AGRUPAMENTO ESCOLAS DE MÉRTOLA Escola EB2,3/ ES São Sebastião de Mértola Curso Profissional de Técnico de Apoio Psicossocial-2ºano Disciplina de Psicopatologia Geral - Módulo - “Os comportamentos aditivos” Ano lectivo 2012/2013 Professora: Céu Kemp Trabalho realizado por: Alexandra Reis Nº1; Marlise Palma Nº14; Patrícia Parreira Nº16 - 11ºB O termo droga, presta-se a várias interpretações, mas segundo o senso comum é uma substância proibida, de uso ilegal e nocivo ao indivíduo, modificando-lhe as funções, as sensações, o humor e o comportamento. A Droga é toda e qualquer substância, natural ou sintética que, uma vez introduzida no organismo, modifica todas as funções. Existem 2 tipos de drogas as drogas naturais são obtidas através de determinadas plantas, de animais e de alguns minerais - a cafeína (do café), a nicotina (presente no tabaco), o ópio (na papoila), e as drogas sintéticas são fabricadas em laboratório, exigindo para isso técnicas especiais. A DEPENDÊNCIA é a necessidade psíquica e às vezes física que se tem para consumir droga (psicotrópico) capaz da alterar os reflexos inatos ou adquiridos. As características são: compulsão, tolerância, síndrome de abstinência, efeitos nocivos para o indivíduo e para a sociedade. • • • • • • • • • • Os sintomas mais comuns: Muita ansiedade; Sensação de vazio; Dificuldade de concentração; Desejo constante e persistente pela fonte do vício; Problemas de sono (dormir muito mais, acordar várias vezes ou ter insónia); Alteração bem significativa na alimentação (comer muito mais ou muito menos); Inquietude; Mal humor; Irritabilidade e impaciência; E agressividade (voltada a outros e/ou a si mesmo). Origem A procura de ópio para o fabrico de medicamentos teve um grande incremento, principalmente com a produção de codeína. Até 1972, a maior parte do ópio era produzida na Índia, Rússia, Turquia e em pouca quantidade no Irão. Muitos agricultores cultivavam papoilas adicionais para converterem o ópio em morfina, com redução substancial do volume, mas sem perda da potência da droga. Esta era então enviada para o sul de França, onde era convertida em heroína, que é cerca de três vezes mais potente que a morfina. Composição Química O termo alcalóide designa-se por uma classe de compostos nitrogenados, vulgarmente de origem vegetal, contendo sistemas de anéis heterocíclicos e um ou mais átomos básicos de azoto. Prepara-se na indústria, por aceptilação da morfina, um alcalóide opiáceo, em solução benzénica, pelo anidrido acético ou pelo cloreto de acetilo. Da solução ácida obtida, o produto é precipitado pelo carbonato de sódio e depois purificado por sucessivas cristalizações na acetona. Apresenta-se como um pó branco, cristalino, solúvel na água e no álcool a 90 graus, com sabor a amargo e ponto de fusão de 231 a 232 graus C. O produto comercial é o cloridrato de diacetilmorfina, um pó cristalino, branco, solúvel na água e no álcool, mas em menor grau, e insolúvel no éter. Os Consumidores As características demográficas da população que consome a heroína são a de uma população maioritariamente masculina e com idade igual ou superior a 35 anos e os que consomem heroína por via intranasal e em oposição os consumidores por via injetável, predominantemente do sexo feminino e mais jovens. Os Consumos em Portugal: Em Portugal, de acordo com o relatório nacional do fenómeno da droga de 1997 e os elementos do Ministério da Justiça, a heroína está associada a 67% dos presumíveis infratores- consumidores e a 97,8% dos utilizadores dos CATs (centros de atendimento a toxicodependentes). A partir da década de 80 com a disponibilidade da heroína com um elevado grau de pureza, é mais possível o consumo por via nasal, em vez de via injetável, e aí surgiu um interesse renovado pelo consumo desta substância ilícita. Mecanismos de Ação O mecanismo de ação da heroína está condicionado por um bloqueio de transmissão na sinapse neuronal que afeta sobretudo os neurotransmissores: noradrenalina, dopamina ,serotomina e acetilcolina. Assim, produz-se uma sobressaturação dos neurotransmissores pré-sinapticos que conduz a um aumento da membrana possinaptica perante os referidos transmissores, o que explica a síndrome de abstinência. Possivelmente, a complicação mais perigosa do abuso de opiáceos é a depressão respiratória. Isto resulta de uma ação direta nos centros respiratórios causando uma redução de