O Banco Itaú S

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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Administração
Carlos Alberto Daher
Jean Carlos Celestino
José Álvaro Arribard
SUSTENTABILIDADE:
Sinônimo de responsabilidade socioambiental na
Klabin – Divisão Papelão Ondulado
Jundiaí – SP
LINS – SP
2009
Daher, Carlos Alberto; Celestino, Jean Carlos; Arribard, José Álvaro
Sustentabilidade: sinônimo de responsabilidade socioambiental na
Klabin – Divisão papelão ondulado, Jundiaí – SP / Carlos Alberto Daher;
Jean Carlos Celestino; José Álvaro Arribard. – – Lins, 2009.
151p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração,
2009
Orientadores: Máris de Cássia Ribeiro Vendrame; Ana Beatriz Lima
1. Sustentabilidade. 2. Responsabilidade socioambiental. 3. Klabin S/A.
I Título.
CDU 658
CARLOS ALBERTO DAHER
JEAN CARLOS CELESTINO
JOSÉ ÁLVARO ARRIBARD
SUSTENTABILIDADE:
Sinônimo de responsabilidade socioambiental na Klabin –
Divisão Papelão Ondulado
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Banca Examinadora do
Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium, curso de Administração sob a
orientação do Profª M.Sc. Máris de Cássia
Ribeiro Vendrame e orientação técnica da
Profª M.Sc. Heloisa Helena Rovery da
Silva.
LINS – SP
2009
CARLOS ALBERTO DAHER
JEAN CARLOS CELESTINO
JOSÉ ÁLVARO ARRIBARD
SUSTENTABILIDADE:
Sinônimo de responsabilidade socioambiental na Klabin –
Divisão Papelão Ondulado
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Administração.
Aprovada em: ____/____/______
Banca Examinadora:
Orientadora Profª M.Sc. Máris de Cássia Ribeiro Vendrame
Mestre em Administração pela Unimep
Assinatura: _________________________________
1° Prof.(a) ______________________________________________________
Titulação _______________________________________________________
Assinatura: _________________________________
2° Prof.(a) ______________________________________________________
Titulação _______________________________________________________
Assinatura: _________________________________
A Deus por nos dar sabedoria ao longo de
nossa graduação. Obrigado por tudo que
vimos, ouvimos e aprendemos. Obrigado
pelo dom da vida, pela força e motivação
para prosseguir nas conquistas da vida.
Aos nossos familiares
Agradecemos de forma muito carinhosa a
vocês que por muitas vezes trocaram
momentos importantes e especiais para que
pudéssemos realizar nossos sonhos. Pelas
vezes que anularam seus ideais para que os
nossos pudessem se concretizar.
Por acreditarem nas nossas capacidades e
nos nossos sonhos, proporcionando-nos
suporte e incentivo aos estudos.
AGRADECIMENTOS
À nossa orientadora M.Sc Maris de Cássia Ribeiro
Vendrame.
Guia indispensável nos caminhos tortuosos que
nos levam ao conhecimento.
Pelos excelentes momentos de sabedoria,
compartilhados; pela disposição, paciência e
perseverança ao desempenho dessa nobre
missão.
À Prof. M.Sc Heloisa Helena Rovery da Silva
Pelo acompanhamento pontual, competente e
dedicado.
A Klabin
Pela cordialidade que sempre fomos recebidos.
Agradecemos a oportunidade concedida. Em
particular agradecemos os Srs. Ronaldo
Laurentino, Edison Giusti e Filipi Santini pela
disponibilidade, confiança e profissionalismo que
fomos tratados.
Aos mestres
Em cada professor um mestre. Em cada mestre
um universo. Obrigado por dedicar seu tempo e
sua sabedoria para que nossa formação pudesse
ser um aprendizado de vida.
Ao Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium - Unisalesiano que possibilitou o meu
crescimento profissional.
RESUMO
A sustentabilidade de uma organização moderna assume, neste final de
século, um papel central na reflexão em torno das dimensões do
desenvolvimento e das alternativas que se configuram. Depende, dentre outras
exigências, do seu desempenho ambiental. O conceito de desenvolvimento
sustentável avalia a relação existente entre: crescimento econômico, a
sociedade civil e o meio ambiente. Neste contexto, é crescente a valorização
das questões ambientais no segmento empresarial, decorrentes das novas
exigências legais, de mercado e da sociedade em geral. Além disso, a
preocupação com o meio ambiente pelas empresas reflete na valorização da
sua imagem e na visão de fornecedores, clientes e consumidores que
passaram a exigir atitudes conscientes dos empresários em relação à natureza.
Este trabalho de natureza exploratória e descritiva tem por objetivo avaliar
empiricamente os conceitos e pertinências a respeito da sustentabilidade
socioambiental e a participação da Klabin S/A - Divisão Papelão Ondulado, em
Jundiaí (SP) na adoção das práticas de desenvolvimento sustentável. Verificouse, desta forma, que a abordagem de desenvolvimento sustentável é intrínseca
à responsabilidade social e empresarial. Na Klabin os resultados das ações de
sustentabilidade são extremamente positivos como apresentado no primeiro
capítulo deste trabalho e isto não ocorre somente na produção de papelão
ondulado, ocorre em todas as atividades da empresa. O resultado é o
reconhecimento através dos prêmios, certificações e da própria sociedade em
que está inserida. A sustentabilidade da Klabin envolve não só recursos
financeiros, mas, sobretudo, engajamento político, uma missão bem definida,
condução ética, diálogo com os vários setores da sociedade, efetivação de
parcerias, produção e socialização de conhecimento, afetividade e respeito nas
relações interpessoais, bem como coragem para construir ações coletivas.
Palavras-chave: Sustentabilidade. Responsabilidade socioambiental. Klabin
S/A.
ABSTRACT
The sustainability of a modern organization assumes, in this end of
century, a central role in the reflection of the dimensions of development and
alternatives that are configured. It depends, among other requirements, of its
environmental performance. The concept of sustainable development evaluates
the relationship between economic growth, civil society and the environment. In
this context, there is growing appreciation of environmental issues in the
enterprise segment, arising from new legal requeriments, of the market and of
the society in general. In addition, the preoccupation with the environment by
companies reflects the appreciation of their image and vision of stockists,
customers and consumers have demanded conscious attitudes of
entrepreneurs in relation to the nature. This work is an exploratory and
descriptiven nature`s research and it has by objective to evaluate empirically
the concepts and relevance regarding the environmental sustainability and the
participation of Klabin S/A - Corrugated Paperboard Division, in Jundiai (SP) in
the adoption of sustainable development practices. It is verified that the
sustainable development is intrinsic to social responsibility and business. In the
Klabin the results of the actions of sustainability are extremely positive as
shown in the first chapter of this work and this does not occur only in the
production of corrugated paperboard, occurs in all company`s activities. The
result is the recognition through of prize, of own society`s certifications in which
it is inserted. The sustainability of Klabin involves not only financial resources
but, above all, political engagement, a well-defined mission, conducting ethics,
dialogue with various sectors of society, partnerships effectivations, production
and sharing of knowledge, affection and respect in interpersonal relationships,
as well courage to build collective actions.
Keywords: Sustainability. Environmental Responsibility. Klabin S/A.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Maurício Klabin ................................................................................ 20
Figura 2: 10 de fevereiro de 1900, Rua Formosa com a ladeira São João,
em São Paulo (SP), onde os escritórios de Klabin Irmãos & Companhia KIC viriam a se instalar algumas décadas mais tarde .................................... 21
Figura 3: Década de 50. Vista panorâmica da fábrica Klabin do Paraná (2º
plano) e bonde aéreo utilizado para transporte de funcionários, em
primeiro plano ................................................................................................. 22
Figura 4: Década de 50, caixas de fósforos promocionais produzidos pela
KIC – Klabin Irmãos e Cia ............................................................................... 22
Figura 5: Década de 80. Catálogo KIC com informações técnicas de
caixas
de
PO
(tipos
de
caixas,
produzidas,
industrializados,
hortifrutigranjeiros, exportação, novos produtos, testes de qualidade),
elaborado pela da Divisão de Embalagens e produzido pelo Setor Ponte
Grande, voltado para os usuários de caixas de papelão ondulado................. 25
Figura 6: Presença mundial ............................................................................ 32
Figura 7: Mapa das unidades Klabin............................................................... 34
Figura 8: Processo produtivo do papel ........................................................... 39
Figura 9: Embalagens produzidas com papel cartão da Klabin ...................... 42
Figura 10: Bobina de kraftliner ........................................................................ 44
Figura 11: Fábrica ecológica ........................................................................... 48
Figura 12: Fábrica ecológica ........................................................................... 49
Figura 13: Emissão de DBO5 e DBQ na Klabin papéis ................................... 51
Figura 14: Consumo específico de água (m3/t) Klabin Papéis ........................ 52
Figura 15: Resíduos sólidos (mil t) Klabin Papéis ........................................... 54
Figura 16: Consumo de energia elétrica em 2008 (1.875.312 MWh).............. 55
Figura 17: Consumo de energia térmica em 2008 – Unidade de Negócios
de Papéis (723.772 MWh) .............................................................................. 55
Figura 18: Mapa do Protocolo de Kyoto em 2009 ........................................... 70
Figura 19: Evolução dos sistemas de gestão normalizados ........................... 91
Figura 20: Modelo do sistema de gestão da responsabilidade social ............. 93
Figura 21: Gestão da empresa .......................................................................102
Figura 22: Indicadores Ethos ..........................................................................103
Figura 23: Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) ................................104
Figura 24: Princípios e critérios do GRI ..........................................................104
Figura 25: Três tipos de selos para todos os níveis ........................................105
Figura 26: Balanço Social Ibase .....................................................................106
Figura 27: Escala Akatu ..................................................................................107
Figura 28: Metas do Milênio ............................................................................108
Figura 29: Pacto Global no Mundo .................................................................109
Figura 30: Pacto Global no Brasil ...................................................................110
Figura 32: Klabin S/A – Unidade de Jundiaí Tijuco Preto (SP) .......................114
Figura 33: Caixa de papel normal ...................................................................119
Figura 34: Caixa corte e vinco ........................................................................120
Figura 35: Caixa com Label ............................................................................120
Figura 36: Caixa de papelão microondulado ..................................................121
Figura 37: Acessórios .....................................................................................121
Figura 38: Brinquedos.....................................................................................122
Figura 39: Chapa de papelão ondulado ..........................................................123
Figura 40: Processo produtivo ........................................................................123
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Declaração de princípios da indústria para o desenvolvimento
sustentável ....................................................................................................... 67
Quadro 2: Anexo I e metas de emissão ............................................................ 73
Quadro 3: Principais selos ecológicos mundiais .............................................. 90
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
°C
-
Graus Celsius
ABNT
-
Associação Brasileira de Normas Técnicas
AMCHAM
-
Câmara Americana de Comércio
APAE
-
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais
APAT
-
Associação para Pesquisa e Assistência ao Transplantado
Apremavi
-
Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida
BNDES
-
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CBPG
-
Comitê Brasileiro do Pacto Global
CBS
-
Companhia Brasileira de Sintéticos
CCX
-
Chicago Climate Exchang
CIE
-
Comércio Internacional de Emissões
CIMAPE
-
Companhia de Manufatura de Papel e Embalagem
CIPA
-
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CLT
-
Consolidação das Leis do Trabalho
CNBB
-
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
CNEA
-
Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas
CNI
-
Confederação Nacional das Indústrias (
CNUMAH
-
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
CO
-
Monóxido de carbono
CO2
-
Gás Carbônico ou Dióxido de Carbono
COP
-
Comunicações de Progresso
CTMP
-
Chemi-Thermo Mechanical Pulp
EBITDA
-
Earnings
-
Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São
EET
-
Environmental Edge Technology
ETE
-
Estação de Tratamento de Efluentes
FIESP
-
Federação das Indústrias de São Paulo
FSC
-
Forest Stewardship Council
Humano
before
interest,
taxes,
depreciation
and
amortization
ECA
Paulo
GEE
-
Gases do Efeito Estufa
GJ
-
Giga Joules
GLP
-
Gás Liquefeito de Petróleo
GRI
-
Global Reporting Initiative
HPV
-
Human Papiloma Virus ou Papilomavírus Humano
IC
-
Implementação Conjunta
IKP
-
Indústrias Klabin do Paraná
IKPC
-
Indústrias Klabin do Paraná de Celulose S/A
Inmetro
-
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
ISO
-
International Organization for Standardization
IUCN
-
União Internacional para a Conservação da Natureza
KASSA
-
Klabin Administração e Serviços S/A
KC
-
Klabin Cerâmica S/A
KESA
-
Klabin Embalagens S/A
Kg
-
Kilograma
KIC
-
Klabin Irmãos & Companhia
Km
-
Kilômetro
KPAF
-
Klabin do Paraná Agro-florestal
KPSA
-
Klabin Papéis S/A
LPB
-
Liquid Packaging Board
m³
-
metros cúbicos
m3/t
-
metros cúbicos por tonelada
MDL
-
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
Mercosul
-
Mercado Comum do Sul
MG
-
Mins Gerais
MP
-
materiais particulados
MW
-
Megawatt
Nox
-
Óxidos de nitrogênio
OIT
-
Organização Internacional do Trabalho
ONG
-
Organização Não-Governamental
ONU
-
Organização das Nações Unidas
OSCIP
-
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
PCC
-
Papel e Celulose Catarinense Ltda.
Industrial
PDCA
-
Plan, Do, Check, Act
PE
-
Pernambuco
PGK
-
Produção de Papelão Ondulado
PNUMA
-
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
PONSA
-
Papelão do Nordeste S/A
PR
-
Paraná
Pronaf
-
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
-
Programa de Plantio Comercial e Recuperação de
RAC
-
Regulamento de Avaliação da Conformidade
RJ
-
Rio de Janeiro
RS
-
Rio Grande do Sul
S/A
-
Sociedade Anônima
SBAC
-
Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade
SC
-
Santa Catarina
SGA
-
Sistemas de Gestão Ambiental
SGA
-
sistemas de gestão ambiental
SGRS
-
Sistema de Gestão da Responsabilidade Social
Sox
-
óxidos de enxofre
SP
-
São Paulo
TCA
-
Tecnologias de Captura e Armazenamento
TPM
-
Tensão Pré-Menstrual
UE
-
Unidade Européia
USP
-
Universidade de São Paulo
WWF
-
World Wildlife Fund
Familiar
Propflora
Florestas
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................ 16
CAPÍTULO I - A EMPRESA KLABIN S/A ...................................................... 20
1
HISTÓRICO ....................................................................................... 20
1.1
A empresa .......................................................................................... 31
1.1.1
Missão ................................................................................................ 33
1.1.2
Unidades ............................................................................................ 33
1.1.2.1 Unidade florestal ................................................................................ 34
1.1.2.2 Unidade papéis .................................................................................. 39
1.1.2.3 Unidade papelão ondulado ................................................................ 44
1.1.2.4 Unidade de sacos industriais ............................................................. 46
1.2
Visão e política de sustentabilidade ................................................... 47
1.2.1
Controle ambiental ............................................................................. 48
1.2.2
Emissões atmosféricas ...................................................................... 50
1.2.3
Efluentes hídricos ............................................................................... 52
1.2.4
Residuos sólidos ................................................................................ 53
1.2.5
Energia ............................................................................................... 54
1.2.6
Bidiversidade ...................................................................................... 56
1.2.7
Pacto Global ....................................................................................... 56
1.3
Projetos sociais .................................................................................. 57
1.3.1
Colaboradores .................................................................................... 57
1.3.2
Sociedade .......................................................................................... 60
1.3.3
Ações sociais ..................................................................................... 60
1.3.4
Saúde ................................................................................................. 61
1.3.5
Cultura................................................................................................ 61
1.3.6
Políticas públicas ............................................................................... 62
1.4
Investimentos ..................................................................................... 62
CAPÍTULO
II
-
CONTEXTUALIZANDO
SUSTENTABILIDADE
E
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL ................................................. 64
2
EVOLUÇÃO DA QUESTÃO AMBIENTAL ........................................ 64
2.1
Protocolo de Kyoto e o crédito de carbono ........................................ 67
2.2
Conceitos
e
considerações
sobre
sustentabilidade
e
responsabilidade socioambiental .................................................................... 73
2.3
Desenvolvimento sustentável ............................................................. 77
2.4
Dimensões de sustentabilidade ......................................................... 79
2.5
Gestão ambiental ............................................................................... 81
2.5.1
Estímulos para a adoção de métodos de gestão ............................... 84
2.5.1.1 Estímulos internos .............................................................................. 84
2.5.1.2 Estímulos externos ............................................................................. 86
2.6
Normas ambientais e ISO-14000 ....................................................... 90
2.7
A importância da sustentabilidade na empresa .................................. 98
2.8
Indicadores.........................................................................................101
2.8.1
Indicadores Ethos ..............................................................................102
2.8.2
Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) ....................................103
2.8.3
Global Reporting Initiative (GRI) ........................................................104
2.8.4
Balanço Social Ibase ..........................................................................105
2.8.5
Escala Akatu ......................................................................................106
2.8.6
Iniciativas Internacionais ....................................................................107
2.8.6.1 Metas do Milênio ................................................................................107
2.8.6.2 Pacto Global .......................................................................................109
2.8.6.3 FSC .....................................................................................................111
CAPÍTULO III - A PESQUISA ........................................................................113
3
INTRODUÇÃO ...................................................................................113
3.1
A Klabin S/A – Unidade de Jundiaí (SP) ............................................114
3.1.1
Histórico .............................................................................................115
3.1.2
Projetos sustentáveis .........................................................................115
3.1.3
A produção de papel ondulado ..........................................................117
3.2
Apresentação e análise dos dados ....................................................123
3.2.1
Apresentação dos dados da pesquisa de campo ...............................123
3.2.2
Apresentação dos dados da pesquisa com o Coordenador
Industrial .........................................................................................................126
3.3
Parecer final sobre o caso..................................................................128
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ...................................................................130
CONCLUSÃO .................................................................................................131
REFERÊNCIAS ..............................................................................................133
APÊNDICES ...................................................................................................139
ANEXOS .........................................................................................................146
16
INTRODUÇÃO
A crise ambiental é tema de discussões públicas nas últimas décadas e
envolve o debate sobre ―o papel da ciência e das técnicas modernas no
desastre ecológico, bem como a concepção de que o homem é o depredador,
enquanto nós suas vítimas inocentes, embora todos desfrutem do conforto do
mundo tecnificado‖. (SIENA; COSTA; OLIVEIRA, 2007, p. 3).
Siena; Costa; Oliveira (2007), contam que a revolução industrial,
decorrente da revolução científica, trouxe consigo outras formas de
desemprego e ampliou os problemas relativos à pobreza e doença e também o
agravamento dos problemas ambientais.
Segundo Dias (2006), do ponto de vista ambiental, questionava-se cada
vez mais o mito da abundância do capital natural, e constatava-se que o
modelo de crescimento econômico até então adotado provocou agravamento
da deterioração ambiental, com o aumento da contaminação e a possibilidade
do esgotamento dos recursos naturais.
Dias (2006) expõe que gradativamente, a crença no desenvolvimento
linear e continuado foi sendo colocada em discussão, bem como os diversos
modelos econômicos de desenvolvimento baseados no uso intensivo dos
recursos naturais, considerados até então como inesgotáveis.
Segundo Martins (2006), como previsto e em função da crescente
preocupação com o problema ambiental, a ONU realizou em 1972, na capital
da Suécia, Estocolmo, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente Humano, que teve como resultado uma Declaração e um Plano de
Ação para o Meio Ambiente Humano que contém 109 recomendações.
Desde
então,
e
conforme
Camargos;
Dias
(2003),
o
termo
desenvolvimento sustentável tem evoluído contemplando os vários aspectos da
interrelação ambiente e desenvolvimento. No entanto, o consenso sobre o seu
significado e implementação está longe de ser concluída, na medida em que
buscam-se respostas que satisfaçam os requisitos de uma relação equilibrada
entre sociedade humana e natureza.
O crescimento desenfreado da população fez com que as empresas,
para atender a demanda de mercado, passassem a produzir em grande escala,
17
extraindo do meio ambiente, matérias primas inadequadamente, praticando o
extrativismo, destruindo a natureza e seus ecossistemas.
O avanço tecnológico deixou a população mais informada e exigente,
fazendo com que as empresas acordassem e assumissem seu papel perante a
sociedade.
Empresas que seguem as regras também descobriram que é possível
mudar sem experimentar grandes distúrbios.
Se não for mudado o rumo das formas atuais de geração de energia e
outros padrões de produção, em dez anos assistir-se-á um descontrole geral
no clima do planeta. Biotecnologia, energia solar, células à combustível,
nanotecnologia, novos materiais, tecnologias sem fios, edifícios com consumo
zero de energia e disponibilização pública de patentes de tecnologia poderão
ajudar a reconfigurar a face das empresas em um sentido mais social e
ambientalmente responsável. (ALMEIDA, 2007).
A consciência ambiental alinhada com as práticas de sustentabilidade
tornou-se essencial para a sobrevivência das organizações e para a
manutenção da vida com qualidade no planeta, pois a sociedade está cada vez
mais exigente em seu modo de pensar e agir.
Empresas que criam suas filosofias organizacionais tendo como alicerce
a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental demonstram significativas
evoluções organizacionais, levando-as para um caminho sem volta, a qual
obtém lucro com a manutenção e melhorias do meio ambiente, conservando-o
para as gerações futuras.
Ações de sustentabilidade e responsabilidade ambiental estão cada dia
mais presentes no cotidiano das empresas, assim como as organizações
seguem este mesmo princípio de evolução para acompanhar as exigências da
sociedade e do planeta que pede socorro. Esta evolução é um passo
significativo para a manutenção da vida que não suporta mais o extrativismo e
a degradação.
Tal evolução acendeu uma luz de alerta, para que ações de
sustentabilidade sejam desenvolvidas em parceria: organizações e sociedade
com o intuito de utilizar os recursos necessários para a sobrevivência sem
afetar às futuras gerações do planeta.
Em 2005, a China colocava em operação uma termoelétrica a carvão
18
a cada duas semanas. Uma alternativa um pouco menos danosa
seria o gás natural, que emite menos da metade do CO 2 emitido pelo
carvão. Para começar a reverter à curva de degradação, será preciso
que, em 2025, as termoelétricas a carvão estejam em processo
acelerado de implantação de tecnologias de captura e
armazenamento (TCA) de carbono; que as usinas nucleares
existentes (as quais já estão próximas do fim de sua vida útil) sejam
renovadas e sua atual capacidade seja ampliada em 30%; e que 6%
da energia gerada venham de fontes renováveis. (ALMEIDA, 2007, p.
32).
Para as empresas o que interessa é o retorno financeiro, alinhado as
novas exigências da sociedade, unindo as práticas empresariais com as ações
de sustentabilidade e responsabilidade ambiental.
O presente estudo procurou centrar-se e estabelecer basicamente
conceitos referentes à sustentabilidade e responsabilidade socioambiental,
utilizadas dentro da gestão ambiental analisando a sua prática no processo
produtivo do papelão ondulado na Klabin S/A, unidade de Jundiaí (SP) e seus
resultados frente as ações de sustentabilidade adotadas visando a contribuição
com a responsabilidade socioambiental.
Para a elaboração deste trabalho, foi realizada uma pesquisa de campo
na empresa Klabin S/A - Divisão Papelão Ondulado, localizada na rodovia
Anhanguera - Km 48,7 na cidade de Jundiaí (SP), tendo como objetivo
comprovar se as ações de sustentabilidade na verticalizacão do processo
produtivo das empresas Klabin - Divisão Papelão Ondulado contribuem na
concretização da responsabilidade social e ambiental da empresa. Até
dezembro de 2008, a Klabin possuía 449 mil hectares de área florestal, dos
quais 224 mil hectares de florestas plantadas e 187 mil hectares de florestas
nativas preservadas.
As organizações no novo contexto necessitam partilhar do entendimento
de que deve existir um objetivo comum, e não, um conflito, entre
desenvolvimento econômico e proteção ambiental, tanto para o momento
presente como para as gerações futuras. (TACHIZAWA, 2009).
"O papelão ondulado, como havia ocorrido em diversos países do
mundo, irrompeu no mercado de embalagens para produtos de pequeno e
médio porte". (SIBIRES, 1989, p. 70).
Diante do que foi pesquisado e em virtude do que foi observado na
empresa, questiona-se: as ações de sustentabilidade na verticalização do
19
processo produtivo das empresas Klabin contribuem na concretização da
responsabilidade socioambiental da empresa?
A priori, as ações de sustentabilidade praticadas pelas empresas Klabin
na verticalização do seu processo produtivo apresenta efetivamente os
resultados esperados na concretização da responsabilidade socioambiental
diante da empresa e comunidade externa.
O trabalho foi dividido em três capítulos:
O primeiro capítulo trata da evolução histórica da empresa Klabin, e
descreve
a
empresa,
suas
unidades,
ações
ambientais,
sociais
e
investimentos.
O segundo capítulo discorreu sobre sustentabilidade, descrevendo a
evolução do conceito, normas, indicadores e a importância para as empresas.
O terceiro capítulo apresenta os objetivos, os métodos e técnicas
utilizados na pesquisa, bem como seus resultados e conclusão encontrada.
Por fim, vem a Proposta de Intervenção e a Conclusão.
20
CAPÍTULO I
A EMPRESA KLABIN S/A
1
HISTÓRICO
A Klabin S/A foi constituída em 19 de abril de 1899, como resultado da
reestruturação organizada em quatro unidades de negócios - Florestal, Papéis,
Embalagens de Papelão Ondulado e Sacos Industriais. Em 1899 foi fundada a
Klabin Irmãos e Cia (KIC), composta por Maurício Klabin, seus irmãos Salomão
Klabin e Hessel Klabin e o primo Miguel Lafer. (KLABIN, 2009a).
Fonte: Klabin (2009a)
Figura 1: Maurício Klabin
A empresa importa produtos de papelaria e produz artigos para
escritório, comércio, repartições públicas e bancos. Em 1902, a família KlabinLafer entra no setor de produção de papel, com o arrendamento da Fábrica de
21
Papel Paulista de Vila do Salto de Itu. (KLABIN, 2009a).
Em 1907, com o fim do contrato de arrendamento inicia-se a construção
de uma fabrica própria, e em 3 de julho de 1909 a construção da companhia
fabricadora de papel. (KLABIN, 2009a).
Fonte: Klabin (2009a)
Figura 2: 10 de fevereiro de 1900, Rua Formosa com a ladeira São João, em
São Paulo (SP), onde os escritórios de Klabin Irmãos & Companhia - KIC
viriam a se instalar algumas décadas mais tarde
Em 1914 inicia-se a produção na fábrica em Santana São Paulo.
(KLABIN, 2009a).
Em 1920, ocorre a instalação do escritório no Rio de Janeiro então
capital federal. (KLABIN, 2009a).
O ano de 1929, marca a entrada da segunda geração da família Klabin –
Lafer, sendo constituída sociedade anônima.
Em 1934, foi adquirida a fazenda Monte Alegre no município de Tibagi
(PR) para construção da primeira fabrica integrada do grupo no país
denominada Indústrias Klabin do Paraná (IKP). (KLABIN, 2009a).
Em 9 de julho de 1941 são alteradas razão social de IKP para (IKPC)
Indústrias Klabin do Paraná de Celulose S/A. Em 1946, iniciam-se as
operações da fábrica de Monte Alegre. (KLABIN, 2008).
22
Fonte: Klabin (2009a)
Figura 3: Década de 50. Vista panorâmica da fábrica Klabin do Paraná (2º
plano) e bonde aéreo utilizado para transporte de funcionários, em primeiro
plano
Fonte: Klabin (2009a)
Figura 4: Década de 50, caixas de fósforos promocionais produzidos pela KIC –
Klabin Irmãos e Cia
O ano de 1953 foi marcado pelo início da produção de papelão ondulado
23
pela (PGK) Papelão Grupo Klabin. (KLABIN, 2008).
Em 1961 ocorre a constituição da Papel e Celulose Catarinense Ltda.
(PCC). O chamado de Projeto II, previa a criação de uma moderna fábrica de
papel kraft e celulose de fibra longa, na cidade de Lages (SC), com uso da
reserva florestal da região. (KLABIN, 2009a).
