Danos mecanicos-colheita-preparacao

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Colheita
e preparação para o mercado.
Danos mecânicos.
Fisiologia e Tecnologia Pós-colheita
Pós-graduação em Fruticultura
Instituto Superior de Agronomia
Domingos P. F. Almeida
Tipos de danos mecânicos
• Impacto
• Compressão (corte)
• Vibração (abrasão)
Domingos Almeida • 2005 • Fisiologia e Tecnologia Pós-colheita • Pós-graduação em Fruticultura • Instituto Superior de Agronomia
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Danos mecânicos: impacto
Num corpo elástico
Energia absorvida no impacto ≈ energia devolvida no ressalto
Não há danos mecânicos
Num fruto
Energia absorvida no impacto > energia devolvida no ressalto
Trabalho efectuado pelo excesso de energia absorvida
à dano mecânico
Danos mecânicos: impacto
Efeito da forma
Forma
Energia absorvida
por unidade de
área
Energia
necessária para
provocar danos
Redonda
Maior
Menor
Plana
Menor
Maior
Deformabilidade das superfícies de impacto
Troca de energia faz-se através de uma superfície
maior do que no contacto com uma superf ície rígida
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Danos mecânicos: impacto
Fruto
Relação entre
energia absorvida e
volume da pisadura
(mm3.J-1)
% ar no tecido
Maçã
5000-12000
15-20
Pêssego
500-1000
< 10
Danos mecânicos: impacto
• Factores que afectam a susceptibilidade
• Massa do fruto
• Densidade
• Inversamente correlacionada com volume pisadura
• Estádio de desenvolvimento
• Evidência não conclusiva
• Ausência de correla ção generalizada entre matura ção e
pisaduras?
• Turgescência
• Perda de água reduz susceptibilidade
• Temperatura
• Evidência não conclusiva
• Alguma evidência que danos por impacto são
inversamente proporcionais à temperatura
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Danos mecânicos: compressão
Danos provocados por forças pequenas
aplicadas durante longo período de tempo
Alterações plásticas
Trabalho efectuado pela energia aplicada
Extrusão de água das células
Deslocação de c élulas no interior do tecido
Deslocação de microfibrilas de celulose
Deformação permanente das células
Energia restante: ruptura das células à pisadura
Danos mecânicos: compressão
Pressão necessária
•Colheita: > 100 MPa
•Frutos maduros: 40 MPa
•Factores que aumentam a susceptibilidade
•Manuseamento a granel
•Presença de pedicelos
•Falta de resistência estrutural das embalagens
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Danos mecânicos: vibração
Provocados por movimento dos frutos nas
embalagens ou linhas de selecção
Abrasão contra superfícies de contentores ou outros
frutos
Durante o transporte
• Vibrações de 2-20 Hz resultam da interacção entre a
superfície da estrada e o sistema de suspensão e são
propagadas (ampliadas) para a carga
Frutos no topo da caixa sofrem maior aceleração
• Pêssegos: danos quando acelera ção > 0,67 g
• Danos são maiores quando a frequência das vibrações
coincide com a frequência da ressonância do fruto (função da
elasticidade)
Danos mecânicos: vibração
Danos por vibração são função da:
• Frequência da vibração ou rotação (Hz)
• Amplitude da vibração
Prevenção dos danos por vibração
• Contentores de plástico causam menos danos do que
contentores de madeira
• Veículos com suspensão pneumática causam menos
danos do que veículos com suspensão metálica (molas)
• Filme de plástico ou papel entre frutos reduz danos
Domingos Almeida • 2005 • Fisiologia e Tecnologia Pós-colheita • Pós-graduação em Fruticultura • Instituto Superior de Agronomia
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SEM de Paredes Celulares de Tomate
Fruto Verde
Fruto Maduro
Almeida & Huber
Factores que afectam as propriedades
mecânicas
• Células parenquimatosas
• Turgescência (pressão)
• Parede celular primá ria
• Lamela média entre células adjacentes
• Propriedades plásticas
• Plano de separação ~45 º
• Espaços intercelulares
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Resultados das forças
• Fractura
• Produto dividido em 2 partes em resultado de impacto.
