a economia brasileira na era do desenvolvimentismo

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A ECONOMIA BRASILEIRA NA ERA DO
DESENVOLVIMENTISMO (1945-1964)
I.
DESENVOLVIMENTISMO: A ATUALIDADE
DO TEMA
1. “Conflitos”
entre
“desenvolvimentistas”
e
“neoliberais” nos governos FHC e LULA:
- Ministro da Fazenda (Mantega) X Banco Central
- Presidente do BNDES (Mendonça de Barros) X
Ministro da Fazenda ( Malan).
2. A “atualidade” de JK.
Por que a Globo fez uma mini-série sobre Juscelino
cinqüenta anos após seu governo e cerca de 30 após
sua morte?
II. ORIGENS DO DESENVOLVIMENTISMO
1. A crise da economia agro-exportadora (café) da
Primeira República: a superprodução e o
impacto da quebra da bolsa de Nova Iorque em
1929.
2. A Grande Depressão dos anos 30 e o
crescimento da indústria brasileira:
- O chamado processo de industrialização por
substituição de importações.
3. Os efeitos da industrialização sobre a sociedade
brasileira e o anseio pelo avanço da
industrialização:
- Urbanização, operariado e classe média.
III. O PROBLEMA DO DESENVOLVIMENTO
NO PRIMEIRO GOVERNO VARGAS (1930-1945)
1. A polêmica entre Roberto Simonsen e Eugênio
Gudin (1945): o planejamento da economia
brasileira (pareceres apresentados à Comissão de
Planejamento Econômico do governo Vargas)
R.Simonsen (1889-1948): engenheiro, industrial, professor
de História Econômica da Escola de Sociologia e Política de
São Paulo, fundador e presidente do CIESP e da FIESP
(Centro de Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo);defendia a necessidade de planejamento econômico a
fim de promover a industrialização e a fim de superar os
ciclos econômicos (açúcar, ouro, café, borracha etc) que
caracterizavam a economia brasileira desde a época colonial
e que não resultaram no desenvolvimento brasileiro.
Eugênio Gudin (1886- c.1985): engenheiro, diretor de
empresas estrangeiras de ferrovias e de energia elétrica no
Brasil, professor de Teoria Monetária da Universidade do
Brasil (hoje UFRJ), vinculado à Fundação Getúlio Vargas do
Rio de Janeiro, Ministro da Fazenda do Governo Café
Filho(1954-55); crítico do protecionismo à indústria nacional,
embora admitisse as indústrias que tivesses vantagens
naturais; defensor do livre comércio e da entrada de capital
estrangeiro, foi identificado, durante muitas décadas, como o
principal representante do liberalismo econômico no Brasil.
O PRIMEIRO GOVERNO VARGAS (CONTINUAÇÃO)
2.A POLÍTICA ECONÔMICA
- Centralização política e administrativa; o Estado
Novo (1937-1945)
- A constituição de inúmeros órgãos estatais
responsáveis pela intervenção na economia
- A Companhia Siderúrgica Nacional (Volta
Redonda): há um projeto industrializante ou tratase de uma medida de segurança nacional
inspirada pela iminência da Segunda Guerra
Mundial?
IV. O PENSAMENTO DESENVOLVIMENTISTA
1. CEPAL (Comissão Econômica para a América
Latina) – órgão da ONU criado em 1948 para estudar os
problemas do desenvolvimento latino-americano.
Tese central: a especialização das economias latinoamericanas em atividades primárias (agricultura, pecuária e
mineração) voltadas à exportação as condena ao
subdesenvolvimento.
Principal argumento: a tendência ao declínio da relação de
trocas para os países primário-exportadores (preços de
exportação se reduzem em relação aos preços de importação).
Para superar o subdesenvolvimento: industrialização voltada
para o mercado interno.
Política de desenvolvimento: para promover a
industrialização caberia ao Estado
- realizar o planejamento econômico (para usar de modo
eficiente os recursos escassos)
- garantir proteção à indústria nascente
- investir em atividades em que a iniciativa privada
estivesse ausente (especialmente infraestrutura de transportes,
energia e comunicações)
- prover recursos para o financiamento do investimento
industrial
2.Os principais economistas desenvolvimentistas
Roberto Simonsen, como precursor
João Paulo de Almeida Magalhães (da CNI – Confederação
Nacional da Indústria)
Rômulo de Almeida, Jesus Soares Pereira, Américo Barbosa
de Oliveira, Inácio Rangel (da Assessoria
Econômica do 2° governo Vargas e do BNDE)
Celso Furtado (1920-2004) - Bacharel em Direito –
Universidade do Brasil (1944); “pracinha” da FEB na 2ª
Guerra Mundial; doutor pela Universidade de Paris
(Sorbonne); economista da CEPAL (1949-1953); grupo
misto CEPAL-BNDE (1954-55); Grupo de Trabalho para o
Desenvolvimento do Nordeste/ superintendente da SUDENE
(1956-1962); Ministro do Planejamento (1962-1963).