sensibilidade, responsável pelo aumento da concentração do dióxido de carbono. Estes agentes, provavelmente, alteram o controlo voluntário da respiração que regula o ritmo respiratório. Efeito dos opiáceos: efeito na vasodilatação periférica que os narcóticos não opiáceos em altas doses, principalmente quando usados pela via intravenosa, produzem bradicardia (Diminuição da frequência cardíaca). Fatores Clínicos A heroína é administrada pelo próprio consumidor, por via intravenosa, subcutânea ou intranasal. Qualquer que seja a via usada, a ação é rápida. A duração dos efeitos é de cerca de 3 a 4 horas. Em overdose, a toxicidade da heroína costuma manter-se 24 horas. A dependência física significa que o sintoma de privação ocorre depois de se ter suspendido o uso da droga. Não é possível predizer a dose ou o tempo necessário para que surja dependência física. Tolerância: Depois de algum tempo consumindo a mesma quantidade de heroína, o efeito diminui, mas também não é possível dizer quanto tempo é que este facto demora a suceder. A desintoxicação: não é suficiente para alterar o comportamento adicional, a vontade de continuar a usar drogas alternativas é uma complexa questão que pode ser explicada por mecanismos físicos, quer por teorias psiquiatras. Complicações medicas A heroína está associada como uma síndrome da glomerulonefrite esclorosante e outros transtornos renais. Na adolescência são frequentes as glomerulonefrites e outras complicações, como lesões da pele, abecessos, febres, infeções devido as condições não assépticas e endocardites agudas. Problemas respiratórios, como dispneia, tosse, dores torácicas, pneumonia e hepatite, consequências nos sistemas geniturinario e musculosquelético. A heroína comercial tem 2 a 5% de heroína pura, sendo o restante composto por adulterantes que aumentam o volume da droga e os seus efeitos. Os adulterantes vulgarmente mais utilizados são os estimulantes (cafeína, anfetaminas, fenciclidina); os anastésicos ( lidocaína, benzocaína, procaína, tetracaína) e substâncias inertes (lactose, glicose, inositol e talco). O talco não é exatamente inerte; se for injetado por via intravenosa pode causar granulomas por corpos estranhos. Um adulterante usual é a quinina, um alcalóide do grupo cinchona, que é popular devido ao sabor idêntico da heroína. Quinina é ela a mesma responsável por toxicidade auditiva, oftálmica, gastroindestinal, neurológica e renal, e pode ser responsável pelas mortes que são atribuídas a heroína. Tratamento O antagonista especifico e efetivo dos opiáceos, o naloxone, tem um importante papel na ressuscitação de doentes com intoxicação por opiáceos. O naloxone é um medicamento seguro para acordar o doente com overdose de opiáceos, sem complicações. Recomenda-se uma dose inicial de 0,4 a 2 mg em adultos e adolescentes. Em crianças, a dose sera 0,01mg/kg, porque alguns opiáceos, como a codeína, a metadona e o propoxifeno ou grande parte das overdoses por opiáceos, podem requerer uma maior dose de antagonista. O naloxone pode ser administrado por via intravenosa, intramuscular ou subcutânea. São igualmente rápidas todas as vias de administração. Efeitos no feto, no recém-nascido e na criança Devido ao baixo peso molecular, a heroína atravessa sem dificuldade a barreira placentar e, diferentemente de outros opiáceos pouco lipossoluveis, encontra-se presente em concentração considerável no leite materno. Quer na gravides quer o parto e o puerpério das consumidoras de heroína devem ser classificado de alto risco para a mãe e para o filho. O opiáceo pode atuar produzindo depressão central, causando hipoxia cerebral ou oscilações na dinâmica circulatória, como taquicardia ou bradicardia extremas, é possível que sobrevenham anoxia e morte fetal, sobretudo durante as fases de privação. Os opeácios atravessam a barreira placentar, por isso, crianças nascidas de mães consumidoras durante a gravidez demostram, geralmente, sintomas de privação, um a quatro dias após o nascimento. As mulheres consumidoras tem menos incidência de gravidez que a população em geral, porque a dependência de opeacios acompanham uma hipofunçao do sistema hipotalâmico – hipofisário. A utilização de buprenorfina(derivado da morfina é que é utilizado no tratamento da adição a opiáceos) no final da gravidez, pode induzir depressão respiratória nos recém-nascido. Tratamento alternativo de substituição Em 2000, Portugal