título: análise antropométrica de sacros do sexo masculino e

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Anais do Conic-Semesp. Volume 1, 2013 - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN 2357-8904
TÍTULO: ANÁLISE ANTROPOMÉTRICA DE SACROS DO SEXO MASCULINO E FEMININO DO ESTADO
DE SÃO PAULO
CATEGORIA: CONCLUÍDO
ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE
SUBÁREA: FISIOTERAPIA
INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS
AUTOR(ES): RENATA CAETANO DA SILVA FRANCO
ORIENTADOR(ES): LEONARDO AUGUSTO LOMBARDI
Resumo
O objetivo principal do presente trabalho foi determinar dados antropométricos relativos
ao sacro de homens e mulheres em peças anatômicas. Dessa forma foi realizado um
estudo descritivo e quantitativo, utilizando 51 sacros, 21 do sexo feminino e 30 do sexo
masculino, obtidos no laboratório de Anatomia Humana do Centro Universitário das
Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU e Universidade Federal de São Paulo
UNIFESP para análise antropométrica. Os resultados coletados foram analisados pelo
teste de t sudent não pareado (p<0,05). A análise dos dados mostrou diferenças
antropométricas significantes entre os gêneros tais como índice sacral, comprimento e
ângulo de concavidade sacral, além da largura do promontório.
Introdução
O osso sacro é formado por cinco vértebras rudimentares fundidas para formar
um osso cuneiforme. ¹ O sacro tem a face anterior ou pélvica lisa, sua face posterior,
convexa, é acidentada por numerosas inserções musculares e pode ser palpada como
parte inferior da coluna.² A margem superior, ou base, do osso articula com a quinta
vértebra lombar. A margem inferior estreita se articula com o cóccix. Lateralmente, o
osso sacro se articula com os dois ossos ilíacos para formar as articulações
sacroilíacas. ¹
As margens anterior e superior da primeira vértebra sacral se projetam para
frente como a margem posterior da abertura superior da pelve e é conhecida como
promontório. O promontório na mulher é de considerável importância obstétrica e é
usado quando se mede o tamanho da pelve. ¹ É também um ponto de referência
importante no toque vaginal, exame de rotina, no período de gestação, feito pelos
ginecologistas e obstetras.³
Segundo Gardner, (1980), a fusão das peças sacrais esconde o canal sacral
(vertebral), só bem visível no extremo inferior onde, por falta de fusão das lâminas
quarta e quinta, fica aberto um intervalo triangular, o hiato sacral. O canal sacral é
pequeno, de seção triangular, e contém apenas os nervos espinais inferiores, meninges
e gordura. Lateralmente neste canal estão os verdadeiros forames intervertebrais, para
saída dos nervos sacrais.
O sacro tem forma tal que para suportar o peso do corpo, cuja tendência é forçar
a base do sacro para frente e para baixo se interponha m cunha mais fortemente entre
os dois ílios. 4
Atualmente, não há, na literatura, estudos de mensuração do sacro a fim de
apresentar um índice sacral, um valor do ângulo da concavidade sacral, nem
mensuração do promontório. Sendo assim, o presente trabalho tem por objetivo
apresentar valores que foram obtidos de sacros, tanto do sexo feminino quanto do sexo
masculino de duas Universidades de São Paulo.
Objetivo Principal
Determinar dados antropométricos relativos ao sacro de homens e mulheres em peças
anatômicas
Objetivos Específicos
Determinar e comparar o valor do índice sacral entre os sexos feminino e masculino.
Determinar e comparar o valor do ângulo de concavidade sacral entre os sexos
feminino e masculino.
Determinar e comparar medidas do promontório sacral feminino e masculino.
Metodologia
Foi realizada uma pesquisa descritiva e analítica, não experimental. Para verificar
medidas antropométricas do sacro. Para tal utilizaram-se goniômetro, fita métrica de
100 cm e régua de 20 cm e 15 mm (fig.1).
Fig. 1. Materiais utilizados para mensuração craniométrica.
Desenvolvimento
Foram analisados 51 sacros, sendo destes 21 do sexo feminino e 30 do sexo
masculino, obtidos no laboratório de Anatomia Humana do Centro Universitário das
Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU e Universidade Federal de São Paulo
UNIFESP.
Os Sacros fundidos ao cóccix, quebrados ou apresentaram dificuldade em
determinação do gênero foram excluídos do estudo.
