Araucária: da erosão genética a corredores de fluxo gênico. Aluno

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E MELHORAMENTO DE PLANTAS
LGN 5799 – Seminários em Genética e Melhoramento de Plantas
Departamento de Genética
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Araucária: da erosão genética a corredores de fluxo gênico.
Aluno: Roberto Tarazi
Orientador: Prof. Dr. Roland Vencovsky
A espécie Araucaria angustifolia (Bert.) O. Kuntze é o principal componente da
Floresta de Araucária, também conhecida como Floresta Ombrófila Mista. Pertencente à
família Araucariaceae é a única espécie de seu gênero que ocorre naturalmente no Brasil. A
área de ocorrência natural de A. angustifolia ocupava aproximadamente 200000Km2, sendo
predominante no sul do Brasil, estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e
formando agrupamentos menores nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.
Essa espécie fornece principalmente madeira e suas sementes são utilizadas para a
alimentação humana e da fauna nativa. Apesar da importância econômica e ecológica da
araucária, esta espécie junto com sua floresta foi explorada e reduzida a 3% da área de
ocorrência original e hoje está na categoria de vulnerável na lista de espécies ameaçadas da
IUCN.
O conhecimento da distribuição da diversidade genética entre e dentro de
populações de uma espécie é essencial quando há necessidade de desenvolver ou
implementar estratégias de conservação. A conservação in situ muitas vezes requer a
incorporação de grandes áreas para representar adequadamente todo o “pool” gênico de
uma espécie. O conhecimento da estrutura genética auxilia no planejamento de estratégias
de conservação mais eficientes, possibilitando a seleção adequada dos recursos genéticos.
A perda da diversidade genética usualmente precede a extinção de uma espécie. Neste
sentido, todo o conhecimento gerado com a distribuição da diversidade genética entre e
dentro de populações e associados a estudos de auto-ecologia de uma espécie permite
reconhecer áreas prioritárias para a conservação, monitoramento e uso sustentável.
Estudos visando conhecer a auto-ecologia, diversidade genética e fenotípica da
espécie A. angustifolia começaram no início de 1960. Hoje existem dados sobre a
demografia, fenologia, ecologia, diversidade genética, melhoramento genético e cadeia
produtiva que podem ser implementados em políticas públicas, para conservar e utilizar a
A. angustifolia de forma sustentável. Devido à redução das populações de araucária e seu
isolamento em fragmentos há necessidade de criação de corredores de fluxo gênico. Esses
corredores auxiliam a contrapor os efeitos gerados pela deriva genética e permitem frear o
aumento da endogamia dentro dos fragmentos. Portanto, com o auxílio de dados genéticos
foram propostas oito novas unidades de conservação na região sul do Brasil, num total de
542000ha, visando conectar fragmentos florestais, conservar a araucária e priorizar o uso
sustentável deste recurso genético.
Bibliografias consultadas:
Auler, N.M.F; Reis, M.S.; Guerra, M.P.; Nodari, R.O. The genetics and
conservation of Araucaria angustifolia: I. Genetic structure and diversity of natural
populations by means of non-adaptive variation in the state of Santa Catarina, Brazil.
Genetics and Molecular Biology, n.25, v.3, p.329-338. 2002.
Mantovani, A.; Morellato, P.C.; Reis, M.S. Fenologia reprodutiva e produção de
sementes em Araucaria angustifolia (Bert.) O. Kuntze. Revista Brasileira de Botânica,
n.4, p.787-796. 2004.
Mantovani, A.; Morellato, P.C.; Reis, M.S. Internal Genetic Structure and
Outcrossing Rate in a Natural Population of Araucaria angustifolia (Bert.) O. Kuntze.
Journal of Heredity, n.97, v.5, p.466-472. 2006.
Setoguchi, H.; Osawa, T. A.; Pintaud, J.; Jaffré, T.; Veillon, J. Phylogenetic
relationships within araucariaceae base don rbcL gene sequences. American Journal of
Botany, n.85,v.11, p.1507-1516. 1998.
Stefenon, V.M.; Finkeldey, R. Genetic Structure of Araucaria angustifolia
(Araucariaceae) Populations in Brazil: Implications for the in situ Conservation of Genetic
Resources. Plant Biology, n.9, p.516-525. 2007.
Sites Consultados:
www.mma.gov.br
www.cnpf.embrapa.gov.br
De acordo, Prof. Dr. Roland Vencovsky.
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