Incorporação de Isoniazida e seus efeitos na

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9ª MPU 2010
Estudos de Interações Moleculares entre Isoniazida e Membranas Fosfolipídicas
LOPES MONTEIRO, Ana P.*, CADAVAL Jr, Tito R.S., TRINDADE Jr., Paulo M., RODRIGUES, Marieli O.R.,
SOARES, Karina L., Montes D’OCA, Marcelo G., LIMA, Vânia R.(orientadora)
[email protected]
Palavras Chave: isoniazida, tuberculose, lipossomas
Introdução
A incidência mundial de tuberculose (TB) foi de 139/100000 pessoas em 20081. O Brasil é o 19º país do
mundo com maior número de casos da doença2. O agente patológico da TB é a bactéria M. tuberculosis e a
resistência desenvolvida pela mesma ao fármaco isoniazida (INH, Fig.1), contribui para tornar a TB a maior
causa de morte em indivíduos HIV positivos3. A resistência está associada ao uso indiscriminado de INH pela
população, que também pode provocar alta toxicidade e efeitos indesejáveis, como neurite periférica e hepatite.
Tais quadros podem ser reduzidos a partir da incorporação do fármaco em lipossomos, o que torna importante o
estudo das interações entre fármacos e membranas.
O
NH NH2
N
Fig.1- Estrutura da isoniazida.
O
O
P
H3C
+
N
H3C
CH3
O
O-
O
O
(CH 2)nCH 3
H
O
(CH 2)n´CH 3
O
Fig. 2 - Estrutura da fosfatidilcolina.
Este trabalho objetiva incorporar, quantificar e determinar a localização da INH em lipossomos contendo
fosfatidilcolinas (Fig.2), através de técnicas instrumentais como espectroscopia de UV-visível e FTIR. Os
resultados obtidos neste trabalho podem contribuir com o desenvolvimento de sistemas farmacológicos mais
eficientes no tratamento contra a TB.
Metodologia
PREPARAÇÃO DOS LIPOSSOMOS: Os lipossomos contendo asolecitina de soja (ASO) foram preparados de
acordo com o método de hidratação de vesículas, na presença e na ausência de INH4.
QUANTIFICAÇÃO DA INH INCORPORADA EM LIPOSSOMOS: o percentual de INH incorporada nos
lipossomos foi determinado a partir do seu efluxo no meio de reação após solubilização das membranas com
Triton X-1005, monitorado por espectroscopia UV-visível (λ= 263 nm).
ESTUDOS COM FTIR: os espectros de FTIR de lipossomos na presença e ausência de INH foram obtidos na
faixa de freqüência de 750 a 4000 cm -1. Os espectros foram analisados segundo o deslocamento de freqüências
de bandas do lipídio provocado pela interação com INH6.
Resultados
9ª MPU 2010
QUANTIFICAÇÃO DE INH EM LIPOSSOMOS: os resultados obtidos indicaram um percentual de 46% de INH
nos lipossomos, considerado satisfatório para o tipo de membrana lipídica usada7.
ESTUDOS COM FTIR: as freqüências dos grupos PO4-, presentes na região polar lipídica reduziram em 13 cm-1
(Fig.3). Indicando possível interação através de ligações de hidrogênio entre estes grupos e a INH 8. Não foram
observadas variações ao grupo CH2, presente, na maior parte na região apolar lipídica. Tais resultados indicam
que a INH pode interagir na região polar dos lipídios.
ASO
ASO + INH
Deslocamento do valor de numero de onda devido a interação
da INH com o grupo PO-4
Número de onda (cm-1)
1080
1075
1070
1065
1060
1055
1
2
1: s/ isoniazida ; 2: c/ isoniazida
Fig. 3- Deslocamento do nº de onda da banda do PO-4 em lipossomos na ausência e na presença de INH.
9ª MPU 2010
Considerações Finais
Os resultados indicam um percentual de incorporação de 46% de INH em lipossomos de ASO, considerado
satisfatório. Esta concentração foi suficiente para deslocar as bandas de freqüência referentes ao grupo PO4 lipídico observado por FTIR. Isto indica uma localização preferencial da INH na região polar das membranas.
Tais resultados permitem outras investigações de forma a caracterizar os efeitos da INH na dinâmica molecular
dos lipossomos, como por DSC e RMN.
Referências Bibliográficas
1. OMS. Disponível em :http://www.who.int/tb/publications/dec09.pdf (2009).
2. DATASUS. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/julho09.pdf (2009).
3. TAKAYAMA, K.; DAVIDSON, L.A. (1979) Trends Biol. Sci. 4:280-282.
4. HOPE, M.J. et al. (1986) Chem. Phys. Lipids 40:89-107.
5. RUIZ, J. et al. (1988) Biochim. Biophys. Acta 937:127-134.
6. FERIDE, S. et al. (2005) Biochim. Biophys. Acta 1668:215-222.
7. AYLA, G. et al. (2004) Int. J. Pharm. 271:115-123.
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