ANAT I - Sistema Esquelético

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SISTEMA OSTEOARTICULAR II
ESQUELETO AXIAL: COLUNA VERTEBRAL E CAIXA TORÁCICA
SUMÁRIO
I – COLUNA VERTEBRAL
1 – Os constituintes da coluna vertebral: 7 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, 5 vértebras lombares, o sacro e o cóccix.
2 – Características gerais das vértebras e variações regionais:
•
Corpo. Disco intervertebral.
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Arco vertebral. Buraco vertebral. Canal vertebral.
•
Incisuras vertebrais superior e inferior e buraco intervertebral.
•
Apófises: articulares, transversas e espinhosa.
•
Vértebras cervicais: pilar articular, apófise transversa com buraco transverso, apófise espinhosa bífida. Atlas. Áxis. 7ª cervical.
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Vértebras torácicas Facetas costais nos corpos vertebrais e nas suas apófises transversas.
•
Vértebras lombares.
3 – O sacro:
•
Base. Articulação com a 5ª vértebra lombar. Promontório sagrado.
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Face pélvica. Buracos sagrados pélvicos.
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Face dorsal. Buracos sagrados dorsais. Cristas sagradas: mediana, intermédia e lateral.
•
Faces laterais. Faceta articular para o osso ilíaco.
•
Ápice.
4 – Cóccix.
5 – Curvaturas da coluna vertebral: cervical, torácica, lombar e pélvica.
II – CAIXA TORÁCICA
1 – Os constituintes da caixa torácica: 12 pares de costelas, cartilagens costais, as 12 vértebras torácicas e o esterno.
2 – Principais características destes componentes.
•
Costelas: cabeça, colo, tubérculo, corpo, extremidade anterior em contiguidade com a cartilagem costal.
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Esterno: manúbrio, corpo e apófise xifóide. Facetas no bordo lateral para articulação com as cartilagens costais.
3 – Articulação destes componentes entre si.
Bibliografia:
1
- Williams PL, Warwick R. Gray’s Anatomy. 38th
Edition. Edinburgh: Churchill Livingstone; 1995. p. 510 – 546.
2 - Netter FH. Atlas de Anatomia Humana. Segunda Edición. East Hanover. Novartis; 1999.
SISTEMA OSTEOARTICULAR II
ESQUELETO AXIAL: COLUNA VERTEBRAL E CAIXA TORÁCICA
I - COLUNA VERTEBRAL:
A coluna vertebral suporta o peso da cabeça e tronco, protege a medula espinhal, dá passagem aos nervos
raquidianos, proporciona inserção muscular e permite o movimento da cabeça e tronco. É constituída por 26 ossos: sete vértebras
cervicais, doze vértebras torácicas, cinco vértebras lombares, sacro e cóccix.
1 – Características Gerais Das Vértebras
Uma vértebra típica consiste essencialmente de duas partes: a porção ventral ou anterior em forma de cilindro: o
corpo vertebral e a porção dorsal ou posterior: o arco vertebral.
Os corpos das vértebras variam em forma e tamanho nas diferentes regiões da coluna vertebral, no entanto, de uma
forma geral, o corpo é grosseiramente cilíndrico, embora a superfície posterior seja ligeiramente côncava para ajudar a delimitar o
buraco vertebral. Os corpos de vértebras adjacentes articulam entre si através do disco intervertebral. Cada disco intervertebral
é constituído por fibrocartilagem, com um anel fibroso periférico e um núcleo polposo no centro. Na coluna vertebral, os corpos
das vértebras e discos intervertebrais formam o eixo central do corpo, forte mas flexível, suportando o peso da cabeça e tronco.
O arco vertebral forma com a superfície dorsal do corpo da vértebra um anel que delimita o buraco vertebral.
Quando todas as vértebras estão articuladas entre si para formar a coluna vertebral, os vários anéis formados pelo arco e pelo
corpo das vértebras sobrepostas delimitam o canal vertebral que contém no seu interior a medula espinhal.
O arco vertebral, de cada lado, une-se ao corpo da vértebra por uma porção mais estreita, o pedículo. Para
trás, o pedículo continua-se com a lâmina, esta é mais larga que o pedículo. As duas lâminas, uma de cada lado, curvam-se para
trás e medialmente para se unirem posteriormente na linha mediana. Cada pedículo é espesso e redondo projectando-se para
trás e lateralmente desde o corpo da vértebra e apresenta duas concavidades ou incisuras, uma voltada para cima, a incisura
vertebral superior e outra voltada para baixo, a incisura vertebral inferior. De cada lado, a incisura inferior do pedículo de uma
vértebra e a incisura superior do pedículo da vértebra inferiormente adjacente, formam o buraco intervertebral. Os buracos
intervertebrais são visíveis ao longo da coluna vertebral, de cada lado entre arcos vertebrais de vértebras adjacentes e, através
deles emergem os nervos raquidianos. O perímetro completo do buraco intervertebral fica delimitado pelos corpos de vértebras
adjacentes e respectivo disco intervertebral, pelas incisuras vertebrais inferior e superior de vértebras adjacentes e posteriormente
pela articulação entre apófise articular inferior de uma vértebra e apófise articular superior da vértebra inferiormente adjacente.
