Ombro doloroso - Luzimar Teixeira

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Texto de apoio ao curso de Especialização
Atividade física adaptada e saúde
Prof. Dr. Luzimar Teixeira
Ombro doloroso
FIGURA.1-SEQÜÊNCIA DE LESÃO DO MANGUITO ROTADOR.
Conceito
Ombro doloroso é uma síndrome caracterizada por dor e impotência funcional de
graus variados, que acomete estruturas responsáveis pela movimentação do ombro,
incluindo
as
articulações,
tendões
e
músculos,
ligamentos
e
bursas.
A estes sintomas se agregam àqueles que caracterizam transtornos ou afecções
locais ou a distância de implicações etiopatogênicas no aparecimento da síndrome.
FIG.2- abaixo a anatomia para localizar a lesão.
CAUSAS
A
freqüência
aproximada
das
causas
de
ombro
doloroso
é
a
seguinte:
. tendinopatias , bursites subdeltoidiana ou subacromial com ou sem depósito calcário
- 80%;
· Miofibrosites - 8%;(dores miofaciais)
· Artrites do ombro - 5%;
· Outros - 7%.
Em relação às causas tendinopatias e bursite subdeltoidiana ou subacromial temos:
· Atividade excessiva;
· Hiperabdução prolongada;
· Luxação acrômio-clavicular;
· Fratura do troquiter;
· Irritação por osteófitos;
. Anomalias anatômicas: acrômio curvo.
· Aderência - pacientes crônicos em leito;
· Alterações - inflamações no manguito músculo tendinoso integrado.
-alterações posturais, tais como hipercifose=alteram o rítimo escápulo -umeral,
causando impacto precoce , ou seja, choque dos tendões no arco duro do ombro.
-traumas esportivos
Diagnóstico/
O exame de diagnóstico mais utilizado são os clínicos, realizados por ortopedistas,
fisioterapêutas, Reumatologistas, são exames com testes provocativos muito
fidedígnos,dentre os exames mais realizados estão os testes de : Howkins/Neers, arco
doloroso, Palm up, Obreian, Gerber, isométricos , relocation, yergason e outros, os
exames imagionológicos são impotantes para evidenciar a extensão das lesões, os
exames de imagem mais realizados são o Ultrasom, que é mais barato, indolor, as
dificuldades deste exames estão diretamente relacionada para a habilidades de quem
faz o exame, então é um exame muito dependente do examinados, já a RMN
resssonãncia, é um exame exelente, depende muito do equipamento e o do
examinador (médico do diagnóstico de imagem), é um exame caro, geralmente os
planos de saúde sempre colocam algum tipo de empecilho para a realização do
mesmo.
abaixo exames de imagens em seqüência.
RX -mais utilizado.fig3
Bursografia-em desuso.fig3
Ressonância magnética.fig.3
ultrasom e ressonãncia.fig.4
fig.3
fig.4
Classificação das Lesões.
Podemos dividir didaticamente o ombro doloroso em várias síndromes diferentes,
entre elas se destacam:
· Síndrome do impacto;
· Tendinite bicipital;
· Tendinite calcárea;
· Capsulite adesiva;
· Artropatias;
Originada em outros locais;ex: sindrome dolorosa miofacial.
· Extrínsecas (neurites braquial, tumor Pancoast, síndrome ombro-mão, neoplasias,
metástases, diabetes mellitus, hipo-hipertiroidismo, anquiloidoses).
1. Síndrome do impacto
fig.5 relação das estruturas do ombro na abdução.
2.
É uma síndrome dolorosa do ombro acompanhada por alteração na mobilidade
local, sendo caracterizada por uma tendinite, geralmente, do tendão do supraespinhoso e bursa subacromial, com lesão parcial ou total deste ou de outros
tendões.
Ocorre com maior freqüência acima dos 40 anos de idade, com predominância
da etiologia traumática.
3. Sabe-se que o impacto causando atrito e posterior degeneração ocorre durante
a elevação anterior do braço, ocorrendo contra superfície inferior do acrômio.
Alguns autores descrevem três fases clínicas:
4. - Fase I: abaixo dos 25 anos, ocorrendo dor aguda após esforço prolongado.
Nesta fase há edema e hemorragia em nível de bursas e tendões;
- Fase II: entre 25 e 40 anos de idade e já começa fibrose e espessamento da
bursa subacromial, além da tendinite. Paciente queixa de dor noturna e após
atividades.
Pode
ocorrer
ruptura
parcial
do
manguito
rotador;
- Fase III: acima dos 40 anos. Paciente apresenta dor contínua com perda da
força de mobilização devido à ruptura completa de um ou vários tendões.
2. Tendinite bicipital
Caracteriza-se por envolvimento do tendão da porção longa do bíceps branquial
com ruptura em alguns casos. É muito comum sua associação com a tendinite do
manguito rotador.
3. Tendinite calcárea
Diagnosticada pela radiografia simples, é mais comum no tendão do supraespinhoso,
ocorrendo
com
mais
freqüência
no
sexo
feminino.
A tendinite calcárea aguda pode apresentar-se de forma mais agressiva com muita
dor, limitação da mobilização ativa e passiva do ombro e, ocasionalmente, eritema
no local.
4. Capsulite adesiva
Capsulite adesiva pode ser definida como uma condição de etiologia desconhecida
caracterizada por uma restrição dolorosa global da movimentação da articulação
gleno-umeral em todos os planos, tanto ativa quanto passiva. Existem condições
associadas, como diabetes, tireoidopatias, doença cardíaca e pulmonar, que
classificam a capsulite como secundária.
Tratamento para casos não cirurgicos.
O tratamento básico se compõe de:
· Repouso na fase aguda;
· Antiinflamatórios não esteróides;
· Fisioterapia: crioterapia, tens,corrente interferencial, micro ondas, ultra-som,
ondas curtas , exercícios e outros;diminuição do impacto atavés de fortalecimento
do manguito rotador se for o caso em pacientes que não tem muito
comprometimento na qualidade dos tendões.indicação de 2 a 12 semanas de
reabilitação, se não houver melhora considerável a indicação torna-se cirurgica.
· Infiltração com corticosteróides;mais indicados em paciente sedentários que não
praticam esportes de membro superior, há risco de degeneração tendinosa e
fraquesa do tendão, nunca infiltrar em atletas, deve ser analidado caso a caso.
· Cirurgia: após seis meses de tratamento conservador e rupturas dos tendões.
(artroscopia com reparo do manguito rotador . É uma cirurgia menos invasiva, onde
não há cortes de pele ou músculo, apenas pequenas incisões).
Tratamento para casos cirúrgicos c/ reparo de manguito rotador.

Repouso inicial com tipóia-tipóia em abdução preferencialmente.

modalidades antiinflamatórias-gelo, compressas quentes úmidas (após 72
horas, antes disto só gelo)

fisioterapia com mobilização passiva progressiva com graus pré
estabelecidos pelo cirurgião.

geralmente flexão até 70º/ rotação externa 15º/ abdução 45º/- evitamos a
extensão(perigo de deiscencia de sutura) , sugiro não fazê-lo até a 6
semanas- progredir lentamente, intensificar ativos livres gradualmente.

intensificar ganho de ADM gradativamente.

Ativar grupo deltóide.

iniciar fortalecimento de manguito rotador de forma gradual e indolor.

prognóstico para alta em torno de 12 a 16 semanas de pós -operatório.
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