começou a substituir a metadona pela buprenorfina, subutex, nos centros de atendimento aos toxicodependentes, a partir dos quinze anos de idade, como uma nova opção do tratamento de substituição de opioceos. Pode ser utilizada como tratamento de manutenção numa terapêutica a curto ou a longo prazo e tanto em desintoxicação de doentes na comunidade como em doentes internados. A buprenorfina é considerada mais segura do que a metadona na tratamento de substituição da heroína, apresenta maiores vantagens porque não causa dependência com a utilização repetida e também pelo fato de ser mais segura, em caso de sobredosagem. Na comparação com a heroína, a metadona, a morfina a buprenorfina dão apenas uns ligeiros sintomas de privação quando se começa a dar o desmame da dose ou então quando se pára mesmo com a dose. A buprenorfina é utilizada porque é o único tratamento que tem tido êxito. Efeitos secundários: podem aparecer diariamente, mas depende do limiar da tolerância do doente, sendo mais elevado em toxicodependentes no que no resto da população, os sintomas que podem ser observados é a obstipação, insónia, sudorese, astenia, lipotimia, tonturas, hipotensão ortostática e sonolência. A sonolência pode ser causada por álcool ou por depressores do sistema nervoso central, mas é recomendado que se tenha precaução na condução e na utilização de máquinas. Origem A cocaína é extraída das folhas do arbusto Erythroxylon coca. A folha de coca tem sido utilizada habitualmente pelos Índios da América do Sul durante os últimos mil anos, o consumo de cocaína só foi introduzido na Europa após 1850. As folhas do Erythroxylon coca contem muitos alcalóides, como a cocaína, a higina, a cinanilcocaina, as α- e β-truxilinas, a benzoiloecgonina e a tropococaina. O termo alcalóide designa uma classe de compostos nitrogenados, vulgarmente de origem vegetal, contendo sistemas de anéis heterocíclicos e um ou mais átomos básicos de azoto. A cocaína é o alcalóide mais importante. Faz parte de um grupo de compostos muito venenoso, designados por alcalóides tropanos, que são derivados, por redução, de compostos do grupo dos pirróis e das piridinas. Os consumidores Em Portugal, de acordo com o Relatório Nacional do Fenómeno da Droga1997 e elementos do Ministério da Justiça, a cocaína está associada a 8,9% dos presumíveis infractores-consumidores e a 1% dos utilizadores de CATs. O uso de cocaína pode também ter motivações de controle de peso. Um estudo desenvolvido pelo Departamento de Psiquiatria da Universidade Médica da Carolina do Sul, EUA, em 1998, com consumidores de cocaína, tornou público que cerca de metade das mulheres que consumiam cocaína e/ou álcool, faziam-no para o controle de peso e dentro destas, 72% referem ter transtornos de apetite. Quanto aos homens, 13% referiam o uso de cocaína e/ou álcool para controle de peso e, dentro do grupo, 5% referem ter transtornos de apetite. Têm sido vendidos nas ruas vários produtos ilícitos, a cocaína, a heroína e a marijuanas continua a ser as substâncias responsáveis pela maioria das consequências graves, mortes, admissões nas urgências hospitalares, detenções e admissões para tratamento. Mecanismos de ação O processo pelo qual a cocaína é metabolizada é o mesmo para todas as formas de ingestão. Dada a sua similaridade, a detecção do uso de cocaína não depende do conhecimento do método de como é administrada. Após uma simples toma de cocaína ela será detectada na urina, pelo menos durante dois dias, e possivelmente, durante uma semana. Tem sido provado por estudos que só cerca de 1% da cocaína é excretada na urina. O tempo médio do desaparecimento é cerca de 90 minutos, isso depende da forma de administração. Dentro de 24 horas, a cocaína é indetectável no sangue de um consumidor, após uma única toma. Fatores clínicos O consumidor ocasional de cocaína julga adquirir uma sensação de aumento de bem- estar, energia adicional e aumento de excitação sexual. A cocaína conduz à habituação e o consumidor não se sente bem sem repetir o uso da droga. Os sintomas de privação mais frequentes são: desejo ardente de droga, depressão, irritabilidade, falta de energia, falta de motivação, alteração do apetite e do sono. A cocaína afecta três receptores no cérebro: a norepinefrina, dopamina e a serotonina. Os efeitos são diferentes, em cada um dos receptores. Na norepinefrina, causa taquicardia, hipertensão