, v. 27, n. 5, p.
1176-1182, 2003.
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v. 06, n. 03, p.23-34, dez. 2013.
Avaliação de cultivares de feijão...
COSTA, J. G. C.; VIEIRA, N. R. Qualidade,
classificação e comercial e manejo póscolheita. In: YOKOYAMA, L. P.; STONE,
L. F. Cultura do feijoeiro no Brasil:
características da produção. Santo Antônio
de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão. p. 51-64,
2000.
CRUZ, D. C. Programas Genes: aplicativo
computacional em genética e estatística.
Versão Windows. Viçosa, 648 p. 2006.
DEL PELOSO, M. J.; FONSECA, J. R.
Curso: condução de ensaios de VCU de
feijão. Santo Antônio de Goiás: Embrapa
Arroz e Feijão, p. 3-6. 2003. Disponível em:
<http://www.geografia.igeo.uerj.br/dgeo/geo
uerjlh/tonico.htm>. Acesso em: 30 de maio
de 2008.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA
AGROPECÚARIA – EMBRAPA. Sistema
brasileiro de classificação de solos. Rio de
Janeiro: Embrapa Solos, 412 p. 1999.
FACHINI, C.; BARROS, V. L. N. P.;
RAMOS JUNIOR, E. U.; ITO, M. A.;
CASTRO, L. Importância do feijão no
agronegócio brasileiro. In: Resumos do 22°
Dia de Campo de Feijão. Capão Bonito, p. 17. 2006.
FANCELLI, A. L. Feijão: Tópicos
Especiais
de
Manejo.
Piracicaba:
ESALQ/USP/LPV. 208p. 2009.
HOFFMANN, L.; RIBEIRO, N. D.; ROSA,
S. S.; JOST, E.; POERSH, N. L.;
MEDEIROS, S. L. P. Resposta de cultivares
de feijão à alta temperatura do ar no período
reprodutivo. Ciência Rural, v. 37, n. 6, p.
1543-1548. 2007.
PEREIRA, H. S.; MELO, L. C.; FARIA, L.
C. PELOSO, M. J. D. DÍAZ, J. L. C.
33
ENDLAND, A. Indicação de cultivares de
feijoeiro-comum baseada na avaliação
conjunta de diferentes épocas de semeadura.
Pesq. agropec. bras.,Brasília, v. 45, n. 6,
junho, 2010.
PEREIRA, H. S.; ALMEIDA, V. M.;
MELO, L. C. WENDLAND, A.; FARIA, L.
C.; PELOSO, M. J. D.; MAGALDI, M. C. S.
Influência do ambiente em cultivares de
feijoeiro-comum em cerrado com baixa
altitude. Bragantia, Campinas, v. 71, n. 2,
2012.
RIBEIRO, N. D.; MELLO, R.M.; DALLA
COSTA, R.; SLUSZZ, T.
Correlações
Genéticas de Caracteres Agromorfológicos e
suas Implicações na Seleção de Genótipos
de feijão carioca. Rev. Bras. de
Agrociência, v.7 n 2, p.93-99 mai-ago,
2001.
SANTOS, R. Z.; ANDRÉ, R. G. B.
Comportamento de cultivares de feijoeiro
comum em sistema convencional e plantio
direto com diferentes palhadas. Ciência e
Agrotecnologia, v. 28, n. 5, p. 978-989,
2004.
SCOTT, A. J.; KNOTT, M. Accouter
analysis methods for grouping means in the
analysis of variants. Biometrics, v. 30, n.3,
p. 507-512. 1974.
SOUZA, D. M. G.; LOBATO, E. Cerrado:
Correção do Solo e Adubação. 2.ed.
Embrapa Informação Tecnológica. Brasília
(DF), Embrapa-CPA, p. 290-292. 2004.
WANDER, A. E. Perspectivas de mercado
interno e externo para o feijão.
EMBRAPA: Arroz e Feijão, Santo Antônio
de Goiás, p. 892-895. 2006.
YOKOYAMA, L.P. Aspectos conjunturais
da produção de feijão. In: AIDAR, H.;
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v. 06, n. 03, p. 23-34 , dez. 2013.
P. S. Carmo et al.
34
KLUTHCOUSCKI, J. STONE, L. F. (Ed.).
Feijão: produção do feijoeiro comum em
várzeas tropicais. Santo Antônio de Goiás:
Embrapa Arroz e Feijão. 270p. 2000.
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v. 06, n. 03, p.23-34, dez. 2013.
Download