O mundo das mulheres - Política Social UnB

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Universidade de Brasília – UNB
Departamento de Serviço Social
Mov. Soc., Poder Político e Cidadania
Profa. Dra. Nair Bicalho
O MUNDO DAS MULHERES
Alain Touraine
Alunas:
Denise Chaves
Quezia Arcoverde
Brasília-DF, Setembro
de 2007
Objetivo do Livro
 Definir
a significação histórica da ação
das mulheres e as oposições contra as
quais esta ação se confronta (p.156).
Interesse e Ponto de Partida
O
interesse reside na vontade de fugir da
representação de uma vida social reduzida
aos efeitos de uma dominação radical que
torna impossível a formação de atores e de
movimentos sociais.
 Ponto de Partida: o imenso trabalho crítico
realizado nas últimas duas gerações.
 O autor pretende:
–
–
pesquisar as mulheres enquanto atrizes de suas
vidas;
e por meio dos atos e palavras das mulheres
pesquisadas, descobrir os movimentos que
testemunham uma mudança cultural.
Método
Estudo das publicações feministas;
 Duas séries de entrevistas individuais e dois
grupos de discussão.
– Primeira série: 60 entrevistas de 2 horas
cada e três grupos;
– Segunda
série: mesma técnica com
mulheres mulçumanas.
 Característica principal: interação com as
pesquisadoras e a escuta – as participantes
explicitam suas experiências, suas idéias,
seus sofrimentos e suas esperanças.
 Campo de pesquisa: histórico-estrutural.

A crítica radical das queer
 Luta
contra a idéia de “natureza
feminina” e contra a idéia de “psicologia
das mulheres” - origem de gênero;
 Fraqueza
do discurso da igualdade;
 Crítica
a noção de gênero - A idéia de
gênero
carrega
consigo
um
determinismo social e até mesmo
ideológico das condutas femininas;
 Hoje,
mulher-vítima como tema mais
difundido.
Autoras feministas
Judith Butler – questiona a construção da
noção
de
mulher
através
de
uma
aproximação heterossexual que obriga o
gênero feminino a ser indissociável da
dualidade sexual dos machos e das fêmeas.
 Nancy Chodorov – encontrou o sentido da
complexidade da experiência vivida e das
emoções que um brutal determinismo social
tinha tentado rechaçar.
 Trabalhos feministas americanos – inspirados
na idéia de Foucalt, ou seja, no estado de
espírito dominante.

Mulheres como atrizes da história
o
problema da supressão do gênero;
 sexualidade
– “as mulheres se afirmam
como tais, se dão por objetivo principal a
construção de si mesmas enquanto
sujeitos livres e pensam que é através
da sexualidade que se realiza este
esforço de construção” (p.24);
 modelo
em ruína: “superiores”
homens e “inferiores” as mulheres.
os
A destruição do social
A idéia central é: “no nível da sexualidade
que a dominação mais diretamente se exerce
em benefício do poder masculino, da mesma
maneira que a relação de classes principal na
sociedade industrial se exercia sobre os
operários. É por isso que as mulheres
formaram um movimento de libertação das
mulheres” (p.158);
 Novo paradigma – as mulheres são a figura
principal do sujeito;
 “É no domínio da reflexão sobre si e da
construção de novos modelos culturais que
se manifesta a força do pensamento e da
ação pós-feministas” (p.160);

A destruição do social
 “O
pós-feminismo atual tende a dar
novamente prioridade à sociedade civil
e, sobretudo, à vida pessoal, em face de
um universo político cada vez mais
desligado da experiência vivida” (p.160);
 As
mulheres entrevistadas afirmavam-se
como mulheres e se atribuíam uma
identidade positiva ao invés de definir-se
em relação aos homens – e como
vítimas;
Dois aspectos da sociedade das
mulheres
Primeira – as categorias que descrevem os
atores agora são mais importantes do que as
categorias que descrevem as situações.
 Segunda – a obrigação de escolher uma das
soluções opostas foi substituída pelo desejo de
combinar o melhor possível diversas soluções.
 “A análise dos atores tornou-se mais importante
do que a análise das situações” (p.163)
 “a busca de combinação de soluções diferentes,
o que desencadeia uma rejeição das escolha, a
busca não de acordos, mas de valorização das
componentes
completamente
opostas
e
dependentes em uma determinada situação”
(p.164)

