Visualização do documento PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL.doc (107 KB) Baixar Verbete PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL, uma das mais sangrentas e dispendiosas guerras da história moderna, tendo sido superada apenas pela Segunda Guerra Mundial. Dois tiros de pistola assinalaram o início do conflito. Um armistício entre as nações envolvidas pôs fim às hostilidades quatro anos depois. Pouco antes do meio-dia de um domingo, 28 de junho de 1914, uma multidão reuniu-se em Sarajevo, capital da província austríaca da Bósnia, para ver o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono da Áustria-Hungria, e sua mulher Sofia. Subitamente um homem saltou para o estribo do carro real e disparou uma pistola. Dois tiros alvejaram Ferdinando e um atingiu Sofia, que tentava protegê-lo. Ambos morreram quase imediatamente. O assassino era Gavrilo Princip, um jovem estudante bosniano que vivera na Sérvia; pertencente a um grupo nacionalista sérvio, conhecido como Mão Negra, que atuava com base nos atentados terroristas. A Áustria-Hungria suspeitou que seu pequeno vizinho, a Sérvia, aprovara a conspiração para matar Ferdinando. Por esse motivo declarou guerra à Sérvia em 28 de julho de 1914. Em cerca de 30 de outubro, as potências centrais, conhecidas como Tríplice Aliança - Áustria-Hungria, Alemanha e Império Otomano, além da Itália que no início da guerra abandonou a Aliança - estavam em guerra com os países da Tríplice Entente - Bélgica, França, Grã-Bretanha, Rússia e Sérvia. Outros países mais tarde entraram no conflito. Um único ato - o assassinato de Ferdinando - marcou o início da guerra. Mas foram várias as causas principais da Primeira Guerra Mundial. Dentre elas estavam o crescimento do nacionalismo, em toda a Europa; como no caso do Revanchismo francês contra a Alemanha; o sistema de alianças militares que gerou um equilíbrio de poderes, a disputa pelas colônias e outros territórios, e o uso da diplomacia secreta; e a disputa nos Balcãs, que envolvia o expansionismo sérvio sobre territórios turcos e austriacos. No início da guerra, a Áustria-Hungria e a Alemanha planejavam conquistar novos territórios e colônias. Conquistaram as primeiras vitórias nas frentes ocidental e oriental. Mas na primeira grande batalha do Marne, em setembro de 1914, os Aliados de tiveram o avanço alemão, pondo fim às possibilidades de a Alemanha conquistar uma rápida vitória. Os exércitos adversários adotaram a guerra de trincheiras. Os Aliados bloquearam a Alemanha e tomaram suas colônias. Os E.U.A. tentaram permanecer neutros nos primeiros anos da guerra, seguindo a sua política diplomática do isolacionismo; porém apoiava logisticamente a Entente. Os norte-americanos voltaram-se contra as potências centrais quando tomaram conhecimento dos afundamentos de navios de passageiros desarmados por parte de submarinos alemães e das atrocidades cometidas pelos alemães contra os civis; além de um possível apoio alemão para a retomada de terras mexicanas em territórios norteamericanos. A entrada dos E.U.A., em 1917, na guerra elevou o moral das tropas aliadas e um armistício pôs fim ao conflito em 11 de novembro de 1918. Grande parte da guerra se desenvolveu em combates corpo a corpo entre os maiores exércitos já vistos até então; o que ficou conhecido como a fase da Trincheira. Armamentos novos e aperfeiçoados forneceram a ambos os lados máquinas mais eficientes para matar o inimigo. Veículos mecanizados - tanques, caminhões, automóveis e motocicletas imprimiram maior velocidade aos combates em terra. Pela primeira vez, aviões e dirigíveis combateram no ar e bombardearam soldados e civis. Submarinos torpedearam navios mercantes inesperadamente. Mais de cinco milhões de soldados da Entente e mais