Debate, quadrinho e música para discutir a falta de água

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10CIDADES
SÁBADO, 7 DE FEVEREIRO DE 2015 A GAZETA
SECA NO ESPÍRITO SANTO
Debate, quadrinho e música
para discutir a falta de água
CARLOS ALBERTO SILVA
Na volta às aulas,
tema é abordado de
acordo com a faixa
etária nas escolas
Preservação
Talita Rocha, 8, Layla Carneiro, 8, Sara
Rocha, 9, e Julia
Zerbone, 6, estão
aprendendo na escola a importância
de não desperdiçar.
CARLA SÁ
[email protected]
Com a volta às aulas, os assuntos mais debatidos das
últimas semanas, a falta de
água e a seca nos rios capixabas, entram em pauta
também nas salas de aulas.
Pedagogos e professores
preparam ações e projetos
paraqueosalunosnãosóse
conscientizem do problema, mas também para que
eles entendam o que está
acontecendo com esse recurso natural.
“Começamos a falar sobre o uso dos rios nas hidrelétricas e para abastecimento. Em breve vamos falar da
questão envolvendo cidadania e água, para que o aluno
entenda a importância dele
no processo”, explica o professor de Geografia do ensino médio do Colégio Marista, de Vila Velha, Bruno Miranda Aguiar.
Ele já está planejando
umamesaredondacomum
autorquetratasobreaquestão hídrica, provavelmente
Vanessa Barbosa – que escreveu “A última gota”, um
retrato do descaso coma
água no país –, para que depois os estudantes façam
“Não está
chovendo,
e os rios
estão secando
porque o
homem não
está cuidando
da natureza.
A água do
mundo está
acabando e por
isso devemos
economizar”
—
SARA ROCHA
9 ANOS
um plano personalizado de
economia do recurso.
“O professor da disciplina de Sustentabilidade
tambémestátrabalhandoo
que os alunos podem fazer
em relação à realidade de
seus bairros”, diz Bruno.
Já no Colégio Salesiano, em Vitória, a questão
da água já está sendo dis-
cutida desde o ano passado, antes mesmo da crise
estourar no Estado.
“Esse ano conversei com
os professores para fazer
umaaçãomaiscotidiana,no
contexto das aulas, com diálogos em sala. Na produção
textual, por exemplo, pode
ser trabalhada uma charge
sobre o assunto ou uma dis-
sertação sobre ideias para
melhorar a situação”, comenta a supervisora pedagógicadoensinofundamental Lecimar Will Nunes.
INTERDISCIPLINAR
No Colégio Castro Alves,
em Vila Velha, a ideia é trabalharo temasob aperspectiva de cada matéria e de
acordo com a faixa etária de
cada turma. Enquanto no
maternal são utilizados fantoches,músicasehistórias,o
ensino fundamental faz
quadrinhoseconheceageografia, e o ensino médio tem
umtrabalhointegradoentre
História, Geografia e Artes.
“Estamos falando sobre a
preservação do meio am-
biente para que no futuro
ainda tenhamos água”, diz a
professora de Ciências, Luciane Fraga.
“Pedi uma história em
quadrinhos para economizar água, mas eles já tinham
chegado das férias falando
de ideias que viram na mídia”, completa a professora
Elisabeth Cristo.
Instituições fazem
Rio Jucu está com seis centímetros de altura
economia no dia a dia O Rio Jucu está com um
FERNANDO MADEIRA - 26/01/2015
Além de trabalharem a
questão da crise hídrica em
saladeaula,asescolastambémtêmsepreparadopara
economizar e reutilizar o
recurso no seu dia a dia,
evitando o desperdício.
No Colégio Castro Alves, em Vila Velha, o pátio
não é mais lavado com frequência como antes. “Estamos limpando sem tanta água, varrendo mais”,
explica a pedagoga Sheila
Rocha Barreto.
Além disso, as professoras da pré-escola estão
adotando medidas simples para controlar o gasto
das crianças, por exemplo
utilizando garrafas para
deixar água de beber disponível na sala, evitando
queospequenos desperdicem no bebedouro.
Nos banheiros, todas as
torneiras funcionam com
temporizador, possibilitando o controle da vazão.
RESERVATÓRIO
No Marista, também
em Vila Velha, existe um
Comitê de Educação Ambiental já há algum tempo
que antes mesmo do risco
de falta de água já discutia
questões de sustentabilidade dentro da escola.
Novas medidas para a
economia estão sendo
adotadas, mas o local já
conta com poços artesianos que captam a água das
chuvas para molhar os jardins do grande pátio.
pouco mais de seis centímetros de altura. A informação
que assusta pode ser conferida no site da Cesan clicando em um banner no canto
inferiordireito,ondeabre-se
umapáginamostrandoonível dos mananciais.
No espaço os consumidores podem acompanhar
a situação dos rios e conferir a diferença para meses
anteriores. O Rio Jucu, por
exemplo, em dezembro do
ano passado chegou a ter
190 centímetros de altura.
Os números são alarmantes e é feito com base
em um método de medição que utiliza um aparelho chamado limnígrafo
que registra a altura da
água dos mananciais.
As medições são feitas
O rio chegou a ter 190 centímetros de altura em dezembro do ano passado
diariamente e dados de
ontem mostravam ainda
que o Rio Santa Maria da
Vitória estava apresenta-
va 150,5 centímetros,
quando no final do ano
passado já teve um máximo de 259,5. Já o Rio be-
nevente está com o nível
em 48,42, sendo que no
último mês de 2014 chegou a 159,3.
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