Do arco vertebral projectam-se sete saliências ósseas, as apófises, um par de apófises articulares
superiores, um par de apófises articulares inferiores, um par de apófises transversas e uma apófise espinhosa. A apófise
espinhosa projecta-se dorsalmente desde a junção das lâminas e são alavancas para músculos que fazem a extensão e rotação
da coluna vertebral. As apófises transversas projectam-se, uma para cada lado, desde a zona de junção entre lâmina e pedículo e
servem de alavanca para músculos que fazem a rotação e flexão lateral da coluna vertebral. As apófises articulares superiores e
inferiores projectam-se do arco vertebral na zona de junção entre pedículo e lâmina. Cada apófise articular superior salienta-se
para cima e tem uma faceta articular voltada para trás. Cada apófise articular inferior salienta-se para baixo e tem faceta articular
voltada para a frente. As facetas articulares das apófises articulares inferiores de uma vértebra articulam com as facetas
articulares das apófises articulares superiores da vértebra inferiormente adjacente, formando articulaçãoes sinoviais entre arcos
vertebrais.
.
2 – As Vértebras Cervicais:
As vértebras cervicais são sete, a primeira, segunda e sétima apresentam características especiais, são descritas
separadamente.
De uma forma geral, os corpos das vértebras cervicais são relativamente pequenos, mais largos de lado a lado do
que de anterior para posterior. O buraco vertebral é largo e triangular, em conformidade com esta característica, à medida que os
pedículos se projectam para trás, projectam-se também lateralmente e as lâminas formam um ângulo marcado com os pedículos.
As apófises espinhosas são curtas e bífidas com dois tubérculos terminais. As apófises articulares superiores e inferiores formam
o pilar articular que se salienta lateralmente desde a junção entre pedículo e lâmina. A apófise transversa, de cada lado, é uma
estrutura perfurada pelo buraco transverso, característica comum a todas as vértebras cervicais, sem excepção. Quando as
vértebras cervicais estão articuladas entre si, as apófises transversas do mesmo lado com seus os buracos transversos, delimitam
o canal transverso que dá passagem às artérias e às veias vertebrais.
A primeira vértebra cervical, ou atlas não tem corpo, o local do corpo é ocupado pela apófise odontóide da
segunda vértebra cervical que forma um eixo à volta do qual o atlas roda. Em vez de apófises articulares, o atlas é constituído por
duas massas laterais ligadas à frente pelo arco anterior e atrás pelo arco posterior, formando um anel. Quando atlas e áxis
articulam entre si, a apófise odontóide do axis fica atrás do arco anterior do atlas e é retido aí por um ligamento transverso. Este
ligamento divide o anel do atlas em duas partes: a anterior contém a apófise odontóide do áxis, a posterior é ocupada pela medula
espinhal. O arco anterior tem na sua superfície anterior o tubérculo anterior. O arco posterior tem na sua superfície posterior o
tubérculo posterior. As massas laterais têm longo eixo ântero-posterior. Cada massa lateral apresenta na sua superfície superior
uma faceta articular riniforme que articula com o côndilo do osso occipital ipsilateral, formando a articulação atlanto-occipital, entre
a cabeça e a coluna vertebral. A superfície inferior de cada massa lateral tem uma faceta articular para cada uma das facetas
articulares superiores do áxis. A primeira vértebra cervical não apresenta apófise espinhosa, mas as apófises transversas são
muito longas projectando-se lateralmente desde as massas laterais contendo, cada uma, o buraco transverso típico das vértebras
cervicais.
A segunda vértebra cervical ou áxis é o eixo, em torno do qual, o atlas e consequentemente, a cabeça rodam.
Caracteriza-se pela apófise odontóide, uma projecção em forma de dente que se salienta para cima a partir do corpo da
vértebra. De cada lado da apófise odontóide está uma faceta articular voltada para cima e que articula com a faceta articular
inferior da massa lateral do atlas. Os pedículos são robustos e as lâminas espessas. A apófise espinhosa é bífida e as apófises
transversas são pequenas.