Constitui-se a Unidade Vila Anastácio (SP) como filial da KIC e
ampliação do setor de papelão ondulado. A produção dessa Unidade alcançou
níveis de produção considerados dos maiores da América Latina da época.
Em 1965, constitui-se a Unidade Santa Luzia (MG), que em junho entra
em operação para a produção de azulejos. (KLABIN, 2009a).
Em 1967, a empresa compra da Companhia de Manufatura de Papel e
Embalagem (CIMAPE) na cidade de Piracicaba (SP), e em setembro do
mesmo ano foi constituída a Papelão do Nordeste S/A (PONSA). (KLABIN,
2009a).
Em 1969, inicia-se a construção da Ponsa, na cidade de Goiana (PE),
que produzia papelão a partir do bagaço de cana, em 20 de marco de 1973
teve início sua produção. (KLABIN, 2009a).
Em 1970 acontece a Associação da KIC com a Hoescht para a produção
de fios sintéticos da marca ―Trevira‖, por meio da Companhia Brasileira de
Sintéticos (CBS). (KLABIN, 2009a).
Em 20 de março de 1973 inicia-se a produção da PONSA e constitui-se
a Celucat Artes Gráficas S/A, subsidiária integral da Papel e Celulose
Catarinense Ltda, com auxílio do Fundo de Desenvolvimento do Estado de
Santa Catarina. Na cidade de Lages (SC), a fábrica tem o objetivo de produzir
sacos e envelopes.
Em janeiro de 1974 é arrendada a unidade na cidade de Porto Alegre
(RS), para a conversão de papelão ondulado e é adquirida a ONIBLA S/A
Indústria e Comércio de Papel pela CFP. (KLABIN, 2009a).
Em 1975, ocorre a implantação da CFP Mogi das Cruzes (SP), como
filial da CFP para a produção de descartáveis. (KLABIN, 2009a).
Em dezembro de 1978 acontece o agrupamento por atividades afins das
empresas subsidiárias, filiais e setores de produção e constituições:
a) Klabin Espírito Santo Rural S/A e Klabin Boa Vista Rural S/A, como
subsidiárias da KIC;
24
b) Klabin Campo Mourão Agro-florestal S/A, Klabin do Paraná Agroflorestal (KPAF) e Madeireira Klabin do Paraná S/A, como
subsidiárias integrais de Indústrias Klabin do Paraná de Celulose S/A
(IKPC);
c) Klabin Cerâmica S/A – KC, como subsidiária integral de KIC, que
incorporou as Unidades Santa Luzia (MG) e a MNP (RJ);
d) Klabin Administração e Serviços S/A (KASSA) como subsidiária da
KIC e Klabin do Paraná Administração e Serviços S/A, como
subsidiária de IKPC;
e) Klabin Embalagens S/A (KESA), como subsidiária integral da KIC, e
recebeu os estabelecimentos industriais das Unidades Del Castilho
(RJ), Vila Anastácio (SP), Piracicaba (SP) e Porto Alegre (RS);
f) Klabin Papéis S/A (KPSA), como subsidiária integral da KIC, através
de transferência das antigas instalações da PGK, para a produção de
papel couché e guardanapos;
g) Agro Florestal Celucat S/A, como subsidiária integral da KIC.
(KLABIN, 2008).
Em 16 de junho de 1969 inicia-se a Produção de Papéis na Unidade
Mogi das Cruzes (SP). No segundo semestre acontece a tomada de controle
acionário das empresas PCC e KESA pela IKPC. (KLABIN, 2009a).
Em 21 de novembro de 1969 é constituida a Klabin Mineração S.A .
(PR). (KLABIN, 2009a).
Com a criação de nova lei de Sociedades Anônimas, em 1979, foi
estabelecido o Conselho de Administração, constituído pelos acionistas da
empresa, conforme determinava a lei. (KLABIN, 2009a).
O
Conselho
de
Administração
permitiu
que
o
processo
de
profissionalização fosse encaminhado de forma nítida e racional. As várias
Diretorias das empresas, eleitas pelo Conselho, passaram a ser conduzidas
por profissionais. Nesse novo contexto, os estatutos das empresas do Grupo
Klabin foram sendo, progressivamente alterados. (KLABIN, 2009a).
A Klabin Irmãos & Companhia (KIC) é constituída como Sociedade em
Nome Coletivo, passou a ter administração totalmente independente,
integrando a representação de todos seus sócios-gerentes. Neste mesmo
contexto, foi efetuada a criação de um Conselho Administrativo nas Indústrias
25
Klabin do Paraná de Celulose S/A - IKPC, que teve seu capital aberto, iniciando
negociações na Bolsa de Valores em São Paulo. Os próprios sócios-gerentes
de KIC e seus assessores conduziram a profissionalização das empresas,
recorrendo a especialistas e participando ativamente de todo o processo.
(KLABIN, 2009a).
Em 1980 é inaugurada a Unidade Piracicaba (SP).
Fonte: Klabin (2009a)
Figura 5: Década de 80. Catálogo KIC com informações técnicas de caixas de
PO
(tipos
de
caixas,
produzidas,
industrializados,
hortifrutigranjeiros,
exportação, novos produtos, testes de qualidade), elaborado pela da Divisão de
Embalagens e produzido pelo Setor Ponte Grande, voltado para os usuários de
caixas de papelão ondulado
No ano de 1982, a empresa altera sua constituição acionária: a CFP
torna-se subsidiária integral da KIC. Acontece também a aquisição da Rio
Grande Companhia de Celulose do Sul (Riocell), na cidade de Guaíba (RS).
(KLABIN, 2008).
Em 1983, a IKPC torna-se controladora da KPSA, CFP (CFP Mogi das
Cruzes) e incorpora a KESA e criam-se divisões operacionais de IKPC:
a) Divisão Embalagens de Klabin do Paraná, resultado da incorporação
da KESA (Unidades Vila Anastácio (SP), Del Castilho (RJ), São
26
Leopoldo (RS) e Piracicaba (SP);
b) Papel: fábrica de Monte Alegre (PR). (KLABIN, 2008).
Em setembro de 1983 acontece a constituição da Riocell Mineradora e
Industrial Ltda., como subsidiária da Riocell S/A (KLABIN, 2008).
No ano de 1984 iniciam-se as atividades fototerápicas na IKPC, e
criação do parque ecológico Samuel Klabin em Monte Alegre (PR). (KLABIN,
2008).
Em 1986, as Indústrias Klabin do Paraná de Celulose S/A (IKPC)
passam a chamar-se Indústrias Klabin de Papel e Celulose S/A. No mesmo
ano são feitos novos investimentos na expansão da base florestal da Riocell e
na instalação de novos equipamentos para a produção de celulose
branqueada. (KLABIN, 2009a).
Em 1989 é criado o centro de documentação e memória histórica da
Klabin e em agosto constitui-se a Klabin Fabricadora de Papel e Celulose S/A
(KFPC) para administrar as atividades fabris do grupo. A IKPC torne-se uma
holding. (KLABIN, 2009a).
Em 1992, com o início das atividades na unidade de Jundiaí (SP) é
desativada a unidade Vila Anastácio (SP). O ano também foi marcado pela
joint-venture para constituição da Bacell Ltda., com KFPC e Lenzing
Aktiengesellschaft como acionistas, para a produção de celulose solúvel de alta
qualidade para a indústria têxtil. (KLABIN, 2009a).
Acontece a desativação da Unidade Vila Anastácio e a transferência de
funcionários e maquinário para a recém construída Unidade Jundiaí (SP).
Acontece também a aprovação da incorporação da COPA pela KFPC, como
filial e a formação da Divisão COPA Fabricadora, com incorporação das
Unidades Mogi das Cruzes (SP) e São Paulo (SP), bem como a incorporação
da PONSAPAR Participações pela PONSA. (KLABIN, 2009a).
Em 1993 acontece a entrada da Papel e Celulose Catarinense Ltda. no
setor de papéis descartáveis com inauguração da fábrica de papel tissue e a
transformação em S/A da Bacel Ltda com a associação da International
Finance Corporation. (KLABIN, 2009a).
Em 1994, a Bacell recebe apoio finaceiro do Sistema BNDES e do
Deutsche Investitions-und Entwicklungsgesellchaft GmbH. (KLABIN, 2009a).
No ano de 1995 acontece a instalação do setor de fábrica de papéis
27
sanitários em Recife (PE), em uma unidade fabril desativada da Bates.
Em 1996 acontece a reorganização de terminologias de setores
produtivos: o termo divisão é substituído por unidade de negócio e a KFPC fica
responsável pela Unidade de Negócio Paraná (Unidade fabril de Telêmaco
Borba, PR) e pela Unidade de Negócio Papelão Ondulado (Unidades Betim
(MG), Jundiaí e Piracicaba (SP), São Leopoldo (RS), Del Castilho (RJ).
(KLABIN, 2009a).
Com a cisão parcial da KFPC, acontece a transferência do setor de
papéis sanitários (Divisão COPA Fabricadora) para a Papel e Celulose
Catarinense Ltda. Acontece também a alteração da razão social da Papel e
Celulose Catarinense Ltda para Celucat S/A que fica responsável pela Unidade
de Negócio Papéis Sanitários (Unidades Correia Pinto (SC), São Paulo, Mogi
das Cruzes e Cruzeiro (SP), Recife (PE), Mendes (RJ) e pela Unidade de
Negócio Kraft - Unidades de Correia Pinto e Lages (SC), Contagem (MG).
(KLABIN, 2009a).
Forma-se a joint-venture entre a IKPC e a Kimberly-Clark, em 1997,
através das subsidiárias Kimberly-Clark Worldwide Inc. e Celucat S/A,
controladas pela empresa Celulosa Argentina S/A. A nova empresa é
denominada KCK Tissue S/A (KLABIN, 2008).
Em julho de 1997 é desativada a Unidade Santana. Em dezembro do
mesmo ano inicia-se a produção da KCK Tissue S/A e a constituição da Klabin
Tissue S/A, como subsidiária de IKPC. O ano também é marcado pela
transferência de direitos, obrigações e bens da Unidade de Negócio Papéis
Sanitários para a Klabin Tissue S/A e a separação das Unidades de Negócio
Embalagens e Descartáveis. (KLABIN, 2008).
Em 1998, a Unidade Piracicaba (SP) é expandida.
Klabin Tissue S/A passou a chama-se Klabin Kimberly em 1999.
Em 31 de janeiro de 1999 acontece a incorporação da KFPC pela
Celucat S/A, e a passagem dos estabelecimentos de KFPC à condição de
filiais, formando a Unidade de Negócio Embalagens. (KLABIN, 2009a).
A empresa adquire a Bacraft e Lalekla pela Klabin Kimberly e é
inaugurada a máquina de reciclagem de embalagem Tetra Pak, na Unidade
Piracicaba (SP). (KLABIN, 2009a).
Em 1998, é feita a joint-venture com a Boise Cascade para a produção e
28
comercialização de produtos de madeira. (KLABIN, 2009a).
Em fevereiro de 2000 é feita outra joint-venture entre Klabin e Norske
Skog, para a produção de papel imprensa na Unidade Monte Alegre (PR). Em
abril iniciam-se as operações da Norske Skog Klabin. Em 3 de outubro é
adquirida a Igaras Papéis e Embalagens S/A, por meio da subsidiária Klabin
Argentina S/A (KLABIN, 2008).
Em setembro de 2001 acontece a restauração do Monumento a Carlos
Gomes na Praça Ramos de Azevedo em São Paulo. (KLABIN, 2008).
Em 2002 a empresa dá ênfase no desenvolvimento de produtos que
agregam valor aos negócios dos clientes e inicia-se a exportação de papel
cartão Carrier Board para o mercado norte-americano e são conquistados
novos clientes na Europa, Estados Unidos e China com exportação de celulose
solúvel. (KLABIN, 2008).
Em 3 de abril de 2003 a Klabin S/A deixa de produzir papel imprensa e
sai do setor e em 20 de agosto acontece a venda da participação acionária de
81,711% do capital total da Klabin Bacell S/A Acontece também a venda da
participação de 50% nas sociedades Klabin Kimberly S/A (Brasil) e KCK Tissue
S/A (Argentina) para a Kimberly-Clark Tissue do Brasil Ltda e Kimberly Clark
Argentina S/A e a saída da Klabin do setor de descartáveis e desmobilização
de ativos da Riocell. (KLABIN, 2008).
No ano de 2004,a Klabin passa a integrar o Chicago Climate Exchang
(CCX), e torna-se a primeira empresa brasileira a participar da bolsa de
créditos de carbono. (KLABIN, 2008).
Em 26 de abril é marcado pelo recorde nas exportações, comparado ao
primeiro trimestre de cada ano. Em maio acontece a criação do Projeto Monte
Alegre 675 para elevar a capacidade da produção da Unidade Monte Alegre
(PR). (KLABIN, 2008).
Em 1 de junho de 2004 ocorre o lançamento de cartão Klakold para
embalagem de frigorificados. (KLABIN, 2008).
Em 9 de agosto acontece o lançamento do Programa Caiubi de
Educação Ambiental e em 10 de novembro a saída do setor de envelopes. Em
dezembro é feito novo investimento na expansão da Unidade de Monte Alegre
(PR). (KLABIN, 2008).
Em 2005, as florestas da Klabin em Santa Catarina ganham o selo
29
Forest Stewardship Council (FSC), considerada a mais respeitada entidade do
mundo em sustentabilidade. Com o selo, a Klabin passa a ter quase 100% de
suas florestas certificadas. (KLABIN, 2008).
A Klabin conquista a certificação Forest Stewardship Council (FSC) para
a cadeia de custódia de papel cartão e kraftliner na unidade do Paraná
tornando-se
a
única
empresa
do
mundo
a
receber
tal
selo.
Concomitantemente, acontece o lançamento do Programa Klabin Jovem de
Futuro nas unidades de Feira de Santana, Goiana, Itajaí, Jundiaí, Lages,
Piracicaba, Ponte Nova, São Leopoldo e Telêmaco Borba. (KLABIN, 2009a).
A Klabin conquista 29 prêmios ao longo do ano em várias áreas com
destaque para:
a) Prêmio Eco com o caso Unidade Monte Alegre que foi premiado na
categoria Gestão Empresarial para a Sustentabilidade. O Prêmio Eco
é uma realização da Câmara Americana de Comércio (AMCHAM);
b) Prêmio CNI através do Projeto Plasma, desenvolvido pela Klabin em
parceria com Tetra Pak, Alcoa e TSL Ambiental, onde foi o vencedor
na categoria Desenvolvimento Sustentável, modalidade Produção
Mais Limpa no âmbito estadual e nacional. O prêmio é uma iniciativa
da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e da Federação das
Indústrias de São Paulo (FIESP);
c) Prêmio USP de Comunicação Corporativa onde a empresa foi
vencedora na categoria Campanha com o caso ―A Comunicação
Integrada Como Alicerce para a Construção da Marca‖. O prêmio é
uma realização da ECA- Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo;
d) Klabin, Tetra Pak, Alcoa e TSL Ambiental inauguram, em Piracicaba
(SP) no interior de São Paulo, a primeira planta do mundo do projeto
Plasma para a reciclagem de embalagens longa vida (KLABIN,
2009a).
Em 2006, a Klabin conquista o selo FSC para a produção de papéis e
sacos industriais na unidade de Angatuba, no estado de São Paulo. Em março
recebe o XV Troféu Embanews, vencedora em duas categorias: Projeto
Plasma de reciclagem de embalagens longa vida, e o papel cartão da Klabin na
categoria máquinas, equipamento e sistemas. (KLABIN, 2009a).
30
Em maio é premiada no V Prêmio Qualidade Exportação, organizado
pela revista Madeira, o prêmio que é considerado um dos mais importantes dos
setores madeireiros, moveleiro e papel e celulose, é um reconhecimento das
maiores empresas exportadoras do país. (KLABIN, 2009a).
Acontece nova conquista do selo FSC nas produções de papel cartão e
kraftliner nas Unidades de Angatuba (SP), sacos industriais em Lages (SC), e
sacraft e kraftliner (papéis para embalagem) em Correia Pinto e Otacílio Costa
(SC). (KLABIN, 2009a).
A Klabin é eleita pela revista Exame, na edição Maiores e Melhores
como a empresa do setor de papel e celulose no ranking de 2006. (KLABIN,
2009a).
A conquista do certificado FSC para embalagem de papel cartão a
empresa torna-se a primeira embalagem brasileira a conquistar o selo, sendo
uma parceria entre a Klabin, a gráfica Box Print e a Natura. A conquista desse
selo representa toda a cadeia de produção da embalagem e a certificação
também garante a rastreabilidade das matérias primas em toda a cadeia
produtiva. (KLABIN, 2009a).
Em 2006 acontece também a recertificação do Sistema Integrado de
Gestão (SIG) que compreende a ISO9001, ISO 14.001 e OHSAS 18.001 nas
Unidades de Otacílio Costa e Correia Pinto (SC). Em agosto e setembro é feito
o lançamento do Programa Jovem de Futuro nas Unidades de Betim (MG),
Angatuba (SP) e Guapimirim (RJ). Em setembro, outubro e novembro,
respectivamente novas Unidades são envolvidas no Programa Klabin Jovem de
Futuro: Goiana (PE), Feira de Santana (BA), Piracicaba e Jundiaí (SP), Ponta
Grossa (MG), Correia Pinto, Itajaí, Lages e Otacílio Costa (SC), São Leopoldo
(RS) e Telêmaco Borba (PR). Em dezembro acontece a unificação dos
escritórios corporativos da Klabin, Rocio e Formosa para a nova sede do
Edifício Faria Lima Square. (KLABIN, 2009a).
Em 2007 a Klabin conquista o selo FSC para a produção de papéis
reciclados e embalagens de papelão ondulado nas unidades de Jundiaí Distrito
Industrial, Jundiaí Tijuco Preto, Piracicaba (SP), Itajaí (SC), Ponte Nova, Betim
(MG), Feira de Santana (BA), Goiana (PE), Guapimirim (RJ). Em fevereiro
iniciam-se as obras do Centro de Capacitação para adolescentes em Feira de
Santana (BA). A Klabin contribuiu com a doação do terreno. (KLABIN, 2009a).
31
Em 19 de abril a Klabin comemorou 108 anos de muita história e
tradição e a empresa faz o lançamento de um novo produto: o palete de
papelão ondulado, mais resistente e mais leve. (KLABIN, 2009a).
O Programa Caiubi de Educação Ambiental é lançado em Santa
Catarina. (KLABIN, 2009a).
Conquista-se novamente o selo FSC nas categorias Papel Reciclado
pelas Unidades de Guapimirim e Piracicaba e Papelão Ondulado pelas
Unidades de Jundiaí(TP/DI), Piracicaba e Itajaí. (KLABIN, 2008).
Ao longo dos 109 anos de história, a Klabin produziu ricos acervos
documentais que constituem testemunhos do seu passado e referência para o
futuro. Reunir, catalogar e disseminar esses acervos é o maior objetivo do
Centro de Documentação e Memória Klabin. (KLABIN, 2008).
A preservação da memória e seu uso como fonte de informação
retrospectiva à gestão empresarial é um diferencial importante no contexto dos
negócios. Incentivar e preservar o registro da memória, agregando valor à
gestão empresarial, é um de seus principais focos. (KLABIN, 2009a).
Atualmente, o acervo conta com imagens, peças audiovisuais, livros,
objetos museológicos, milhares de documentos textuais e depoimentos.
(KLABIN, 2009a).
1.1
A empresa
A Klabin S/A é uma empresa de destaque no ramo de embalagem de
papelão ondulado no Brasil, sendo a maior produtora, exportadora e
recicladora de papéis do Brasil. (KLABIN, 2009a).
Aos 110 anos, a Klabin é líder nos segmentos de papéis e cartões para
embalagens, embalagem de papelão ondulado e sacos industriais, também
produz e comercializa madeira em toras para serrarias e laminadoras, para uso
na indústria moveleira e na construção civil. (KLABIN, 2008).
Referência mundial no desenvolvimento sustentável posiciona-se como
uma das seis maiores fabricantes globais de cartões de fibras virgens, sendo
sua unidade no Estado do Paraná uma das dez maiores fábricas integradas de
32
celulose e papel do mundo. (KLABIN, 2009a).
A Klabin comercializa seus produtos para mais de 50 países, em cinco
continentes (Figura 6).
Fonte: Klabin (2009b)
Figura 6: Presença mundial
No final de 2008, registrava mais de 13,4 mil empregados próprios e
prestadores de serviços. O número de fornecedores chegou a 2.063 empresas
nacionais e 170 internacionais. Em áreas próprias e de parceiros, possui 224
mil hectares de florestas plantadas com alta produtividade e 187 mil hectares
de matas nativas preservadas Alegre, em Telêmaco Borba (PR), detém ainda
nos estados de São Paulo, do Paraná e de a certificação OHSAS 18001, de
segurança Santa Catarina. (KLABIN, 2009a).
Os cerca de 3 mil clientes regulares da Klabin podem contar com
produtos certificados pelo FSC. (KLABIN, 2009a).
As florestas do Paraná e de Santa Catarina e todas as unidades
industriais no Brasil, de papéis, cartões, sacos industriais e papelão ondulado,
possuem o selo internacional atestando a rastreabilidade das matérias-primas
em todas as etapas da produção, um indicativo de atuação sustentável. Em
33
2008 a Klabin completou dez anos da certificação florestal, como pioneira no
hemisfério sul dentre as companhias do setor. (KLABIN, 2009a).
Possui certificações de gestão de qualidade ISO 9001 e ambiental ISO
14001 em todas as unidades de negócio. A Unidade Monte Alegre, em
Telêmaco Borba (PR), detém ainda a certificação OHSAS 18001, de segurança
e saúde ocupacional, e ISO 22000, que regulariza o Sistema de Gestão para
Segurança de Alimentos. Conta também com a avaliação pelo instituto alemão
Isega de que os papéis para embalagem podem ser utilizados em contato
direto com os alimentos. (KLABIN, 2008).
Empresa de capital aberto, é controlada pela holding Klabin Irmãos, que
detém 59,5% do capital votante. Suas ações são negociadas na Bolsa de
Valores de São Paulo desde 1979.
No ano, o volume de vendas consolidado (excluindo madeira) totalizou
1.579 mil toneladas. A receita bruta atingiu R$ 3,7 bilhões e a receita líquida,
R$ 3,1 bilhões.
Em 2009, a Klabin completa 110 anos. E se prepara para um novo ciclo
de compromisso com seus clientes, colaboradores, fornecedores, acionistas,
meio ambiente e sociedade. Ao longo de sua história, a Klabin soube se
renovar, criando valor e crescendo. E está pronta para os novos desafios e
conquistas em seu futuro.
1.1.1 Missão
Atrair, aperfeiçoar e reter profissionais de talento, desenvolvendo e
estimulando potenciais e habilidades. Isso se dá por meio de constantes
programas de formação, além de um amplo programa de beneficios.
1.1.2 Unidades
Com 17 unidades industriais no Brasil e uma na Argentina, totaliza
34
capacidade anual de produção de 2 milhões de toneladas de papéis. Presente
em oito estados está organizada em quatro unidades de negócios: Florestal,
Papéis, Embalagens de Papelão Ondulado e Sacos Industriais (Figura 7).
(KLABIN, 2008).
Fonte: Klabin (2009b)
Figura 7: Mapa das unidades Klabin
1.1.2.1 Unidade florestal
A Unidade Florestal é responsável pelo abastecimento de madeira e
35
matéria-prima para todas as fábricas de papel da empresa, a Unidade de
Negócio Florestal é a maior produtora brasileira de toras destinadas a serraria
e laminação originadas de florestas plantadas. Com processos de produção
que garantem confiabilidade e baixo custo a seus produtos, a Klabin é
referência mundial em manejo florestal.
Para cada 100 hectares de florestas plantadas, a empresa mantém
cerca de 83 hectares de matas nativas preservadas. A preocupação com a
preservação do meio ambiente, a responsabilidade social e a adoção do
conceito
Desenvolvimento
Sustentável
vêm
rendendo
à
empresa
o
reconhecimento público e de importantes organizações ligadas à proteção
ambiental. (KLABIN, 2008).
A Klabin foi a primeira empresa do setor de Papel e Celulose das
Américas a ter suas florestas, no Paraná, certificadas pelo FSC, confirmando
que a empresa desenvolve suas atividades dentro dos mais elevados padrões
de conservação ambiental e sustentabilidade socioeconômica. O processo foi
iniciado em 1996, obtendo-se o certificado de Manejo Florestal em 1998.
(KLABIN, 2008).
Em 1999, a empresa recebeu a certificação de manejo de plantas
medicinais. E, em 2001, completou-se o ciclo com a certificação da cadeia de
custódia dos produtos florestais não-madeireiros, abrindo para a Empresa
oportunidades de comercialização de fitoterápicos e fitocosméticos com o selo
do FSC. (KLABIN, 2008).
As florestas localizadas em Santa Catarina foram certificadas pelo FSC
em 2004. A FSC internacional atesta a aderência entre o manejo florestal e
seus princípios e critérios, além de rastrear e certificar produtos oriundos
dessas florestas em toda a sua cadeia de produção. (KLABIN, 2008).
A Unidade de Monte Alegre, em Telêmaco Borba, no Paraná, que é a
maior fábrica de papéis do Brasil, recebeu em julho de 2005 o selo FSC Mixed,
que garante que pelo menos 70% da madeira utilizada na produção dos papéis
é certificada pelo próprio FSC, e que o restante é madeira controlada, originada
do cultivo de produtores fomentados. (KLABIN, 2008).
A política de compra de madeira da Klabin S/A evita a aquisição de
produtos que integrem as seguintes categorias:
a) madeira oriunda de exploração ilegal;
36
b) madeira cuja exploração implicou na violação de direitos civis e
tradicionais;
c) madeira obtida de florestas cujo alto valor de conservação está
ameaçado pelas atividades de manejo;
d) madeira oriunda de florestas cujas terras estão sendo convertidas em
plantações ou destinadas a outros usos que não o florestal;
e) madeira de florestas onde são plantadas árvores geneticamente
modificadas. (KLABIN, 2008).
As certificações vieram comprovar uma política que acompanha a Klabin
há décadas, de respeito ao meio ambiente e em favor do desenvolvimento
socioeconômico sustentado. Reforçam ainda a imagem internacional do grupo,
como incentivador da utilização racional dos recursos naturais. (KLABIN,
2009a).
Praticamente 100% das florestas da Klabin têm o selo FSC, abrangendo
as áreas do Paraná e de Santa Catarina. Em 2008, foram recertificadas as
florestas no Paraná, com validade pelos próximos cinco anos. (KLABIN,
2009a).
Durante o ano, a Klabin movimentou 8,4 milhões de toneladas de toras e
cavacos de pínus e eucalipto e biomassa para produção de energia, volume
16% superior ao de 2007. Desse total, 6,1 milhões de toneladas foram
transferidas para as fábricas do Paraná, de Santa Catarina e de São Paulo. O
volume de vendas de toras para serrarias e laminadoras foi de 2,3 milhões de
toneladas em 2008, 5% inferior a 2007, afetado pelo declínio do mercado de
construção residencial norte-americano, principal destino das exportações de
produtos sólidos de madeira dos clientes da companhia. (KLABIN, 2008).
Em 2008, a Klabin continuou a sua expansão de áreas florestais nos
estados do Paraná e de Santa Catarina, buscando, com isso, oportunidades de
assegurar o crescimento da empresa. Em 2008 foram plantados 16 mil
hectares em terras próprias e 6 mil hectares em áreas de parceiros. No final do
exercício, a Klabin detinha, em áreas próprias e de parceiros, 224 mil hectares
de florestas plantadas – 155 mil hectares com pínus e araucária e 69 mil
hectares com eucalipto – e 187 mil hectares de áreas de preservação
permanente e reserva legal, crescimento de 4% e 7%, respectivamente, em
comparação a 2007. (KLABIN, 2008).
