3 — agostinho: o mestre do ocidente

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TRABALHO DE FILOSOFIA
SANTO AGUSTINHO
1 ANO A EM
ALUNO
DONIZETE
3 — AGOSTINHO: O MESTRE DO OCIDENTE
Agostinho é a patrística. "A Influência patrística na filosofia medieval coexiste com
sobrevivência e o continuado influxo de Agostinho na Idade Média" (GrabmanN). Que
pode chamar-se o mestre do ocidente mostra-o o fato da sua influência ainda para além da
Idade Média. É uma das colunas da filosofia cristã de todos os tempos. "Com Agostinho
chegamos ao ponto culminante da patrística e talvez de toda a filosofia cristã" (GilsonBohner).
Vida
Mais que para qualquer outro, para Agostinho o natural humano é importante para a
compreensão do seu pensamento. A cada passo se lhe trai o temperamento do sangue
pânico, a tenacidade da sua vontade romana e, mais que tudo, a grandeza do seu coração a
que nada de humano é estranho, mas que nunca fica encerrado em limites puramente
humanos.
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Obras
São as seguintes as suas obras mais importantes: Confessiones (c. 400), suas confissões.
Contra Acadêmicos (386), discussão com o cepticismo da Nova Academia. De beata vita
(380) tratado do tradicional problema da felicidade. Soliloquia (386), versa em particular a
fé e a ciência. De libero arbítrio (388-95) sobre a liberdade da vontade e a origem do mal.
De Trinitate (400-416), extensa obra sobre as relações entre a revelação e a razão e ao
mesmo tempo uma tentativa, com a ajuda de uma introspecção no espírito humano, para
elucidar a Trindade divina. De civitate Dei (413 até 426), em 22 livros, sobre a cidade de
Deus, obra principal de Agostinho, que contém suas considerações sobre o império romano
moribundo, ao mesmo tempo que a sua filosofia da história.
b)
Idéia da Verdade
Nesta matéria Agostinho pressupõe um determinado conceito de verdade: a verdade deve
ser sempre necessária e eterna.’ Claro que isto só vale para as verdades de ordem ideal,
como a que temos na afirmação que 7 + 3 = 10. Para quem quer que tenha razão é essa uma
proposição de valor universal, declara ele (De lib. arb. II, 8, 21: hanc ergo incorruptibilem
numeri veritatem dixi mihi et alicui ratiocinanti esse communem). Mas o caso é diferente
sobre o que a experiência nos ensina, fundada na percepção sensível concreta, sobre tal ou
tal corpo determinado. Aqui não sabemos se no futuro as cousas se passarão do mesmo
modo. Como Platão no Mênon e no Teeteto, chega ele à mesma conclusão, no atinente às
matemáticas, sobre o conceito de verdade na ordem ideal. E assim é Agostinho, não
somente um precursor do cogito ergo sum cartesiano, mas anuncia também a teoria de
Hume sobre o valor da percepção sensível, e a distinção de Leibniz, sobre verdades de fato
e verdades de razão.
d) Essência da Verdade
Agora estamos em condições de elucidar qual é para Agostinho a essência da verdade. Em
geral se considera a verdade como a propriedade de um juízo e se lhe vê a essência na
concordância da nossa expressão com a realidade objetiva (verdade lógica). Ele tem
Aristóteles em vista quando, para citar a reprodução medieval do seu pensamento, diz:
Verum definientes dicimus esse quod est, aut non esse quod non est. Agostinho conhece
também esta verdade lógica, e a toma mesmo como ponto de partida imediato das suas
reflexões. Mas essa verdade recua para um plano inferior, para tornar-se visível o seu
fundamento da verdade — as idéias eternas existentes na mente divina. A verdade coincide
com elas, as quais — rationes, ideae, species aeternae — constituem propriamente a
essência da verdade. E porque essas idéias são Deus mesmo, pode também ele dizer que
Deus é a verdade. Mas então a verdade vem a assumir uma realidade ontológica: "a verdade
é o que é" (verum est id quod est), onde o "o que é” já não significa a concordância do juízo
com a realidade, mas com os exemplares primeiros na mente de Deus. Neles vê Agostinho,
como Platão, o ser verdadeiro, o ‘"ser em verdade".
D. A Alma
Uma das principais particularidades de Agostinho é o seu interesse pela alma. "Desejo
conhecer Deus e a alma. Nada mais? Absolutamente nada mais"’ (Solil, I, 2, 7). A arte e o
modo de conceber ele a alma, a sua intuição, a sua arte de descrever e discriminar as
atividades psíquicas e o seu penetrante entendimento revelam em Agostinho um homem de
raros dotes psicológicos. O que não podemos dizer, de muitos tratados modernos de
psicologia, podemos sem dúvida dizê-lo das suas Confissões, i. é, que encerram um
profundo conhecimento do homem. Mas ele aí não se confina nos limites da psicologia
senão que, ultrapassando-os, se interessa constantemente pelas grandes questões filosóficas
conexas com ela: quais as relações entre a alma e o corpo, que é a alma em si mesma, sua
origem, sua duração?
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