A sétima vértebra cervical tem a apófise espinhosa longa que se destaca das restantes, não é bífida, termina num
único tubérculo e é bem marcada, sendo um ponto de referência através da pele.
3 – As Vértebras Torácicas
As vértebras torácicas são doze. Os seus corpos são cilindros cinturados, o buraco vertebral é pequeno e circular.
Todas se distinguem pela existência de facetas costais nas faces laterais de seus corpos e todas excepto as duas últimas têm
facetas costais nas apófises transversas. As facetas costais do corpo e das apófises transversas articulam, respectivamente, com
a cabeça e o tubérculo das costelas.
Cada vértebra torácica tem, de cada lado do seu corpo, duas facetas costais, excepto as duas últimas vértebras
torácicas que têm de cada lado apenas uma faceta costal. As facetas costais do corpo são hemifacetas (meia faceta), a cabeça
de cada costela articula com a hemifaceta inferior duma vértebra e a hemifaceta superior da vértebra inferiormente adjacente.
Exceptua-se a faceta costal superior do corpo da primeira vértebra torácica que articula totalmente com a primeira costela e as
facetas costais das duas últimas vértebras que articulam totalmente com a décima primeira e a décima segunda costela
respectivamente. O tubérculo de cada costela articula com a apófise transversa da vértebra com o mesmo número da costela,
exceptuando as duas últimas costelas que não articulam com as apófises transversas das respectivas vértebras.
4 – As Vértebras Lombares
As vértebras lombares são cinco e são substancialmente maiores que quaisquer outras vértebras. Têm corpo grande
e buraco vertebral triangular. As apófises espinhosa e transversas são fortes e rectangulares. As apófises articulares superiores
estão voltadas para trás e medialmente com as facetas articulares viradas uma para a outra. As apófises articulares inferiores
estão voltadas para a frente e lateralmente. Esta disposição na coluna vertebral completamente articulada, aumenta a força da
porção inferior da coluna vertebral e limita a rotação das vértebras lombares.
5 – O Sacro
O sacro é um osso largo e triangular, formado pela fusão de cinco vértebras sagradas. Em posição erecta o osso é
extremamente convexo para dorsal e côncavo ventralmente. Apresenta uma base, um vértice e faces dorsal, ventral e laterais.
Envolve o canal sagrado, continuação caudal do canal vertebral.
A face superior é denominada base, é larga, é a superfície superior da primeira vértebra sagrada, cuja margem
anterior forma uma crista bem marcada denominada promontório sagrado. A base do sacro apresenta apófises articulares
superiores que se projectam para cima para articularem com as apófises articulares inferiores da 5ª vértebra lombar, com a qual
forma o ângulo sacro-vertebral, bem evidente quando a coluna é observada numa visão lateral.
A face pélvica ou anterior é côncava quase lisa, apresentando linhas transversas que representam a fusão das
vértebras sagradas entre si. Apresenta quatro pares de buracos, os buracos sagrados pélvicos que comunicam com o canal
sagrado e, através dos quais, emergem nervos raquidianos.
A face dorsal ou posterior é convexa para dorsal e muito rugosa. Na linha mediana há uma linha vertical em relevo,
denominada crista sagrada mediana sinal de fusão das apófises espinhosas, contendo quatro tubérculos espinhosos Abaixo
do quarto tubérculo espinhoso está um orifício, o hiato sagrado. De cada lado da crista mediana há uma linha vertical saliente de
cada lado, que se designa crista sagrada intermédia, sinal de fusão das apófises articulares das vértebras sagradas. As
apófises articulares inferiores da quinta vértebra sagrada, projectam-se para baixo de cada lado do hiato sagrado, formando os
cornos do sacro. Lateralmente a cada crista sagrada intermédia estão quatro buracos sagrados dorsais que comunicam com o
canal sagrado. De cada lado dos buracos sagrados está a crista sagrada lateral sinal de fusão das apófises transversas.
Cada face lateral do sacro é larga em cima e estreita em baixo. Na porção superior mais larga há uma faceta
articular, a faceta auricular para articular com o osso ilíaco.
A parte inferior ou vértice é estreita, é formada pela superfície inferior do corpo da quinta vértebra sagrada e tem
uma faceta articular para o cóccix.
6 – O Cóccix
O cóccix é um pequeno osso triangular formado pela fusão de quatro vértebras rudimentares. A superfície superior
designada base tem uma faceta articular que articula com o vértice do sacro. Lateralmente à faceta articular, estão os cornos do
cóccix, um de cada lado, projectando-se para cima e que se articulam com os cornos do sacro. Apresenta ainda face dorsal,
convexa e face pélvica, côncava.