37
No ano, foi introduzida uma importante mudança no sistema de colheita
de madeira e de coleta de resíduos florestais, reflexo de uma visão abrangente
de longo prazo e de melhoria contínua. Iniciada no Paraná e estendida para
Santa Catarina tem como um dos principais objetivos otimizar o processo de
colheita de madeira e produção de biomassa como fonte de energia, com base
em práticas sustentáveis. Todas as etapas foram aprimoradas, o que permitiu
criar um modelo bem-estruturado, com maior produtividade e redução de custo.
O projeto para o novo modelo, chamado de Módulo de Colheita, demandará
investimento total de R$ 77 milhões, dos quais R$ 30 milhões aplicados em
2008, com previsão de estar concluído em 2009. Ele proporciona:
a) mais segurança e conforto aos operadores, que trabalham em
cabines ergonômicas e protegidas inclusive contra tombamento;
b) redução de 90% na quebra de madeira.
c) ganho adicional proporcionado pela retirada e pelo aproveitamento
dos resíduos florestais (galhos e copas de árvores), que se tornam
biomassa para a geração de energia limpa na fábrica;
d) melhor conservação do solo, efeito da menor pressão dos
equipamentos sobre o terreno, e facilidade no preparo de solo dos
plantios futuros de florestas;
e) a operação de derrubada é realizada com precisão para evitar danos
às áreas de preservação. (KLABIN, 2009a).
Processadores computadorizados são capazes de medir os diâmetros e
os comprimentos desejados para as toras, fazendo o corte exato. Eles também
fornecem relatórios de quantidade de toras e volume cortado no turno de
trabalho. Os motores a diesel que equipam as máquinas são de última
geração, visando à menor emissão possível de gases poluentes. Outra
preocupação foi garantir que a manutenção e o gerenciamento dos módulos de
colheita estejam próximos à operação. Uma oficina bem-equipada e um
escritório móvel, conectado via satélite aos sistemas da Klabin, fazem parte de
cada módulo operacional. (KLABIN, 2009a).
O Programa de Fomento Florestal da Klabin, desde o início, em 1984,
beneficiou 18 mil proprietários com o plantio de 87 mil hectares e 145 milhões
de mudas distribuídas, em 76 municípios dos estados do Paraná, de Santa
Catarina e de São Paulo. Em 2008, o fomento atingiu 14 mil hectares,
38
abrangendo 4,7 mil produtores rurais. No ano, eles responderam por 9% do
abastecimento da madeira consumida pelas unidades industriais. (KLABIN,
2009a).
A meta é que essa parcela represente 20% do consumo em 2012.
O programa tem o objetivo de ampliar a renda dos produtores rurais,
com a formação de florestas em áreas ociosas e marginais das propriedades.
Além de promover a recuperação da mata nativa, a atividade auxilia na fixação
de populações rurais, pois garante poupança futura para pequenos e médios
proprietários. (KLABIN, 2009a).
O fomento florestal também traz benefícios ambientais, pois as florestas
preservam e protegem os solos da erosão, evitam o assoreamento dos rios e
regularizam o fluxo de água e de chuvas. (KLABIN, 2009a).
Os fomentados contam com orientação técnica da Klabin em todas as
etapas do cultivo – do fornecimento das mudas e correto manejo florestal a
noções sobre a comercialização de madeira. A atividade conta com apoio do
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do
Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (Propflora),
modalidades de financiamento em que a Klabin se torna avalista dos
produtores rurais. Os fomentados também têm a garantia de compra do
produto por parte da empresa ao preço de mercado. (KLABIN, 2008).
Já o Programa Matas Legais, criado em 2005, direcionado aos
fomentados, já beneficia mais de 200 produtores rurais em Santa Catarina e
140 no Paraná, onde foi iniciado em 2008. (KLABIN, 2008).
Desenvolvido em parceria com a Associação de Preservação do Meio
Ambiente e da Vida (Apremavi), tem como objetivo ajudar os produtores a
planejar suas propriedades atendendo à legislação ambiental, com o
desenvolvimento de atividades sustentáveis. Uma equipe técnica especializada
é responsável por ensinar aos produtores conceitos de ecologia e orientar o
desenvolvimento de atividades como agricultura, ecoturismo e fomento
florestal.
O resultado é o cumprimento das normas ambientais vigentes e, ainda, a
formação de um lugar agradável para viver e trabalhar. (KLABIN, 2008).
39
1.1.2.2 Unidade papéis
A Klabin é pioneira e líder na produção de kraftliner e maior produtora e
exportadora de papéis para embalagens na América Latina. É responsável por
cerca de 6% do papel kraftliner comercializado no mercado internacional,
oferecendo a seus clientes produtos certificados e de alta qualidade. (KLABIN,
2008).
Fonte: Klabin (2009a)
Figura 8: Processo produtivo do papel
O papel kraft fabricado pela Klabin abastece de forma integrada as nove
fábricas de embalagens de papelão ondulado da Companhia, além de ser
comercializado para fabricantes de embalagens em mais de 60 países.
(KLABIN, 2008).
Já na linha de papel cartão, os produtos da Klabin são diferenciados por
ser produzidos a partir de um mix de fibras virgens curtas (de eucalipto) e
longas (originadas de pínus), conferindo resistência e printabilidade às
40
embalagens dos clientes. (KLABIN, 2008). A Figura 8 mostra o processo
produtivo da Unidade Papéis.
Os papéis e cartões Klabin possuem o selo FSC para cadeia produtiva e
a certificação alemã do ISEGA, uma garantia de que os produtos podem ter
contato direto com alimentos. (KLABIN, 2008).
O setor de papel cartão é a expressão da alta tecnologia da Klabin,
voltada para o desenvolvimento de produtos de maior valor agregado, para
atender às demandas dos clientes mais exigentes. (KLABIN, 2008).
Aprovado em janeiro de 2006 pelo Conselho de Administração da
Klabin, o Projeto MA - 1100 tem como objetivo elevar a capacidade da fábrica
de Monte Alegre, em Telêmaco Borba, no Paraná, de 700 mil toneladas/ano
para 1,1 milhão de toneladas/ano – elevando a produção total da empresa de
papel cartão de 340 para 740 mil toneladas/ano. A Licença Prévia e a Licença
de Instalação já foram aprovadas, o que significa que todos os pré-requisitos
ambientais foram atendidos para o início das obras. (KLABIN, 2008).
O volume de vendas de papéis e cartões foi de 964 mil toneladas (com
Liquid Packaging Board – LPB), 18% acima do exercício anterior. A receita
líquida somou R$ 1,48 bilhão, 21% superior à de 2007. O resultado positivo
deve-se à entrada em produção da nova máquina do Projeto de Expansão MA
- 1100, aliada a fatores como inovação tecnológica, presença comercial,
estrutura da empresa, certificação e gestão ambiental. (KLABIN, 2008).
O MA - 1100 coloca a Klabin em uma excelente posição no mercado
global, como um grande produtor com custo de produção e de distribuição
altamente competitivos, pois a participação da Klabin no mercado doméstico de
papel cartão, passou de 12% em 2007, para 18%, em 2008 (sem LPB). Tudo
isso,
sem
nunca
esquecer
de
seu
compromisso
histórico
com
o
desenvolvimento sustentável e com a excelência em atendimento ao cliente.
(KLABIN, 2008).
Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento permitiram lançar
novas linhas de papéis com gramatura menor, mantendo as mesmas
características técnicas estruturais e de qualidade. Nos segmentos de cartões
e kraftliner, a redução de gramatura variou de 4% a 10%, com ganhos
econômicos para os clientes e vantagens ambientais, pelo uso de menos fibras
para fabricar a embalagem. (KLABIN, 2008).
41
A aquisição de uma nova máquina de papel de última geração, a
Máquina 9 (Anexo A), a instalação de uma linha de produção de fibra de
eucalipto pelo processo Chemi-Thermo Mechanical Pulp (CTMP), a maior do
Brasil, e a implementação de uma nova planta de co-geração de vapor e
energia com base em biomassa, através de uma nova caldeira de biomassa,
com capacidade de 250 toneladas de vapor/hora, trabalhando a 5000 ºC e 100
bar de pressão que, com essa configuração, será a planta de co-geração mais
eficiente no setor de Papel e Celulose no Brasil. Com isso, a Klabin pretende,
além de aumentar a capacidade produtiva, elevar o uso do eucalipto no
processo produtivo, resultando em cartões mais competitivos nos mercados
internacionais, tanto na qualidade quanto nos custos. (KLABIN, 2008).
Com a aquisição da Máquina 9 a Klabin ampliou a capacidade de
produção da Unidade Monte Alegre para 1,1 milhão de toneladas/ano,
posicionando a unidade entre as dez maiores fábricas de papel do mundo e
como a sexta maior fabricante global de papel cartão de fibras virgens. A
Máquina 9 possui capacidade para produzir 350.000 toneladas/ano de papel
cartão dos tipos:
a) Folding Box Board, utilizado na fabricação de embalagens para
alimentos, de higiene e limpeza, eletrodomésticos, brinquedos, entre
outros;
b) Carrier Board, usado em embalagens multipack para cervejas,
refrigerantes, iogurtes, entre outros;
c) Liquid
Packaging
Board
(LPB),
utilizado
na
fabricação
de
embalagens longa vida para alimentos líquidos e pastosos. (KLABIN,
2008).
Com a entrada em operação da MP9 em Monte Alegre, o volume de
vendas de cartões da Klabin atingiu 506 mil toneladas, aumento de 43% em
relação a 2007. A receita líquida acumulou R$ 935 milhões, incremento de 35%
quando comparado ao ano anterior. (KLABIN, 2009a).
O crescimento das vendas de papel cartão no mercado externo em 2008
foi de 110% sobre a mesma base do ano anterior. O volume exportado, de 216
mil toneladas, representou 43% do total comercializado no ano (29% em 2007).
Isso se deve, principalmente, à maior disponibilidade de cartões com a
expansão de capacidade na Unidade Monte Alegre, projeto executado com
42
base na mais moderna tecnologia industrial e ambiental disponível no
momento. (KLABIN, 2008).
A empresa investirá nesta expansão cerca de R$ 1,5 bilhão. A Unidade
de Monte Alegre, que já é a maior fábrica de papéis do Brasil, ficará entre as
dez maiores fábricas de papel do mundo, e a Klabin se tornará uma das seis
maiores fabricantes globais de cartões de fibras virgens. (KLABIN, 2008).
Aberta no segundo semestre de 2008, a nova estrutura comercial na
Europa obteve excelente resultado, com o fechamento de contratos e
propostas de novos negócios. (KLABIN, 2008).
A empresa também investe na ampliação das vendas para os mercados
da Austrália e da Nova Zelândia. (KLABIN, 2008).
Os cartões da Klabin já inovam no mercado pela associação das fibras
longas (pínus) e curtas (eucalipto), com vantagens comparativas, por
agregarem as melhores qualidades de ambas: resistência e qualidade de
impressão. As principais utilizações do papel cartão são nos segmentos de
alimentos (leite, lácteos, sucos, molhos, vinhos e refrigerados), bebidas
(refrigerantes e cervejas), higiene, limpeza e farmacêuticos. (KLABIN, 2008).
A Klabin é a única fabricante no hemisfério sul de cartões da linha Liquid
Packaging Board (LPB) para embalar líquidos e alimentos pastosos. Também
produz cartões para embalagens em geral – produtos alimentícios (refrigerados
e congelados), de higiene e limpeza, brinquedos, calçados e eletroeletrônicos –
tipo multipack (como as de cervejas, refrigerantes e iogurtes). (KLABIN, 2008).
Fonte: Klabin (2009b)
Figura 9: Embalagens produzidas com papel cartão da Klabin
No ano de 2008, foi desenvolvido o papel cartão triplex, dirigido a
43
segmentos de mercado que valorizam também a brancura do verso em
algumas
embalagens,
como
em
fast
food
cosméticos
e
impressos
promocionais. (KLABIN, 2008).
Os principais fornecedores já foram escolhidos. Estão com a Klabin
importantes empresas, como Metso Paper (pátio de madeira, branqueamento e
cozinha de tinta para revestimento), Andritz (CTMP), Voith Paper (MP 09), CBC
(Caldeira de Recuperação 2), Babcock Power Espanha (Caldeira de Força),
Kvaerner (reforma do digestor, evaporação, caustificação e novo forno de cal),
ABB (automação), Siemens/CNEC (Turbogerador), Centroprojekt (ETE) e Enfil
(tratamento de água para caldeiras). A previsão é de que todo o projeto de
expansão termine com o início das atividades fabris no final de 2007. (KLABIN,
2009a).
Os benefícios socioambientais para a região serão diversos, como a
redução da carga específica de emissões para o rio Tibagi, a redução do
consumo de óleo com a instalação da nova caldeira de biomassa, com a
consequente redução de emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), a redução
dos resíduos sólidos e do consumo de água na Klabin e na região de Telêmaco
Borba. O projeto prevê a criação de cerca de 1.000 empregos diretos, sendo
250 na operação da fábrica e 750 na área florestal. Durante a implantação do
projeto, estima-se a criação de até 4,5 mil empregos. Prevê-se o pagamento de
R$ 350 milhões em impostos e de R$ 13 milhões por ano em salários na
região, beneficiando o seu desenvolvimento e estimulando ainda mais os
programas de Fomento e Arrendamentos Florestais. (KLABIN, 2009a).
O papel kraftliner fabricado pela Klabin abastece de forma integrada as
nove fábricas de embalagens de papelão ondulado da empresa e é exportado
para mais de 50 países, sendo a maior fornecedora de vários mercados na
América Latina. (KLABIN, 2008).
As vendas de kraftliner em 2008 atingiram 458 mil toneladas, 1% inferior
a 2007. A receita líquida acumulou R$ 545 milhões, crescimento de 3%. O
preço internacional médio do kraftline em 2008 foi de US$ 732/t, segundo
dados da Foex – companhia privada, situada em Helsinki, Finlândia, que
levanta semanalmente os índices de preços para os principais tipos de celulose
e papel negociados na Europa. (KLABIN, 2008).
A empresa é pioneira e líder na produção e exportação desse tipo de
44
papel na região, respondendo por 74% das exportações brasileiras.
Atualmente, a Klabin possui 6% do mercado extrazona de kraftliner Em 2008,
em continuidade ao processo de oferecer ao mercado soluções para
embalagens cada vez mais competitivas e sustentáveis, foram reduzidas as
gramaturas do papel kraftliner, de 140 para 135 gramas por metro quadrado e
de 115 para 110 gramas por metro quadrado, com propriedades físicas
similares. O papel white top liner também teve redução de gramatura,
passando de 150 para 140 gramas por metro quadrado. (KLABIN, 2008).
Fonte: Klabin (2009b)
Figura 10: Bobina de kraftliner
As vantagens são econômicas e ambientais, pois, com a redução da
gramatura, o metro quadrado fica mais barato para o cliente e utiliza-se menos
matéria-prima para a fabricação do produto, o que reduz custos de transporte
e, principalmente, diminui os descartes. (KLABIN, 2008).
1.1.2.3 Unidade papelão ondulado
A Klabin é líder em papelão ondulado no Brasil e possui a maior
capacidade de produção do mercado nacional. As embalagens de papelão
ondulado são produzidas utilizando-se papéis fabricados pela própria empresa,
45
o que garante a qualidade do produto final. Comercializadas principalmente no
mercado interno, as embalagens atendem aos mais diversos segmentos com
soluções inovadoras. São ideais para o acondicionamento e o transporte de
variados produtos dos setores alimentício, de higiene e limpeza, frigorificados
para exportação, fruticultura, entre outros. (KLABIN, 2008).
Para atuar em um segmento altamente competitivo, a Klabin investe
constantemente na inovação dos produtos e processos, o que inclui
reengenharia de materiais, canais de distribuição, sistemas de embalagem e
prestação de serviços. (KLABIN, 2009a).
Todo o papel utilizado para a fabricação das embalagens é produzido
pela própria Klabin, tanto os papéis de fibra virgem quanto os papéis
reciclados, permitindo garantia da qualidade da matéria prima.
Atualmente, a produção de embalagens de papelão ondulado e papéis
reciclados produzidos pela Klabin já pode ser comercializada com o selo de
sustentabilidade FSC. (KLABIN, 2008).
As fábricas de conversão da empresa possuem tecnologia para produzir
caixas com os mais diversos tipos de papelão ondulado, desde ondas maiores,
como a A, B e C, até o Microondulado. Algumas dessas ondas podem ser
combinadas entre si, permitindo uma ampla gama de aplicações e resistências.
Além disso, a Klabin trabalha com diferentes tratamentos para aumentar a
resistência térmica das embalagens, protegê-las contra umidade e impedir a
penetração de gordura. Para o armazenamento e transporte de produtos
alimentícios, a empresa utiliza produtos isentos de contaminantes. (KLABIN,
2009a).
A flexografia é o tipo de impressão preponderante no papelão ondulado,
mas a Klabin também trabalha com impressão em offset, utilizando parceiros
especializados. A impressão flexográfica de até 4 cores permite resultados
incríveis, com agilidade e economia. A utilização de combinações através da
cromia aumenta a gama de cores e tons obtidos a partir das 4 cores primárias,
permitindo que o resultado desejado na embalagem seja atingido da melhor
forma. Além disso, a Klabin trabalha com tintas atóxicas, ideais para o
transporte de alimentos. (KLABIN, 2009a).
Com foco nas necessidades dos clientes, a Klabin desenvolve todo tipo
de embalagem, respondendo aos desafios apresentados pelas mais diversas
46
especificações e exigências. Para isso, a Klabin mantém uma equipe de
profissionais de excelência e laboratórios de alta tecnologia, pesquisando e
desenvolvendo novos produtos para atender às necessidades de forma
inovadora, conjunta, personalizada e diferenciada. (KLABIN, 2009a).
Mais do que fornecer produtos, a Klabin busca atuar como uma
verdadeira consultoria em soluções de embalagem. A área de Sistemas de
Embalagem cria processos de montagem automática de embalagens na
própria planta do cliente, usando equipamentos que podem ser integradas à
sua linha de produção. (KLABIN, 2009a).
Os sistemas de embalagem possibilitam ganho de competitividade para
o cliente por meio do aumento de produtividade, redução de custos e agilidade
no processo de fabricação. (KLABIN, 2009a).
A assistência técnica da Klabin garante total apoio na utilização das suas
embalagens dentro dos critérios definidos pelas necessidades dos clientes.
Para
assegurar isso,
a equipe de técnicos faz visitas
preventivas,
acompanhamento de lotes-piloto e lotes comerciais. (KLABIN, 2009a).
A Klabin oferece treinamentos em manuseio, armazenagem e transporte
que auxiliam seus clientes a obter o melhor aproveitamento de suas
embalagens. Os técnicos da Klabin vão até as fábricas dos clientes para
capacitar as equipes que lidarão diretamente com a embalagem, desta forma o
cliente evita danos nas embalagens, melhora a sua performance e portanto
reduz seus custos. (KLABIN, 2009a).
1.1.2.4 Unidade de sacos industriais
A Klabin é reconhecida pela qualidade de seus sacos industriais, mais
resistentes e econômicos. A empresa aposta na permanente atualização
tecnológica de seu parque industrial, na inovação do desenvolvimento de seus
produtos e na maior oferta de soluções para seus clientes. (KLABIN, 2009a).
A Klabin fornece sacos com padrão de qualidade internacional para os
mercados interno e externo, com destaque nos segmentos de alimentos,
construção civil, produtos químicos e agronegócios. (KLABIN, 2009a).
47
1.2
Visão e política de sustentabilidade
A Klabin S/A é uma empresa que produz madeira, papeis e cartões para
embalagem, embalagens de papelão ondulado e sacos. Atua nos mercados
externo e interno, e se fundamenta nos seguintes princípios de sustentabilidade
para todas as atividades relativas aos seus produtos e serviços:
a) buscar a qualidade competitiva, visando a melhoria sustentada dos seus
resultados, aperfeiçoando continuamente os processos, produtos e
serviços para atender às expectativas de clientes, colaboradores,
acionistas, comunidade e fornecedores;
b) assegurar o suprimento de madeira plantada para as suas unidades
industriais, de forma sustentada, sem agredir os ecossistemas naturais
associados;
c) praticar e promover a reciclagem de fibras celulósicas em sua cadeia
produtiva;
d) evitar e prevenir a poluição por meio da redução dos impactos
ambientais relacionados efluentes hídricos, resíduos sólidos e emissões
atmosféricas;
e) promover o crescimento pessoal e profissional de seus colaboradores e
a busca de melhoria continua de trabalho, saúde e segurança;
f) praticar a responsabilidade social com foco nas comunidades onde atua;
g) atende à legislação e normas aplicáveis ao produto, meio ambiente,
saúde e segurança. (KLABIN, 2008).
O desenvolvimento sustentável na Klabin é um modelo que permite
conciliar a produção de riquezas com a geração de bem-estar social, sem
comprometer o futuro da espécie humana e do planeta. (KLABIN, 2009b).
A adoção do desenvolvimento sustentável, sobretudo pelo setor privado,
é um movimento que vem tomando forma no Brasil, dentro de um contexto de
crescimento e de adequação aos padrões internacionais de responsabilidade
empresarial. A Klabin é referência mundial em desenvolvimento sustentável.
(KLABIN, 2009b).
Na responsabilidade ambiental, a Klabin desenvolve suas atividades
florestais com base no conceito de desenvolvimento sustentável, para garantir
48
a biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas das regiões onde atua.
(KLABIN, 2009b).
1.2.1 Controle ambiental
As atividades industriais da Klabin incorporam tecnologias para
produção limpa, como a eliminação de cloro elementar no processo de
branqueamento de celulose na Unidade de Monte Alegre, no Paraná. A
empresa tem investido no uso racional de recursos e no controle de emissões
atmosféricas, reduzindo os efeitos do processo produtivo sobre o meio
ambiente. (KLABIN, 2008).
Fonte: Salomão (2009, p. 57)
Figura 11: Fábrica ecológica
Em 2008, somente 18% da energia consumida foi proveniente de
combustíveis fósseis e fontes não-renováveis (óleo combustível e gás natural).
49
Em 2008, tornou-se a primeira empresa brasileira do setor de papel e celulose
na América Latina a completar dez anos com a certificação do FSC que
atualmente compreende as áreas do Paraná e de Santa Catarina. A
recertificação das florestas da Klabin no Paraná é válida pelos próximos cinco
anos. (KLABIN, 2008).
Já a certificação ISO 14001 para as unidades de Lages 1 e Goiania, de
sacos industriais, e para todas as unidades de embaiagens, foi uma importante
conquista do ano, pois essa norma de qualidade de gestão ambiental passa a
engíobar todos os negócios da empresa no Brasil. (KLABIN, 2008).
Fonte: Salomão (2009, p. 57)
Figura 12: Fábrica ecológica
Do total de R$ 2,2 bilhões investidos em todo o Projeto MA - 11 00, de
expansão da Unidade Monte Alegre, R$ 300 milhões foram aplicados em
melhorias de desempenho ambiental. Isso permitiu, entre outros benefícios,
redução no consumo de água, decréscimo de 15% no volume de efluentes por
tonelada produzida, diminuiçãode 20 mil toneladas/ano de óleo combustível, pois
a geração de vapor passou a ser realizada na nova caldeira de biomassa. Esse
equipamento também usa os resíduos de madeira do distrito industrial local e
50
elimina,dessa forma, um passivo ambiental do munidpio. (KLABIN, 2008).
Os benefícios ambientais obtidos foram:
a) redução em 25% da carga específica de DQO e 22% da carga
específica de DB0, para o rio Tibagi;
b) aproveitamento integral da biomassa, reduzindo resíduos sólidos.
c) redução de 36 m³/t para 30 m³/t do consumo de água;
d) redução do consumo de óieo em 20 mil t/a, com a instalação da nova
caldeira de biomassa;
e) redução em 15% do volume de efluentes por tonelada produzida;
f) créditos de carbono. (KLABIN, 2008).
1.2.2 Emissões atmosféricas
O principal desafio atual da indústria de papel e celulose é o controle das
emissões atmosféricas.
Os controles ambíentais têm como objetivo reduzir os materiais
particulados (MP), óxidos de enxofre (SOx), monóxido de carbono (CO), óxidos
de nitrogênio (NOx) e o odor na produção de celulose (TRS) para minímizar o
impacto ambiental pertinente e atender à legislação ambiental. (KLABIN,
2009a).
Para controle de emissões atmosféricas são adotadas algumas meddas
de mitigação como:
a) captação e incineração dos gases odoriferos e controle das emissões
de SOx resultantes;
b) novos equipamentos contemplam queimadores com baixa emissão
de Nox;
c) as emissões de enxofre total reduzido (TRS) das caldeiras de
recuperação são controladas por controles eficientes da combustão;
no forno de cal, são mitigadas por meio do controle do excessode ar
e do residual de sódio na lama de cal;
d) os gases de combustão das caldeiras de recuperação, caldeiras
auxiliares e fornos de cal são controlados por precipítadores
51
eletrostáticos;
e) a energia obtida pela queima dos licores e de biomassa é utilizada
para cogeração de energia;
f) otimização do consumo de biomassa para reduzir o consumo de
combustíveis fósseis que reduz os gases de efeito estufa. (KLABIN,
2008).
A Figura 13 mostra o índide de emissão de DBO5 e DBQ (Kg/t papel) na
Klabin papéis.
Fonte: Klabin (2009b, p. 55)
Figura 13: Emissão de DBO5 e DBQ na Klabin papéis
A Klabin também busca alternativas para limpar sua matriz energética
como uso de combustíveis alternativos e a melhoria de tecnologia para
menores emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). (KLABIN, 2008).
As emissões de GEE provenientes da participação de gás natural
cresceram 3% e de óleo combustível apresentaram redução de 1% em relação
ao ano anterior. As unidades de Piracicaba (SP), Jundiaí - Distrito Industrial
(SP), Guapimirim (RJ), Goiana (PE), Del Castilho (RJ) e Betim(MG) utilizam
gás natural como combustível na geração de vapor. Dentre os fósseis, é o
combustível mais limpo, e tal substituição permite reduzir de 76 para 56 kg de
CO²/GJ, ou seja, 26% menos emissão de GEE por unidade de energia.
(KLABIN, 2008).
Em 2008, as emissões fósseis foram originadas 87% pelo uso de óleo
pesado, 11% de gás natural e 2% de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo).
(KLABIN, 2008).
52
1.2.3 Efluentes hídricos
Em 2008, o consumo total de água das unidades da Klabin foi de
74.076.942 m³, aumento de 5% em reiação ao ano anterior, em comparação ao
acréscimo de 10% no volume total de vendas de papel pela companhia.
(KLABIN, 2008).
Fonte: Klabin (2009b, p. 57)
Figura 14: Consumo específico de água (m3/t) Klabin Papéis
A busca pela redução no consumo de água e o fechamento de circuitos
integram os novos investimentos de todos os negócios da empresa. Em
embalagens e sacos industriais, o fechamento de circuito de água é adotado na
maioria das unidades. (KLABIN, 2008).
O consumo específico de água de 2008 das unidades de papéis foi 13%
mais baixo em relação ao ano anterior devido principalmente à conclusão do
Projeto MA - 1100 e ao bom andamento operacional nas unidades de Correia
Pinto e Otacílio Costa (SC) e Angatuba (SP). (KLABIN, 2008).
A implantação do Sistema de Gestão Ambiental nas unidades de
embalagens e sacos industriais propordonou redução no consumo específico
de água em decorrênte de padronização de procedimentos operacionais,
meIhorianos nos controles ambientais e aumento de conscientzação dos
funcionários próprios e de terceiros.
53
As unidades industriais possuem tanto indicadores ambientaís internos
como definidos pela legislação ambiental. As demandas bioquimica e química
de oxigênio (DBO5 e DQO) são os prindpais parâmetros monitorados e fazem
parte da licença de operação de todas as unidades.A Klabin atende à
legislação e busca superá-Ia, com programas de redução de perdas de
insumos e matérias-primas, uso racional de recursos e melhoria de processos,
para prevenir e restringir impactos ambientais relacionados a efluentes
hídricos, emissões atmosféricas e resíduos sólidos. (KLABIN, 2008).
A emissão de DQO teve redução de 16% e a de DBO5 de 19%,
principalmente devido ao desempenho da Estação de Tratamento de Efluentes
(ETE) das unidades Otacílio Costa (SC) e Monte Alegre, em Telêmaco Borba
(PR). (KLABIN, 2008).
