MACROECONOMIA: LIBERAIS X KEYNESIANOS

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MACROECONOMIA, NEOCLÁSSICOS (LIBERAIS?) E
KEYNESIANOS.
MOTIVO: mentiras escritas sobre o liberalismo (de que é contra todo tipo de
regulamentação). 11/2008.
É aceito que a história da macroeconomia moderna começa em 1936 com a publicação do
livro, “Teoria Geral do emprego, do juro e da moeda”, de J. M. Keynes.
Mais remotamente as primeiras idéias podem ser creditadas a muitos autores. Analisando o
livro "O Capital", de K. Marx, complexo, prolixo, mas de importância inconteste na história da
humanidade, principalmente na econômica, constatamos a contribuição do controvertido e
discutido pensador para a macroeconomia. De fato é uma obra importante para os estudos de
História, Economia, Sociologia, Filosofia e Política, qualquer que seja a posição ideológica.
Marx estudou profundamente o capital (separou o dinheiro do capital real), o juro, os metais
preciosos, a taxa de câmbio, a renda (no seu aspecto macro), e na sua famosa fórmula
trinitária, Capital, Lucro, Juros (que é hoje, com os Salários, a definição macro de Renda
Nacional = PIB). Escreve um capítulo intitulado “As ilusões Oriundas da Concorrência”, ponto
forte e central do pensamento liberal.
Voltando há nosso tempo, com o estouro da crise americana (09/2008), apelidada de subprime, que se alastrou, tornando-se mundial, a discussão (que pensávamos já enterrada)
pensamento keynesiano x neoclássicos (incluído aí os liberais e monetaristas) parece que está
voltando, pelo menos no Brasil. O desconhecimento do efeito das expectativas
(comportamento dos agentes), por Keynes, na inflação e da estagflação, fez com que a maioria
dos pensadores econômicos considerasse a teoria keynesiana de desenvolvimento,
absolutamente incorreta (sem querer reduzir sua importância no estudo da macroeconomia). O
modelo keynesiano de desenvolvimento, uma linda construção teórica, na prática leva à
estagflação.Indiscutível que o futuro da humanidade está na sua capacidade de
desenvolvimento tecnológico e nos ganhos de produtividade, produzir mais com menos
fatores (mais tempo disponível para o lazer, inclusive o criativo). Na prática vimos que PLENO
EMPREGO (nas democracias-liberais) defendido por Keynes provoca a corrida salários x
preços (as greves). Isto leva sempre a mais inflação (e no fim à estagflação, pois os
investimentos param, por causa da insegurança). Milton Friedman utilizou o conceito de taxa
natural de desemprego (é ela que evita a corrida preços x salários). Um regime autoritário
pode estreitar a taxa natural de desemprego (mas a um custo muito mais alto para a
sociedade). O poder corrompe, o poder total corrompe muito mais. O regime militar (autoritário)
fez o milagre brasileiro (mas não foi sustentável, teve fim melancólico).
Algumas convicções comuns para a maioria dos macroeconomistas:
No curto prazo a demanda agregada influencia o produto;
A relação nível natural do produto x nível natural do desemprego;
A longo prazo o crescimento do produto é função da acumulação do capital e da taxa de
progresso tecnológico (e determina a qualidade de vida);
A política monetária expansionista afeta o produto no curto prazo, mas não no longo prazo. O
aumento da moeda em relação ao produto leva ao incremento da inflação (a vitória do
pensamento monetarista);
A qualidade dos gastos públicos (necessários, desnecessários, produtivos, improdutivos,
benéficos, maléficos) afeta o produto no curto e no longo prazo. A relação gastos correntes
(improdutivos) x produto, se for muito alta afetará negativamente o PIB a longo prazo. Os
gastos públicos com infra-estrutura (investimentos) afeta o produto positivamente,
principalmente a longo prazo;
A autoridade monetária não consegue fixar a taxa de câmbio por longo prazo;
A autoridade monetária não consegue fixar a taxa de juro de mercado, apenas influenciá-la;
Taxa básica expansionista (menor do que a taxa de mercado mais negociada), e negativa
(menor do que a inflação), a longo prazo, leva a economia à estagflação e crises (a fuga da
moeda como reserva de valor, faz outros ativos serem procurados e valorizarem-se acima do
natural e do equilíbrio, formando bolhas).