Dois aspectos da sociedade das
mulheres
 “(...)
esta sociedade pode ser chamada
sociedade das mulheres porque ela se
fundamenta na inversão da dualidade e
da hierarquia as mais fortemente
instaladas, aquelas que distinguiam e
opunham homens e mulheres” (p.164)
Uma estranha aliança



“O feminismo é definido aqui como pertencendo
solidamente a um pós-modernismo que se define
antes de tudo como o fim do homem, o fim da
história e o fim da metafísica” (p.166);
“É a ação e a palavra das mulheres que revertem o
“curso da história”, o que não significa que elas
voltem atrás: efetivamente, elas transformam as
relações do passado e do futuro freqüentemente no
futuro anterior” (p.168);
“A orientação geral que anima todos os setores das
condutas das mulheres e que une entre si é a
afirmação, feita pelas mulheres, de própria
subjetividade” (p.169).
O nacionalismo feminista
 Da
visão igualitarista desenvolve-se um
nacionalismo
feminista
que
constantemente insiste nas diferenças
que
fazem
a
especificidade
das
mulheres.
 O autor pretende esboçar a imagem de
uma mulher feminista que evoca outras
figuras das mulheres.
Os três níveis de análise
 Diferença:
–
Substituição da oposição entre sexo e
gênero por sexo e sexualidade;
–
A idéia de gênero mascara os efeitos das
dominação social;
–
Sociedade das mulheres – as mulheres
ocupam o lugar central na construção de
nós mesmos.
Reflexões do autor
 “A
pluralidade é positiva se ela preenche
uma carência” (p.170);
 “O
lugar central é das mulheres, pois
foram elas vítimas da polarização das
sociedades que acumularam todos os
recursos nas mãos de uma elite
dirigente. As mulheres foram então
consideradas como não atores, privadas
de subjetividade, definidas mais por
funções do que por sua consciência”
(p.191).
Conclusões – para além da
emancipação
O
sujeito tornar-se criador e consciente
dele mesmo, isso tem efeito sobre o meio
social, instituições e representações.
Conclusões – Como aceitar as
diferenças?
 “O
tema das diferenças culturais não
ocupa um lugar expressivo nas reflexões
daqueles
que
querem,
sobretudo,
reconhecer a justaposição de grupos
tendo crenças, costumes e línguas
diferentes. (...) Trata-se então de
partilhar os valores da modernidade
entre grupos de gêneros diferentes,
separados por grandes diferenças, mas
que devem ser reconhecidos como
iguais a partir do momento em que eles
se ligam da mesma maneira aos
princípios
fundamentais
da
modernidade” (p.184).
Conclusões – Da diferença à
subjetivação
 “O
tema da diferença está no coração do
movimento feminista” (p.185);
 “Tais são o resultado de nossa pesquisa
e a interpretação deles que proponho;
eles não negam a reivindicação da
igualdade,
mas
também
não
se
contentam com a defesa das diferenças”
(p.186);
 “Assim a sociedade hipermoderna onde
vivem as mulheres pós-feministas é
simultaneamente universalista e global;
elas
vivem
simultaneamente
a
experiência da singularidade e o
pensamento universal” (p.187).
Conclusões – Objeções
Fundamentou a pesquisa nas palavras das
mulheres, mas isso teve um preço “ela parece
concentrar-se sobre aquilo que de mais privado
existe na vida das mulheres e, deste fato, ser
enfraquecida pela ausência de engajamento
coletivo” (p.189);
 Outra crítica - “censuram-se pela importância
excessiva que dou à consciência feminina,
precisamente no momento em que os combates
feministas perderam seu radicalismo e sua
visibilidade” (p.191).
 “As mulheres, hoje, têm mais capacidade do que
os homens de se portar como sujeitos” (p.192)

Conclusões – Uma sociologia
da liberdade
 “A
principal razão de ser deste livro, (...),
é a de contribuir concretamente para a
defesa de uma sociologia que não mais
se define como um estudo de sistemas
sociais, mas como um estudo de atores,
o que não é a mesma coisa, desde que
se defina o ator como um ser de
direitos” (p.194).
Conclusões gerais
 As
mulheres não são apenas vítimas,
mas atrizes que consolidam suas
funções com uma vitalidade raramente
encontrável
em
outras
categorias
sociais.
 As
mulheres situam a nova função que
elas assumem num processo de
inversão social que nos faz passar para
um outro tipo de sociedade – a
sociedade das mulheres.
OBRIGADA!!!!
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