Em sacos industriais, um destaque no ano foi o tratamento de efluentes
na Unidade de Lages (SC). Foram realizados trabalhos de melhorias para
minimizar impactos ambientaís com aumento da concentração do iodo líquido e
reduçâo da umidade em 30%. (KLABIN, 2008).
Também foi adotada a coleta seletiva de lixo e consolidado o sistema de
captação de água da chuva, com aumento de tanques e, consequentemente,
maior economia da quantidade de água usada em diferentes atividades, como
lavagem de peças. (KLABIN, 2009a).
1.2.4 Residuos sólidos
Um dos desafios na fabricação de papel e celulose é minimizar a grande
geração e dar o destino adequado aos resíduos do processo produtivo. Os
principais resíduos são não-inertes (grits, dregs, lama de cal, rejeitos fibrosos
entre outros) que necessitam de disposição adequada. As áreas de disposição
e triagem são devidamente monitoradas, assegurando a não contaminação de
lençóis freáticos. A destinação de resíduos é feita por terceiros devidamente
regularizados. (KLABIN, 2009a).
A Klabin empenha-se numa constante busca por tecnologias nãoagressoras ao meio ambiente, com o objetivo de harmonizar e minimizar o
54
impacto de suas atividades produtivas. Esse respeito à natureza fica evidente
em todo o seu setor industrial, em que cada unidade fabril possui
equipamentos que garantem o equilíbrio do ecossistema da região onde está
inserida. (KLABIN, 2009a).
Em novembro, entrou em operação o novo aterro industrial para
resíduos não-perigosos na Unidade de Goiana (PE). (KLABIN, 2009a).
A Figura 15 mostra a emissão de resíduos sólidos na empresa em 2007
e 2008.
Fonte: Klabin (2009b, p. 60)
Figura 15: Resíduos sólidos (mil t) Klabin Papéis
1.2.5 Energia
O consumo global de energia da Companhia foi 14% superior ao de
2007,
passando
de
38.104.762
GJ
para
43.378.000
GJ
produzida,
principalmente em razão do aumento de produção na Unidade Monte Alegre
com a conclusão do Projeto MA - 1100. A capacidade de produção da unidade
passou de 700 mil para 1,1 milhão t/ano. (KLABIN, 2008).
O aumento da capacidade de produção a partir do Projeto de Expansão
MA – 1100 foi acompanhado por ganhos de eficiência energética obtidos com a
instalação de equipamentos complementares. (KLABIN, 2009a).
A geração de energia proveniente de biomassa reduziu 4% e a energia
proveniente do óleo combustível aumentou 1,62% em 2008, devido
principalmente ao atraso do cronograma da nova caldeira de biomassa.
55
(KLABIN, 2009a).
O início de operação dessa caldeira - em julho de 2008 - proporcionou a
redução de 70% no consumo de óleo para produção de vapor, que passou da
média de 8.280 para 2.460 t/mês. (KLABIN, 2009a).
Fonte: Klabin (2009b, p. 57)
Figura 16: Consumo de energia elétrica em 2008 (1.875.312 MWh)
O consumo de energia gerada termicamente aumentou 4%, devido
principalmente ao início de operação (em março de 2008) do novo turbo
gerador de 70 MW. O consumo total de energia aumentou 28% em relação ao
ano anterior, principalmente pelo aumento de produção após a implantação do
Projeto MA - 1100, que aumentou 10% o volume de vendas de papel da
empresa no período. (KLABIN, 2009a).
Fonte: Klabin (2009b, p. 57)
Figura 17: Consumo de energia térmica em 2008 – Unidade de Negócios de
56
Papéis (723.772 MWh)
A energia térmica gerada pelas turbinas a vapor totalizou 723.772 MWh
em 2008, acréscimo de 42% sobre 2007, principalmente devido ao novo
turbogerador da Unidade Monte Alegre. (KLABIN, 2008).
A participação de combustíveis fósseis na cogeração de energia elétrica
atingiu 18%. Houve incremento de 3% sobre o ano anterior, especialmente em
decorrência do atraso no cronograma de instalação na nova caldeira de
biomassa, o que levou a suprir a demanda de vapor por meio de caldeiras a
óleo combustível. (KLABIN, 2008).
1.2.6 Bidiversidade
As propriedades da Klabin mesclam florestas plantadas e extensas
áreas de mato nativa preservada. (KLABIN, 2009a).
A Klabin possuía, em 31 de dezembro de 2008, 83 hectares de florestas
nativas preservadas para cada 100 hectares de florestas plantadas. Algumas
das áreas da empresa são consideradas de alto valor de conservação, como
Tabual do Mauã e Varanal (PR) e Fazenda Farofa (SC). (KLABIN, 2009a).
A empresa também possui em Telêmaco Borba (PR), o Parque
Ecológico da Klabin que ocupa área total de 11.196 hectares dos quais 7.883
são formados por florestas naturais, representadas pela mata de araucária.
Algumas dessas florestas ainda se encontram em estado primitivo ou pouco
alteradas. Em 2008, o parque recebeu 33.224 visitantes. O Criadouro Científico
de Animais Silvestres instalado no parque é espaço para atividades de
reprodução em cativeiro de espécies da região, principalmente as consideradas
em extinção. Os visitantes encontram recintos para mamíferos e aves, além de
um serpentário. (KLABIN, 2008).
1.2.7 Pacto Global
57
Em sintonia com o compromisso de sustentabilidade, a Klabin aderiu,
em 2002, ao Pacto Global, resultado de um convite feito ao Setor privado, em
1999, pelo ex-secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan para que as
empresas contribuam na busca de uma economia global mais sustentável e
inclusiva, com base no atendimento a dez princípios de sustentabilidade. Esses
princípios
abrangem
direitos
humanos,
trabalho,
meio
ambiente
e
anticorrupção. (KLABIN, 2008).
Como um indicador da adesão ao Pacto Global. a Klabin também apóia
os Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, desafio a ser atingido até
2015 por meio de ações concretas dos governos e da sociedade. (KLABIN,
2008).
1.3
Projetos sociais
1.3.1 Colaboradores
A missão da área de Recursos Humanos da Klabin consiste em:
a) atuar
no
desenvolvimento
das
competências
organizacionais,
alinhada aos movimentos da organização, promovendo a contínua e
permanente capacitação da liderança e times de trabalho;
b) contribuir continuamente no aprimoramento do conhecimento técnico
e
desenvolvimento
comportamental,
instrumentalizando
a
organização com novas ferramentas, sistemas e metodologias,
possibilitando a aplicação das melhores práticas e a adoção de
critérios de equidade e coerência;
c) assegurar uma força de trabalho capacitada e motivada para os
desafios
de
competitividade
crescente
no
mercado
mundial,
contribuindo para a perpetuidade organizacional. (KLABIN, 2008).
No final de 2008, o quadro de pessoal registrava 7.498 colaboradores
próprios, sendo 7.403 no Brasil e 95 na Argentina, e 5.934 de terceiros,
somando 13.432 colaboradores. (KLABIN, 2008).
58
O processo de recrutamento e seleção está estruturado de forma a
garantir o alinhamento de conceitos e uniformização de padrões consistentes
no processo de análise, avaliação e seleção de candidatos. (KLABIN, 2009b).
Toda e qualquer admissão para o quadro efetivo é precedida pelo
processo técnico de seleção, mantendo o compromisso de equidade no
tratamento dos candidatos em análise. As vagas que surgem são destinadas
prioritariamente aos colaboradores internos. A decisão sobre o recurso humano
Menores de 18 anos são contratados somente na condição de
aprendizes, nos termos da lei, e, eventualmente, em áreas administrativas.
(KLABIN, 2009b).
Em relação à saúde e segurança dos colaboradores da Klabin, o
Programa Klabin de Excelência em Segurança e Saúde Ocupacional
proporcionou 80% de redução nos índices de acidentes desde sua criação, em
2005. O programa é composto de 11 diretrizes e 75 ferramentas/requisitos de
gestão, sendo 17 já implementadas e 13 em andamento. Mais de 800
profissionais foram preparados e treinados para observar o comportamento dos
trabalhadores quanto à segurança do trabalho. Todas as fábricas mantêm um
Comitê de Segurança e Saúde Ocupacional, composto de gestores que
direcionam ações de prevenção e possuem também a Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA). (KLABIN, 2008).
No que se refere ao treinamento e educação, pode-se dizer que as
atividades de treinamento contaram com 76.508 participações em 2008
envolvendo todos os níveis hierárquicos. Foram 5.278 ações, representando a
média de 44,6 horas por colaborador. O investimento destinado
a
desenvolvimento e capacitação somou R$ 4.3 milhões no período. (KLABIN,
2008).
O programa Competências do Gestor Klabin – tem como público-alvo
diretores, gerentes e coordenadores - aproximadamente 285 profissionais com
principal objetivo de nortear os planos de preparação e desenvolvimento dos
gestores da empresa para que eles possam atuar de forma coesa e alinhada
aos valores e objetivos organizacionais. (KLABIN, 2008).
O desenvolvimento de equipes é realizado sob demanda, atende a todos
os níveis hierárquicos. São programas estruturados sob medida, com o objetivo
de buscar melhores resultados, por meio do desenvolvimento de aspectos
59
comportamentais e habilidades de gestão de pessoas e equipes, explorando a
realidade do dia a dia de cada área e desenvolvendo posturas e
comportamentos que facilitem o processo de interação das equipes. (KLABIN,
2008).
No tocante a bolsas de estudos, pode-se dizer que em 2008, 295
colaboradores receberam bolsas de estudos de acordo com os critérios
definidos na Política de Educação da Klabin:
a) o percentual de participação da empresa na mensalidade, incluindo
matrícula, deverá ser de até 30% do valor da mensalidade, limitado a
R$ 300 por mês;
b) critérios de elegibilidade: o curso solicitado deve estar vinculado à
área de atuação do colaborador; o solicitante deve ter no mínimo seis
meses de admissão e não poderá ter se envolvido em acidente de
trabalho com afastamento nos 12 meses que antecedem a
concessão da bolsa. (KLABIN, 2008).
Em relação à remuneração e benefícios, a política de remuneração da
Klabin é permanentemente acompanhada, para assegurar condições de
competitividade em relação ao mercado, sendo integrada por uma parte fixa e
outra variável, atrelada a desempenho e resultados. (KLABIN, 2009a).
O Programa de Participação nos Resultados caracteriza-se por uma
premiação adicional baseada em indicadores de resultados operacionais da
empresa, como EBITDA (geração operacional de caixa), volume de produção,
custos, indicadores de segurança, qualidade e meio ambiente. Em 2008,
significou um montante de R$ 12,1 milhões. (KLABIN, 2008).
Além de assistência médica, vale-transporte e vale-alimentação, a Klabin
oferece uma série de benefícios a seus colaboradores, tais como: assistência
odontológica, seguro de vida, empréstimo consignado em folha de pagamento,
coberturas para incapacidade/invalidez e auxílio-excepcional (para filhos).
O Programa de Benefício de Medicamentos é executado em todas as
unidades por uma única operadora.
Desde 1998, é mantido um programa de previdência privada com o
objetivo de complementar o benefício pago pelo INSS e, assim, proporcionar
uma renda maior na aposentadoria. (KLABIN, 2008).
O programa de medicina preventiva da empresa relaciona: exames
60
periódicos ampliados, programa de prevenção e tratamento ao tabagismo,
saúde ocular, campanha de combate à hipertensão arterial, grupo esteatose
hepática, monitoramento de doenças crônicas, grupo síndrome metabólica,
campanha de combate ao diabetes e terapias alternativas (quickmassage,
shiatsu, reflexolagia e auriculoterapia). (KLABIN, 2009a).
A
empresa
também
oferece
orientação
nutricional,
atividade
física/integração e ações educativas, tais como: TPM e hábitos alimentares,
finanças pessoais e qualidade de vida, como tornar sua vida mais ativa, HPV
(Human Papiloma Vírus ou Papilomavírus Humano), primeiros socorros, a
importância de uma alimentação saudável em sintonia com a prática de
atividade física. (KLABIN, 2009a).
1.3.2 Sociedade
Meta é o desenvolvimento comunitário A relação com a comunidade é a
base das diferentes ações sociais desenvolvidas nos municípios onde a Klabin
atua. As iniciativas abrangem os mais diferentes campos, como saúde,
assistência social, cultural, educação técnica e ambiental - com incentivo à
participação voluntária dos colaboradores. (KLABIN, 2009a).
Dentre os programas desenvolvidos pode-se citar o Programa Jovem
Futuro que apóia os jovens como agentes de desenvolvimento comunitário nos
municípios onde está presente com unidades fabris, o Programa de Educação
ambiental para adultos e crianças como é o caso do Projeto Força Verde Mirim.
(KLABIN, 2009a).
1.3.3 Ações sociais
A preocupação da Klabin com a educação é perceptível nas doações
feitas a escolas e entidades. Uma delas é a Fundação do ABC, que aplicou os
recursos em pesquisas científicas e na manutenção de sua estrutura e
61
administração. (KLABIN, 2008).
A Klabin contribui com diversas entidades ligadas às comunidades das
regiões onde estão instaladas suas unidades industriais, seja com doações
financeiras, campanhas de conscientização ou arrecadação de produtos. A
empresa incentiva o voluntariado através do Programa Terra Viva Associação
de Voluntários, entidade sem fins lucrativos criada em 2003, é um instrumento
para incentivar e organizar as ações voluntárias na empresa. (KLABIN, 2008).
Outro Programa da Klabin refere-se à apicultura e meliponicultura, pois é
uma importante alternativa para pequenos e médios produtores rurais, além de
apresentar
grande
potencial
de
integração
com
atividades florestais,
valorizando os produtos florestais não-madeireiros. O Programa é desenvolvido
em parceria com a Associação de Apicultores de Telêmaco Borba e reúne 14
produtores de mel da região de Telêmaco Borba (PR). (KLABIN, 2008).
1.3.4 Saúde
Nessa área a Klabin destina recursos para hospitais, institutos, centros
de ensino, associações que se dedicam a pesquisa, cirurgias e atividades de
reabilitação. (KLABIN, 2009a).
O Programa de Fitoterapia – atividade certificada pelo FSC e ainda
inédita na área de não-madeireiros no mundo – direciona atendimento por meio
de um plano de saúde em. autogestão. São atendidas cinco doenças básicas,
que representam praticamente metade de todos os problemas de saúde
apresentados: gripes e resfriados, ferimentos e lesões de pele, dispepsias,
diarréia e hipertensão arterial leve. São beneficiados colaboradores e seus
familiares, na Unidade Monte Alegre, em Telêmaco Borba (PR). (KLABIN,
2009a).
1.3.5 Cultura
62
Um projeto sociocultural mantido pela empresa é o Coral Meninas
Cantoras da Klabin, que contribui para a prática de valores éticos e morais e,
sobretudo, para a formação das crianças, filhas de colaboradores da empresa.
(KLABIN, 2009a).
A Klabin também patrocina outras iniciativas artísticas e culturais, como
o projeto Cresci na Mangueira, da produtora de audiovisual Bossa Nova Films,
e o documentário Doce Brasil Holandês, feito para a tevê pela M. Schmiedt
Produções, com lançamento previsto para setembro de 2009. (KLABIN,
2009a).
1.3.6 Políticas públicas
Por meio de diferentes fóruns, associações e outros grupos que
envolvem entidades do setor florestal, a Klabin tem participado e buscado
influenciar a elaboração de políticas públicas direcionadas a criar condições de
desenvolvimento das comunidades em que está presente, assim como
defender os interesses do setor em que atua. Nesse sentido, diretores e
gerentes representam a empresa em associações e entidades, a exemplo da
Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO) e da Associação Brasileira
de Embalagens (Abre) - ambas presididas, em 2008, por um diretor da Klabin.
(KLABIN, 2009a).
1.4
Investimentos
A Klabin investiu R$ 653 milhões em 2008, sendo os maiores volumes
destinados ao Projeto de Expansão MA – 1100. Além desse foram adquiridas
terras destinadas ao plantio de florestas e a um novo sistema de mecanização
de colheita no Paraná e em Santa Catarina. Nos últimos cinco anos, a empresa
aplicou R$ 3,8 bilhões em projetos de expansão, modernização e continuidade
operacional. (KLABIN, 2008).
63
Reconhecida como fábrica ecológica, a Unidade Monte Alegre passa a
ser uma das dez maiores fábricas integradas de papel e celulose do mundo.
Trata-se do maior investimento da Klabin, no valor de R$ 2,2 bilhões, e um dos
mais importantes já feitos por uma empresa brasileira do setor de papel e
celulose. A capacidade de produção de papéis da unidade passou de 700 mil
para 1,1 milhão de toneladas/ano. Dessa forma, a capacidade total de
produção da empresa passou de 1,6 milhão para 2 milhões de toneladas/ano
de papéis para embalagens. (KLABIN, 2008).
A aquisição de equipamentos para a mudança na mecanização do
processo de colheita florestal recebeu recursos da ordem de R$ 30 milhões em
2008, de um total de R$ 77 milhões. O total de investimentos absorvidos pela
Unidade de Negócio Florestal foi de R$ 301 milhões, aplicados também na
compra de terras, pesquisa e desenvolvimento. (KLABIN, 2009a).
A Unidade de Negócio Sacos Industriais investiu em projetos de
inovação, modernização tecnológica, automação de processos produtivos e em
novos produtos. (KLABIN, 2008).
A Unidade de Negócio de Papelão Ondulado está aumentando a
produtividade nas fábricas localizadas nas regiões Sul e Sudeste, o que incluiu
a aquisição de novas impressoras e a atualização tecnológica de onduladeiras
e de outros equipamentos. (KLABIN, 2008).
64
CAPÍTULO II
CONTEXTUALIZANDO SUSTENTABILIDADE E
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
2
EVOLUÇÃO DA QUESTÃO AMBIENTAL
Desde 1960 discutem-se nas empresas questões que se referem ao
consumo responsável, valores organizacionais, respeito à comunidade, aos
consumidores, à diversidade, discriminação racial e trabalho infantil, entre
outros. (OLIVEIRA; DENARDIN; MURINI, 2009).
De acordo com Moura, (2000), na década de 1960 alguns recursos
passaram a ser mais valorizados com o aumento da população e do consumo
como a água, petróleo e madeiras.
Nesta década o Clube de Roma divulgou o relatório denominado Os
limites para o crescimento, onde através de simulações matemáticas foram
feitas projeções de crescimento populacional, poluição e esgotamento dos
recursos naturais da Terra, daí surge o termo responsabilidade ambiental.
(MOURA, 2000).
Segundo Dias (2006), no início da década de 70, tomaram-se mais
consistentes os questionamentos sobre o modelo de crescimento e
desenvolvimento econômico que perdurava desde a Revolução Industrial, que
teve início no século XVIII.
O que se questionava era que, embora tivessem ocorrido profundas
mudanças na economia, os níveis de subdesenvolvimento e pobreza não
abaixavam, e em muitos casos aumentavam; além disso, a desigualdade social
entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos se tornava cada vez maior.
(DIAS, 2006).
É a partir dos trabalhos desenvolvidos pelo Professor Ignacy Sachs
(1986/2002) e também pela Comissão Mundial de Meio Ambiente e
Desenvolvimento que resulta no Relatório Brundtland, intitulado Nosso Futuro
65
Comum (1987) nos quais o termo ecodesenvolvimento ou desenvolvimento
sustentável começa a ter destaque no movimento ambientalista, com
defensores e críticos em todas as áreas. Falar em sustentabilidade segundo a
Comissão é usar os recursos de forma racional que permitam manter uma
qualidade de vida no presente preservando os recursos para as gerações
futuras. (MATSUNAGA, 2008).
De acordo com Maurice Strong, em prefácio de livro de Sachs, o
conceito normativo básico de desenvolvimento sustentável emergiu na
Conferência de Estocolmo de 1972, e foi designado à época como abordagem
do ecodesenvolvimento e, posteriormente, renomeado com a denominação
atual. Segundo ele, que foi Secretário Geral da Conferência, o desenvolvimento
sustentável será alcançado se três critérios fundamentais forem obedecidos
simultaneamente: equidade social, prudência ecológica e eficiência econômica.
(DIAS, 2006).
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano
(CNUMAH), na cidade de Estocolmo na Suécia; foi considerada marco
internacional da internacionalização e institucionalização do debate ambiental.
Nesta conferência cria-se o Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (PNUMA). Também influenciados pelo Relatório Meadows, ou
Limites do crescimento publicado pelo Clube de Roma em 1971, ainda hoje
discutido, atualizado e estudado. (MATSUNAGA, 2008).
Segundo Martins (2006), como previsto e em função da crescente
preocupação com o problema ambiental, a ONU realiza em 1972, na capital da
Suécia, Estocolmo, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
Humano, que teve como resultado uma Declaração e um Plano de Ação para o
Meio Ambiente Humano que contém 109 recomendações.
A Conferência das Nações Unidas (ONU) de Estocolmo (1972)
reconhece a importância da gestão ambiental e fundamenta o conceito de
desenvolvimento sustentável. Na mesma época, o Clube de Roma,
empregando fórmulas matemáticas e computadores para determinar o futuro
ecológico do planeta, previu um desastre em médio prazo. Nos anos seguintes,
vinculou-se definitivamente o tema ambiente ao tema desenvolvimento, e o
termo ecodesenvolvimento aparece na revisão do relatório da ONU de 1978.
(SACHS, 2002).
66
O conceito surge formalmente com o Relatório Brundtland, apesar de ser
uma consequência das preocupações expostas na Conferência de Estocolmo,
e propõe o desenvolvimento sustentável como um processo de mudança onde
a exploração de recursos, os investimentos e o desenvolvimento, deveriam
estar vinculados às necessidades das gerações atuais e futuras. (SIENA;
COSTA; OLIVEIRA, 2007)
Com a Conferência sobre Desenvolvimento e Ambiente (Rio-92) foram
assinados documentos que direcionariam as discussões sobre o meio
ambiente nos anos subsequentes: Agenda 21, Desertificação, entre outros. No
entanto, talvez a maior herança da Conferência tenha sido a difusão do
conceito de desenvolvimento sustentável. (DIAS, 2006)
Em 1980, o documento Estratégia Mundial para a Conservação da
Natureza,
elaborado
conjuntamente
pela
União
Internacional
para
a
Conservação da Natureza (IUCN), pelo Programa de Meio Ambiente das
Nações Unidas (PNUMA) e pelo World Wildlife Fund (WWF), define
sustentabilidade como uma característica de um processo ou estado que pode
manter-se indefinidamente. (OLIVEIRA; DENARDIN; MURINI, 2009).
Na década de 1990 houve um grande impulso com relação à
consciência ambiental, as empresas passaram a se preocupar com a
racionalização do uso de energia e matérias primas, estimulando a reciclagem
e reutilização dos recursos naturais. (OLIVEIRA; DENARDIN; MURINI, 2009).
Em 1997, segundo Cortizo (2007) a recomendação da Convenção
Quadro sobre as Mudanças Climáticas Globais para que os países
desenvolvidos reduzissem as suas emissões não estava sendo cumprida, foi
aprovado um novo instrumento, o Protocolo de Kyoto,
A legislação ambiental está diretamente ou indiretamente ligada à
preservação do meio ambiente, da saúde, da segurança e do bem estar da
população, envolvendo esferas: municipal, estadual e federal.
Em abril de 1998, no Brasil, a Confederação Nacional da Indústria (CNI)
define e publica sua Declaração de Princípios da Indústria para o
Desenvolvimento Sustentável (Quadro 1), iniciativa que permite o incremento
da divulgação da perspectiva de maior interação entre economia e meio
ambiente junto ao empresariado.
Pode-se notar que as ações que levaram ao termo sustentabilidade
67
fazem parte de todo um processo histórico longo e cada autor coloca a origem
em um ponto específico. O fato de ter sido posto em um documento das
Nações Unidas em 1987 é um acontecimento muito importante, mas não podese negar que existiram influências e processos anteriores que ainda hoje são
motivo de críticas e desconfianças. O termo adotado pelas Nações Unidas é
para levar a cabo seus projetos e ações ambientais.
Declaração de princípios da indústria para o desenvolvimento sustentável
1
Promover a efetiva participação proativa do setor industrial, em conjunto com a
sociedade, os parlamentares, o governo e organizações não governamentais no
sentido de desenvolver e aperfeiçoar leis, regulamentos e padrões ambientais
2
Exercer a liderança empresarial, junto à sociedade, em relação aos assuntos
ambientais
3
Incrementar a competitividade da indústria brasileira, respeitados os conceitos de
desenvolvimento sustentável e o uso racional dos recursos naturais e de energia
4
Promover a melhoria contínua e o aperfeiçoamento dos sistemas de gerenciamento
ambiental, saúde e segurança do trabalho nas empresas
5
Promover a monitoração e a avaliação dos processos e dos parâmetros ambientais
nas empresas. Antecipar a análise e os estudos das questões que possam causar
problemas ao meio ambiente e à saúde humana, bem como implementar ações
apropriadas para proteger o meio ambiente
6
Apoiar e reconhecer a importância do envolvimento contínuo e permanente dos
trabalhadores e do comprometimento da supervisão nas empresas, assegurando
que os mesmos tenham o conhecimento e o treinamento necessários com relação
às questões ambientais
7
Incentivar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias limpas, com o objetivo de
reduzir ou eliminar impactos adversos ao meio ambiente e à saúde da comunidade
8
Estimular o relacionamento e as parcerias do setor privado com o governo e com a
sociedade em geral, na busca do desenvolvimento sustentável, bem como na
melhoria contínua dos processos de comunicação
9
Estimular as lideranças empresariais a agir permanentemente junto à sociedade
com relação aos assuntos ambientais
10
Incentivar o desenvolvimento e o fornecimento de produtos e serviços que não
produzam impactos inadequados ao meio ambiente e à saúde da comunidade
11
Promover a máxima divulgação e conhecimento da Agenda 21 e estimular sua
implementação
Fonte: CNI (2002, p. 24)
Quadro 1: Declaração de princípios da indústria para o desenvolvimento
sustentável
2.1
Protocolo de Kyoto e o crédito de carbono
O Protocolo de Kyoto é consequência de uma série de eventos iniciada
com a Toronto Conference on the Changing Atmosphere, no Canadá (outubro
68
de 1988), seguida pelo IPCC's First Assessment Report em Sundsvall, Suécia
(agosto de 1990). (MARCHEZI; AMARAL, 2008).
Constitui-se no protocolo de um tratado internacional com compromissos
mais rígidos para a redução da emissão dos gases que provocam o efeito
estufa, considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas,
como causa antropogênicas do aquecimento global. (MARCHEZI; AMARAL,
2008).
Em 1997, na cidade de Kyoto, durante a realização da COP-3 foi
apresentado um protocolo que visava transformar as reduções voluntárias em
obrigatórias. Foi aberto para assinaturas em 11 de dezembro de 1997 e
ratificado em 15 de março de 1999. Sendo que para este entrar em vigor
precisou que 55% dos países, que juntos, produzem 55% das emissões, o
ratificassem, assim entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, depois que a
Rússia o ratificou em Novembro de 2004. (MARCHEZI; AMARAL, 2008).
Por ele se propõe um calendário pelo qual os países-membros
(principalmente os desenvolvidos) têm a obrigação de reduzir a emissão de
gases do efeito estufa em, pelo menos, 5,2% em relação aos níveis de 1990 no
período entre 2008 e 2012, também chamado de primeiro período de
compromisso (para muitos países, como os membros da UE, isso corresponde
a 15% abaixo das emissões esperadas para 2008). (MARCHEZI; AMARAL,
2008).
As metas de redução não são homogêneas a todos os países,
colocando níveis diferenciados para os 38 países que mais emitem gases.
Países em franco desenvolvimento (como Brasil, México, Argentina e Índia)
não receberam metas de redução, pelo menos momentaneamente. (OLIVEIRA;
DENARDIN; MURINI, 2009).