A política monetária e fiscal está sempre enfrentando a relação entre a inflação e o
crescimento (desemprego).
J. M. KEYNES: “Não existe meio mais sutil e mais seguro de subverter a base existente da
sociedade do que pela desmoralização da moeda.” "Os regimes autoritários contemporâneos
parecem resolver o problema do emprego à custa da eficiência e da liberdade." Sobre
juros.Keynes tinha um limite para a queda dos juros: “até o nível em que, em relação à curva
da eficiência marginal do capital (lucros dos novos investimnentos), se realize o pleno
emprego.” "É lícito crer que a manutenção mais ou menos contínua de uma situação de pleno
emprego exigirá a baixa acentuada da taxa de juro, salvo se se verificar uma forte modificação
na propensão global a consumir (incluído o estado)."
Marco Aurélio Garcia, 11/2008. BH.
CAPITALISMO, LIBERALISMO, POPULISMO E DEMAGOGIA LIMITES
MOTIVO: mentiras escritas sobre o liberalismo (de que é contra todo tipo de
regulamentação). 01/2009.
Constantemente acadêmicos utilizam o condenável método de definir pensamentos contrários
de acordo com seus interesses. Conceituam liberalismo e neoliberalismo de modo diferente,
mas mantêm os mesmos autores como pensadores, Adam Smith (clássico, pai do liberalismo),
Friedrich August Von Hayek (austríaco radicado nos USA), Milton Friedman (escola de
Chicago). Não consideram que as bases dos pensamentos subsistem (são as mesmas),
adequando-se à evolução dos tempos, mas não mudam no essencial. Os limites práticos de
aplicação ao mundo real é que divergem (quanto de regulação, etc.). O Liberalismo pode ser
definido como uma doutrina ou corrente de pensamento que defende a liberdade individual (os
direitos individuais e civis), a livre iniciativa, o governo democrático (baseado no livre
consentimento dos governados e estabelecido com base em eleições livres), a liberdade de
expressão, a defesa da concorrência, instituições que obedeçam a lei igual para todos, a
transparência, o lucro e o direito de propriedade. O liberalismo nasceu combatendo o direito
divino dos reis (e a hereditariedade dos governantes), os privilégios da corte, dos militares e o
sistema de religião oficial. Os liberais acreditam que substituir a ordem natural, espontânea e
complexa dos mercados (infinitos interesses pessoais) pelas limitações do planejamento
centralizado, dirigido por burocratas de governos (totalitários e autocráticos, onde a corrupção
é facilitada), é o caminho do empobrecimento. O pensamento liberal defende e aceita um poder
normativo (mais normas e menos poder discricionário de autoridades) e defensor da
concorrência e dos interesses dos consumidores (não existe Liberalismo sem concorrência).
RESUMINDO: A MENOR PRESENÇA ESTATAL POSSÍVEL, A MAIOR QUANDO
NECESSÁRIA.
O Capitalismo é a economia de livre mercado. O liberalismo é a forma mais evoluída do
capitalismo (a menor presença estatal possível). O Capitalismo de estado é uma variante que
facilita a corrupção e agrega muito dos pontos negativos do comunismo. O Lucro e a
Propriedade Privada são os pilares motivadores da produção e do crescimento econômico.
Para que a propriedade privada e o lucro aconteçam é necessário que a economia seja livre.
Por isso, o Capitalismo é também chamado de economia liberal ou de livre mercado. O
governo intervém para buscar o Bem Comum e evitar desequilíbrios entre os agentes
econômicos (através de leis e órgãos reguladores). A poupança nacional é individual e gerida
individualmente. As empresas, para conseguir o lucro e a sobrevivência procuram produzir de
acordo com as necessidades e os desejos dos consumidores. Os preços são livres. Utiliza os
talentos existentes na população para produzir e dirigir. Em tese utiliza todos os cérebros
existentes nos países. Os proprietários, buscando o lucro, buscam também os melhores
dirigentes e ganhos constantes de produtividade (desenvolvimento e melhoria contínua é o
caminho para a Sobrevivência).