de 3.300.000 soldados da Tríplice Aliança morreram vítimas de ferimentos, doenças e outras causas. Ao todo, os quatro anos de guerra custaram mais de 337 bilhões de dólares. Os acordos de paz firmados após a guerra modificaram a divisão territorial do mundo. Novos governos surgiram na Áustria, Tchecoslováquia, Estônia, Finlândia, Alemanha, Hungria, Letônia, Lituânia, Polônia, Rússia, Iugoslávia e vários países da Ásia ocidental. Mas a Primeira Guerra Mundial não resolveu os problemas do mundo. O acordo de paz que dela resultou criou condições para que o mundo entrasse em outra guerra menos de 20 anos depois. Causas da Guerra. As causas principais da Primeira Guerra Mundial remontam ao início do séc. XIX. Os povos dominados por outros países começaram a desenvolver sentimentos nacionalistas. Os países se agruparam em alianças militares rivais para levar adiante seus próprios objetivos; disputavam a posse de colônias e outras terras. Finalmente, os governos agravaram as relações internacionais adotando a diplomacia secreta. Nacionalismo. A Revolução Francesa de 1789 despertou um novo sentimento de nacionalismo. Os povos de língua francesa, alemã, italiana e outros começaram a sentir que cada um deles deveria ter um governo nacional independente, em um país onde todos falassem o mesmo idioma. Depois que as guerras napoleônicas terminaram, em 1815, os diplomatas no Congresso de Viena traçaram as fronteiras da Europa de modo a satisfazer seus dirigentes. Freqüentemente separaram povos da mesma nacionalidade colocando-os em países diferentes, ao invés de unidos. Algumas decisões do Congresso de Viena provocaram violência e algumas insatisfações nacionais. No fim da Guerra I Franco-Prussiana, em 1871, por exemplo, a Alemanha anexou a província da Alsácia e a maior parte da Lorena, que pertenciam à França. Os franceses passaram a aguardar uma oportunidade para recuperar essas províncias. A Áustria-Hungria dominava territórios que vários de seus vizinhos julgavam que deviam pertencer a eles. A Sérvia, uma nação eslava, desejava a posse das províncias da Bósnia e Herzegovina porque precisava de uma saída para o mar; que interessava também a Rússia; e também porque muitos eslavos ali viviam. A Itália queria tomar o Trentino e Trieste da Áustria-Hungria porque muitos italianos viviam nessas terras. Os tchecos e os eslovacos desejavam também libertar-se do domínio austro-húngaro. Povos de várias nacionalidades viviam na Rússia, como, por exemplo, os estonianos, finlandeses, letões, lituanos e poloneses. Também desejavam liberdade. Na península dos Balcãs - muitas vezes chamada de paiol de pólvora da Europa por causa de várias pequenas guerras - os búlgaros, gregos, romenos, sérvios e outros povos ressentiam-se dos longos anos de desagregação do Império turco e da interferência de outros países. Os líderes do Congresso de Viena poderiam, se quisessem, ter atendido aos anseios nacionais de vários povos da Europa central e oriental. Mas decidiram o contrário. Alguns países tinham cultos de guerra. Os membros desses grupos por vezes insultavam os povos vizinhos, que prontamente se ofendiam. Os provocadores de guerras zombavam da maneira de agir dos povos estrangeiros. Geralmente os jornais sensacionalistas ajudavam a difundir sua propaganda. Alguns líderes alemães pregavam energicamente a expansão comercial e política para o leste, especialmente na Ásia. Chamavam essa política expansionista de Drang nach Osten, ou seja, o avanço para o leste. As Alianças Militares revelaram-se como uma das causas principais da Primeira Guerra Mundial. Depois que unificou o império alemão em 1871, o chanceler Otto von Bismarck esperava um período de paz internacional. Bismarck sentiu que o desejo da França de recuperar a Alsácia-Lorena