A redução dessas emissões deverá acontecer em várias atividades
econômicas. O protocolo estimula os países signatários a cooperarem entre si,
através de algumas ações básicas, conforme Oliveira; Denardin; Murini, (2009):
a) reformar os setores de energia e transportes;
b) promover o uso de fontes energéticas renováveis;
c) eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins
da Convenção;
d) limitar as emissões de metano no gerenciamento de resíduos e dos
69
sistemas energéticos;
e) proteger florestas e outros sumidouros de carbono.
Se o Protocolo de Kyoto for implementado com sucesso, estima-se que
a temperatura global reduza entre 1,4°C e 5,8°C até 2100, entretanto, isto
dependerá
muito
das negociações pós período
2008/2012,
pois há
comunidades científicas que afirmam categoricamente que a meta de redução
de 5% em relação aos níveis de 1990 é insuficiente para a mitigação do
aquecimento global. (MARCHEZI; AMARAL, 2008).
Em março de 2001, os Estados Unidos anunciaram sua oposição ao
Protocolo
de
Kyoto,
declarando-o
falho
por
isentar
os
países
em
desenvolvimento da redução ou limitação das emissões e por ser passível de
comprometer sua economia. (CHAN, 2006).
Após diversos impasses, a ratificação da Rússia, ocorrida em 18 de
novembro de 2004, possibilitou a entrada em vigor deste tratado em 16 de
fevereiro de 2005. (CHAN, 2006).
De acordo com a alegação do ex-presidente George W. Bush de que os
compromissos acarretados por tal protocolo interfeririam negativamente na
economia norte-americana. A Casa Branca também questiona a teoria de que
os poluentes emitidos pelo homem causem a elevação da temperatura da
Terra. (MARCHEZI; AMARAL, 2008).
Mesmo o governo dos Estados Unidos não assinando o Protocolo de
Kyoto, alguns municípios, Estados (Califórnia) e donos de indústrias do
nordeste dos Estados Unidos já começaram a pesquisar maneiras para reduzir
a emissão de gases promotores do efeito estufa — tentando, por sua vez, não
diminuir sua margem de lucro com essa atitude. (MARCHEZI; AMARAL, 2008).
Em julho de 2001, o Protocolo de Kyoto foi referendado em Bonn,
Alemanha,
quando
abrandou
o
cumprimento
das
metas
previstas
anteriormente, através da criação dos sumidouros de carbono. Segundo essa
proposta, os países que tivessem grandes áreas florestadas, que absorvem
naturalmente o CO2, poderiam usar essas florestas como crédito em troca do
controle de suas emissões. (GUIMARÃES, 2007).
Devido à necessidade de manter sua produção industrial, os países
desenvolvidos, os maiores emissores de CO2 e de outros poluentes, poderiam
transferir parte de suas indústrias mais poluentes para países onde o nível de
70
emissão é baixo ou investir nesses países, como parte de negociação.
(OLIVEIRA; DENARDIN; MURINI, 2009).
Entretanto, é necessário fazer estudos minuciosos sobre a quantidade
de carbono que uma floresta é capaz de absorver, para que não haja super ou
subvalorização de valores pagos por meio dos créditos de carbono. Porém, a
partir da Conferência de Joanesburgo esta proposta tornou-se inconsistente em
relação aos objetivos do Tratado, qual seja, a redução da emissão de gases
que agravam o efeito estufa. (OLIVEIRA; DENARDIN; MURINI, 2009).
Deste modo, a política deve ser deixar de poluir, e não poluir onde há
florestas, pois o saldo desta forma continuaria negativo para com o planeta.
(OLIVEIRA; DENARDIN; MURINI, 2009).
O Protocolo começou a vigorar em 2005, quando 139 países o
ratificaram demonstrando a intenção da comunidade mundial de combater o
aquecimento global. (OLIVEIRA; DENARDIN; MURINI, 2009).
Hoje, 169 países mais a União Européia estão dentro do tratado, menos
os Estados Unidos, que é um país que polui muito (cerca de 25% das
emissões) ainda não ratificou o Protocolo. (OLIVEIRA; DENARDIN; MURINI,
2009).
Verde: Países que ratificaram o protocolo.
Amarelo: Países que ratificaram, mas ainda não cumpriram o protocolo.
Vermelho: Países que não ratificaram o protocolo.
Cinzento: Países que não assumiram nenhuma posição no protocolo
Fonte: Wikipédia (2009)
Figura 18: Mapa do Protocolo de Kyoto em 2009
Marchezi; Amaral (2008) comentam que na busca de medidas que
71
auxiliem a implementação das metas previstas, foram estabelecidos no
Protocolo de Kyoto três mecanismos que visam ajudar os países do Anexo I1 a
reduzirem os custos para cumprimento de suas metas de emissão:
Implementação Conjunta (IC); Comércio de Emissões e Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL).
A Implementação Conjunta (IC) é prevista no artigo 6º do Protocolo de
Kyoto, onde é estabelecido que somente os países do Anexo I poderiam fazer
uso desse mecanismo. A IC tem como objetivo permitir que os países do
Anexo I possam transferir ou adquirir de qualquer outro país Anexo I unidades
de reduções de emissões resultantes de projetos que visem reduções das
emissões antrópicas por fontes ou aumento das remoções antrópicas por
sumidouros. (MARCHEZI; AMARAL, 2008).
O Comércio Internacional de Emissões (CIE) foi previsto no artigo 17º do
Protocolo, onde por meio dele os países do Anexo I poderiam negociar o limite
de emissões com outros países com o objetivo de cumprir suas metas de
redução. (MARCHEZI; AMARAL, 2008).
O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo foi previsto no artigo 12 do
Protocolo de Kyoto, sendo o único mecanismo que permite a participação pelos
países emergentes. (MARCHEZI; AMARAL, 2008).
Com base no MDL os países não constantes do Anexo I, ou seja, os
países em desenvolvimento, poderiam se beneficiar de ajuda dos países do
Anexo I na implementação de medidas que auxiliem a redução de emissões de
gases do efeito estufa e alcançar o desenvolvimento sustentável.
O MDL proporciona aos países emergentes a possibilidade de
implantação de projetos de controle de emissão e o desenvolvimento
sustentável, os quais dão origem ao chamado crédito de carbono.
(GUIMARÃES, 2007).
O instrumento de troca do MDL são as Reduções Certificadas de
1
O Anexo I é a relação dos 40 países e a Comunidade Européia, listados na Convenção do
Clima, que assumiram compromissos de reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE).
São, basicamente, os países da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE): Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Bielo-Rússia, Bulgária, Canadá, Comunidade
Européia, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Federação Russa,
Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Japão, Letônia, Liechtenstein,
Lituânia, Luxemburgo, Mônaco, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, República Tcheca, Romênia, Suécia, Suíça,
Turquia, Ucrânia e Estados Unidos. (COELHO, 2008).
72
Emissões (RCE), que poderão ser utilizadas, pelos países do Anexo I, como
comprovações das suas metas de redução de emissões estabelecidas no
Protocolo de Kyoto. (GUIMARÃES, 2007).
Dessa forma os países do Anexo I poderão comprar créditos que serão
computados na sua meta de redução. Essas transações têm como moeda
padrão o carbono equivalente (CO2), ou seja, a quantidade de quilogramas de
carbono correspondente à redução do gás que está sendo eliminado.
(GUIMARÃES, 2007)
Para a implantação de projetos de MDL é necessário atendimento a
algumas exigências e, principalmente, comprovação que as reduções são
adicionais aquelas em que se alcançaria na ausência do projeto, bem como
não apresentar impacto colateral negativo ao meio ambiente. (GUIMARÃES,
2007)
Cada país não Anexo I definiu suas prioridades de implantação de
projetos de MDL. No Brasil estas prioridades estão em projetos de fontes
renováveis de energia, eficiência/conservação de energia, reflorestamento ou
estabelecimento de novas florestas e outros projetos de redução de emissão,
tais como projetos de aterros sanitários e projetos agropecuários. Segundo o
Governo brasileiro são estes os projetos que podem contribuir para a mitigação
da mudança do clima. (GUIMARÃES, 2007)
O Brasil não tem compromissos formais de redução ou com a limitação
de suas emissões antrópicas de gases de efeito estufa estabelecidas no
Protocolo de Kyoto, no entanto, o Protocolo de Kyoto é importante para os
países em desenvolvimento porque possibilita a aplicação do princípio de
responsabilidades comuns, porém diferenciadas, adotado na Convenção. Até o
momento no Protocolo, que vigora desde 16 de fevereiro de 2005, cabe aos
países
industrializados,
maiores
emissores
históricos,
assumirem
os
compromissos relativos ao controle do aquecimento global. (MARCHEZI;
AMARAL, 2008).
No Quadro 2 são apresentados os países integrantes do Anexo I do
Protocolo de Kyoto, bem como suas metas.
73
Países integrantes do Anexo I do Protocolo de Kyoto
Metas de Emissão de CO2
Áustria, Bélgica, Bulgária, República Tcheca, Dinamarca,
Estônia, Comunidade Européia, França, Alemanha, Grécia,
Itália, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Mônaco, Finlândia,
- 8%
Portugal, Eslováquia, Eslovênia, Países Baixos, Irlanda,
Romênia, Suécia, Suíça, Letônia, Reino Unido da Grã
Bretanha e Irlanda do Norte
Estados Unidos*
- 7%
Canadá, Hungria, Japão e Polônia
- 6%
Croácia
- 5%
Nova Zelândia, Federação Russa, Ucrânia
0%
Noruega
1%
Austrália
8%
Islândia
10%
*País que não ratificou o Protocolo de Kyoto
Fonte: Brasil (2004)
Quadro 2: Anexo I e metas de emissão
2.2
Conceitos e considerações sobre sustentabilidade e responsabilidade
socioambiental
O conceito de sustentabilidade é relativamente novo se comparado com
todo o movimento ambientalista e este último tem passado por grandes
transformações ao longo dos anos. Mesmo o termo sustentável já foi muito
utilizado sem o peso ambiental que tem hoje, por exemplo, os termos
econômicos: crescimento e economia sustentáveis (ou auto-sustentáveis) não
se relacionam, necessariamente, a causa ecológica. O termo usa sustentável
com
o
significado
de
sustentação,
continuidade
ou
estabilidade.
(MATSUNAGA, 2008).
Sustentabilidade
é
um
conceito
sistêmico,
relacionado
com
a
continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da
sociedade humana. (MIRANDA; COSTA, 2005).
Propõe-se a ser um meio de configurar a civilização e atividade
humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e as suas
74
economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu maior
potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os
ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na
manutenção indefinida desses ideais. (MIRANDA; COSTA, 2005).
―A sustentabilidade abrange vários níveis de organização, desde a
vizinhança local até o planeta inteiro‖. (SEPÚLVEDA, 2005, p. 22).
Sustentabilidade, é hoje em dia usado como um termo amplo para todas
as atividades humanas. (MIRANDA; COSTA, 2005).
O empreendimento humano ser sustentável, deve contemplar quatro
requisitos
básicos:
ecologicamente
correto,
economicamente
viável,
socialmente justo e culturalmente aceito. (SEPÚLVEDA, 2005).
O Instituto Ethos em seu glossário conceitua sustentabilidade como:
Ter sustentabilidade significa assegurar o sucesso do negócio a longo
prazo e ao mesmo tempo contribuir para o desenvolvimento
econômico e social da comunidade, um meio ambiente saudável e
uma sociedade estável. [...] Geralmente definido como a forma de
satisfazer as necessidades da presente geração sem comprometer a
capacidade das futuras gerações de satisfazer as suas necessidades,
de acordo com a comissão Brundtland. A sustentabilidade tem três
amplos componentes, geralmente descritos como as pessoas, os
lucros e o planeta, ou seja, os aspectos sociais, econômicos e
ambientais. A necessidade de as empresas darem conta dessas três
dimensões tem sido resumida no conceito da triple bottom line.
(ETHOS, 2009).
Miranda; Costa (2005) observam que a sustentabilidade é prover o
melhor para as pessoas e para o ambiente tanto agora como para um futuro
indefinido. Segundo o Relatório de Brundtland (1987, apud MIRANDA; COSTA
2005, p. 12), sustentabilidade é: "suprir as necessidades da geração presente
sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas".
A gestão sustentável é uma capacidade para dirigir o curso de uma
empresa, comunidade, ou país, por vias que valorizam, recuperam todas as
formas de capital, humano, natural e financeiro de modo a gerar valor ao
stakeholders (lucro). A gestão de processos deve ser vista sempre como um
processo evolutivo de trabalho e gestão e não somente como um projeto com
início, meio e fim. Se não for conduzida com esta visão, a tendência de se
tornar um modismo dentro da empresa ou do país e logo ser esquecida ao
sinal de um primeiro tropeço é grande. Muitos esforços e investimentos têm
sido gastos sem o retorno esperado. (MIRANDA; COSTA, 2005).
75
Sepúlveda observa que:
Se pensarmos que 10% de tudo o que é extraído do planeta pela
industria (em peso) é que se torna produto útil e que o restante é
resíduo, torna-se urgente uma Gestão Sustentável que nos leve a um
consumo sustentável, é urgente minimizar a utilização de recursos
naturais e materiais tóxicos. O Desenvolvimento Sustentável não é
ambientalismo nem apenas ambiente, mas sim um processo de
equilíbrio entre os objetos económicos, financeiros, ambientais e
sociais. (SEPÚLVEDA, 2005, p. 24).
Nesse contexto surge o conceito de responsabilidade ambiental com a
percepção de que os recursos naturais podem se esgotar com a ação
predadora do homem. Isso ocorreu quando terríveis acidentes industriais além
de deixar doente e até matar populações também degradou os recursos
naturais que serviam de insumos para a própria indústria. Com estudos
climáticos foi identificado, por exemplo, a nocividade de gases poluentes e seu
efeito sob as condições de vida da população. Foi através de um desses
estudos que se proibiu a emissão de CFC.
Ainda sobre sustentabilidade, o professor holandês Peter Nijkamp (apud
DIAS, 2006, p. 15), envolve três aspectos: ecologicamente correta, atividade
economicamente viável e socialmente justa. O primeiro, ecológico, diz respeito
à manutenção do ecossistema em longo prazo. O segundo, econômico, trata
da obtenção de renda suficiente para o custeio da vida em sociedade. E o
terceiro, social, aborda o respeito aos valores sociais e culturais e a justiça na
distribuição de custos e benefícios.
Traduzindo: os três fatores, em equilíbrio, como num triângulo compondo
cada um dos três lados, formam o ideal de sustentabilidade para uma
população, manifestando preocupação tanto com questões ambientais, como
econômicas e sociais.
A multidimensionalidade do fenômeno da sustentabilidade é, por sua
vez, bastante explorada na obra de Sachs (2002), onde encontram-se a
proposta de alguns critérios de sustentabilidade que compreendem as
seguintes dimensões, a saber:
a) social
–
implica
o
alcance
de
um
patamar
razoável
de
homogeneidade social; distribuição de renda justa; e igualdade no
acesso aos recursos e serviços sociais;
b) cultural – equilíbrio e respeito à tradição e inovação; capacidade de
76
autonomia para elaboração de um projeto nacional integrado e
endógeno; e autoconfiança combinada com abertura para o mundo;
c) ecológica – preservação do potencial da natureza na produção de
recursos renováveis e limitação do uso dos recursos não renováveis;
d) ambiental – respeito e realce da capacidade de autodepuração dos
sistemas naturais;
e) territorial – manutenção das configurações urbanas e rurais de forma
balanceada;
melhoria
disparidades
inter-regionais;
desenvolvimento
do
ambiente
e
urbano;
utilização
ambientalmente
de
superação
das
estratégias
seguras
para
de
áreas
ecologicamente frágeis;
f) econômica – desenvolvimento intersetorial equilibrado; segurança
alimentar; capacidade contínua de modernização dos instrumentos
de produção; e inserção soberana na economia internacional;
g) político nacional – coesão social, democracia e desenvolvimento da
capacidade do Estado em implementar o projeto nacional, em
parceria;
h) político internacional – eficácia do sistema de prevenção de guerras
da ONU; do co-desenvolvimento Norte-Sul, baseado em princípios de
igualdade;
do
controle
institucional
do
sistema
internacional
financeiro e de negócios; e da aplicação do princípio da precaução
na gestão do meio ambiente e recursos naturais e do sistema de
cooperação científica e tecnológica internacional.
A busca do significado do termo sustentabilidade encontra uma clara
interface no desenvolvimento sustentável que emerge, como importante
paradigma da atualidade, a temática da sustentabilidade. Vista, a princípio, sob
o prisma da preservação ambiental, a temática da sustentabilidade tem a sua
discussão ampliada, abarcando inúmeras dimensões.
Já em relação à responsabilidade ambiental encontra uma estreita
ligação com a responsabilidade social. A evolução desses dois conceitos em
paralelo ocorreu por causa desses documentos e eventos que geraram
modificações não somente na cultura como nas leis de muitos países.
A responsabilidade social é entendida como aquela que cuida dos
interesses das pessoas em sentido amplo. Normalmente essa responsabilidade
77
tem a forma de distribuição de renda feita em modo de filantropia. As
motivações que levam os sócios das empresas a praticar a filantropia são suas
convicções morais ou religiosas.
Juntando a responsabilidade social com a responsabilidade ambiental
surgiu a Responsabilidade Socioambiental. Na verdade nunca existiu essa
separação. Apenas o homem conseguiu perceber que tanto o ser humano
depende de uma sociedade mais justa como de um local adequado para se
viver. Sendo assim, não basta ter alimentos se estes estão contaminados ou
exigir saneamento básico se as favelas não param de crescer. Para se ter um
planeta limpo e com pessoas vivendo dignamente é preciso uma nova cultura
onde todos são responsáveis pela conservação da dignidade humana e dos
recursos naturais.
Concluindo a responsabilidade socioambiental não é um simples jargão
do novo século. É apenas a percepção de que tanto recursos naturais como
humanos precisam de cuidados especiais e que nenhum dos dois podem ser
dissociados, pois são parte de um mesmo ambiente.
2.3
Desenvolvimento sustentável
O conceito de desenvolvimento sustentável é dinâmico e está sujeito a
dimensões e interpretações que refletem visões consideradas culturalmente
apropriadas e de relevância local. (RESENDE, 2006).
O termo desenvolvimento sustentável foi adaptado pela Agenda 21,
programa das Nações Unidas. Algumas pessoas hoje, referem-se ao termo
desenvolvimento
sustentável
como
um
termo
amplo,
pois
implica
desenvolvimento continuado, e insistem que ele deve ser reservado somente
para as atividades de desenvolvimento. (MIRANDA; COSTA, 2005).
O crescimento industrial evidenciado nos dois últimos séculos tem
elevado o padrão de vida da população humana a altos custos ambientais. A
partir da tomada de consciência desses problemas, as discussões sobre o
tema ambiental têm evoluído muito. (SILVA; QUELHAS, 2006).
78
A relação sociedade e meio ambiente passou a ser analisada de
forma menos localizada e mais globalizada, levando a um
posicionamento mais crítico que tem determinado o surgimento de
novas alternativas de relacionamento da sociedade contemporânea
com seu ambiente, com o intuito de reduzir os impactos que ela
produz sobre o meio que a cerca. (BELLEN, 2006, p. 58).
O Relatório Brundland define desenvolvimento sustentável como ―o
desenvolvimento
que
preenche
as
necessidades
do
presente,
sem
comprometer a habilidade das gerações futuras de preencherem suas próprias
necessidades―. Nessa conceituação devem ser considerados os aspectos
relativos às dimensões social e ecológica, aliada à dimensão econômica, de
recursos vivos e não vivos e às vantagens de curto e longo prazo de ações
alternativas. (AMARAL, 2002, p. 1).
Ainda há controvérsias sobre a concepção da sustentabilidade que
envolve o consumo de recursos não renováveis que devem ser explorados em
bases sustentáveis. Sobre isso, Silva; Quelhas (2006) salientam que o conceito
de desenvolvimento sustentável deve apresentar preocupação com a
manutenção, a renovação e a recuperação de recursos naturais, mas deve,
principalmente, incluir uma dimensão ética de integridade, para pesar entre as
pressões econômicas atuais e as necessidades ambientais futuras.
Amaral (2002) relata o aspecto ambiental e envolve a redução de
consumo de recursos naturais e a preocupação com a degradação ambiental
decorrente da poluição.
A Agenda 21 consolidou a idéia de que os modelos tradicionais de
crescimento devem ser modificados a ponto de reconduzir a
sociedade industrial aos princípios do desenvolvimento sustentável,
de modo a garantir o direito ao desenvolvimento, principalmente em
países com níveis insatisfatórios de renda e riqueza, e o direito a
ambiente saudável das futuras gerações. (DEGANI, 2003, p. 9).
Com o aprimoramento do conceito de desenvolvimento sustentável a
sustentabilidade tem, a cada dia, se incorporado à visão corporativa.
O desenvolvimento sustentável sob o ponto de vista corporativo pode
ser definido como: ―A busca do equilíbrio entre o que é socialmente desejável,
economicamente viável e ecologicamente sustentável‖, conforme Silva (2003,
p. 18).
A preocupação mundial com o meio ambiente e o desenvolvimento de
padrões ambientais internacionais tem criado a necessidade das empresas
79
adotarem
formalmente
estratégias
e
programas
ambientais,
e
essa
preocupação, tem provocado mudanças nas condições competitivas no
mercado de atuação, exigindo uma agilidade na adaptação de estratégias,
incorporando qualidade e conhecimento gerencial. Muitas estratégias de
gerenciamento ambiental têm passado do status de controle para a atuação
preventiva. (SILVA, 2003).
No Brasil, segundo estudos de Rohrich; Cunha (2004), algumas
empresas acreditam que não podem usar seus recursos financeiros para
melhorar a performance ambiental e social, sem reduzir o valor do acionista,
argumentando que para aderir a padrões éticos a empresa eleva seus custos,
aumentando o preço do produto final, reduzindo a vantagem competitiva e a
lucratividade. Outras empresas acreditam o fato de investir na performance
ambiental e social pode melhorar a eficiência operacional da empresa e gerar
novas oportunidades de mercado.
Sobre isso Porter (1989, apud DIAS,2006) observa que políticas ativas
de melhoria de performance ambiental podem criar uma vantagem competitiva,
em função da maior eficiência no uso dos recursos. Para melhorar a
competitividade de empresas, é fundamental incorporar o conceito de
competitividade ambiental, podendo ser considerado o paradigma da
sustentabilidade.
Para Silva; Quelhas (2006) as empresas interagem de quatro maneiras
com o meio ambiente: pelo consumo de recursos (entradas); no consumo de
energia (consumo indireto de recursos); no gerenciamento de resíduos (coleta,
tratamento, reaproveitamento, transporte e descarte apropriado); e poluição
(não gerenciamento de resíduos).
Silva; Quelhas (2006) observam que a literatura acadêmica tem
investigado o relacionamento entre performance ambiental e financeira, no
entanto, as evidências empíricas são inconsistentes. Normalmente, devido às
diferentes metodologias e a escolha dos indicadores de performance ambiental
e financeira é que ocorrem os conflitos de resultados.
2.4
Dimensões de sustentabilidade
80
Segundo Gamboa; Mattos; Silva (2005), o desenvolvimento sustentável
nas organizações apresenta três dimensões, que são: a econômica, a social e
a ambiental.
Do ponto de vista econômico, a sustentabilidade prevê que as empresas
têm que ser economicamente viáveis. Seu papel na sociedade deve ser
cumprido levando em consideração esse aspecto da rentabilidade, ou seja, dar
retorno ao investimento realizado pelo capital privado.
Segundo Dias (2006), em termos sociais, a empresa deve satisfazer aos
requisitos de proporcionar as melhores condições de trabalho aos seus
empregados, procurando contemplar a diversidade cultural existente na
sociedade em que atua além de propiciar oportunidade aos deficientes de
modo geral. Além disso, seus dirigentes devem participar ativamente das
atividades socioculturais de expressão da comunidade que vive no entorno da
unidade produtiva.
Para Martins (2006), do ponto de vista ambiental, deve a organização
pautar-se pela eco-eficiência dos seus processos produtivos, adotarem a
produção mais limpa, oferecer condições para o desenvolvimento de uma
cultura ambiental organizacional, adotar uma postura de responsabilidade
ambiental, buscando a não-contaminação de qualquer tipo do ambiente natural,
e procurar participar de todas as atividades patrocinadas pelas autoridades
governamentais locais e regionais no que diz respeito ao meio ambiente
natural.
Para Dias (2006) o mais importante na abordagem das três dimensões
da sustentabilidade empresarial é o equilíbrio dinâmico necessário e
permanente que devem ter, e que tem de ser levado em consideração pelas
organizações que atuam preferencialmente em cada uma delas: organizações
empresariais (econômica), sindicatos (social) e entidades ambientalistas
(ambiental). Deve ser estabelecido um acordo entre as organizações de tal
modo que nenhuma delas atinja o grau máximo de suas reivindicações e nem o
mínimo inaceitável, o que implica num diálogo permanente para que as três
dimensões sejam contempladas de modo a manter a sustentabilidade do
sistema.
81
2.5
Gestão ambiental
Dentre as muitas definições apresentadas na literatura, destaca-se, por
sua concisão, aquela adotada por Nilsson (1998, apud CORAZZA, 2003):
Gestão ambiental envolve planejamento, organização, e orienta a
empresa a alcançar metas [ambientais] especificas, em uma
analogia, por exemplo, com o que ocorre com a gestão de qualidade.
Um aspecto relevante da gestão ambiental é que sua introdução
requer decisões nos níveis mais elevados da administração e,
portanto, envia uma clara mensagem à organização de que se trata
de um compromisso corporativo. A gestão ambiental pode se tornar
também um importante instrumento para as organizações em suas
relações com consumidores, o público em geral, companhias de
seguro, agências governamentais, e outros. (NILSSON, 1998, apud
CORAZZA, 2003, p. 134).
As contribuições da gestão ambiental para as diferentes atividades da
organização (quer ela esteja subsumida ao respectivo cargo, quer esteja
vinculada às atribuições de um departamento específico ou, ainda, dispersa
horizontalmente por suas diversas áreas de competência) são agrupadas por
Groenewegen; Vergragt (1991, apud CORAZZA, 2003) em três esferas:
produtiva, da inovação e estratégica.
Em termos de competitividade empresarial, há duas variáveis ambientais
que são relevantes: a gestão ambiental de processos e a de produtos. (DIAS,
2006).
Na gestão ambiental de processos, as principais ferramentas com as
quais se obtêm os melhores resultados são as tecnologias ambientais, com
destaque para a Produção Mais Limpa, que traz melhores resultados
competitivos, além da certificação de processos, que em alguns setores (como
o florestal e o têxtil) é essencial. Em relação à gestão ambiental de produtos,
as principais ferramentas são a análises do ciclo de vida, a certificações dos
produtos (selos ecológicos) e o ecodesign. (DIAS, 2006).
De modo geral, as empresas, após melhorarem a eficiência de seus
processos de produção, passam a se ocupar com o projeto de seus produtos.
E, neste sentido, a importância da avaliação do ciclo de vida dos produtos é
inquestionável, constituindo-se numa análise dos impactos ambientais
causados pelo produto, que se inicia com a matéria-prima utilizada, como é
transportado, o modo de fabricação e o transporte do produto acabado, sua
82
utilização e descarte. Em função do produto, outras fases do ciclo de vida
podem ser incluídas na análise. (DIAS, 2006).
Outra ferramenta que vem ganhando destaque nos últimos anos, e
relacionada com a gestão ambiental do produto, é o ecodesign, que pode ser
definido como um conjunto específico de práticas de projeto, orientadas para a
criação de produtos e processos ecoeficientes, respeitando-se os objetivos
ambientais, de saúde e segurança durante todo o ciclo de vida destes produtos
e processos. Na realidade, o ecodesign foca prioritariamente o projeto e o
desenvolvimento de produtos. E, através do ecodesign, por exemplo, pode-se
reduzir a utilização de matéria-prima, de energia e de água necessários para a
fabricação do produto. (DIAS, 2006).
Na esfera estratégica, a gestão ambiental fornece avaliações sobre os
potenciais de desenvolvimento e sobre as restrições ambientais emergentes
(resultantes tanto da regulamentação quanto da concorrência). (DIAS, 2006).
