Antropologia Filosófica: Introdução

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Antropologia Filosófica: Introdução
 O que é o homem?
 Não apenas a resposta é filosófica, mas também a
pergunta. Na vida cotidiana estamos ocupados com
problemas concretos. Fazemos perguntas concretas,
que esperam respostas concretas. Não é fácil pôr,
seriamente, a questão: O que é o Homem? A
inquietação, a experiência de algo novo, a reflexão
sobre a cultura atual podem ser uma ocasião de me
tornar questionável a mim mesmo.
 A ciência não convém ser a única fonte...
 Algumas idéias sobre o homem:
BÍBLIA: “Então Deus disse: ‘Façamos o homem à nossa
imagem e semelhança’”
HOMERO: “Como as folhas na floresta são as gerações
dos homens, veja, a uns o vento dispersa e a outros
O madeiro vicejante faz brotar no tempo da primavera:
Assim são as gerações dos homens, esta cresce, aquela
desaparece”.
ARISTÓTELES: “Zóon logikón, animal racional. A idéia de
que a característica essencial do homem é a razão
perpassa toda a história da filosofia, pelo menos até o
Idealismo Alemão”.
AGOSTINHO: “Fizeste-nos para Vós, Senhor. Inquieto está
o nosso coração, enquanto não repousar em Vós”.
GIORDANO BRUNO: “O homem se situa no limite entre
eternidade e tempo, participando de ambos. Igualmente
para Kant o homem é ‘cidadão de dois mundos’”.
BLAISE PASCAL: “Caniço pensante. Mesmo se o universo
aniquilasse o homem, este ainda seria mais nobre do
que aquilo que o mata, porque sabe que more; o
universo não o sabe. O pensamento é, portanto, a nossa
suprema dignidade. O homem transcende infinitamente
o homem”.
HOBBES: “Homo homini lupus. O homem é um lobo para
o homem”.
LAMETTRIE:
machine”.
“O
homem
é
uma
máquina,
l’homme
FICHTE: “O sentido da espécie humana não consiste
apenas em ser racional, mas em tornar-se racional”.
KIEKEGAARD: “O homem é uma relação que se relaciona
consigo mesma”.
MARX: “O homem não passa dum ‘conjunto de relações
sociais’”.
NIETZSCHE: “O homem é o ‘animal doente’, ‘o animal
ainda não fixado’. Outrora éreis macacos e mesmo
agora o homem é mais macaco do que qualquer
macaco...”
SARTRE: “A existência precede a essência. O traço
fundamental do ser humano é ser para-si, liberdade,
criador de valores. Mas, no fundo, tudo é tão absurdo e
o homem é uma paixão inútil”.
O que nos impele a perguntar “o que é o homem?” Como
disciplina filosófica, a Antropologia tem a mesma origem que a
filosofia em geral. A origem é um sentimento, uma percepção
difusa, implícita, abrangente, carregada de afeto.  no
passado predominava a admiração, atualmente domina a
inquietação.
A instância última da autocompreensão humana era, na
história inteira da humanidade, até há pouco, a religião.
Donde deve agora ser determinado o sentido e a forma
da vida humana?
Até há pouco os homens podiam comportar-se mais ou
menos como crianças. Podiam conquistar uma
possibilidade de vida contra a natureza, agora, a nossa
dominação se tornou tamanha, que a natureza mesma,
pelo menos com respeito ao nosso planeta, entrou no
domínio da nossa responsabilidade: escassez de
matérias-primas,
destruição
do
meio-ambiente,
manipulação genética etc. No domínio da ética
constatamos uma criminalidade crescente, guerras, a
ameaça duma guerra atômica. São questões novas e
complexas,
que
requerem
urgentemente
uma
mentalização.
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