aplicação da escala do algodão para avaliar o crescimento e

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APLICAÇÃO DA ESCALA DO ALGODÃO PARA AVALIAR O CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO DE CULTIVARES DE ALGODOEIRO NO PARANÁ
Celso Jamil Marur1, Ruy Seiji Yamaoka1, Getúlio Nagashima1. (1) Instituto Agronômico do Paraná
IAPAR, Londrina, PR, e-mail: [email protected]
RESUMO
A caracterização das fases de desenvolvimento do algodoeiro pelo parâmetro cronológico resulta
em variações importantes quanto ao real estádio fenológico, em comparações de ambientes e/ou anos
diferentes, por serem altamente influenciáveis pelo ambiente. Neste trabalho foi aplicada a Escala do
Algodão para determinar as diferenças no crescimento e desenvolvimento de cinco cultivares
semeados em duas épocas e em diferentes locais do Paraná. Os cultivares IPR-96, CD-401, IAC-24 e
Delta-Opal, e a linhagem PR-94-227 foram semeados em Londrina, Cambará, Paranavaí nos dias
20/09/2002 e 20/11/2002. Foram observadas as datas de ocorrência dos estágios Vn, Bn, Fn e Cn, a fim
de caracterizar as diferentes taxas de desenvolvimento. Em geral, o cultivar IPR-96 apresentou a
menor taxa de desenvolvimento, enquanto as maiores taxas foram observadas nos cultivares DeltaOpal e CD-401. Observaram-se, nos cinco materiais, maiores taxas no crescimento e desenvolvimento
no plantio realizado em 20/11, devido às maiores temperaturas ocorridas neste período de crescimento.
Em um determinado dia (por exemplo, aos 45 ou 70 dias após a emergência) os cultivares
apresentaram diferenças em seus desenvolvimentos, principalmente ao se comparar as duas épocas
de semeadura. A aplicação da Escala do Algodão aumenta a precisão na determinação do estágio do
algodoeiro.
INTRODUÇÃO
Os melhores resultados no cultivo de uma cultura são conseguidos quando as recomendações
são executadas nos momentos mais adequados de desenvolvimento da lavoura. Assim, o
conhecimento de como a planta cresce e a caracterização, com maior precisão, dos diferentes estádios
de seu desenvolvimento, são instrumentos fundamentais para que produtor e técnico possam usar, de
maneira mais eficiente, as práticas de manejo. No cultivo do algodoeiro, a caracterização das fases de
desenvolvimento da cultura pelo parâmetro cronológico resulta em variações importantes quanto ao
real estádio fenológico, em comparações de ambientes e/ou anos diferentes, por serem altamente
influenciáveis pelo ambiente, em especial quanto às suas exigências térmicas.
Visando contribuir para tornar mais precisa a caracterização do crescimento e desenvolvimento
da planta de algodoeiro, uma escala foi apresentada recentemente, a qual identifica facilmente os seus
estádios de desenvolvimento, independente de cultivar, época ou local de plantio (Marur e Ruano,
2001). O objetivo deste trabalho foi aplicar a Escala do Algodão para determinar as diferenças no
crescimento e desenvolvimento de cinco cultivares semeados em duas épocas e em diferentes locais
do Paraná.
MATERIAL E MÉTODOS
Os cultivares IPR-96, CD-401, IAC-24 e Delta-Opal, e a linhagem PR-94-227 foram semeados
em Londrina, Cambará, Paranavaí nos dias 20/09/2002 e 20/11/2002. Cada parcela foi formada por
quatro linhas com 10 m de comprimento, espaçadas em 1 m.
Após a emergência procedeu-se ao desbaste do excesso de plantas; ao final, foram deixadas 5
plantas por metro linear. Foram adotadas as práticas culturais convencionais, com exceção da
aplicação de regulador de crescimento.
Em intervalos semanais, foram observadas as datas de ocorrência dos estádios fenológicos Vn,
Bn, Fn e Cn, de acordo com Marur e Ruano (2001), em 20 plantas por parcela. Para cada dia de
avaliação foram calculadas as médias das leituras das vinte plantas para cada material. Para cada fase
procedeu-se ao ajuste de uma regressão linear entre os números n de nós e os números de dias. O
coeficiente angular das equações expressa a taxa de desenvolvimento, enquanto a aplicação da
equação para “y=1” indica o número de dias para início da referida fase.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram observadas diferenças no crescimento e desenvolvimento dos cultivares (Tabelas 1 e 2).
O cultivar IPR-96 apresentou a menor taxa de desenvolvimento, enquanto as maiores foram
observadas nos cultivares Delta-Opal e CD-401. Observaram-se, nos cinco materiais, maiores taxas no
crescimento e desenvolvimento no plantio realizado em 20/11, devido às maiores temperaturas
ocorridas neste período de crescimento.
Observa-se que em um determinado dia (por exemplo, aos 45 ou 70 dias após a emergência) os
cultivares apresentam diferenças em seus desenvolvimentos, principalmente ao se comparar as duas
épocas de semeadura. Quanto aos locais, foram observados maiores crescimento e desenvolvimento
em Paranavaí, região noroeste do estado.
Os resultados obtidos mostram que a aplicação da Escala do Algodão aumenta a precisão na
determinação do estágio da planta do algodoeiro, em comparação com o parâmetro cronológico.
CONCLUSÕES
1. A cultivar IPR-96, apresentou menor taxa de desenvolvimento que os demais materiais testados;
2. As maiores taxas de crescimento e desenvolvimento foram registradas no plantio realizado em
20/11;
3. o uso da escala do algodão aumenta a precisão na determinação do estágio da planta do
algodoeiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARUR, C.J.; RUANO, O. A reference system for determination of developmental stages of upland
cotton. Revista de Oleaginosas e Fibrosas, 5(2): 313-317, 2001.
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