Corazza (2003) ressalta que quando se trata de avaliar a influência da
gestão ambiental sobre a orientação estratégica de uma organização, são
determinantes o posicionamento dos responsáveis ambientais da gestão
ambiental na estrutura hierárquica e o alcance de suas atribuições específicas.
Faucheux et al. (1997, apud CORAZZA, 2003) identificam dois conjuntos
de razões estratégicas que explicam a integração da gestão ambiental pelas
empresas: as defensivas e as proativas.
Quando se trata das estratégias defensivas, o meio ambiente é
encarado como uma restrição suplementar às atividades da empresa. A
integração da gestão ambiental corresponde apenas à internalização coercitiva
dos custos externos. Entrar em conformidade com a regulamentação vigente é
a tônica deste tipo de integração, que corresponde à situação da gestão
ambiental nas empresas antes da década de 80.
Quando se trata das estratégias proativas, o meio ambiente é encarado
como elemento de competitividade extra-custos. A introdução da gestão
ambiental nas empresas se faz com o objetivo inicial de prevenir o impacto
ambiental e de antecipação com respeito à evolução da regulamentação – a
que Godard (1993, apud CORAZZA, 2003) chamou de gestão antecipada de
uma legitimidade contestável – e, a seguir, com a finalidade de prospecção e
desenvolvimento de novas oportunidades de negócio – no sentido do que
83
Porter; Van Der Linde (1995, apud CORAZZA, 2003) consideram como a
construção de uma competitividade assegurada pelos investimentos na área
ambiental. Este tipo de estratégia corresponde à situação da gestão ambiental
nas
empresas
que,
como
menciona-se,
começa
a
se
desenvolver
paulatinamente a partir da década de 80.
Segundo Dias (2006), o nível de competitividade de uma empresa
depende de um conjunto de fatores, variados e complexos, que se interrelacionam e são mutuamente dependentes, tais como: custos, qualidade dos
produtos e serviços, nível de controle de qualidade, capital humano, tecnologia
e capacidade de inovação.
Ainda de acordo com Dias (2006), ocorre que nos últimos anos a gestão
ambiental tem adquirido cada vez mais uma posição destacada, em termos de
competitividade, devido aos benefícios que traz ao processo produtivo como
um todo e a alguns fatores em particular que são potencializados. Entre as
vantagens competitivas da gestão ambiental, pode-se identificar as seguintes:
a) com o cumprimento das exigências normativas, há melhora no
desempenho ambiental de uma empresa, abrindo-se a possibilidade
de maior inserção num mercado cada vez mais exigente em termos
ecológicos, com a melhoria da imagem junto aos clientes e a
comunidade;
b) adotando um design do produto de acordo com as exigências
ambientais, é possível torná-lo mais flexível do ponto de vista de
instalação e operação, com um custo menor e uma vida útil maior;
c) com a redução do consumo de recursos energéticos, ocorre a
melhoria na gestão ambiental, com a consequente redução nos
custos de produção;
d) ao se reduzir ao mínimo a quantidade de material utilizado por
produto, há redução dos custos de matéria-prima e do consumo de
recursos;
e) quando se utilizam materiais renováveis, empregando-se menos
energia pela facilidade de reciclagem, melhora-se a imagem da
organização;
f) com a otimização das técnicas de produção, pode ocorrer melhoria
na capacidade de inovação da empresa, redução das etapas de
84
processo produtivo, acelerando o tempo de entrega do produto e
minimizando o impacto ambiental do processo;
g) com a otimização do uso do espaço nos meios de transporte, há
redução nesse tipo de gasto com a consequente diminuição do
consumo de gasolina, o que diminui a quantidade de gases no meio
ambiente.
O grau de envolvimento da empresa com a questão ambiental variará
em função da importância que a organização dá para a variável ecológica e
sua decisão dependerá: do ambiente natural externo e próximo à unidade
produtiva, dos recursos naturais de que necessita e do grau de contaminação
ambiental que seu processo produtivo gera. Outros motivos que afetam o
envolvimento da empresa com uma gestão ambiental mais efetiva são: a
dificuldade de obtenção do investimento necessário para adaptação de seu
processo produtivo, falta de conhecimento técnico-científico sobre a questão
ambiental envolvida e o grau de compromisso do seu quadro de pessoal com a
ética ambiental. Uma forma de classificar as diferentes estratégias adotadas
pelas empresas diante da problemática ambiental e, principalmente, da
legislação. (DIAS, 2006).
2.5.1 Estímulos para a adoção de métodos de gestão
Conforme Tachizawa (2009), há diversas razões que podem incentivar
uma empresa a adotar métodos de gestão ambiental; além dos interesses
econômicos, obviamente, podem surgir de estímulos internos ou externos.
2.5.1.1 Estímulos internos
Para Tachizawa (2009), entre os estímulos internos que motivam uma
organização a se envolver mais concretamente com a implementação de
técnicas de gestão ambiental, como parte de seu processo de desenvolvimento
85
e inovação de produtos, estão:
a) a necessidade de redução de custos;
b) incremento na qualidade do produto;
c) melhoria da imagem do produto e da empresa;
d) a necessidade de inovação;
e) aumento da responsabilidade social;
f) sensibilização do pessoal interno.
Segundo Dias (2006), na necessidade de redução de custos pode-se
dizer que os benefícios financeiros imediatos podem ser obtidos com a redução
de
aquisição
de material por unidade
produzida,
utilizando-se mais
eficientemente a energia, a água e os materiais auxiliares durante o processo
produtivo. Em médio prazo se obtêm outros benefícios com a redução do
desperdício e dos resíduos mais perigosos, o que implica um investimento
futuro nos custos de manejo desses dejetos.
Em relação ao incremento na qualidade do produto, Almeida (2007)
comenta que em consequência da obtenção de alto nível na qualidade
ambiental, ocorre elevação na qualidade do produto, relacionada a fatores tais
como: funcionalidade, confiabilidade, durabilidade e maior facilidade para sua
manutenção.
Para Almeida (2007), a melhoria da imagem do produto e da empresa
refere-se a um produto ambientalmente correto, desenvolvido por uma
empresa de reconhecido mérito ambiental, tem uma imagem positiva junto aos
consumidores. Essa imagem pode ser fortalecida, havendo possibilidades de
associação com normas que agreguem um selo de qualidade ambiental ao
produto.
Segundo Dias (2006), a necessidade de inovação refere-se a uma
empresa que tem necessidade de inovação por vários motivos, por exemplo:
buscar diferenciação em relação aos seus concorrentes, ou para manter-se no
mercado em condições de competitividade vantajosa.
A modificação de um produto, através de sua embalagem, por exemplo,
pode levar as modificações em todo o sistema, ou seja, na tecnologia
empregada, no produto em si e no mercado. Pode chegar-se ao ponto em que,
através do processo de inovação, o produto acesse mercados em que antes
não teria nenhuma oportunidade. Em sua essência, portanto, a necessidade de
86
adoção da inovação em processos e produtos implica a adoção de técnicas de
gestão ambiental. Um aspecto importante é que o Sistema de Gestão
Ambiental incorpora de forma sistemática a inovação como componente
fundamental e permanente da estrutura organizacional.
Tachizawa (2009) ressalta que o aumento da responsabilidade social
corresponde ao aumento da conscientização ambiental na sociedade, as
diferentes camadas da população são afetadas de diversos modos. Aqueles
que possuem postos de direção nas empresas, nos seus diversos níveis,
sentem-se cada vez mais responsáveis junto à comunidade, pois compreende
o papel das empresas na contaminação ambiental, o que reflete no seu
cotidiano.
O nível de responsabilidade social adquirido para a conservação do
meio ambiente inclui a preocupação com a diversidade, com as necessidades
das gerações futuras e com os efeitos do processo produtivo na comunidade
local. Essa sensibilização do segmento gerencial tem levado a que cada vez
mais essa camada social tome a iniciativa de implementar processos de
implantação de Sistema de Gestão Ambiental. (TACHIZAWA, 2009).
A sensibilização não ocorre somente no grupo de gerentes de uma
empresa. Afetado da mesma forma pelas campanhas de mídia, ou por
influência de amigos e parentes, o pessoal interno das empresas muitas vezes
constitui uma opinião pública que influencia o quadro dirigente a adotar
medidas corretivas ou proativas em relação ao meio ambiente, não só interno
como também externo à organização. (TACHIZAWA, 2009).
2.5.1.2 Estímulos externos
Segundo Almeida (2007), os estímulos externos envolvem:
a) demanda do mercado;
b) a concorrência;
c) o poder público e a legislação ambiental;
d) O meio sociocultural;
e) As certificações ambientais;
87
f) Os fornecedores.
Na demanda do mercado, Dias (2006) observa que há um crescente
aumento das exigências ambientais por parte de clientes e consumidores
finais, o que obriga as empresas a melhorar sua forma de atuar, modificando
seus processos e produtos. Um exemplo claro desta situação é que muitas
corporações não querem assumir os problemas ambientais de seus
fornecedores e exigem que estes demonstrem claramente que seus processos
internos e produtos não afetam o meio ambiente. Nestes termos, muitas
pequenas e médias empresas disputam em condições melhores com seus
concorrentes contratos das grandes empresas, quando possuem, por exemplo,
o certificado ISO 14.000.
De modo geral, quando um cliente é uma grande corporação, esta tem
melhores condições de influenciar uma empresa do que um consumidor; o
resultado é a formação de uma cadeia de fornecedores com orientação
ambiental, constituindo uma cadeia produtiva ambientalmente correta. (DIAS,
2006).
De acordo com Almeida (2007), a concorrência pode ser motivada pela
introdução de métodos de gestão ambiental por parte das empresas. O
posicionamento de uma empresa em relação aos seus concorrentes está cada
vez mais relacionado com a adoção ou não de técnicas de gestão ambiental.
O desempenho ambiental das empresas as posiciona melhor em relação
aos concorrentes, ou ao menos não as impede de disputar mercado quando
assume maior peso em outros fatores. Não é só a pressão dos clientes que
torna uma empresa ambientalmente responsável, mas assume forte apelo e
entendimento de que o meio ambiente pode se tornar importante ferramenta
competitiva e de formação de Imagem.
O poder público e a legislação ambiental aumentam em todo o mundo o
papel de controle exercido pelos governos em relação a questões ambientais.
Assim, as empresas, além de conhecer a legislação atual, devem ser capazes
de prever a legislação futura de seus próprios países e daqueles para os quais
exportam. Há crescente aumento de políticas e normas ambientais em relação
aos produtos. (ALMEIDA, 2007).
Em
pesquisa
realizada
junto
aos
empresários
brasileiros,
a
Confederação Nacional da Indústria (CNI) constatou que a regulação ambiental
88
ainda é um dos fatores mais fortes para que as empresas adotem medidas
gerenciais voltadas para a gestão ambiental. Conforme Dias (2006), atender ao
regulamento ambiental (45,2%) e atender a exigências para licenciamento
(37,8%) ocupa respectivamente o 1º e o 3º lugares nas preocupações dos
empresários.
A responsabilidade das empresas sobre seus produtos vai até o
momento em que o consumidor descarta os produtos, como no caso das pilhas
e baterias de celulares, ou seja, o produtor assume o compromisso de
recuperação quando o material é descartado após o consumo.
As políticas ambientais devem afetar consideravelmente os custos
energéticos (combustíveis e eletricidade) que nos próximos anos deverão se
elevar. Os métodos de produção com uso intensivo de energia deverão ser os
mais afetados, e deverá sofrer forte impacto que deverá afetar as decisões
tomadas pelas empresas e as preferências dos consumidores. (DIAS, 2006).
Em relação ao meio sociocultural, pode se dizer que a parte mais
significativa da pressão exercida pelo meio social é efetuada pelos
consumidores e a sociedade como um todo, colocando exigências sobre os
produtos e os processos de produção. No entanto, as pessoas que integram as
organizações são também questionadas, através de suas relações sociais,
sobre as responsabilidades que assume a empresa com respeito ao meio
ambiente. (DIAS, 2006).
Na pesquisa da CNI junto aos empresários brasileiros, melhorar a
imagem perante a sociedade (16%) e atender ao consumidor com preocupações ambientais (15%) ocuparam, respectivamente, a 4ª e a 5ª posições
na preocupação dos empresários. (DIAS, 2006).
Os processos produtivos antes conhecidos por alguns dentro das
empresas, sob certos aspectos, popularizam-se através dos meios de
comunicação de massa e do acesso à Internet, fazendo com que em pouco
tempo percam a credibilidade as declarações superficiais que têm como
objetivo somente um melhor posicionamento no mercado, sem alterações
significativas nos processos e produtos. (DIAS, 2006).
Nas sociedades, de modo geral, cresce a cultura de que a qualidade de
vida é um valor essencial do ser humano, e isto inclui um relacionamento
harmonioso com a natureza. Em muitas regiões, recém-incorporadas ao
89
mercado global, às populações têm uma relação com a natureza que a
industrialização e o consumo de massa não modificaram. Estas são bastante
sensíveis à propaganda enganosa, e devido à facilidade propiciada pelos
meios de comunicação, podem transformar-se em focos de resistência a
produtos, e se tornarão símbolos de resistência à irresponsabilidade ambiental,
que marcará de forma profunda as corporações envolvidas. (TACHIZAWA,
2009).
Em relação às certificações ambientais, Seiffert (2008) salienta que em
muitos casos, as certificações, que se evidenciam em selos de qualidade
ambiental, têm se tornado um estímulo externo de peso para as empresas.
Clientes dos países desenvolvidos exigem em muitos casos uma certificação
reconhecida internacionalmente, como a norma ISO 14000, para alguns
produtos.
Segundo Seiffert (2008), os Sistemas de Gestão Ambiental constituem
processos sob os quais, de forma sistemática e planejada, se controlam e
minimizam os impactos ambientais negativos de uma organização. Para se
obter a certificação de um modelo de gestão ambiental, como, por exemplo, a
série ISO 14000, a empresa deve implementar ferramentas para monitorar
atividades, produtos ou serviços que podem interagir com o meio ambiente; e
desenvolver programas ambientais que promovam redução ou eliminação do
impacto eventualmente produzido.
Os chamados selos ecológicos se referem à identificação dos produtos
por meio de um selo ou etiqueta, emitidos por entidades, organizações
comerciais ou não governamentais, reconhecendo que o produto cumpriu
determinados padrões ambientais previamente estabelecidos, segundo Dias
(2006).
A adesão aos selos verdes é voluntária; eles estão mais estabelecidos
nos países onde os consumidores têm maior consciência ecológica. Um dos
primeiros foi o selo alemão Blue Angel, que foi introduzido em 1977. O selo
canadense Ecologic Choice de 1988 é um dos mais rigorosos. (DIAS, 2006).
O Japão criou um selo em 1989, o Eco-Mark, que é concedido pela
Associação Japonesa do Meio Ambiente. Nos EUA, há os selos ecológicos
Green Cross e Green Seal, que são apoiados por ONGs ambientais (Quadro
3).
90
País
Selo
Ano de início
Comunidade Européia
Ecolabel
1992
Suécia
Environmental Choice
1990
Suécia
Nordic Swan
1986
Canadá
Ecological Choice
1988
Alemanha
BlueAngel
1977
EUA
Green Seal
1990
Japão
Eco-Mark
1989
França
NF Environment
1989
Fonte: Epelbaum (2004, apud DIAS, 2006, p. 56)
Quadro 3: Principais selos ecológicos mundiais
Os fornecedores influenciam a conduta das empresas de diversos
modos, por exemplo, ao introduzirem novos materiais e processos, que
contribuem para diminuir ameaças ao meio ambiente e que são adotados pelas
grandes corporações. Os fornecedores que apresentam iniciativas deste tipo
podem converter-se em aliados promotores da inovação dos produtos,
provocando ao mesmo tempo a atualização tecnológica, que trará benefícios
tanto financeiros como ambientais. (DIAS, 2006).
2.6
Normas ambientais e ISO-14000
Com base no ISO/IEC Guide 2 (2004, apud SORATTO et al., 2006), a
certificação deve ser entendida como o modo pelo qual uma terceira parte,
independente, provê garantia escrita de que um determinado sistema de
gestão está em conformidade com os requisitos, que geralmente são
especificados em normas de referência. Esse conceito justifica a importância
da normalização para a certificação de sistemas de gestão, no âmbito do
Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade - SBAC.
No Brasil, a certificação de sistemas de gestão normalizados é
concedida por Organismos Certificadores, cuja competência técnica é
91
reconhecida pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (INMETRO), que por sua vez é o gestor do Sistema Brasileiro de
Avaliação da Conformidade - SBAC (INMETRO, 2004).
Vários são os tipos sistemas de gestão organizacionais e muitas são as
normas, nacionais e internacionais, utilizadas como referência em processos
de implementação e de certificação desses sistemas. Entretanto, ao se realizar
uma análise histórica percebe-se, conforme mostra a Figura 19, uma clara
tendência na evolução e disseminação dos sistemas de gestão. Questões
como sustentabilidade e responsabilidade social passam a receber mais
atenção, principalmente de organizações mais competitivas.
Fonte: Adaptado de Soratto
et al. (2006, p. 145)
Figura 19: Evolução dos sistemas de gestão normalizados
De acordo com Seiffert (2008), acompanhando essa tendência, algumas
normas conquistaram seu espaço, especificando diretrizes para a gestão da
responsabilidade social nas organizações.
A norma internacional mais conhecida, atualmente, é a SA 8000,
publicada em 1997 pela entidade americana Social Accountability International.
Seu foco está na responsabilidade das organizações para com as relações
com seus trabalhadores, com base nos direitos humanos postulados pela
Organização Internacional do Trabalho (OIT). (SEIFFERT, 2008).
Outra norma muito conhecida é a AA 1000, cuja primeira versão foi
introduzida em 1999 pela entidade britânica Institute of Social and Ethical
AccountAbility. Essa norma não é certificável e busca o comprometimento das
organizações para com as partes interessadas, vinculando as questões sociais
92
e éticas à gestão estratégica e às operações da empresa. (SEIFFERT, 2008).
A elaboração de normas para a gestão da responsabilidade social é uma
tarefa complexa, pois envolve questões como ética e cultura, o que dificulta a
obtenção do consenso dos requisitos, principalmente, em nível internacional.
(SEIFFERT, 2008).
Essa dificuldade vem sendo encontrada pela International Organization
for Standardization (ISO) na elaboração da norma internacional ISO 26000, que
propõe o estabelecimento de diretrizes para a responsabilidade social nas
organizações dos países membros. Após três anos de estudo, a ISO optou por
elaborar uma espécie de guia de referência para orientar as nações que
desejam elaborar norma de SGRS. (SEIFFERT, 2008).
Ante aos esforços de normalizar SGRS, em todo o mundo, surge a
ABNT NBR 16001:2004 com o potencial de alavancar a sistematização da
gestão da responsabilidade social nas organizações brasileiras e possibilitar a
certificação no âmbito do SBAC. (SEIFFERT, 2008).
A certificação desse tipo de sistema no SBAC, segue o Regulamento de
Avaliação da Conformidade – RAC, elaborado pelo Inmetro e aprovado em
fevereiro de 2006. Nesse documento estão estabelecidos os critérios do
Programa de Avaliação da Conformidade de SGRS, com base na ABNT NBR
16001:2004. (SEIFFERT, 2008).
De acordo com o RAC (apud SEIFFERT, 2008), o processo de
certificação desse tipo de sistema de gestão deve contemplar, diferentemente
da avaliação dos demais tipos de sistemas de gestão, a auditoria em duas
fases:
a) Auditoria fase 1: tem início com a análise crítica, pelo Organismo
Certificador, da solicitação da certificação, compreendendo a análise
da documentação (manual, procedimentos e instruções), a consulta
prévia e divulgação às partes interessadas;
b) Auditoria fase 2: compreende a auditoria do Sistema de Gestão da
Responsabilidade Social (SGRS) nas instalações da organização
com entrevistas com a força de trabalho da mesma para verificar o
atendimento aos requisitos da norma ABNT NBR 16001 (2004).
É na fase 2 da auditoria que se encontram as dificuldades potenciais
para os auditores, no que diz respeito ao trabalho de constatação da
93
conformidade do sistema de gestão
A ABNT NBR 16001 estabelece uma estrutura de requisitos relativos à
sistema da gestão da responsabilidade social, fundamentados na promoção da
cidadania, no desenvolvimento sustentável (econômico, ambiental e social) e
na transparência das atividades das organizações. (SEIFFERT, 2008).
Partindo da abordagem de processos, a norma utiliza a metodologia
PDCA (Plan, Do, Check, Act), conforme mostra a Figura 20, buscando
facilidade para seu entendimento e aplicabilidade. (SEIFFERT, 2008).
Fonte: ABNT NBR 16001 (2004)
Figura 20: Modelo do sistema de gestão da responsabilidade social
Tanto sua estrutura, quanto parte do seu conteúdo se assemelham à
NBR ISO 14001 o que lhe confere a característica de flexibilidade, no que diz
respeito a sua integração aos demais sistemas de gestão, como o da qualidade
e o ambiental. (SEIFFERT, 2008).
Um dos grandes diferenciais da ABNT NBR 16001 está no item
planejamento, que contraditoriamente pode ser considerado o ponto mais
crítico da norma. No item 3.3.3, a norma menciona, de modo superficial, os
objetivos, metas e programas que a organização deve contemplar na área de
responsabilidade social, ressaltando que estes devem ser documentados,
94
implementados e mantidos, tanto na organização, quanto em relação às partes
interessadas. (SEIFFERT, 2008).
Segundo Tachizawa (2009), os objetivos e metas devem ser
quantificados sempre que exequível e compatíveis com a política da
responsabilidade
social,
contemplando
ações vinculadas às seguintes
temáticas:
a) boas práticas de governança;
b) combate a pirataria, sonegação, fraude e corrupção;
c) práticas leais de concorrência;
d) direitos da criança e do adolescente, incluindo o combate ao trabalho
infantil;
e) direitos do trabalho, incluindo o de livre associação, de negociação;
f) a remuneração justa e benefícios básicos, bem como o combate ao
trabalho forçado;
g) a promoção da diversidade e combate à discriminação (por exemplo:
cultural, de gênero, de raça/etnia, idade, pessoa com deficiência);
h) promoção da saúde e segurança;
i) promoção de padrões sustentáveis de desenvolvimento, produção,
distribuição e consumo, contemplando fornecedores, prestadores de
serviço, entre outros;
j) proteção ao meio ambiente e aos direito das gerações futuras; e,
k) ações sociais de interesse público.
Essas
temáticas
são
propostas
pela
norma
sem
suficiente
contextualização,dando margem à livre interpretação e à identificação de
outros temas pertinentes, o que, aliás, é textualmente recomendando,
conforme Tachizawa (2009).
A partir da definição de governança que consta da norma, as boas
práticas de governança estão vinculadas ao modo como as organizações são
dirigidas e controladas, implicando no relacionamento entre acionistas e
cotistas, na existência dos conselhos fiscal e de administração, bem como na
prática da auditoria independente. As boas práticas de governança devem
permitir que proprietários, acionistas e cotistas tenham perfeita visibilidade da
organização, considerando a prestação de contas, equidade e transparência.
(TACHIZAWA, 2009).
95
O combate à pirataria, sonegação, fraude e corrupção é uma temática
bem objetiva para as organizações, entretanto é, sem dúvida, a de maior
dificuldade para a constatação dos auditores. (DIAS, 2006).
Pressupõe que para combater esses crimes é necessário primeiramente
que as organizações não os pratique. A auditoria pode verificar o licenciamento
de softwares e outras mídias, a conscientização dos colaboradores, a
ocorrência de denúncias e o histórico de problemas relacionados à sonegação,
fraude e corrupção. (DIAS, 2006).
O culto a práticas leais de concorrência remete aos princípios da
organização no que tange à prática de preços e concorrência. O auditor pode
verificar estas práticas e se ocorreram denúncias no Conselho de
Administração de Defesa Econômica (CADE). (DIAS, 2006).
Os direitos da criança e do adolescente, incluindo o combate ao trabalho
infantil, pode ser demonstrado pela organização também por meio de: incentivo
a adoção da mesma prática pelos fornecedores e outras partes interessadas,
emprego de menores entre 14 e 16 anos como aprendizes e destinação de um
percentual do imposto de renda devido aos fundos geridos pelos conselhos dos
direitos da criança e do adolescente. (DIAS, 2006).
Os direitos do trabalhador, incluindo o de livre associação, de
negociação, a remuneração justa e benefícios básicos, bem como o combate
ao trabalho forçado estão relacionados, respectivamente, ao cumprimento da
legislação vigente a respeito do trabalho de menores, à manutenção dos
benefícios garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, ao
estímulo a livre associação, à remuneração justa e à inexistência de trabalho
forçado. Evidenciar o cumprimento dessas leis vai exigir um razoável
conhecimento do direito e habilidade na condução de entrevistas. (SEIFFERT,
2008).
A promoção da diversidade e combate à discriminação se traduz no
respeito ao indivíduo e na valorização da diversidade que está na consideração
às diferenças (cultura, gênero, raça/etnia, idade, necessidades especiais), no
exercício da tolerância e nas relações de parceria, que tenham como base a
ética e a valorização do bem comum. O estabelecimento de estratégias de
recrutamento e promoção, indicadores que demonstrem qual a real situação do
quadro funcional da empresa, oferecer salários idênticos entre homens e
96
mulheres, negros e brancos para uma mesma função e outras ações que
demonstrem equidade devem ser consideradas. (DIAS, 2006).
O compromisso com o desenvolvimento profissional deve ser estendido
aos diversos níveis hierárquicos da organização com a instituição de
programas focados na erradicação do analfabetismo, educação básica ou
ensino supletivo, especialização de técnicos
e profissionais graduados e
estímulo a evolução profissional de aprendizes e estagiários. (DIAS, 2006).
A promoção da saúde e segurança está vinculada ao cumprimento das
obrigações legais vigentes e à adesão à programas que objetivem melhorar a
saúde dos trabalhares. Neste tema, patamares superiores para a gestão da
saúde e segurança organizacional podem ser alcançados com a certificação
pela BS 8800 e OHSAS 18001, por exemplo. (SEIFFERT, 2008).
A promoção de padrões sustentáveis de desenvolvimento, produção,
distribuição e consumo, contemplando fornecedores, prestadores de serviço
enfoca a perspectiva do desenvolvimento sustentável que pressupõe a
sustentabilidade como um processo dinâmico e que deve ser analisado a partir
de uma visão sistêmica dos fenômenos que o envolvem. Essa visão, deve
contemplar não apenas ações da organização relacionadas ao produto ou
serviço ofertado, tais como produção, distribuição e consumo, mas também o
agir no desenvolvimento de seus fornecedores e prestadores de serviço,
através de transferência de conhecimento técnico e valores éticos. (DIAS,
2006).
A proteção ao meio ambiente e aos direitos das gerações futuras segue
os mesmos postulados da sustentabilidade, exigindo que a organização
demonstre seu comprometimento com o meio ambiente, entre outros, pela
adesão a certificações com base em norma ambiental e promoção campanhas
educativas, inclusive sobre os impactos gerados a partir de suas atividades.
(SEIFFERT, 2008).
A organização pode desenvolver campanhas periódicas de redução de
consumo de energia e de água e reciclagem de materiais ou desenvolver
fóruns e debates internos sobre preservação ambiental, coleta seletiva e
reciclagem de resíduos ou sobre os impactos ambientais causados por seus
produtos ou serviços. As ações podem contemplar um programa de
gerenciamento de resíduos, informações no produto sobre seu destino final,
97
não utilização de materiais e insumos provenientes de exploração ilegal,
contribuição para a preservação da biodiversidade e conservação de áreas
protegidas e outros. (SEIFFERT, 2008).
E, por fim, as ações sociais de interesse público que podem ser
direcionadas, tanto à comunidade de entorno, quanto a áreas mais
abrangentes.
Investimentos
no
desenvolvimento
sócio-econômico
da
comunidade, geração de emprego e renda, construção de áreas comuns
(parques, praças, centros comunitários) e estímulo à prática do serviço
voluntário pelos
funcionários, estão entre as ações possíveis. (SEIFFERT,
2008).