• Falha paralela à direcção de aplicação da força
• Fendilhamento ou separação
• Separa ção das células ao longo de planos pré-definidos
• Plano de separa ção a ~45 º em relação à direcção de
aplicação da força
• Impacto ou compressão
• Pisadura
• Ruptura das células
• Impacto, compressão ou vibração
• Deformação permanente
• Compressão
Medição de impactos
•
•
Impact Recording Device (IRD) = Instrumented Sphere
Medir impactos com EI
•
•
•
•
•
•
•
Curvas g vs tempo
Aceleração do impacto (g)
Mudança de velocidade (m/s)
Tempo do impacto
Seguir a esfera com vídeo para registar os impactos e sua
localização
Comparar os impactos com linhas de referência
Correcção problemas
• Adicionar almofadas
• Reduzir altura efectiva das quedas
• Outras modificações no equipamento
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Métodos para reduzir os danos por impacto nas
transferências em equipamentos de selecção
(Thompson et al., 2002)
Danos pisaduras dependem de
• Força do impacto (ou aceleração máxima) em g
• Duração (mudança de velocidade) do impacto
(m/s)
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Avalia ção de sistemas
Antes
Após avaliação e correcção
http://www.wsu.edu/~gmhyde/impact_overview/impact_overview.html
Prevenção dos danos mecânicos
1.
2.
3.
4.
5.
Minimizar danos pelas máquinas de colheita
Reduzir o número de transferência e quedas
Reduzir a altura das quedas
Reduzir o número de mudanças de direcção abruptas
Remover as arestas angulosas dos contentores e linhas de
selecção
6. Manter todos os tapetes a velocidade constante
7. Minimizar a compressão quando os frutos são canalizados
para espaços estreitos
8. Forrar com tapete elástico as paredes das linhas de selecção
e classificação
9. Forrar com tapete elástico o fundo dos contentores de
recolha e transporte
10. Embalar os frutos entre camadas de material elástico
11. Motivar e sensibilizar os funcionários para a prevenção
dos danos mecânicos
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Metabolismo dos tecidos feridos
• Respiração
• Síntese de etileno
• Isoformas de ACC sintase e de ACC oxidase
induzidas por ferimentos
• ACC sintase e ACC oxidase são inactivadas em
células danificadas
• Ferimento não provoca aumento da síntese de
etileno durante o climactérico
• Síntese de compostos fenólicos
• Expressão da PAL
• Oxidação de compostos fenólicos
• Alterações histológicas
• Acumulação de calose, suberina, taninos e pectinas
• Divisão celular
Mecanismo proposto para a transdução de sinal de
ferimentos mecânicos (simplificado)
Ferida
Sistemina
Etileno
JA
oligossacarinas
Expressão de genes
PI e SWRP
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Colheita e preparação para o
mercado
Fisiologia e Tecnologia Pós-colheita
Pós-graduação em Fruticultura
Instituto Superior de Agronomia
Domingos P. F. Almeida
Conjuntos de operações
Colheita e operações
no campo
Transferência
Operações
na central
Transferência
Armazenamento
Transferência
Distribuição
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Colheita e operações no campo
• Morangos, framboesas e outros pequenos frutos
• Diversas hortaliças
• Vantagens
• Menor manuseamento e menos transferências
• Redução do tempo entre a colheita e o arrefecimento
• Elimina a necessidade de central de prepara ção
• Desvantagens
•
•
•
•
Controlo de qualidade mais difícil
Selecção mecânica não pode ser feita
Limpeza
Condições de trabalho menos confortáveis
Preparação para o mercado em
fresco
•
•
•
•
•
Colheita manual
Recipientes de colheita
Transferência
Recipientes de campo
Transporte para central de embalagem
• Ponto chave: minimizar danos mecânicos
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Recipientes de colheita e de campo
• Baldes, sacos ou caixas de colheita
• Frutos moles: baldes de metal ou plástico
• Frutos mais resistentes à compressão: sacos de
fundo aberto
• Morangos, uvas: colhidos directamente para as
embalagens definitivas
• Recipientes de campo
Cuidados no transporte
• Evitar movimentação a longa distância entre os
recipientes de colheita e os recipientes de campo
• Supervisionar a transferência para evitar quedas
bruscas
• Regularizar os caminhos na parcela
• Evitar estradas e caminhos em más condições
• Limitar a velocidade de transporte para minimizar o
movimento livre dos frutos
• Utilizar sistemas de suspensão em todos os veículos
• Reduzir a pressão do pneus
• Revestimento dos recipientes com plástico
• Cobrir os recipientes de campo com tampa revestida de
plástico almofadado (no transporte de longa distância
ou estradas más)
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Transferência para linha de selecção e
embalagem
• Transferência a seco
• Transferência em água
• Tipos de transferência
• Flutuação
• Escorrimento
• Sanidade na transferência em água
• Temperatura da á gua
Selecção
• Separação com base em propriedades físicas (sin.