e vasoconstrição. Na dopamina, conduz a um comportamento estereotípicos, hiperactividade e excitação sexual. O uso habitual pode levar à impotência sexual e à inabilidade para ter orgasmos. Uma das complicações do uso de cocaína é a psicose que, em muitos casos, é confundida com a esquizofrenia. O uso repetido de cocaína pode levar a tremores motores fortes, que são vistos em grandes consumidores. O consumidor pode continuar a ter tremores fortes, mesmo sem consumir. Complicações médicas As complicações médicas do uso da cocaína podem ser locais, dependendo do mundo de administração, ou sistémicas, devidas aos efeitos simpaticolíticos. Localmente, o uso intranasal produz primeiramente sintomas respiratórios nas vias mais altas, congestão nasal crónica também podem ocorrer perfurações nasais. A injeção intravenosa pode originar abcessos locais, tromboflebites e complicações devidas ao uso não asséptico, como septicémia, hepatite B, endocardite bacteriana subaguda e até SIDA. O consumo prolongado de cocaína pode afectar o sistema nervoso central, produzindo hemorragias cerebrais, hipertermia e paralisia respiratória. Qualquer que seja a forma de administração da cocaína, o seu consumo regular leva a perda de peso, letargia e impotência. Os adulterantes mais frequentemente usados são: • Os estimulantes (cafeina, anfetaminas, fenciclidina, etc.) • Os anestésicos (lidocaína, benzocaína, procaína, tetracaína) • As substâncias inertes (lactose, glicose, inositol e talco). Tratamento O tratamento dos cocainómanos começa com uma avaliação completa da extensão do uso da cocaína. Tem de se conhecer a quantidade, a frequência, a duração e o modo de administração. É importante saber a progressão do consumo, assim como as drogas usadas concomitantemente. Deverá fazer-se uma história completa e um exame físico mais pormenorizando nas áreas particularmente afectadas, como sejam os sistemas nervosos, respiratório, cardiovascular e endócrino. A pressão do sangue, o pulso, o ritmo e a temperatura podem não estar normais. Altera o estado nutricional e o da pele, através das marcas das agulhas. As pupilas poderão estar dilatadas, se o uso tiver sido recente, o nariz pode ter congestão intensa, perfuração, observando possível isquemia do miocárdio e arritmias. O estado mental, por causa da tendência para o suicídio, homicídio e comportamentos paranóicos. Pedidas as análises completas de sangue, de urina e testes serológicos à hepatite B e sífiles, e ainda ser feito o teste do anticorpo HIV. Estão também indicados o ECG e o exame radiológico. Muitas reações agudas tóxicas causam a morte, frequentemente, antes de se conseguir ajuda médica, mas costumam tratar-se em vinte e quatro a trinta e seis horas. O consumidor de cocaína, quando tem uma psicose aguda, está ansioso, agitado, falador, geralmente paranóico, podendo suspeitar-se de esquizofrenia. Efeitos no feto, no recém-nascido e na criança Durante o primeiro trimestre de gravidez, constataram que as crianças de mães que tiveram pelo menos uma analise positiva a cocaína, independentemente do resultado do inquérito, tinham 93 gramas a menos no peso ao nascer, eram 0,7 cm mais curtas e tinham menos 0,43 cm no perímetro craniano que as crianças de mães não consumidoras. As crianças de mães que referiram tomar cocaína, mas cujas análises não foram positivas, não apresentaram diminuições significativas nem no peso ao nascer nem no tamanho. As que referiram no inquérito, o consumo da cocaína, independentemente do resultado das análises, representam em média de 30 gramas a menos de peso ao nascer, eram 0,17 cm mais curtas e tinham um perímetro craniano 0,07 cm mais pequeno que as crianças filhas de mães de não consumidoras ( inquérito e análises negativas). Com este trabalho concluímos que os consumidores da heroína são especialmente do sexo masculino com idades superiores a 35 anos e normalmente o consumo é por via injetavel, é maioritariamente os jovens do sexo feminino. Os consumidores de cocaína são nomeadamente as modelos porque a cocaína é utilizada maioritariamente para o controlo de peso, e metade dessas mulheres consomem cocaína ou álcool para terem transtornos de apetite. Este trabalho beneficiou para nos enriquecer sobre estes temas, porque nós não sabíamos os problemas que uma pessoa tem ao fim de algum tempo de consumo, e as complicações que pode ter um bebe de uma mãe consumidora.