Para diferenciar o sacro do sexo feminino do sexo masculino foi usada a
literatura como base, onde referem que o osso sacro apresenta diferenças sexual
métricas. Os sacros femininos apresentam em geral maior largura em relação ao
comprimento além de apresentarem maior concavidade em comparação ao sacro
masculino. O processo articular superior do sacro ocupa mais de um terço da largura
total da base do sacro nos homens, no entanto menos de um terço nas mulheres.
Foram usados como meio de medição do presente trabalho, um Goniômetro,
para a mensuração do ângulo de concavidade sacral e uma fita métrica, para a
mensuração do comprimento sacral, largura sacral e os diâmetros anteroposterior e
latero-lateral do promontório sacral, ambos da marca CARCI. Com a fita métrica, a
largura (L) sacral foi mensurada a partir dos dois pontos laterais mais distantes, e o
comprimento (C) entre os pontos médios nas margens anteriores do promontório e
ápice. O índice sacral (I.S) é o valor resultante da largura dividida pelo comprimento.
A região anteroposterior (AP) do promontório foi medida entre os pontos médios
das linhas anterior e posterior deste, enquanto que a mensuração latero-lateral (LL) foi
entre os pontos médios das linhas laterais.
O ângulo de concavidade foi mensurado a partir do ponto mais profundo da
concavidade do sacro, onde a base do semicirculo do goniômetro foi posicionada para
a aferição dos valores.
Análise Estatística
Os resultados foram avaliados pelo teste t de Student não pareado para
identificação dos grupos que apresentarem diferenças significantes. Fixou-se em 0,05
ou 5% (p 0,05) o nível para rejeição da hipótese de nulidade, assinalando-se com
asterisco os valores significantes.
Resultados
Os resultados estão expressos nos gráficos de 1 a 6, sendo marcado com * os
resultados estatisticamente significantes.
Índice Sacral
1.25
Valores (cm)
1.00
*
0.75
0.50
0.25
0.00
Masculino
Feminino
Gráfico 1. Valores médios de índice sacral entre os grupos estudados. * (P< 0,05)
Ângulo de concavidade sacral
50
*
Graus
40
30
20
10
0
Masculino
Feminino
Gráfico 2. Valores médios referentes ao ângulo de concavidade sacral entre os grupos
estudados. * (P< 0,05)
Comprimento sacral
12.5
*
Valores (cm)
10.0
7.5
5.0
2.5
0.0
Masculino
Feminino
Gráfico 3. Valores médios de comprimento sacral entre os grupos estudados. * (P<
0,05)
Largura sacral
12.5
Valores (cm)
10.0
7.5
5.0
2.5
0.0
Maculino
Feminino
Gráfico 4. Valores médios referentes à largura sacral entre os grupos estudados.
Promontório (AP)
Valores (cm)
3
2
1
0
Masculino
Feminino
Gráfico 5. Valores médios referentes ao diâmetro anteroposterior (AP) do promontório
sacral entre os grupos estudados.
Promontório (LL)
5
*
Valores (cm)
4
3
2
1
0
Masculino
Feminino
Gráfico 6. Valores médios referentes ao diâmetro latero-lateral (LL) do promontório
sacral entre os grupos estudados. * (P< 0,05)
Considerações Finais
O índice sacral definido neste estudo mostrou diferença estatisticamente
significante entre os gêneros, podendo assim tal informação contribuir em aspectos
obstétricos, antropométricos e de perícia.
O ângulo de concavidade sacral mostrou-se mais acentuado no gênero
masculino, fato este possa influenciar em diferenças posturais de pelve entre os
gêneros.
Sacros do gênero masculino apresentaram um maior comprimento com uma
maior largura do promontório estatisticamente significante, fatos que podem influenciar
tanto na postura pélvica quanto na postura da região lombar entre os gêneros.
Sugere-se a realização de estudos que analisem a influência de diferenças
anatômicas sacro-pélvicas no ajuste postural entre os gêneros.
Fontes consultadas
1. SNELL, R.S. Trad. Alexandre Werneck, Wilma Werneck. Anatomia clínica para
estudantes de medicina. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999.
2. GARDNER, W.D.; Osburn W. A. Trad. Orlando J. Aidar. Anatomia do corpo
humano. 2ª ed. São Paulo: Atheneu, 1980.
3. DÂNGELO, J.G., Fattini C.A. Anatomia humana sistêmica e segmentar: para
estudante de medicina. 2ª ed. – São Paulo: Editora Atheneu, 2000.
4. HOLLINSHEAD, W.H. Trad. Walter Biazotto. Livro-texto de anatomia humana.
São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1980.
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