poderia ser a principal ameaça à paz e procurou formar alianças cujo apoio desencorajasse um ataque à Alemanha por parte de outras nações. A Tríplice Aliança. Em 1883, a Alemanha, Áustria-Hungria e Itália assinaram um tratado chamado Tríplice Aliança. O tratado destinava-se a proteger seus membros contra um ataque da França ou da Rússia. A Alemanha e a Itália temiam a França, e a Alemanha e a Áustria-Hungria temiam a Rússia. Os três membros da aliança formavam um bloco poderoso na Europa central. Mas a Áustria-Hungria e a Itália não eram verdadeiros aliados, pois disputavam um território cuja posse a Itália reivindicava. Ambos os países disputavam o domínio do mar Adriático. Quando começou a guerra em 1914, a Itália não agiu de acordo com os termos da aliança, pois assinara um tratado em segredo com a França em 1902. Por essa razão, permaneceu neutra durante algum tempo e depois declarou guerra à Áustria-Hungria. A Entente Cordiale. Após a formação da Tríplice Aliança, os outros grandes países da Europa viram-se em desvantagem. No caso de uma crise internacional, a Grã-Bretanha, França e Rússia teriam de agir isoladamente, mas os países da Tríplice Aliança poderiam agir juntos. Em 1894, a França assinou uma aliança defensiva com a Rússia. Somente a Grã-Bretanha permanecia então isolada, tendo de enfrentar a crescente rivalidade comercial e naval com a Alemanha. Em 1904, a Grã-Bretanha e a França chegaram a uma entente cordiale, ou entendimento amigável. Pelos termos desse acordo, ambos os países resolveram suas várias divergências em relação às colônias e tornaram-se parceiros diplomáticos. A Tríplice Entente. Em seguida, a França conseguiu unir a Grã-Bretanha e a Rússia. Em 1907, essas duas nações assinaram a entente anglo-russa, semelhante à entente cordiale. O novo acordo unindo a França, Rússia e Grã-Bretanha foi chamado de Tríplice Entente. Disputas Internacionais. Agora a Europa estava dividida em dois campos armados: a Tríplice Aliança contra a Tríplice Entente. Cada grupo atraiu para o seu lado uma série de pequenos aliados. Qualquer disputa entre dois países europeus poderia rapidamente envolver todas as seis grandes potências. Uma importante disputa dizia respeito ao Marrocos, "a pérola da África do Norte". Entre 1905 e 1912, por várias vezes, a França esteve prestes a entrar em guerra com a Alemanha por causa do domínio dessa vasta e rica região; além disso essas duas nações disputavam as regiões de Alsácia e Lorena, dominadas pela Alemanha, após a vitoriosa campanha na Guerra Franco Prussiana. A Bósnia e a Herzegovina eram outros pontos problemáticos. A Áustria-Hungria ocupara essas antigas províncias turcas em 1878 e as anexara formalmente em 1908. A Rússia prometeu de antemão que não se oporia à anexação. Por sua vez, a Áustria-Hungria concordou em apoiar o desejo da Rússia de obter livre trânsito para seus navios de guerra nos estreitos de Constantinopla. Mas a Rússia não conseguiu que os outros grandes países aprovassem o seu plano de abrir os estreitos. Tentou, então, fugir à humilhação insistindo em uma conferência internacional para confirmar a ação da Áustria-Hungria. Quando esta recusou concordar, a guerra parecia próxima. Mas a França ainda não estava pronta para apoiar a Rússia em uma disputa balcânica. A Alemanha, porém, mostrou-se desejosa de apoiar a Áustria-Hungria. Finalmente a Rússia desistiu da conferência, mas encorajou os sérvios a tomarem a Bósnia e a Herzegovina da Áustria-Hungria. Ocorreram então as guerras balcânicas de 1912 e 1913. Os países balcânicos lutaram pela posse de mais territórios, primeiro contra a Turquia e depois entre si. Essas guerras enfraqueceram o aliado da Alemanha, o Império Otomano (atual Turquia) e duplicaram o tamanho do inimigo da Áustria-Hungria, a