7 – Curvaturas Da Coluna Vertebral
Vista de lado a coluna vertebral apresenta quatro curvaturas: cervical, torácica, lombar e pélvica. As
curvaturas torácica e pélvica são dorsalmente convexas e são curvaturas primárias e reflectem a posição do feto no útero. A
curvatura cervical e lombar são dorsalmente côncavas e são curvaturas secundárias ou compensatórias. A primeira acentua-se
após o nascimento quando a criança começa a levantar a cabeça e a segunda surge entre os doze e os dezoito meses quando a
criança começa a sentar-se e a andar.
A situação em que a curvatura lombar está anormalmente exagerada designa-se lordose. O exagero de uma
curvatura ventralmente côncava designa-se cifose. Curvaturas laterais designam-se escolioses.
III - CAIXA TORÁCICA:
A caixa torácica é formada: pelas doze vértebras torácicas, pelos doze pares de costelas e cartilagens costais epelo
esterno. Posteriormente a caixa torácica é formada pelas doze vértebras torácicas e porções posteriores das costelas,
lateralmente é formada pelas costelas e anteriormente é formada pelas porções anteriores das costelas, cartilagens costais e
esterno.
A abertura superior do tórax tem forma de rim e está limitada posteriormente pela primeira vértebra torácica,
anteriormente pelo manúbrio do esterno e lateralmente pelo primeiro par de costelas. A abertura inferior do tórax é limitada atrás
pela décima segunda vértebra torácica, lateralmente pelas décima primeira e décima segunda costelas e anteriormente é limitada
pelas cartilagens costais da sétima, oitava, nona e décima costelas que ao ascenderem de cada lado formam o ângulo infraesternal.
1 – O Esterno:
O esterno é um osso achatado colocado anteriormente na linha mediana. Consiste de três partes: a porção mais
superior é o manúbrio, a porção intermédia é o corpo do esterno e a porção mais inferior é a apófise xifóide.
O manúbrio tem forma triangular, largo e espesso em cima e mais estreito em baixo. O bordo inferior une-se ao
corpo do esterno. A superfície anterior é convexa e a superfície posterior é côncava. No centro do bordo superior está uma
concavidade para cima, a incisura jugular e de cada lado desta há uma faceta articular dirigida para cima, para trás e
lateralmente para articular com a clavícula, esta faceta é designada incisura clavicular. Cada bordo lateral é marcado por uma
incisura costal onde encaixa a primeira cartilagem costal e abaixo desta está metade de uma incisura, que juntamente com uma
similar do corpo do esterno, recebem a segunda cartilagem costal.
O corpo do esterno é mais longo mais estreito e menos espesso que o manúbrio. Tem superfície posterior côncava
e superfície anterior plana. O bordo superior funde-se com o manúbrio. O bordo inferior funde-se com a apófise xifóide. Em
cada bordo lateral tem as incisuras costais onde articulam, parte da segunda cartilagem costal, e as terceira, quarta, quinta e
sexta cartilagens costais e parte da sétima cartilagem costal, a parte restante da sétima cartilagem costal articula com a apófise
xifóide.
A apófise xifóide é triangular com o ápice para caudal. De cada lado há uma pequena incisura costal que juntamente
com uma similar do corpo do esterno, recebe a sétima cartilagem costal.
2 – As Costelas:
Há doze pares de costelas. Cada costela tem uma extremidade posterior, uma extremidade anterior e um
corpo em forma de arco. A extremidade posterior é constituída pela cabeça, colo e tubérculo. A cabeça tem facetas articulares
que articulam nos corpos de duas vértebras adjacentes, o tubérculo tem uma faceta articular que articula com a faceta articular da
apófise transversa da vértebra torácica numericamente correspondente. O colo fica entre a cabeça e o tubérculo.
O corpo é fino e achatado com superfícies anterior e posterior e com bordos superior e inferior, é curvo e
faz um ângulo posteriormente designado ângulo da costela. A superfície posterior é marcada pelo sulco costal junto ao bordo
inferior e por este limitado. A extremidade anterior continua-se com a cartilagem costal.
As cartilagens costais são barras achatadas de cartilagem hialina que se estendem para diante desde a
extremidade anterior da costela Os primeiros sete pares de costelas estão ligadas ao esterno pelas suas extremidades
cartilagíneas, o oitavo, nono e décimo pares têm as extremidades cartilagíneas unidas à cartilagem da costela imediatamente
acima e os dois últimos pares têm suas extremidades anteriores livres.
Bibliografia:
1
- Williams PL, Warwick R. Gray’s Anatomy. 38th
Edition. Edinburgh: Churchill Livingstone; 1995. p. 510 – 546.
2 - Netter FH. Atlas de Anatomia Humana. Segunda Edición. East Hanover. Novartis; 1999.
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