“calibra ção”)
• Métodos de selecção
• Manual
• Mecânica
• Crité rios (exemplos)
•
•
•
•
•
•
•
Peso
Diâmetro
Cor
Densidade
Teor em sólidos solúveis (NIR)
Defeitos
Forma
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Linha de selecção
• Espaço suficiente
•
•
•
•
Luz (selecção manual 500-1000 lux)
Frutos sempre vis íveis
Capacidade de ajustar o fluxo
Evitar danos mecânicos
• Gestão do pessoal
• Atribuir responsabilidade
• Treino dos funcioná rios
• Ergonomia
• Supervisão
Zona de preensão óptima
(Mazollier & Millet, 2002)
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Localização das saídas para refugo
• Objectivo
• Minimizar o esforço
• Opções
• Acima do tapete ao centro: mais esforço
• Soluções mais eficientes:
• Ao lado do operador
• Imediatamente em frente ao operador
(Fotos: Mazollier & Millet, 2002)
Selecção manual
(Mazollier & Millet, 2002)
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Altura da mesa de selecção manual
Valor indicativo: 1,20 m
Prever a possibilidade de ajustamento
•Altura regulável
•Estrados
(Mazollier & Millet, 2002)
Parâmetros de projecto e operação
• Tamanho da mesa
• Altura
• Largura
• Velocidade de transla ção
• Carga ou caudal de produto
• Densidade: kg.m-2 ou nº frutos.m-2
• Nº frutos por linha
• Velocidade de rotação
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Selecção – Factores de escolha dos
equipamentos
• Capacidade do calibrador
• Admitir 2/3 da capacidade teórica
• Precisão
• Danos mecânicos
• Facilidade de ajustamento dos calibres
• Facilidade de alterar o direccionamento dos
frutos
• Facilidade de limpeza e manutenção
Embalagem
• Unidade conveniente para o
manuseamento pós-colheita
• Requisitos:
• Imobilização dos frutos dentro da embalagem
• Absorção do impacto
• Protecção dos frutos da compressão
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Embalagem
• Manual
• Mecânica
• Enchimento por volume ou peso (volume-fill)
• Tight-fill packing
• Enchimento em padrão (pattern-filling)
Zona de embalagem
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O fluxo luminoso decresce de forma logarítmica com
a distância
(Mazollier & Millet, 2002)
Colocação das lâmpadas
Sombra
Encandeamento
por reflexão
Encandeamento directo
Altura indicativa (h): 1,50 m acima da zona de trabalho
Fluorescentes, tubos perpendiculares à mesa
Espaçamentos entre lâmpadas: 1,5h (indicativo)
(Mazollier & Millet, 2002)
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Alinhadores
(Mazollier & Millet, 2002)
Preparação para o mercado
•
•
•
•
•
Recepção
Limpeza
Pré-selecção ou triagem
(Aplicação de revestimentos)
Selecção (calibração)
•Eliminar defeitos
•Tamanho, cor, forma, estado de maturação
•
•
•
•
(Etiquetagem individual)
Embalagem
Controlo de qualidade
Paletização
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