Sérvia. Disputa Pelas Colônias. Grande parte da história do período compreendido entre o final do séc. XIX e o início do séc. XX refere-se à rivalidade comercial. As grandes potências tornavam-se cada vez mais industrializadas; disputavam mercados onde pudessem vender ou trocar seus produtos e lutavam pela posse de fontes de matérias-primas. Tentavam descobrir e monopolizar lugares onde investir dinheiro. Competiam por novas fontes de alimentos, por novas regiões para colonizar e por bases no ultramar onde pudessem abastecer seus navios. Até mesmo as rivalidades missionárias desempenharam um papel importante na expansão durante esse período. Os ingleses estavam particularmente preocupados com a expansão colonial alemã. O crescimento da esquadra alemã ameaçava a supremacia inglesa nos mares. Os russos esperavam dominar os Balcãs. Diplomacia Secreta. As nações do mundo não tinham nessa época qualquer organização internacional para ajudar a resolver suas disputas. Por vezes todos os ministros de um governo não sabiam que alguns de seus colegas haviam firmado acordos secretos com outros países. Geralmente o governo não mantinha o legislativo inteiramente a par desses acordos secretos. O ministro do Exterior da Grã-Bretanha, Sir Edward Grey, por exemplo, garantiu à França em 1912 o auxílio naval de seu país em caso de guerra, mas não informou ao Parlamento que fizera tal promessa. A tensa situação internacional levou o embaixador alemão na França, Wilhelm von Schoen, a declarar em 1914: "A paz permanece à mercê de um acidente". Esse acidente ocorreu em 28 de junho, quando Gavrilo Princip assassinou o arquiduque Francisco Ferdinando em Sarajevo. Homens, Frentes de Batalha e Estratégia. No início da Primeira Guerra Mundial, a França e a Alemanha possuíam os exércitos mais importantes. As potências centrais conquistaram a maioria das primeiras vitórias. Mas os Aliados tinham tempo e recursos a seu favor e venceram as batalhas finais. A Alemanha planejava subjugar a França e depois ajudar a Áustria-Hungria a esmagar a Rússia. Os Aliados pretendiam derrotar as potências centrais pelo leste e oeste. Homens e Armas. No início da guerra, a Alemanha contava com a maior e mais bem equipada força de combate da Europa. Suas tropas eram mais bem treinadas e sua artilharia - especialmente as armas de maior calibre - era superior. As potências centrais formavam um sólido bloco terrestre. Tinham inimigos ao redor, mas não entre elas. Podiam enviar provisões e reforços para qualquer frente de batalha. As potências centrais chegaram a mobilizar mais de 22.800.000 homens e mulheres. Os Aliados contavam um número bem maior de homens e recursos materiais do que as potências centrais, levaram mais tempo que a Alemanha para mobilizar suas tropas, mas acabaram formando uma força superior. Mobilizaram mais de 42 milhões de homens e mulheres durante a guerra. O exército francês tinha excelente ânimo e alguns bons equipamentos, mas não fora treinado para a guerra moderna. A Rússia dispunha do maior exército, mas este era mal equipado e comandado, o exército inglês, embora pequeno, era bastante eficiente. A Grã-Bretanha, porém, não pôde recrutar homens em número suficiente para empreender uma guerra total senão em 1915. Os ingleses e franceses encontraram dificuldade em ajudar a Rússia, porque as potências centrais cortaram todas as rotas de abastecimento. Não obstante, a Marinha britânica deu aos Aliados o domínio sobre os mares, de modo que os Aliados puderam embarcar grande parte das provisões de que necessitavam. Chefes Durante a Guerra. Herbert H. Asquith e David Lloyd George foram primeiros-ministros da Grã-Bretanha. Na França, ocuparam esse cargo René Viviani, Aristide Briand e Georges Clemenceau, e na Itália Antonio Salandra. Paolo