Teve seus direitos políticos cassados em 1964; seguiu para o
exterior onde foi professor em várias universidades e, por
longo tempo, na Universidade de Paris. No governo de José
Sarney foi Ministro da Cultura.
Principal obra: Formação Econômica do Brasil (1959)
Inúmeros livros e artigos publicados no Brasil e no exterior.
Identifica-se com um desenvolvimentismo nacionalista que,
sem recusar a presença do capital estrangeiro, se preocupa
com a necessidade de o país manter o controle dos centros de
decisão. Mas a esperança de que a industrialização
promovesse o desenvolvimento – com homogeneização
social – se desfez nos fins dos anos 60. Daí em diante, suas
obras propõem uma reflexão de por que aquela esperança
não se fez realidade (por exemplo, no livro O Mito do
Desenvolvimento Econômico).
3.O outro lado: os economistas (neo) liberais
Eugênio Gudin (Fundação Getúlio Vargas – RJ)
Octavio Gouvêa de Bulhões (Universidade do Brasil)
Roberto Campos: desenvolvimentista não nacionalista
ou liberal? Diplomata, economista pela Univ. de
Columbia (EUA), diretor do BNDE, Embaixador
nos Estados Unidos; no Governo Castelo Branco
(1964-67), Ministro do Planejamento.
4. Alguns temas centrais
desenvolvimentistas e liberais
- Papel do Estado
- Protecionismo à indústria
- Inflação
- Capital estrangeiro
- Reforma agrária
às
polêmicas
entre
V.A POLÍTICA DESENVOLVIMENTISTA (1945-1964)
1.O Governo Dutra: a intenção liberalizante que não
pode ser levada à frente (1946-50)
2. O segundo governo de Vargas (1950-54): foco na
infraestrutura.
- Os estudos da Assessoria Econômica de Vargas
- Plano Nacional de Eletrificação/Projeto da
Eletrobrás (só aprovado em 1962)
- Plano Nacional de Viação
- Plano Nacional do Carvão
- Metas para comunicações
- Plano Geral de Industrialização (metas setoriais)
- Programa do Petróleo Nacional/Petrobrás
- BNDE (Banco Nacional do Desenvolvimento
Econômico)
3. O governo JK e o Plano de Metas (1956-1960)
Plano de Metas – Previsão e Resultados
Meta
Previsto Realizado
%
Energia Elétrica(mil Kw)
2.000
1.650
82
Carvão (mil ton)
1.000
230
23
Petróleo/prod.(mil barris/dia)
96
75
76
Petróleo/ref. (mil barris/dia)
200
52
26
Ferrovias (mil km)
3
1
32
Rodovias (mil km)
13
17
138
Aço (mil ton)
1.100
650
60
Cimento (mil ton)
1.400
870
62
Carros e Caminhões(mil unid) 170
133
78
- A outra meta de JK: construção de Brasília
- Problemas na implementação do Plano de Metas
- Recursos (internos e externos) para o financiamento
do investimento
- Recursos internos: o financiamento via emissões e o
acirramento da inflação.
- Recursos externos: o declínio do preço do café, o
desequilíbrio no Balanço de Pagamentos; JK e a
ruptura com o FMI
4. Os governos Jânio Quadros e João Goulart
- Instabilidade política e econômica
5. O desenvolvimentismo acabou em 1964?
- A política industrializante dos governos militares
- O “modelo” econômico do “milagre”:
crescimento com concentração de renda
- A crise dos anos 80 e as décadas perdidas.
V. É POSSÍVEL UM BALANÇO DO PENSAMENTO E
DA POLÍTICA DESENVOLVIMENTISTA PARA SE
REFLETIR SOBRE O DESENVOLVIMENTO NOS
DIAS DE HOJE?
TAXAS DE CRESCIMENTO DO PIB (MÉDIA
ANUAL-%)
1947-50
1951-55
1956-60
1961-65
1966-70
1971-75
8,1
6,7
8,1
4,3
8,1
10,1
1976-80
1981-85
1986-90
1991-95
1996-00
2000-05
PIB PER CAPITA
1960/50
1970/60
1980/70
1990/80
2000/90
2005/00
+ 51,1%
+ 36,9%
+ 79,7%
- 0,5%
+ 11,1%
+ 3,6%
7,2
1,4
2,0
3,1
2,2
2,2
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