transtorno obsessivo compulsivo (toc)

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Informativo Educativo do consultório do
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TRANSTORNO OBSESSIVO
COMPULSIVO (TOC)
“Eu sei que isso é uma estupidez . Eu me acho um
louco, mas eu sei que não sou louco!”
O Transtorno obsessivo compulsivo(TOC)
não é uma doença nova. Há alguns séculos, as pessoas
com pensamentos obsessivos blasfemos ou sexuais eram
consideradas possuídas. Esta concepção religiosa das
obsessões era consistente com a visão de mundo da
época, e a lógica do tratamento consistia em expulsar o
mal da infeliz alma possuída. O exorcismo era o
tratamento de escolha, sendo a pessoa submetida à tortura
na tentativa de expulsar a entidade intrusa. Com o tempo,
a explicação das obsessões e compulsões desviou-se de
uma visão religiosa para uma visão médica. Descrições
clínicas como: Escrúpulos, Melancolia Religiosa,
Loucura da Dúvida são encontradas em trabalhos
publicados desde cerca de 300 anos atrás do que se
conhece hoje como TOC.
Na doença mental denominada transtorno
obsessivo-compulsivo (TOC) , uma pessoa é aprisionada
por um padrão de pensamentos e comportamentos
repetitivos que não tem sentido, são desagradáveis e
extremamente difíceis de evitar. Por exemplo: perturbada
por pensamentos repetitivos de que pode ter se
contaminado ao tocar algum objeto “sujo” uma pessoa
pode passar horas no decorrer do dia lavando as mãos até
o ponto destas ficarem vermelhas e irritadas. Tal
comportamento acaba por tomar muito tempo desta
pessoa atrapalhando suas atividades
em casa, no
trabalho ou na escola.
As principais características do TOC são:
as obsessões ,que são pensamentos ou impulsos não
desejados que retornam repetidamente à mente da pessoa
.O indivíduo é perturbado continuamente por um
pensamento aflitivo como: ”minhas mãos estão
contaminadas, preciso lavá-las”; devo ter deixado o bico
de gás aberto”; ou “vou machucar meu filho”. As
obsessões são intrusas, inapropriadas e causam acentuada
ansiedade e estresse.
As obsessões mais comuns são: contaminação, agressão,
religião(escrupulosidade)
segurança/prejuízo,
necessidade de exatidão e simetria, temores somáticos
(corporais).
Para aliviar sentimentos desagradáveis
decorrente das obsessões, como : ansiedade, nojo,
desconforto e outros, a maioria das pessoas com TOC
recorre a comportamentos repetitivos denominados
compulsões. As compulsões mais comuns são:
checagem, limpeza/lavagem, contagem, repetição,
ordenação/organização, estocagem/ coleção. Pessoas com
TOC não devem ser confundidas com um grupo muito
maior de indivíduos que, às vezes, são chamados de
“compulsivos”, por se ater a um elevado padrão de
desempenho em seu trabalho e até mesmo em atividades
de lazer. Este tipo de “compulsão” freqüentemente serve
de propósitos valiosos, contribuindo para a auto-estima
do indivíduo e seu sucesso no trabalho. Nesse sentido,
difere das obsessões e rituais, que trazem limitação e
sofrimento para a vida da pessoa com TOC.
A doença
acomete cerca de 3% da
população e aflige pessoas de todos os grupos étnicos.
Em contrastes com outros distúrbios mentais, os sintomas
de TOC são muito semelhantes em criança e adultos. É
mais comum em mulheres do que em homens, como se
observa em geral nos transtornos de ansiedade.
Observações clinicas indicam que os pacientes com TOC
são caracteristicamente jovens, referindo já apresentar a
doença há muitos anos. Tais achados sugerem que ela se
inicia na infância e/ou adolescência, com duração
prolongada. Estudos epidemiológicos recentes sugerem
que o TOC existe na população adulta em cerca de um
em cada 50 adultos, e em cerca de uma em cada 200
crianças. Entre 45% e 90% dos pacientes com Sindrome
de Tourette
(condição que se desenvolve em
determinadas famílias, caracterizada por tiques motores e
vocais) também apresentam obsessões e compulsões. O
TOC ocorre mais freqüentemente em pessoas separadas
ou divorciadas, assim como em desempregadas, e está
muitas vezes associado a outras doenças mentais,
particularmente depressão e transtornos de ansiedade.
Acredita-se que pessoas que desenvolvem TOC tenham
uma predisposição biológica a reagir de forma acentuada
ao “stress”. Tal reação se manifesta sob a forma de
pensamentos intrusivos e desagradáveis, que geram mais
ansiedade e “stress”, criando, por fim, um circulo vicioso
do qual a pessoa não consegue sair sem ajuda. .
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O fato de que alguns pacientes com TOC respondem bem
a medicamentos específicos sugere que o transtorno
tenha uma base neurobiológica. Assim, as pesquisas das
causas atualmente se concentra na interação entre fatores
neurobiológicos e influências ambientais.
As pessoas com TOC geralmente tentam
esconder seu problema ao invés de procurar ajuda. Uma
infeliz conseqüência disso é que ,estas pessoas ,só
recebem ajuda profissional muitos anos após o início de
sua doença. Nessa ocasião , os hábitos obsessivos –
compulsivos podem estar profundamente arraigados e
muito difíceis de mudar. Entretanto , nos últimos 20
anos , surgiu maior interesse pelo assunto e pesquisas
científicas estão revelando tratamentos que podem
ajudar a pessoa com TOC . Os tratamentos mais eficazes
tem sido com o uso de antidepressivos que aumentam a
capacidade de o cérebro utilizar a serotonina, um
composto químico que ocorre naturalmente no cérebro; e
a psicoterapia com abordagem comportamental ,
denominada “exposição e prevenção de resposta.”
Dicionário:
Transtorno = conjunto de sintomas ou comportamentos
clinicamente reconhecível associado, na maioria dos
casos, a sofrimento e interferência com funções pessoais.
Artigo elaborado por Dr. Valdir Ribeiro Campos.
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