Boselli e Vittorio Orlando. Na Rússia reinava o czar Nicolau II. Woodrow Wilson foi presidente dos E.U.A. durante toda a guerra. O Kaiser Guilherme II governava a Alemanha. Após a morte do imperador Francisco José da Áustria-Hungria, em 1916, Carlos I tornou-se imperador. Outros soberanos das potências centrais eram o rei Fernando I, da Bulgária, e Mehmet V, do Império Otomano. Os principais chefes militares dos Aliados eram os marechais Ferdinand Foch, Joseph Joffre e Henri Philippe Pétain, da França; os marechais-de-campo Sir John French e Sir Douglas Haig, o almirante Sir John Jellicoe e o vice-almirante Sir David Beatty, da Grã-Bretanha; os generais Luigi Cadorna e Armando Díaz da Itália; o grão-duque Nicolau Nicolaievitch, da Rússia; e o general John J. Pershing, dos E.U.A. Os principais chefes militares das potências centrais eram os marechais-de-campo Paul von Hindenburg e August von Mackensen, e os generais Erich von Falkenhayn, Erich Ludendorff e Helmuth Johannes von Moltke, da Alemanha; e o marechal-decampo Conrad von Hotzendorf e o general Arz von Straussenberg, da Áustria-Hungria. Frentes de Batalha. A maioria dos combates foi realizada nas frentes ocidental, oriental e sul. A frente ocidental tinha em sua maior extensão cerca de 970 km e ia do canal da Mancha até a fronteira da Suíça. Os homens combatiam nas trincheiras, separadas por cercas de arame farpado e pela terra de ninguém. A frente oriental estendia-se por cerca de 1.770 km, de Riga, no mar Báltico, até as praias do mar Negro. Seu traçado era aproximadamente paralelo às fronteiras orientais da Alemanha e Áustria-Hungria, em 1914. A frente sul estendia-se da Suíça, ao longo da fronteira italiana, até Trieste, em um total de aproximadamente 515 km. Uma outra frente de batalha estendia-se ao longo do sul dos Balcãs. Foram travados combates também no Egito, na Mesopotâmia (atual Iraque), na Palestina nas colônias alemãs da Ásia e África e no oceano Pacífico. Estratégia da Guerra. O conde Alfred von Schlieffen, chefe de estado-maior alemão planejara a estratégia básica alemã em cerca de 1905, tendo a mesma sido modificada em 1912. Segundo o plano de Schlieffen, os exércitos alemães deviam subjugar a França em uma campanha rápida por meio de uma ofensiva desencadeada através da Bélgica, que era neutra. Em seguida os alemães planejavam vencer a Rússia e depois obrigar a Grã-Bretanha, então isolada, a render-se. Após conquistar os Balcãs, as tropas alemãs invadiriam a Ásia. Von Schlieffen contava com uma guerra em duas frentes. Mas planejava mobilizar a Áustria-Hungria e uma pequena força alemã na Prússia oriental para atuarem na frente oriental; a essa tática deu-se o nome de Guerra de Movimentos. A estratégia dos Aliados previa a ofensiva dos exércitos na Lorena logo após a eclosão da guerra. Na frente oriental a Rússia pretendia invadir a Alemanha através da Prússia oriental e atacar a Áustria-Hungria na Galícia (região da Europa central). Ela esperava avançar para oeste enquanto os exércitos aliados marchariam para leste. Novas Armas e novos métodos de combate foram desenvolvidos durante a Primeira Guerra Mundial. Em setembro de 1916, o Exército britânico usou pela primeira vez o tanque. A guerra poderia ter acabado mais cedo caso os ingleses tivessem esperado contar com mais tanques até colocá-los em ação. Os alemães, a princípio aterrorizados com os estranhos monstros de aço, descobriram que as peças de artilharia de campanha eram eficazes contra os mesmos. A guerra de trincheiras obrigou os países em luta a desenvolver granadas, morteiros e artilharia pesada. Dentre as armas em uso, havia peças de artilharia de campanha como a alemã, de 77 mm, e a francesa, de 75 mm, e artilharia média como o obus alemão de 5,9 polegadas. Duas