O esforço de interpretar esses requisitos, só acentua a dificuldade de
evidenciá-los nas auditorias de certificação, demonstrando que essa tarefa vai
exigir um nível de competência das equipes auditoras, de forma a atender a
ABNT NBR 16002:2005, principalmente no que diz respeito à compreensão da
interação das relações, processos e produtos da organização auditada com o
meio ambiente, contexto econômico e contexto social, tendo como referência
as temáticas aqui discutidas. (SEIFFERT, 2008).
A que se considerar, ainda, que a falta de detalhamento, na norma, das
temáticas acima comentadas, tende não apenas a dificultar o processo de
auditoria de certificação, mas a aumentar a responsabilidade do auditor no
julgamento de requisitos menos qualificáveis, intangíveis e até certo ponto
subjetivos. (DIAS, 2006).
Essa situação pode dar margem a proliferação de critérios diferenciados
entre os auditores no momento de se evidenciar a conformidade ou, o que é
pior, diante da necessidade de se caracterizar uma não-conformidade. A
variabilidade oriunda da interpretação dos requisitos da norma pode influenciar
significativamente na consistência dos serviços de certificação oferecidos pelos
diversos organismos de certificação.
Associa-se a essas dificuldades o fato da norma ressaltar que duas
organizações que desenvolvam atividades similares, mas que apresentem
níveis diferentes de desempenho de responsabilidade social, podem, ambas,
atender aos seus requisitos. Entende-se que, mesmo que a ABNT NBR 16001
não se proponha a prescrever critérios de desempenho e que o Regulamento
da Avaliação da Conformidade não faça menção a esses critérios, faz-se
98
necessário o estabelecimento de diretrizes mais específicas para o
atendimento de cada uma das temáticas comentadas, objetivando orientar as
organizações e os auditores e minimizar conflitos indesejáveis, bem como
discrepâncias no processo de concessão da certificação. (SEIFFERT, 2008).
2.7
A importância da sustentabilidade na empresa
Martins
(2006)
observa
que
a
penetração
do
conceito
de
desenvolvimento sustentável no meio empresarial tem se pautado mais como
um modo de empresas assumirem formas de gestão mais eficientes, como
práticas identificadas com o eco-eficiência e a produção mais limpa, do que
uma elevação do nível de consciência do empresariado em tomo de uma
perspectiva de um desenvolvimento econômico mais sustentável. Embora haja
um crescimento perceptível da mobilização em torno da sustentabilidade, ela
ainda está mais focada no ambiente interno das organizações, voltada
prioritariamente para processos e produtos.
Os empresários atualmente não vêem as questões ambientais como
privilégios de poucos com sobras de caixa ou interesses de ecologistas. A
preocupação com o meio ambiente, principalmente depois da década de 70,
passou a ser vista como investimento rentável se tratada de forma adequada,
ou seja, quando este investe nas melhores práticas de produção, sem agredir o
meio ambiente e reduz ou reutiliza, cada vez mais, os resíduos industriais.
(ANDREOLA, 2008).
Andreola (2008) ainda salienta que é constante a preocupação dos
empresários de sucesso com o meio ambiente, não sendo diferente em relação
aos bancos financiadores. Isso porque emprestar recursos financeiros a
empreendedores que demonstram efetiva preocupação com o meio ambiente
representa uma parceria de sucesso duradouro, na medida em que se percebe
que a mudança comportamental dos fornecedores, clientes e consumidores
passou a exigir atitudes conscientes dos empresários em relação à natureza.
Na concessão de créditos e financiamentos, alguns elementos são
decisivos como: risco ambiental e desenvolvimento de novas tecnologias.
99
Trata-se de compartilhar a responsabilidade ambiental, tarefa de todos os
segmentos da sociedade, aí incluso o setor produtivo. (JESUS et al., 1997).
A comunidade confere os novos produtos lançados no mercado para
verificar se eles não representam nenhuma agressão ao meio ambiente.
Essa preocupação, segundo Grizzi et al. (2003), já representa um dos
melhores argumentos de venda dos novos produtos lançados no mercado, já
que consumidores passaram a exigir das empresas a variável ambiental na
fabricação de seus produtos. Os consumidores atuais preferem produtos de
empresas que demonstrem de forma efetiva que não estão agredindo o meio
ambiente e estão investindo na sua regeneração ou manutenção.
Além da valorização da imagem, as empresas ambientalmente
conscientes verificam, no mercado acionário, que sua empresa vale mais, pois
a procura dos investidores é maior quando se trata de empresas que atuam de
forma adequada com relação ao meio ambiente. E, quanto maior for a procura
pelas ações patrimoniais dessa companhia, maior será seu valor de mercado.
(GRIZZI et al., 2003).
É uma dimensão pautada nos aspectos debatidos pela visão econômica
clássica em que a empresa deve ser um empreendimento viável, ou seja, a
sustentabilidade não menospreza a necessidade da organização ser rentável e
remunerar o capital privado investido. Essa é a condição, segundo Dias (2006),
para que ela possa desenvolver a sua dimensão social gerando emprego,
oportunidades para minorias e projetos sociais para a sociedade.
Outra preocupação atual das empresas, observada por Andreola (2008),
refere-se à certificação ambiental que remetem a estas a se submetem aos
respectivos processos de auditoria ambiental e auditoria dos sistemas de
gestão ambiental (SGA).
As empresas a cada dia adotam as práticas de gestão ambiental,
como forma de competir com seus concorrentes num mercado cada
vez mais exigente e porque o consumidor atual está preferindo os
produtos das empresas que investem no meio ambiente ou deixaram
de agredi-lo (DIAS, 2006, p. 168)
No Brasil, segundo Dias (2006), as práticas de gestão ambiental nas
empresas podem ser certificadas pela ISO 14000 da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), através de entidades credenciadas e visam às
organizações que atenderem a todos os respectivos requisitos (NBR ISO
100
14001:1996) e desejarem: implementar, manter e aprimorar um sistema de
gestão ambiental; assegurar-se de sua conformidade com sua Política
Ambiental
definida;
demonstrar
tal
conformidade
a
terceiros;
buscar
certificações/registro do seu Sistema de Gestão Ambiental por uma
organização externa e realizar uma auto-avaliação e emitir autodeclaração de
conformidade com esta Norma.
A
certificação
ambiental,
segundo
Andreola
(2008),
é
um
reconhecimento de que determinada empresa cumpriu todos os requisitos
exigidos para sua obtenção. No entanto, os empresários devem atentar para o
fato de que não basta atingir, em determinado momento, o reconhecimento
através da ISO 14000. É necessário atentar para a melhoria contínua, pois, em
questão ambiental, a evolução é constante.
Para a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental na empresa,
primeiramente deve-se analisar as condições em que se encontra a empresa e
seu processo produtivo frente ao que prevê a legislação vigente e as
expectativas do mercado consumidor e da concorrência.
A utilização da gestão ambiental, como diferencial de mercado é assim
explicada por Andrade; Chiuvite:
Existe uma tendência natural das empresas em abandonar uma
postura ―reativa‖ quanto às questões ambientais e passarem a
assumir uma posição pró-ativa na sociedade, encabeçando, inclusive,
iniciativas focadas na sustentabilidade ambiental. Evidente que não
se trata de um surto repentino de consciência ambiental dos
dirigentes do setor produtivo do país. Trata-se de uma briga de
mercado. (ANDRADE; CHIUVITE, 2004, p. 77)
O conceito de responsabilidade social empresarial é um produto do
século XX e das corporações modernas que, segundo Ashley et al. (2005),
nasce com forte conotação normativa e cercada de debates filosóficos sobre o
dever das corporações de promover o desenvolvimento social. Diante dele
formaram-se duas correntes: uma contra e outra a favor a responsabilidade
social das empresas.
A pratica de ações socialmente responsáveis pelas empresas garantem
ganhos de reputação – reconhecimento e legitimação da empresa. Contudo, a
relação com retornos financeiros (razão instrumental) é
inconclusiva, até
porque ações ambientais, entre outras, não tem ligações facilmente
mensuráveis com o negócio da empresa (MACHADO FILHO, 2006).
101
Portanto, segundo Moura; Leal:
Independente da racionalidade subjacente, se ética ou instrumental,
ações de responsabilidade social alteram os paradigmas de negócios
tradicionais ao integrar valores altruístas de solidariedade,
reciprocidade e amor ao próximo dentro da gestão empresarial. Mas,
ainda assim é preciso definir: qual o significado de responsabilidade
social empresarial e em que medida esse construto teórico se corelaciona com a perspectiva do desenvolvimento sustentável.
(MOURA; LEAL, 2007, p. 7).
2.8
Indicadores
O desenvolvimento sustentável emerge hoje como o mais importante
desafio global. Neste cenário, o sucesso das organizações depende de uma
nova forma de pensar e de um novo modo de gerir, uma vez que os resultados
econômicos estão cada vez mais atrelados aos impactos ambientais e sociais
causados por suas decisões e ações (WEINGRILL; HEFFERNAN, 2009).
Em resposta ao anseio mundial de responsabilidade social, surgem os
índices de sustentabilidade empresarial no mercado financeiro. O primeiro
deles foi o Sustainability Index, lançado em 1999 pela Dow Jones, empresa
americana dedicada a informações sobre negócios. Funciona como uma
ferramenta para investidores que busquem empresas ao mesmo tempo
lucrativas e eficientes na integração dos fatores econômicos, ambientais e
sociais nas estratégias de seus negócios (ETHOS, 2009).
Segundo Itacarambi (2008), os indicadores de avaliação têm o desafio
de avaliar o comportamento da empresa e a contribuição da mesma para o
desenvolvimento sustentável da sociedade, além de medir o desempenho de
uma política voltada à sustentabilidade. Os indicadores de avaliação no Brasil
são:
a) Indicadores Ethos;
b) ISE;
c) GRI;
d) Balanço Ibase;
e) Escala Akatu.
Itacarambi (2008) apresenta o seguinte modelo PDCA para os
102
indicadores de avaliação nas empresas (Figura 21).
Fonte: Itacarambi (2008, p. 69)
Figura 21: Gestão da empresa
Idealizado por Shewhart e mais tarde aplicado por Deming, o Ciclo
PDCA compõe o conjunto de ações em sequência dada pela ordem
estabelecida pelas letras que compõem a sigla: P (plan: planejar), D (do: fazer,
executar), C (check: verificar, controlar), e finalmente o A (act: agir, atuar
corretivamente) sob o conceito de uma organização qualquer, encarregada de
atingir um determinado objetivo, necessita planejar e controlar as atividades a
ela relacionadas (SOUSA, 2006).
2.8.1 Indicadores Ethos
Os Indicadores Ethos têm por missão de sensibilizar e ajudar as
empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornandoas parceiras na construção de uma sociedade mais próspera e justa
(ITACARAMBI, 2008).
Os Indicadores Ethos propicia a auto-avaliação da cultura de gestão da
empresa quanto à incorporação da responsabilidade social corporativa. Os
funcionários avaliam a qualidade do relacionamento da empresa com as
diferentes partes interessadas e são voltados para a própria gestão da
103
empresa,
de
forma
que
possibilite
o
processo
de
planejamento
e
implementação de políticas e ações.
Fonte: Itacarambi (2008, p. 70)
Figura 22: Indicadores Ethos
2.8.2 Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)
O índice é uma análise comparativa da performance das empresas
listadas na Bovespa e selecionadas sob o aspecto da sustentabilidade
As
empresas listadas na Bovespa e que desejam participar do ISE respondem a
um questionário cuja classificação as incluirá ou não no Índice.
O Índice é voltado para investidores que procuram empresas
socialmente responsáveis, sustentáveis e rentáveis para aplicar seus recursos.
Mostra a carteira de empresas do ISE está disponível no mesmo formato dos
outros índices da Bovespa.
104
Fonte: Itacarambi (2008)
Figura 23: Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)
2.8.3 Global Reporting Initiative (GRI)
A Global Reporting Initiative (GRI) é uma rede internacional que
elaborou o modelo para relatórios de sustentabilidade mais usado no mundo
atualmente. As Figuras 24 e 25 mostram respectivamente os princípios e
critérios do GRI e os três 3 tipos de selos para todos os níveis.
Fonte: Itacarambi (2008)
Figura 24: Princípios e critérios do GRI
105
Fonte: Itacarambi (2008)
Figura 25: Três tipos de selos para todos os níveis
2.8.4 Balanço Social Ibase
O Balanço Social Ibase avalia a contribuição social da empresa através
da distribuição dos seus gastos em aspectos sociais, ambientais e de cidadania
empresarial. A Figura 26 mostra o modelo do Balanço Social Ibase. (IBASE,
2009).
A empresa divulga, por meio de uma planilha padrão, informações sobre
seu quadro funcional e seus gastos e investimentos sociais internos e externos,
para os públicos de interesse da empresa e à sociedade em geral. (IBASE,
2009).
O Ibase fornece o Selo Balanço Social/Betinho para as empresas que
divulgam todas as informações requeridas,
Os itens do Balanço Social Ibase são:
a) base de calculo;
b) indicadores sociais internos;
c) indicadores sociais externos;
d) indicadores ambientais;
e) indicadores de corpo funcional;
f) informações
relevantes
empresarial. (IBASE, 2009).
quanto
ao
exercício
da
cidadania
106
Fonte: Chesf (2009)
Figura 26: Balanço Social Ibase
2.8.5 Escala Akatu
A Escala Akatu é um instrumento para auxiliar o consumidor na
avaliação de empresas conforme seu grau de responsabilidade social
corporativa.
A escala é preenchida de forma automática e baseada nas declarações
das empresas que se propõem a participar da iniciativa.
As informações são ponderadas por critérios objetivos e uniformes
(iguais para todas as empresas de determinado perfil).
É desenvolvida para clientes e consumidores das empresas e mostra as
respostas das empresas ao questionário da Escala ficam disponíveis no site do
Akatu para consulta dos consumidores.
107
Fonte: Instituto Akatu (2009)
Figura 27: Escala Akatu
2.8.6 Iniciativas Internacionais
2.8.6.1 Metas do Milênio
O Projeto do Milênio foi especialmente constituído pelo Secretário-Geral
das Nações Unidas, em 2002, para desenvolver um plano de ação concreta
para que o mundo reverta o quadro de pobreza, fome e doenças opressivas
que afetam bilhões de pessoas.
O Plano Global propõe soluções diretas para que os Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio sejam alcançados até 2015. O Plano Global do
Projeto do Milênio apresenta recomendações para que isso seja feito tanto em
países pobres quanto em países ricos. (MILLENNIUM PROJECT, 2005).
O Projeto tem trabalhado com países em desenvolvimento, ajudando a
identificar: quantas mães necessitam de acesso a clínicas médicas, quantas
108
crianças necessitam de imunização, quantos professores devem existir em
cada distrito, quantas bombas de água devem ser instaladas, entre outros, para
que cada país entre nos eixos para 2015. (MILLENNIUM PROJECT, 2005).
As forças tarefas envolvem: fome, educação, igualdade de gênero,
saúde infantil e saúde materna, acesso a medicamentos essenciais, malária,
tuberculose, meio ambiente, água, moradores de assentamentos precários,
comércio e ciência, tecnologia e inovação (MILLENNIUM PROJECT, 2005).
De acordo com o Millennium Project (2005) são 8 as metas do Milênio:
a) meta 1: erradicar a pobreza extrema e a fome;
b) meta 21: atingir o ensino básico universal;
c) meta 3: promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das
mulheres;
d) meta 4: reduzir a mortalidade infantil;
e) meta 5: melhorar a saúde materna;
f) meta 6: combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças;
g) meta 7: garantir a sustentabilidade ambiental;
h) meta 8: estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.
Fonte: Itacarambi (2008)
Figura 28: Metas do Milênio
109
2.8.6.2 Pacto Global
O Pacto Global é uma iniciativa proposta pela Organização das Nações
Unidas para encorajar empresas a adotar políticas de responsabilidade social
corporativa e sustentabilidade. (PACTO GLOBAL, 2008).
A idéia da criação do Pacto Global considerou que atualmente as
empresas são protagonistas fundamentais no desenvolvimento social das
nações e devem agir com responsabilidade na sociedade com a qual
interagem. Na medida em que se envolvem nesse compromisso, contribuem
para criar uma sociedade mais justa e compreendem mais profundamente as
oportunidades existentes num contexto social complexo e dinâmico. (PACTO
GLOBAL, 2008).
Fonte: Pacto Global (2008)
Figura 29: Pacto Global no Mundo
O Pacto Global é um instrumento de livre adesão pelas empresas,
sindicatos e organizações da sociedade civil. A entidade que adere ao pacto
assume voluntariamente o compromisso de implantar os dez princípios em
suas atividades cotidianas e prestar contas à sociedade, com publicidade e
transparência, dos progressos que está realizando no processo de implantação
110
dos
princípios
mediante
Comunicações
de
Progresso
(COP).
Essas
comunicações devem ser feitas com o envio anual de um relatório elaborado
pelas empresas. A adesão ao pacto ocorre com o preenchimento de uma carta
de adesão que deve ser assinada pelo principal executivo da organização e,
então, enviada ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. (PACTO
GLOBAL, 2008).
O Pacto Global possui dez princípios que o fundamentam, sendo que
nove foram estabelecidos na sua criação e um incluído posteriormente. Eles se
derivaram de algumas declarações, são elas: Declaração Universal de Direitos
Humanos, Declaração da Organização Internacional do Trabalho sobre
Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho, Declaração do Rio sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento e, também, Convenção das Nações Unidas
contra a Corrupção. (PACTO GLOBAL, 2008).
Fonte: Pacto Global (2008)
Figura 30: Pacto Global no Brasil
O Pacto Global vem para incentivar o alinhamento das políticas e
práticas empresariais com os valores e fins internacionalmente acordados.
111
Assim, seus princípios reproduzem tais objetivos condizentes a direitos
humanos, direitos do trabalho, proteção ambiental e combate à corrupção.
(PACTO GLOBAL, 2008).
O Pacto Global no Brasil, por meio de seu Comitê, definiu alguns dos
pontos a serem alcançados. São eles a massificação de seus princípios no
país, ampliar a adesão de empresas e organizações brasileiras, apoio às
empresas para a implementação de tais princípios, incentivo à troca de
experiências e aprendizados, articular internacionalmente com as demais redes
do Pacto global, bem como com o escritório em Nova York, promover o vínculo
entre os princípios do PG e os objetivos do desenvolvimento do milênio e, por
fim, assessorar o presidente do Comitê Brasileiro do Pacto Global (CBPG).
(PACTO GLOBAL, 2008).
2.8.6.3 FSC
O Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (FSC Brasil) é uma
organização
não-governamental,
independente
e
sem
fins
lucrativos,
reconhecida como uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público) e com cadastro no CNEA (Cadastro Nacional de Entidades
Ambientalistas).
A missão do Conselho Brasileiro de Manejo Florestal é difundir e facilitar
o bom manejo das florestas brasileiras conforme Princípios e Critérios que
conciliam as salvaguardas ecológicas com os benefícios sociais e a viabilidade
econômica. (FSC, 2009).
A certificação é um processo voluntário em que é realizada uma
avaliação de um empreendimento florestal, por uma organização independente,
a certificadora, e verificado os cumprimentos de questões ambientais,
econômicas e sociais que fazem parte dos Princípios e Critérios do FSC. (FSC,
2009).
O processo pode ser resumido em macro etapas:
a) contato inicial - a operação florestal entra em contato com a
certificadora;
112
b) avaliação - consiste em uma análise geral do manejo, da
documentação e da avaliação de campo. o seu objetivo é preparar a
operação para receber a certificação. nessa fase são realizadas as
consultas públicas, quando os grupos de interesse podem se
manifestar;
c) adequação - após a avaliação, a operação florestal dve adequar as
não confirmidades (quando houver);
d) certificação da operação - a operação florestal recebe a certificação.
nessa etapa, a certificadora elabora e disponibiliza um resumo
público;
e) monitoramento anual - após a certificação é realizado pelo menos um
monitoramento da operação ao ano. (FSC, 2009).
O processo da certificação é conduzida pela certificadora. O Conselho
Brasileiro de Manejo Florestal não emite certificado. Cabe às certificadoras
avaliar operações de manejo florestal ou de cadeias de custódia para conceder
o uso do selo FSC nos produtos, e auditar operações certificadas, seja de
manejo florestal ou de cadeia de custódia. Também cabe à certificadora
precificar e cobrar por este serviço. (FSC, 2009).
O FSC Internacional (FSC IC) estabelece regras para o credenciamento
das certificadoras que serão as responsáveis pela liberação do selo FSC. Para
garantir a credibilidade e acompanhar a evolução da certificação no mundo, as
certificadoras são monitoradas constantemente pelo FSC IC. (FSC, 2009).
No Brasil existem atualmente cinco certificadoras credenciadas pelo
FSC IC. Estas certificadoras estão autorizadas a avaliar as unidades de manejo
florestal - empresariais ou comunitárias - e as indústrias processadoras cadeia de custódia – e permitir o uso da logomarca do FSC. (FSC, 2009).
113
CAPÍTULO III
A PESQUISA
3
INTRODUÇÃO
As questões acerca da sustentabilidade têm sido amplamente utilizadas
pelas empresas como diferencial competitivo e pela consciência ambiental que
levam-nas à obtenção do lucro com a manutenção e melhorias do meio
ambiente, com vistas a qualidade de vida das futuras gerações.
A fim de demonstrar a importância das práticas ambientais e verificar o
resultado das ações de sustentabilidade adotadas no processo produtivo do
papelão ondulado na Klabin S/A visando a contribuição com a responsabilidade
ambiental.
Foi realizada uma pesquisa de campo na Klabin S/A, unidade de Jundiaí
(SP), no período de fevereiro a outubro de 2009.
Foram utilizados os seguintes métodos para realização da pesquisa:
a) Estudo de caso na Klabin - divisão papelão ondulado, Jundiaí (SP)
no período de fevereiro a outubro de 2009 analisando as ações de
sustentabilidade e responsabilidade ambiental da empresa;
b) Observação
sistemática
acompanhados
os
-
foram
procedimentos
observados,
aplicados
analisados
nas
ações
e
de
sustentabilidade, como suporte para o desenvolvimento do estudo de
caso;
c) Método histórico – foram observados os dados e a evolução histórica
da empresa nas ações de sustentabilidade: responsabilidade
socioambiental na empresa Klabin S/A - divisão papelão ondulado Jundiaí (SP), como suporte para o desenvolvimento do estudo de
caso.
As técnicas utilizadas foram:
a) Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A);
114
b) Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B);
c) Roteiro histórico (Apêndice C);
d) Roteiro de entrevista para o Coordenador Industrial (Apêndice D);
e) Outros registros: foram utilizados gráficos e fotos.
3.1
A Klabin S/A – Unidade de Jundiaí (SP)
Estrategicamente localizada entre a capital e o interior paulista, no
entroncamento de duas importantes rodovias, a Bandeirantes e a Anhanguera,
a Unidade de Jundiaí Tijuco Preto encontra-se na Via Anhanguera, s/nº Km
48,7, Sitio Tijuco Preto, Caixa Postal 881, CEP: 13201-970 em Jundiaí (SP).
Fonte: Klabin (2009a)
Figura 32: Klabin S/A – Unidade de Jundiaí Tijuco Preto (SP)
A Unidade Jundiaí – TP destaca-se entre as outras unidades, devido às
áreas nela sediadas, como, por exemplo, a área Comercial, Desenvolvimento
de Produtos, Tecnologia da Informação e Suprimentos. Abriga o Centro de
Documentação e Memória Klabin, o qual preserva toda a história da empresa,
115
reconstruindo sua trajetória por meio de documentos textuais, fotografias,
vídeos e objetos. Além do showroom de produtos, onde estão expostas as
embalagens criadas pelo departamento de Desenvolvimento de Produtos.
O principal produto produzido na Unidade é Embalagem de Papelão
Ondulado.
3.1.1 Histórico
A Unidade Jundiaí Tijuco Preto foi inaugurada em 13 de março de 1992,
quando a Klabin encerrou suas atividades na Unidade Vila Anastácio (19611992), na capital paulista, que produzia embalagens de papelão ondulado.
Grande parte do maquinário e funcionários da Unidade Vila Anastácio
foram transferidos para a nova Unidade de Jundiaí, mais ampla e moderna. A
Unidade de Vila Anastácio foi responsável pela formação de grandes técnicos
na área de produção de embalagens de papelão ondulado, sendo considerada,
dentro do Grupo Klabin, uma escola-modelo.
3.1.2 Projetos sustentáveis
A Klabin estimula a disseminação de boas práticas sociais e ambientais
como exercício da cidadania corporativa em cada comunidade onde está
presente. Na Unidade de Jundiaí Tijuco Preto não é diferente, na cidade de
Jundiaí (SP) a Klabin oferece apoio financeiro ou doação de material para
confecção de artesanato à APAE (Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais).
A Klabin colabora anualmente com a Campanha do Agasalho,
promovida pelo Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo,
doando 12 mil caixas de papelão. Distribuídas por 640 municípios paulistas, as
caixas são para a captação de cobertores e agasalhos.
Em 2004, foram recolhidos 11 milhões de itens e o material arrecadado,
116
encaminhado para 1.900 entidades de assistência a crianças, idosos e
portadores do vírus HIV.
Com doações mensais de cestas básicas, a Klabin colabora com a
Associação dos Renais Crônicos do município de Jundiaí, em São Paulo. Em
2004, a empresa ajudou 200 famílias de Petrolina e Goiana, em Permambuco,
vítimas da forte chuva que atingiu a região nos meses de fevereiro e julho. Ao
todo, foram doadas 200 cestas básicas para os desabrigados. Juntamente com
a ONG Terra Viva, associação formada por funcionários voluntários da Klabin,
a empresa também doa cestas básicas para dez famílias da região de São
Leopoldo, no Rio Grande do Sul, que, para receber as doações, devem manter
suas crianças na escola.
A Klabin destina 1% do Imposto de Renda devido a Fundos dos Direitos
da Criança e do Adolescente, permitindo que Conselhos Municipais dos
Direitos da Criança e do Adolescente tenham condições de desenvolver
projetos capazes de melhorar a vida de milhares de pessoas.
O Programa Klabin Jovem de Futuro envolve todos os municípios onde a
Klabin possui unidades fabris, incluindo a Unidade de Jundiaí Tijuco Preto. O
Programa Klabin Jovem de Futuro tem por objetivo apoiar o jovem como
agente do desenvolvimento comunitário.
A realização do Programa está baseada em quatro pilares, sendo eles:
Formação da Rede Klabin para Juventude; Capacitação de Educadores
Sociais; Desenvolvimento de Lideranças Juvenis; e Mobilização Comunitária.
Nesta última etapa os jovens, os educadores sociais, a rede de cada município
e a Klabin definirão em conjunto, e de forma democrática, um projeto social que
contará com o apoio financeiro da empresa. Atualmente, cerca de 700 pessoas
pertencem à Rede Klabin para a Juventude, representando 300 organizações.
A Klabin apóia financeiramente a Pastoral da Criança, uma organização
comunitária de ação social da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil).
O objetivo da instituição, que tem atuação nacional, é o desenvolvimento
integral das crianças, da concepção aos seis anos de idade, com ações de
caráter preventivo e que fortaleçam o tecido social e a integração entre a
família e a comunidade. Possui uma imensa rede de voluntários, 250 mil
pessoas que dão sustentação ao trabalho da instituição e são responsáveis
117
pelo acompanhamento de mais de um milhão de famílias brasileiras.
A Klabin também apóia desde 2003 as ações sociais realizadas por
funcionários que atuam como voluntários em campanhas e ações nas
comunidades de Feira de Santana, na Bahia; São Leopoldo, no Rio Grande do
Sul; Jundiaí e São Paulo, em São Paulo; Telêmaco Borba, no Paraná; e Ponte
Nova, em Minas Gerais.
Em 2003, um grupo de 30 funcionários da sede administrativa da
empresa, na cidade de São Paulo, criou a ONG Terra Viva Associação de
Voluntários da Klabin, para promover o trabalho solidário. Atualmente, a ONG
conta com a participação de 260 voluntários, entre funcionários e familiares. Os
projetos desenvolvidos atendem a crianças, idosos e portadores de deficiência
física e mental.