Ao contrário do que escrevem, Milton Friedman defendia a normatização, sabedor que a falta
de regras do jogo é o retorno à barbárie. Inclusive em seu livro “Capitalismo e Liberdade”
escreve um capítulo cujo título é: “O governo como legislador e árbitro”, e outro “Normas em
vez de autoridades”. É populismo, demagogia ou ignorância escreverem que o capitalismo (ou
o liberalismo) prega a eliminação da regulação (alguns chegam a escrever a total eliminação
da regulação). O que o liberalismo prega é a redução do poder discricionário dos governantes,
é a obediência de todos às regras pré-estabelecidas (enfim regras do jogo estabelecidas e que
defendam a concorrência). A economia liberal concorda com as frases: SE FOR RUIM PARA
OS CONSUMIDORES NÃO É BOM PARA A ECONOMIA COMO UM TODO; O CÂMBIO DE
EQUILÍBRIO É AQUELE QUE FOR BOM PARA A MAIORIA, NUNCA SERÁ BOM PARA
TODOS.
Não podemos culpar o liberalismo por auditorias contábeis falhas, empresas não fazerem
auditorias de gestão, regulações inadequadas, sistema financeiro com deficiências prudenciais
(impossível pensar um sistema financeiro sem regras prudenciais). A confiança no Fed e o
desconhecimento fizeram com que os americanos e o resto do mundo não soubessem que os
bancos de investimentos e outros tipos de entidades financeiras não eram regulados,
fiscalizados e não participavam do sistema de redesconto bancário.
AUTORES LIBERAIS (alguns): Adam Smith, A Riqueza das Nações (1776); Friedrich August
Von Hayek, Caminho da Servidão (1944); Milton Friedman, Capitalismo e Liberdade (1962); A
Natureza do Processo, José Guilherme Merquior; A Sociedade Aberta e seus Inimigos, Karl R.
Popper; Entendendo o Processo de Mudança Econômica, Douglass North; Liberalismo e
Democracia, Norberto Bobbio.
Marco Aurélio Garcia, economista, 01/2009.
A RESPEITO DO CONSENSO DE WASHINGTON
AS DEZ REGRAS BÁSICAS DO CONSENSO:
1 - DISCIPLINA FISCAL. O bom senso faz com que todos concordem com o princípio.
2 - REDUÇÃO DOS GASTOS PÚBLICOS. O mais correto seria apelar para a MELHORIA DA
QUALIDADE DOS GASTOS PÚBLICOS (úteis, necessários, produtivos, transparentes,
honestos, razoável relação investimentos / custeio e eliminação dos improdutivos e dos
privilégios).
3 - REFORMA TRIBUTÁRIA. O correto seria a simplificação e a modernização do sistema
tributário facilitando a rotina (reduzindo burocracia desnecessária) e a vida dos cidadãos e das
empresas.
4 - JUROS DE MERCADO. Parece que já é consenso.
5 - CÂMBIO DE MERCADO. O sistema de câmbio flutuante tem se mostrado o mais eficiente,
passando mais segurança e evitando crises de balanço de pagamento, embora a volatilidade
seja ainda um problema a ser melhor resolvido.
6 - ABERTURA COMERCIAL. Apesar de todos saberem ser o melhor para a humanidade, na
prática protecionismos (que protegem interesses de minorias) acontecem.
7 - INVESTI MENTOS ESTRANGEIROS DIRETOS (ELIMINAÇÃO DE RESTRIÇÕES). As
nações mais esclarecidas e democráticas batalham para conseguir os investimentos. As mais
atrasadas ainda os repelem.
8 - PRIVATIZAÇÕES (ESTATAIS). As nações mais modernas privatizaram suas empresa que
não tinham nada a ver com as funções do estado. Apenas as de segurança nacional e as que
exercem funções de estado estão sobrevivendo. As sociedades público privado parecem que
serão parte importante da economia.
9 - DESREGULAMENTAÇÃO (afrouxamento das leis econômicas e trabalhistas). As
regulamentações devem estabelecer as regras do jogo, defender os interesses dos
consumidores e dos mais fracos, estabelecer limites prudenciais, punições. Enfim defender os
interesses dos consumidores e o livre mercado (a concorrência justa e honesta). A relação
capital x trabalho deveria ser mais flexível validando acordos entre sindicatos dos
trabalhadores e de empresas e também entre sindicato e empresa (individualmente).
10 - DIREITO À PROPRIEDADE INTELECTUAL. É o maior incentivador de conquistas e
invenções.
Pelo descrito acima o consenso continua válido.
Marco Aurélio Garcia, economista, 07/2009.
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