peças famosas de longo alcance eram chamadas grande Bertha. Os alemães usaram o primeiro canhão desse tipo contra Liège, na Bélgica, em 1914, e fabricaram o segundo em 1918 para bombardear Paris, a 121 km de distância. O submarino foi usado em grande escala pela primeira vez. A esquadra alemã de submarinos chegou a ameaçar a supremacia naval britânica. Mas a guerra submarina não conseguiu subjugar a Grã-Bretanha pela fome e o afundamento de navios desarmados por parte dos alemães contribuiu para a entrada dos E.U.A. no conflito ao lado dos Aliados. A guerra aérea também se desenvolveu durante a Primeira Guerra Mundial. Quando explodiu o conflito, cada exército possuía várias centenas de aviões. Estes não dispunham de armas adaptadas e destinavam-se principalmente às tarefas de reconhecimento. Durante a guerra, os aviões comandaram o fogo de artilharia, fotografaram as bases inimigas, atiraram nas tropas, distribuíram folhetos e combateram entre si. Em cerca de 1917, os aviões de caça podiam fazer 240 km/h e os bombardeiros podiam transportar cerca de duas toneladas de bombas. OS alemães empregaram dirigíveis chamados zepelins para observação e bombardeios. Em 1915 a Alemanha usou pela primeira vez o gás venenoso. Pouco depois os Aliados começaram a usá-lo. No início, as conseqüências foram graves, mas ambos os lados desenvolveram medidas de proteção que diminuíram o perigo. Começa a Guerra (1914) Morte de um Arquiduque. Os conflitos entre a Áustria-Hungria e a Sérvia diziam respeito principalmente à posse da Bósnia e Herzegovina. Os sérvios, um povo nacionalista, julgavam ter direito natural sobre as duas províncias. De posse delas, a Sérvia teria uma saída direta para o mar Adriático e poderia embarcar produtos, especialmente porcos, para o mercado sem ter de cruzar o solo austro-húngaro. A ÁustriaHungria fechava suas fronteiras sempre que aumentava a agitação política na Sérvia. Os sérvios chamavam essa medida de "política dos porcos". Um grupo de sérvios formou uma sociedade secreta chamada "União ou Morte", ou "Mão Negra". Esse grupo tentou obrigar os funcionários austro-húngaros a satisfazerem as pretensões territoriais da Sérvia. Dele faziam parte oficiais que ocupavam postos elevados no Exército sérvio. A sociedade soube que o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro dos tronos da Áustria e Hungria e sobrinho do imperador Francisco José, planejava visitar a Bósnia em junho de 1914. A Mão Negra decidiu matá-lo. Alguns jovens revolucionários bosnianos viviam na Sérvia, pois o governo austrohúngaro os exilara como indesejáveis. Esses jovens foram treinados para cometer assassinato. Quando Ferdinando e sua mulher percorriam Sarajevo, um revolucionário bosniano atirou uma bomba no carro do arquiduque. A bomba explodiu na pista, atrás do automóvel. Mais tarde, no mesmo dia, Gavrilo Princip, outro assassino treinado, saltou para o estribo do carro e desfechou os tiros que deflagraram a Primeira Guerra Mundial. O governo austro-húngaro não tinha provas de que os funcionários sérvios estavam envolvidos no assassinato. Mas o ministro do Exterior, Leopold von Herchtold, suspeitava deles. Também desejava acabar com a agitação sérvia contra a Áustria-Hungria. Von Berchtold obteve uma promessa da Alemanha de que esta o apoiaria em qualquer medida que tomasse contra a Sérvia. Em seguida, conseguiu também o apoio do imperador Francisco José. Em 23 de julho de 1914, von Berchtold enviou um ultimato à Servia exigindo que esta permitisse que funcionários austríacos tomassem parte nos julgamentos das pessoas envolvidas no assassinato. Mobilização. A Rússia esperava estender sua influencia política sobre os Balcãs e garantiu aos sérvios que não permitiria uma agressão austríaca ao seu país. A Sérvia então