A Internet e o Web Site

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Artigo redigido para Empresário Online – 15/02/2001
A Internet e o “web site” – tecnologia, arte, informação e resultado.
A sinergia dos elementos acima caracteriza uma situação bastante interessante na criação e
implementação de um “web site”. A busca pela aplicação equilibrada dos componentes é ao mesmo
tempo empolgante quanto aos aspectos tecnológicos e artísticos e preocupante quanto a real efetividade
do uso da informação, da sua contribuição para o enriquecimento democrático do conhecimento humano
e à consecução do objetivo para o qual ele foi concebido, em síntese o resultado desejado.
A Internet como rede interativa global e de baixo custo, trouxe significativas mudanças no
comportamento dos indivíduos, países, negócios e governos. Fato indiscutível e irreversível. Eventual
mau uso da mesma é processo inerente a uma parcela de seres humanos que conseguem degradar
desde as mais ricas filosofias de vida, até o uso adequado de ferramentas e instrumentos concebidos
originalmente para serem de grande valia ao desenvolvimento humano. O veículo automotivo foi
desenvolvido para o transporte com conforto e ganho de tempo, porém em mãos “despreparadas” ou
“dolosas” pode matar.
A criação de um “web site” sob o ângulo de uma peça de mídia de massa pode ser algo encantador,
marcante e correto quando ao seu design – rico ou sóbrio em cores e traços e/ou animado ou estático -,
desde que alinhado com a comunicação de conteúdo que se propõe representar ou divulgar. Porém, pode
ser um conjunto inexpressivo e confuso de elementos, sem nexo aparente aos olhos dos usuários da
Internet. Qualquer que seja o quadro apresentado, imperdoável são os textos com erros ortográficos –
mesmo reconhecendo a complexidade de nossa língua – e os exageros no uso de estrangeirismos.
A aplicação de recursos representados pelos equipamentos, periféricos e acessórios de última geração,
associados aos sistemas de navegação, comunicação, aplicativos de tratamento de imagens, sons e
dados, entre outras inovações diuturnas, constituem-se em verdadeiros shows tecnológicos, algumas
vezes verdadeiros espetáculos circenses frente às reais necessidades de sociedades em desenvolvimento.
Contudo, segundo os desenvolvedores de tecnologias, estás soluções sempre estão a serviço da
identificação, organização, armazenamento e recuperação de dados e informações úteis ao saber
contínuo e à democratização do conhecimento. Novamente é impossível negar que a amplitude de
conhecimentos obtida através de pesquisas em “web sites” da Internet, em poucos minutos, é
expressivamente maior que o resultado obtido com as consultas a respeitáveis fontes de saber,
representadas pela Coleção Tesouro da Juventude e às Enciclopédias Delta Larousse e Britânica, entre
outros “bancos de dados” disponíveis em forma gráfica.
Se a Internet traz tantas vantagens e benefícios, então qual é o problema? Ele está justamente na clara
definição de qual é o objetivo, isto é, o propósito para o qual um “web site” é criado e implantado na
Internet. Sem tal clareza, a esperada contribuição pode ficar comprometida ou minimizada,
desperdiçando seu grande potencial de penetração, como mídia de massa, além do investimento
efetuado.
No universo dos negócios, desenvolver um “web site” exclusivamente institucional é desprezar todo
potencial de um dos mais poderosos instrumentos de mídia dos últimos anos. É verdade que uma
cultura de negócios virtuais ainda está em formação via Internet, porém obtêm os melhores resultados
àqueles que ousam, inovam e investem nas tecnologias emergentes, desde que com visão estratégica de
negócios e de cidadania corporativa. Escreveu Richard Bach, no livro Fernão Capelo Gaivota, “Enxerga
mais longe a gaivota que voa mais alto”.
Em nossa percepção, só a aplicação contínua e conjunta dos recursos tecnológicos, artísticos e de
tratamento da informação, com foco nos resultados estratégicos institucionais e sociais desejados é que
cristalizará a Internet como o marco divisório da evolução humana em termos de democratização da
gestão do conhecimento. Os absurdos, como em todos os processos de evolução, entendo que serão
tratados à medida que a Sociedade aprender a com eles lidar, estabelecendo limites éticos, morais e
legais pertinentes, em hipótese alguma considerando a censura à liberdade de expressão como meio
válido de controle.
Luiz Cesar Borgo - Sócio Consultor de Negócios – Dixit Desenvolvimento Tecnológico Ltda. – Dixit Design
- e-mail: [email protected] www.dixit.com.br
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