Em 2005, foram realizadas 13 campanhas pontuais, que proporcionaram
atendimento a mais de 5.000 pessoas nas localidades onde a Terra Viva atua.
Entre as atividades realizadas pelos voluntários, destaca-se o Projeto Adotar,
que anualmente seleciona entidades para desenvolver programas de
atividades educacionais e assistenciais durante o ano.
Foram seis as beneficiadas pelo Adotar: Lar do Irmão Velho e Creche
Rubem Teixeira, em Feira de Santana, na Bahia; Abrigo Casa Aberta e Asilo
Sono Tranquilo, em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul; APAT (Associação
para Pesquisa e Assistência ao Transplantado) e Asilo Cidade dos Velhinhos,
em São Paulo.
3.1.3 A produção de papel ondulado
Em um mercado bastante pulverizado no Brasil, a Klabin ocupa um lugar
de destaque na produção de embalagens de papelão ondulado, tendo o foco
da sua estratégia em qualidade, custo e capacidade de produção de forma
alinhada às demandas dos clientes.
A atuação da empresa é marcada pela completa orientação às
necessidades dos clientes, para atender às encomendas específicas.
A unidade abastece, principalmente, os setores de alimentos, higiene e
118
limpeza, avicultura e fruticultura.
Em 2008, iniciou-se a introdução de inovações tecnológicas nas
onduladeiras em Jundiaí (SP). O investimento tornou-se possível produzir
embalagens mais competitivas, com ganhos em qualidade de impressão,
aprimorando o serviço aos clientes.
O papel utilizado em caixas de papelão ondulado que embalam
alimentos é produzido exclusivamente com fibras virgens, de florestas
plantadas, com certificação de origem. O papel reciclado, que entra na
composição de outras embalagens, tem certificação mista (atestado da origem
do papel de fibra virgem, mas não das aparas).
Cerca de 20% das caixas expedidas pela Klabin para o mercado
doméstico têm como destino final o mercado externo, com destaque para os
segmentos de fumo, frutas, frigorificados e produtos alimentícios (carnes e
frangos).
A Unidade produz caixa de papel normal, caixa corte e vinco, caixa com
Label (etiquetas adesivas offset), caixa de papelão microondulado, acessórios,
brinquedos e chapa de papelão ondulado.
Devido à sua versatilidade, a caixa de papel normal, pode ser utilizada
pela maior parte dos segmentos, como alimentício, bebidas, higiene e limpeza,
papelaria e outros. Impressas pelo sistema flexográfico, permitem excelente
resultado com qualidade e economia. É o tipo de embalagem mais utilizado e
também o mais conhecido. Possui abas de fechamento na parte superior e
inferior e tem sua resistência adequada conforme o produto a ser transportado.
Com foco nas necessidades dos clientes, a Klabin desenvolve todo tipo
de embalagem, respondendo aos desafios apresentados pelas mais diversas
especificações e exigências. Para isso, a Klabin mantém uma equipe de
profissionais de excelência e laboratórios de alta tecnologia, pesquisando e
desenvolvendo novos produtos para atender às necessidades de forma
inovadora, conjunta, personalizada e diferenciada.
A caixa de papel normal é utilizada para embalagens de alimentos,
couro e derivados, farmacêutico, higiene e limpeza, materiais elétricos,
metalúrgica, produtos plásticos, químicos e derivados, utilidade doméstica,
vidros e cerâmicas. A embalagem é dimensionada para diferentes condições
de peso e empilhamento. Conhecida mundialmente como FEFCO 0201.
119
Fonte: Klabin (2009a)
Figura 33: Caixa de papel normal
Com cortes e vincos personalizados, a caixa corte e vinco podem ser
utilizadas por todos os segmentos, como hortifruti, flores, frigorificados,
alimentos em geral, bebidas, higiene e limpeza e outros. Impressas pelo
sistema flexográfico, permitem excelente resultado com qualidade e economia.
Fibras virgens em um papelão ondulado resistente a grandes variações
de temperatura e umidade, na caixa corte e vinco produzidas pela Klabin os
produtores brasileiros exportam frutas frescas para todo o mundo.
O controle de qualidade da sua cadeia produtiva deu à Klabin o
diferencial para o atendimento ao mercado internacional com a produção de
embalagens livres de contaminantes.
As mangas exportadas para o Japão superam as rígidas exigências do
mercado local para a importação de produtos vegetais. A caixa destinada
àquele mercado comporta seis quilos de manga e é perfurada para assegurar
que a fruta amadureça dentro do período necessário.
A
embalagem
também
é
utilizada
para
alimentos
congelados/refrigerados, cosméticos, hortifrutis e floricultura, higiene e limpeza,
materiais elétricos, mecânica, metalúrgica, saúde e beleza, utilidade doméstica,
vestuário e calçados e vidros e cerâmicas e está dimensionada para diferentes
condições de peso e empilhamento.
120
Fonte: Klabin (2009a)
Figura 34: Caixa corte e vinco
A caixa com Label (etiquetas adesivas offset), além de proteger o
produto durante o transporte, destaca também o produto e a marca no pontode-venda. É utilizada para embalagem de alimentos e eletroeletrônicos e está
dimensionada para diferentes condições de peso e empilhamento.
Fonte: Klabin (2009a)
Figura 35: Caixa com Label
A caixa de papelão microondulado são ideais para projetos de
embalagem-display, que, além de transportarem os produtos, também
organizam e permitem exposição diretamente no ponto-de-venda, aumentando
sua visibilidade. Esse conceito inovador reduz o manuseio dos produtos e
121
tempo de serviço, uma vez que podem ser expostos na própria embalagem na
qual foram transportados.
Esse tipo de embalagem é utilizada para alimentos, eletroeletrônico,
utilidade doméstica, vestuário e calçados e está dimensionada para diferentes
condições de peso e empilhamento.
Fonte: Klabin (2009a)
Figura 36: Caixa de papelão microondulado
A Unidade de Jundiaí Tijuco Preto também produz acessórios. Com a
utilização dessas peças, é possível realizar um correto transporte com
economia de custos. Os acessórios são criados de acordo com o produto e às
mais diferentes necessidades e tipos de embalagens, podendo servir como
separadores e suporte para aumento de rigidez, entre outros.
Este tipo de embalagem é utilizada para alimentos, bebidas e
eletroeletrônico dimensionada para diversos tipos de embalagem.
Fonte: Klabin (2009a)
Figura 37: Acessórios
Os brinquedos produzidos na Unidade são produtos seguros, pois são
122
fabricados com tintas atóxicas e papeis ausentes de contaminantes, além de
serem biodegradáveis e 100% recicláveis, contribuindo para a proteção do
meio ambiente.
A versatilidade das embalagens de papelão ondulado da Klabin é
destaque para o segmento de brinquedos, embalando-os ou transformando-os
no próprio brinquedo.
Fonte: Klabin (2009a)
Figura 38: Brinquedos
A chapa de papelão ondulado é produzida na Unidade de Jundiaí Tijuco
Preto com a qualidade já conhecida dos produtos Klabin, as chapas
comercializadas atendem os diversos segmentos da economia.
São embalagens utilizadas para material de transporte e papel para
embalagem de papelão ondulado.
Fonte: Klabin (2009a)
Figura 39: Chapa de papelão ondulado
123
Os produtos produzidos na Unidade de Jundiaí Tijuco Preto receberam a
ISO 9001 - Bureau Veritas Quality International e a Certificação FSC.
A Figura 40 apresenta como acontece o processo produtivo da Klabin e
dentro dele a produção de papelão ondulado.
Fonte: Klabin (2009)
Figura 40: Processo produtivo
3.2
Apresentação e análise dos dados
3.2.1 Apresentação dos dados da pesquisa de campo
Em visita à Klabin S/A – Unidade de Jundiaí (SP), verificou-se que a
unidade transforma especificamente caixa de papelão ondulado. A empresa
possui setores de estoque (armazenamento de bobinas), produtivos,
onduladeira onde são produzidas todas as chapas de papelão ondulado, e
flexografia onde são feitas as impressões e acabamento final das embalagens.
124
Atualmente, a unidade produz entre 200 a 250 t/dia, ou seja, 8 mil
toneladas mês de embalagem de papelão ondulado. Os setores produtivos
trabalham em 3 turnos de 8 horas cada.
A Klabin é reconhecida mundialmente como uma das indústrias
brasileiras mais fortes em seu seguimento, preocupada com a inovação e o
desenvolvimento tecnológico para a fabricação integrada de madeira, celulose,
papel e embalagens.
Foi possível observar a responsabilidade ativa demonstrada dentro da
empresa, o nível de sustentabilidade e responsabilidade social e ambiental que
a Klabin aplica nos dias de hoje.
A principal matéria-prima na produção da embalagem de papelão
ondulado e causador de grande impacto ambiental para a fauna e flora. Desta
forma, para reduzir este impacto a empresa tem preservado a mata nativa
localizada ao próxima da fábrica para que o impacto na reprodução dos
pássaros e dos animais silvestres sejam a mínimo possível.
O projeto de sustentabilidade e gestão ambiental é de responsabilidade
corporativa, mais ligadas às divisões de papel e celulose e todo o grupo tem
consciência de todas estas responsabilidades.
Verificou-se que a empresa faz o ciclo completo de reciclagem. A
reciclagem de papel é uma prática sustentável e otimiza o consumo de
recursos naturais, reduz o volume dos sanitários e ainda gera renda. As fases
do processo industrial de reciclagem da Klabin são:
a) coleta, seleção e vendas das aparas;
b) produção
do
papel:
as
aparas
são
desagregadas
em
um
equipamento conhecido como hidrapulper, que com a ajuda de água
separa as fibras transformando-as em uma mistura homogênea que
depois de refinada é transformada em bobinas de papeis;
c) conversão do papel em embalagens de papelão ondulado;
d) os refiles e refugos provenientes do processo das embalagens e do
mercado retornam para as unidades de papel reciclado, dando início
a um novo ciclo.
Os resíduos advindos da produção de papel ondulado na Unidade de
Jundiaí são de classe II e III.
A empresa ainda possui uma equipe de meio ambiente para além de
125
outras atividades verifica e soluciona possíveis derramamento de resíduos na
planta ou fora dela. Caso o derramamento ocorrer dentro da planta a equipe
encaminha-se para o local a fim de solucionar o problema da melhor forma
possível minimizando os impactos ambientais.
Caso o derramamento aconteça fora da planta, ou seja, por exemplo, no
derramamento de líquido no transporte do fornecedor à fábrica, a Klabin possui
um telefone onde a comunidade poderá avisar a empresa para tomar as
medidas cabíveis que são tomadas imediatamente ao comunicado.
A Klabin entende que a base para a prática da sustentabilidade com o
meio ambiente é o treinamento de seus colaboradores, pois isto pode além de
fazer com que os processos sejam eficientes ele também quebra paradigmas
na conscientização das práticas adotadas pró meio-ambiente.
A empresa atende a legislação vigente e faz além do que exige a
normatização.
A Klabin é também uma das maiores recicladoras mundiais de
embalagens Tetra Pack, para quem fornece papel cartão com exclusividade no
Brasil e no Mercosul. Com capacidade anual de 28 mil toneladas de
embalagens longa vida, esse processo é realizado na unidade de Piracicaba
(SP), onde as embalagens são recicladas, com aproveitamento integral das
fibras de celulose. O resíduo desse processo – plástico e alumínio, e
encaminhado para EET (Environmental Edge Technology), uma usina de
reciclagem também em Piracicaba (SP), que permite separar o alumínio e o
filme de polietileno com uso da tecnologia Plasma.
Fruto de uma parceria entre Klabin, Tetra Pak, Alcoa e TSL Ambiental,
foi inaugurada em maio de 2005, a empresa EET a qual separa o alumínio e o
plástico que compõe a embalagem cartonada. Já sob o aspecto social, ocorre
um incremento na renda de catadores, que se beneficiam do maior valor
agregado das embalagens longa vida. O conceito e modelo de gestão
praticada no projeto Plasma procura atender às necessidades do presente sem
comprometer a capacidade de gerações futuras. É a execução prática dos
conceitos do desenvolvimento sustentável, com efeitos econômicos, sociais e
ambientais, possibilitando processos mais eficientes, mais empregos, melhores
produtos e serviços, ao mesmo tempo em que reduz o uso de recursos, a
geração de resíduos e a poluição ao longo de toda cadeia.
126
3.2.2 Apresentação dos dados da pesquisa com o Coordenador Industrial
O atual Coordenador Industrial da Klabin S/A, tem 55 anos, é do sexo
masculino Engenheiro Mecânico Industrial pela Universidade São Francisco e
possui MBA pela FGV e Especialização pela Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSCAR). Tem experiência nas áreas de produção, planejamento,
qualidade e manutenção. Eis seu depoimento:
O mercado entende e exige pouco sobre sustentabilidade, o cenário
econômico atual não favorece a movimentação de mais produtos de
empresas que possuem de uma forma mais aprimorado a gestão da
sustentabilidade, mas entendo que nos próximos anos o mercado
abosorrverá
naturalmente
e
se
tornará
valor
a
gestão
de
sustentabilidade. Com isso as empresas que já se movimentaram
nesse sentido tendem a ter sucesso e manutenção dos seus
negócios em um futuro mais competitivo.
Em sua maioria o mercado consumidor é fiel as grandes marcas e os
produtos mais competitivos no preço final, existe aí um grande
espaço para o trabalho de marketing com foco no consumidor final,
será um processo natural que conforme a evolução do tema na mídia
e nos meios de comunicação fará com que as pessoas entendam o
valor de um produto fabricado em uma organização que não está
agradindo ao meio-ambiente. Existem algumas organização que
estão realizando divulgações e podemos relacionar seus produtos ao
meio-mabiente (Exe.: Natura, Unilever, Klabin e outras
Atualmente as ações de responsabilidade sócio-ambiental não se
tornaram uma exigência do consumidor, mas em médio prazo o
consumidor irá entender que as ações de responsabilidade sócioambiental são indispensavéis para o futuro do mundo em que
vivemos.
Hoje no Brasil temos muitas empresas sérias que estão se
adequando
conforme
a
evolução
do
cenário
economico,
considerando que todos sem excessão possuem heranças de
instalações e processos que não estão adequados aos requisitos da
ISO 14000, mas tenho a visão de que em pouco tempo teremos mais
empresas no caminho da sustentabilidade.
A sustentabilidade logo será inserida na cadeia das grandes
organizações, fazendo com seus fornecedores e parceiros estejam
alinhados, é um processo para continuidade dos negócios.
127
Entendo que o consumo em muitos aspectos será aumentado, o que
devemos reduzir são os aspectos e impactos desse consumo no meio
ambiente. Esse é um processo de educação da população que se
inicia com gestos simples, tais como,
racionalização de recursos
finitos, separação dos resíduos, inecentivos a reciclagem. Nas
empresas as pessoas podem aprender e usar em suas comunidades.
O feedback esperado pelas empresas que aplicam os conceitos de
desenvolvimento sustentável é o reconhecimento do mercado,
valorização da sua marca e continuidade e sustentação dos seus
negócios.
Na Klabin a sustentabilidade está inserida na sua politica e a nossa
imagem está diretamente relacionada ao respeito pelo meioambiente. A implantação foi patrocinado pela alta administração e
multiplicado a todas as ramificações organizações.
No processo de implantação aconteceram imprevistos e dificuldades,
mas é um processo de aprendizado que a cada ano estamos
melhorando.
Essses
disponibilidade
imprevistos
para
são
treinamentos,
obtenção
de
adapatações
recursos,
aos
novos
processos, entre outros.
Ao implantar ações sustentáveis no processo produtivo da Klabin, o
nível de comprometimento dos funcionários foi alcançado devido ao
resultado das ações de treinamento e entendimento dos funcionários,
é
muito
gratificante
hoje
sabermos
que
as
pessoas
estão
comprometidas e dispostas a se desenvolver no tema.
Os funcionários passaram por treinamento na unidade em que
trabalho a participação foi superior a 93%, considerando empregados
próprios e terceiros. Esse treinemento envolveu itens da norma ISO
14000, treinamento de aspectos e impactos da sua atividade,
orientações sobre coleta seletiva, politica de sustentabilidade e
relação da politica com a nossa atividade.
Para
incentivar
os
funcionários
foram
realizadas
planos
de
comunicação, palestras e campanhas sobre o desenvolvimento
sustentável.
Na minha opinião, a Klabin é reconhecida pela comunidade pelas
ações de Sustentabilidade. Aqui na unidade em que trabalho somos
convertedores de embalagens de papelão, a comunidade e o
mercado da região reconhece e respeita muito a Klabin pelo trabalho
que os profissinais do grupo realiza.
A Klabin S/A possui um processo integrado, plantio, corte, produção e
conversão de papéis e reciclagem.
128
A
Klabin
S/A
possue
parcerias
com
universidades
para
desenvolvimento de novos processos voltados a sustentabilidade.
A Klabin S/A possue certificações e reconhecimentos internacionais
voltadas a meio-ambiente FSC e Rainforest Alliance. Existem diversar
ações com as comunidades onde estão as instalações industriais.
Existe forte controles da biodiversidade de fauna e flora em suas
florestas. A Klabin S/A comercializa crédito de carbono. (Coordenador
Industrial, 55 anos)
3.3
Parecer final sobre o caso
A pesquisa contemplou que a Klabin cumpre todos os requisitos a que
se propõe em relação ao meio ambiente, seus colaboradores e a comunidade.
Verificou-se que a preocupação da empresa com a sustentabilidade é fato em
projetos que realmente são colocados em prática.
A Klabin concilia ativismo e profissionalização, entendidos, não como
instâncias antagônicas mas, sim, complementares e essenciais para a
sustentabilidade organizacional.
Outro fato marcante foi de que toda a organização está comprometida
com os ideais da Klabin, incorporando e contribuindo com a empresa para que
seja responsável socioambientalmente. Portanto, cumpre destacar que
mediante os fatos verificados in loco fica difícil relacionar sugestões em ações
que a empresa já não as tenha tomado ou está em vias de adotar no que tange
à sustentabilidade.
Os resultados das ações de sustentabilidade praticadas pelas empresas
Klabin na verticalização do seu processo produtivo são extremamente positivos
como apresentado em números no primeiro capítulo deste trabalho e isto não
ocorre somente na produção de papelão ondulado, ocorre em todas as
atividades da empresa. E esses resultados são reconhecidos através dos
prêmios e certificações da empresa.
A sustentabilidade da Klabin envolve não só recursos financeiros, mas,
sobretudo, engajamento político, uma missão bem definida, condução ética,
diálogo com os vários setores da sociedade, efetivação de parcerias, produção
129
e socialização de conhecimento, afetividade e respeito nas relações
interpessoais, bem como coragem para construir ações coletivas.
Enfim, a pergunta problema que norteou esse trabalho foi respondida e a
hipótese de que as ações de sustentabilidade praticadas pelas empresas
Klabin na verticalização do seu processo produtivo apresenta efetivamente os
resultados esperados na concretização da responsabilidade socioambiental
diante da empresa e comunidade externa foi comprovada.
130
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Atualmente a gestão da sustentabilidade adotada pela Klabin a difere
das demais empresas tornando-a uma empresa modelo, possibilitando que
seus acionistas a reconheçam como uma opção rentável. Assim, os
investidores buscam empresas que possuam políticas sustentáveis que
viabilize a condição humana no futuro. Diante disso e após a pesquisa
realizada na Klabin propõe-se:
a) maior divulgação dos relatórios de sustentabilidade, e dos projetos de
responsabilidade
social
e
ambiental,
através
de
campanhas
publicitárias, para que seus clientes sintam-se atraídos, motivando e
possibilitando um contato direto e diferenciado, otimizando os valores
que a empresa possui;
b) objetivar parcerias com seus maiores clientes efetivos de sua
carteira, e impulsionar a valorização da empresa através dessas
divulgações;
c) captação de águas pluviais diminuindo assim o consumo em
determinados períodos, das águas extraídas da natureza;
d) emissão de fumaça em sistema de vapor em todas as unidades,
melhorando assim a qualidade do ar nessas regiões;
e) criação de plano de carreira: através da análise interna da cultura
organizacional da empresa para que o funcionário saiba claramente
como planejar sua vida profissional dentro da mesma;
f) criação de uma creche para atender aos filhos das funcionárias;
g) criação da universidade corporativa.
131
CONCLUSÃO
A sociedade atual tem novos valores éticos que visam o bem estar
humano, a justiça social e o meio ambiente. Esses valores abominam a busca
única pelo lucro.
A empresa socioambientalmente responsável promove o direito humano
e a preservação do meio ambiente garantindo a boa qualidade de vida dos
seres humanos. Essa consciência pode ir além de um fator ético ou
instrumental, como legislação, ou uma possível necessidade de certificação
que é uma exigência do mercado ou de geração de novos negócios.
O presente estudo procurou alinhavar os conceitos que envolvem
sustentabilidade ambiental e o posicionamento da Klabin no desenvolvimento
sustentável.
A pesquisa bibliográfica deu subsídios para responder que a primeira
função das organizações seja gerar lucro com a garantia da qualidade dos
seus produtos e serviços, alinhada a um desenvolvimento sustentável com
responsabilidade social e ecológico.
O estudo procurou estabelecer basicamente conceitos e reflexões
acerca da sustentabilidade socioambiental analisando a sua prática no
processo produtivo do papelão ondulado na Klabin S/A, unidade de Jundiaí
(SP) e seus resultados frente as ações de sustentabilidade adotadas.
A pesquisa de campo permitiu verificar que a sustentabilidade
corporativa da Klabin está associada à estratégia do negócio. A política de
sustentabilidade da Klabin (entendida como prática da atividade econômica
com uma visão ambiental e social) rege a atuação da companhia e a atuação
individual de seus colaboradores.
Em resposta à pergunta-problema pode-se dizer que a Klabin é uma
empresa responsável que investe e implementa pesquisas tecnológicas que
promovem a preservação do meio ambiente, mediante a utilização de práticas
não predatórias no processo produtivo e reaproveitamento dos resíduos
oriundos da produção.
A empresa demonstra uma elevada consciência socioambiental, em
pleno exercício da sua cidadania empresarial através do investimento em
132
projetos ambientais e sociais tanto na dimensão interna quanto externa, de tal
forma que o volume dos seus investimentos constituem o tripé de
autopreservação empresarial, equilibrando-se em uma elevada consciência
socioambiental,
investimentos
no
pleno
crescentes,
exercício
o
que
da
cidadania
implica
num
empresarial
novo
e
em
paradigma
de
desenvolvimento sustentável qualitativo e isto se confirma através do
reconhecimento com diversos prêmios na categoria gestão ambiental para a
sustentabilidade.
Além disso, a Klabin procura incentivar a participação dos trabalhadores
nos resultados e decisões da empresa, a fim de que se sintam integrados ao
ambiente de trabalho e, ainda no âmbito das relações de trabalho. A empresa
respeita os direitos dos cidadãos mediante pagamento de salário justo,
implementando no âmbito interno e externo, a adoção de práticas não
discriminatórias, como também prima pela segurança do trabalho investindo
em desenvolvimento e aprimoramento profissionais.
A empresa também apóia o desenvolvimento das comunidades. A Klabin
parte do princípio de que a empresa faz parte da comunidade, mas que quem
sabe o que é melhor para a comunidade é ela mesma. Assim, a estratégia da
empresa é abrir um canal de diálogo com a comunidade e não levar uma
proposta pronta.
Desta forma, conclui-se que a abordagem de desenvolvimento
sustentável é intrínseca à responsabilidade social e empresarial e a
importância do estudo conjugado dos termos encontra-se no fato em que longo
prazo não haverá crescimento econômico sem progresso social e também sem
gestão ambiental responsável.
Este trabalho não esgota o assunto podendo servir de fonte para novas
pesquisas.
133
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Disponível
em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Protocolo_de_Quioto>. Acesso em: 10 jun. 2009.
139
APÊNDICES
140
APÊNDICE A - ROTEIRO DE ESTUDO DE CASO
1
INTRODUÇÃO
Foram apresentados os objetivos do estudo de caso, os métodos e
técnicas de pesquisa assim como as facilidades e dificuldades encontradas no
levantamento dos dados. A Klabin está localizada no estado de São Paulo,
mais precisamente na cidade de Jundiaí, atuando no ramo de embalagens de
papelão ondulado.
1.1
Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado
a) descrição das ações de Sustentabilidade da Klabin S/A – Divisão
Papelão Ondulado;
b) depoimento do coordenador Industrial para o desenvolvimento do
estudo de caso;
c) relato das técnicas utilizadas pela empresa;
d) levantamento
do
reconhecimento
provenientes
das
ações
sustentáveis.
1.2
DISCUSSÃO
Foi realizada pesquisa de campo na Klabin confrontando o conceito de
Sustentabilidade
e
verticalização
no
processo
produtivo
com
a
Responsabilidade Ambiental da empresa.
1.3
RESULTADOS E SUGESTÕES
Parecer final sobre o caso e sugestões para desenvolver na empresa
suas atividades de forma a atender as necessidades da geração atual, sem
comprometer as gerações futuras.
141
APÊNDICE B - ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA
I
IDENTIFICAÇÃO
Empresa: ..............................................................................................................
Localização: ..........................................................................................................
Atividade Econômica: ...........................................................................................
II
ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
1
Departamento de produção
2
Departamento Administrativo
3
Levantamento e Pesquisa de Projetos Ambientais
142
APÊNDICE C - ROTEIRO HISTÓRICO DA EMPRESA E DAS ACÕES DE
SUSTENTABILIDADE
I
IDENTIFICAÇÃO
Empresa: ..............................................................................................................
Localização: ..........................................................................................................
Atividade Econômica: ...........................................................................................
II
ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
1
Evolução das instalações
2
Projetos Ambientais
3
Ações sustentáveis da empresa
4
Cenário atual da empresa
143
APÊNDICE D - ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA O COORDENADOR
INDUSTRIAL
I
IDENTIFICAÇÃO
Cargo:
Experiência Profissional:
Profissão:
Formação:
II
PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1
A gestão da sustentabilidade é uma prática que vem sendo adquirida
pelas empresas há poucos anos, porém demonstra ser inimaginável que as
empresas deixem de praticá-las futuramente. De acordo com sua percepção,
qual a sua visão em relação à sustentabilidade no futuro diante do mercado
atual?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2
Como fazer com que os consumidores adquiram cada vez mais produtos
de empresas que praticam a gestão ambiental, deixando de ser influenciados
por sabor, aparência, tecnologia, no momento de consumir?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3
Atualmente, as ações de responsabilidade sócio-ambiental não se
tornaram uma exigência do consumidor, algo indispensável para as empresas
sobreviverem?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
144
4
As
empresas
brasileiras
estão
caminhando
em
direção
a
sustentabilidade?
4.1
De que forma?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
5
É necessário diminuir o consumo para preservar recursos mas, como
isso é possível num mundo onde países populosos, como a China e índia,
estão juntamente buscando aumentar seus padrões de vida?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
6
Qual o feedback esperado pelas empresas que aplicam os conceitos de
desenvolvimento sustentável?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
7
De que forma foram implantadas as ações de sustentabilidade na
Klabin?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
7.1
No processo de implantação houve dificuldades?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
7.1.1 Quais?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
8
Ao implantar ações sustentáveis no processo produtivo da Klabin, como
foi o nível de comprometimento dos funcionários?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
145
8.1
Os funcionários tiveram algum treinamento?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
8.1.1 Se sim, qual?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
8.1.2 Os funcionários tiveram algum incentivo?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
8.1.3 Se sim, qual?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
9
Em sua opinião, a Klabin é reconhecida pela comunidade pelas ações
de Sustentabilidade?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
9.1
Como?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
146
ANEXOS
147
ANEXO A – MÁQUINA 9
148
ANEXO B – AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA
149
ANEXO C – FOTOS DA VISITA DOS COMPONENTES DO GRUPO À
KLABIN - DIVISÃO PAPELÃO ONDULADO EM JUNDIAÍ (SP)
Foto 1: Chegada do Grupo à Klabin em Jundiaí
Foto 2: Na recepção da empresa
150
Foto 3: Banner da política de sustentabilidade da Klabin
Foto 4: Banner informando que a empresa é certificada pela ISSO 14001
151
Foto 5: O Grupo dentro da divisão de papelão ondulado
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