rejeitou a exigência de os funcionários austro-húngaros participarem do julgamento do assassinato. A Sérvia sugeriu que o conflito fosse submetido à arbitragem de uma conferência internacional. A Áustria-Hungria recusou e declarou guerra à Sérvia em 28 de julho de 1914, julgando que poderia contar com a ajuda da Alemanha caso a Rússia se colocasse ao lado da Sérvia. A Alemanha e a Grã-Bretanha tentaram em vão evitar que a guerra se estendesse aos outros países. A Alemanha temia ter de combater em duas frentes - contra a Rússia no leste e contra a França, aliada da Rússia, no oeste. Ao verem a Rússia preparando-se rapidamente para as hostilidades, os alemães perceberam que a guerra estava próxima. Em 1.° de agosto de 1914, a Alemanha declarou guerra à Rússia e pediu à França para declarar-se neutra. Como os franceses responderam evasivamente, a Alemanha declarou guerra à França em 3 de agosto. A Marcha Através da Bélgica. Os planos de guerra da Alemanha previam uma invasão da Bélgica. Mas, em uma atitude política a Alemanha pediu permissão à Bélgica para enviar suas tropas através de seu território visando assim facilitar-lhes o acesso a Paris. Na verdade as tropas alemãs já estavam cruzando a fronteira belga. A Alemanha prometeu pagar após a guerra, pelos danos causados às propriedades belgas. Mas o rei Alberto I da Bélgica recusou conceder essa permissão. Consta que teria declarado: "A Bélgica é uma nação e não uma estrada". Um tratado assinado em 1839 garantia que a Bélgica permaneceria sempre neutra. Quando a Grã-Bretanha pediu à Alemanha que respeitasse esse tratado, o chanceler alemão Theobald von Bethmann-Hollweg disse que o mesmo não passava de um "pedaço de papel". Em 2 de agosto, as tropas alemãs entraram em Luxemburgo e, em 4 de agosto, invadiram a Bélgica. A Grã-Bretanha imediatamente declarou guerra à Alemanha. A Alemanha, a Áustria-Hungria e seus aliados ficaram conhecidos como potências centrais por causa de sua posição na Europa. Os países adversários ficaram conhecidos como Aliados. O pequeno exército belga resistiu corajosamente, mas não conseguiu deter os alemães. Os Aliados enviaram tropas inglesas e um exército francês para socorrer os belgas. Depois que as cidades belgas de Liège e Bruxelas caíram, o general Joseph Joffre, da França, permitiu que seus soldados se retirassem lentamente, enquanto reunia mais tropas. A cavalaria alemã aproximou-se 24 km de Paris. Mas, enquanto essas forças principais alemãs voltavam-se para o leste, em direção ao rio Marne, foram atacadas pela frente e pelo lado pela guarnição de Paris, comandada pelo general Joseph Gallieni, e por um outro exército, chefiado pelo general Michel Joseph Maunoury. A batalha deteve os alemães e abalou-lhes o moral. Os alemães retiraram-se para o rio Aisne. Mais de um milhão e meio de soldados lutaram na primeira batalha do Marne, a qual se revelou decisiva na guerra, pois eliminou a possibilidade de uma rápida vitória alemã. A Frente Oriental. A Rússia, pressionada pela França, colocou em ação seus exércitos antes de eles estarem preparados. Em agosto, o comandante supremo russo, o grão-duque Nicolau Nicolaievitch, enviou tropas através da fronteira galiciana e o primeiro e segundo exércitos para a Prússia oriental. Reforços alemães, comandados por Paul von Hindenburg, um general aposentado, rumaram para a Prússia oriental pelo oeste. Os alemães eram numericamente inferiores, mas von Hindenburg conseguiu lidar com os dois exércitos russos separadamente porque era deficiente a comunicação entre os mesmos. Em uma série de campanhas nas cercanias de Tannenberg e dos lagos Masúrios, Von Hindenburg subjugou os exércitos russos e os expulsou da Prússia oriental. Mais de 300 mil russos foram mortos, feridos ou declarados desaparecidos. Na Galícia, porém, os russos mataram e feriram mais de 250 mil soldados austríacos e capturaram outros 100 mil nas batalhas de Lemberg, nos meses de setembro e outubro. No sul, a Áustria-Hungria fracassou em três tentativas para invadir a Sérvia. Os Turcos Entram na Guerra. Em 2 de agosto, o Império Otomano (atual Turquia) assinou um tratado secreto com a Alemanha. Os Aliados nada sabiam a respeito do tratado e continuaram as negociações para manter os turcos neutros. Nos últimos dias de outubro, navios de guerra turcos bombardearam os portos russos no mar Negro. A França, Grã-Bretanha e Rússia declararam guerra ao Império Otomano. As tropas turcas combateram os Aliados na Mesopotâmia, Palestina, Sinai e montanhas do Cáucaso, na Rússia. A Guerra no Mar. Durante o primeiro ano de luta, os navios de superfície desempenharam o papel mais importante na guerra marítima. A esquadra britânica deteve a alemã em suas próprias águas, perto do canal de Kiel. Os poucos navios alemães em ação no mar atacaram embarcações dos Aliados no mar do Norte. Aos poucos, porém, os ataques dos submarinos alemães foram adquirindo maior intensidade. A caminho da Alemanha, o vice-almirante Maximilian von Spee e seu Esquadrão do Oceano Pacífico afundaram dois cruzadores ingleses perto de Coronel, no Chile. Em uma batalha posterior, a esquadra inglesa, comandada pelo vice-almirante Sir Doveton Sturdee, destruiu a esquadra de Spee, perto das ilhas Malvinas. Colônias Conquistadas. Os aliados da Entente atacaram as colônias ultramarinas da Alemanha logo depois que esse país invadiu a Bélgica. Os neozelandeses tomaram Samoa, no Pacífico. As tropas australianas ocuparam a Nova Guiné alemã. No fim de agosto, o Japão declarou guerra à Alemanha e tomou suas possessões na China. As forças japonesas ocuparam também as ilhas alemãs do Pacífico, como as Marianas, Carolinas e Marshall. O Segundo Ano (1915). Pouca coisa se alterou na frente ocidental no segundo ano da Primeira Guerra Mundial. As potências centrais realizaram sua ofensiva principal na frente oriental. A Itália reuniu-se aos Aliados, tornando mais fácil para estes o domínio do Mediterrâneo e obrigando a Áustria-Hungria a combater em duas frentes. Os Aliados não conseguiram obter passagem pelo estreito de Dardanelos para o embarque de infantaria e armas para a Rússia. Guerra de Trincheiras. A luta na frente ocidental sofreu uma paralisação no início de 1915, a qual durou quase dois anos. Ambos os lados construíram redes de trincheiras que se estendiam por cerca de 970 km através da França e Bélgica. Em alguns lugares, uma distância de menos de 90 m separava as linhas adversárias. Entre essas linhas de trincheiras havia a terra de ninguém. "Para cima!" gritava um comandante da frente de batalha. De baionetas caladas, os soldados de infantaria saíam das trincheiras e investiam pela terra de ninguém, arremessando suas granadas, esgueirando-se através dos obstáculos de arame farpado e correndo pelo campo minado. As metralhadoras faziam grande número de vítimas e tornavam quase impossível um ataque bem-sucedido. ... Arquivo da conta: pedroassisteixeira Outros arquivos desta pasta: engenheiros da vitória - os responsveis pela reviravolta na segunda guerra mundial - paul kennedy.pdf (5622 KB) o espião de hitler - john humphries.pdf (1446 KB) Um episódio da resistência.docx (23 KB) a segunda guerra mundial os 2.174 dias que mudaram o mundo martin gilbert.pdf (27904 KB) James Bond(1).docx (17 KB) Outros arquivos desta conta: CRUZADAS DESCOBRIMENTOS FEUDALISMO - IDADE MÉDIA HISTÓRIA DA AMÉRICA HISTÓRIA DA AMÉRICA LATINA Relatar se os regulamentos foram violados Página inicial Contacta-nos Ajuda Opções Termos e condições Política de privacidade Reportar abuso Copyright © 2012 Minhateca.com.br