Apostila de Sociologia

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3º Bimestre
Sociologia
Autor: Humberto Macedo
Sociologia
SUMÁRIO
UNIDADE III .................................................................................................................. 4
Capítulo 1 - O que nos une como humanos? O que nos diferencia? ...................... 4
O que nos diferencia como humanos? ................................................................... 6
Exercícios de Fixação: ................................................................................................ 8
Capítulo 2 - Conteúdos simbólicos da vida humana: .............................................. 9
2.1 Cultura ................................................................................................................. 9
2.2 O Direito e a cultura .......................................................................................... 16
Exercícios de Fixação: .............................................................................................. 18
Capítulo 3 - A desigualdade social, desvio social e controle social. ...................... 19
3.1 Estratificação social e desigualdade .................................................................. 19
3.2 Estratificação social por Karl Marx .................................................................. 20
3.3 Estratificação social por Max Weber ................................................................ 20
3.4
Desvio social e controle social ..................................................................... 21
3.4 Normas e costumes............................................................................................ 22
Exercícios de Fixação: .............................................................................................. 24
Capítulo 4 - O controle social................................................................................... 26
4.1 Desvio social ..................................................................................................... 27
4.2 Marginalidade.................................................................................................... 28
4.3 Crime ................................................................................................................. 28
4.4 Anomia .............................................................................................................. 28
Exercícios Complementares: ................................................................................... 30
Sociologia
UNIDADE III
Capítulo 1 - O que nos une como humanos? O que nos diferencia?
O ser humano é o único animal capaz de sentir e expressar as suas próprias
emoções. É o único tambémcapaz de perceber o que realmente acontece à sua volta. E é,
justamente essa capacidade de construir umaanálise crítica própria e do mundo, que o d
istingue dos outros animais.
O que nos diferencia uns dos outros, é a intensidade de um motivo e a prioridade
que tal motivo tem navida de uma pessoa. Por isso que cada pessoa apresenta uma estrut
ura motivacional diferente.
Cada um de nós possui uma essência, e isso é a principal diferença entre cada um
de nósÉ exatamente o oposto ao princípio da tábula rasa, enunciado por John Locke, que
diz que cada um de nós ao nascer é como se fosse uma folha de papel em branco, e que
as diferenças entre os seres humanos se dão somente a partir das experiências que cada
um vivencia.
As experiências também geram diferenças entre nós, é claro. As influências
familiares, culturais, os grupos sociais aos quais estamos inseridos.
A cultura de um indivíduo tem grande é um fator muito importante nos humanos.
O conceito de cultura, tal como o de sociedade, é uma das noções mais amplamente
usadas em Sociologia.
A cultura consiste nos valores de um dado grupo de pessoas, nas normas que
seguem e nos bens materiais que criam. Os valores são ideias abstratas, enquanto as
normas são princípios definidos ou regras que se espera que o povo cumpra. As normas
representam o permitido e o interdito da vida social. Assim, a monogamia – ser fiel a um
único parceiro matrimonial – é um valor proeminente na maioria das sociedades
ocidentais. Em muitas outras culturas, uma pessoa é autorizada a ter várias esposas ou
esposos simultaneamente. As normas de comportamento no casamento incluem, por
exemplo, como se espera que os esposos se comportem com os seus parentes por
afinidade. Em algumas sociedades, o marido ou a mulher devem estabelecer uma relação
próxima com os seus parentes por afinidade; noutras, espera-se que se mantenham nítidas
distâncias entre eles. Quando usamos o termo, na conversa quotidiana comum, pensamos
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Sociologia
muitas vezes na cultura como equivalente às coisas mais elevadas do espírito – arte,
literatura, música e pintura. Os sociólogos incluem no conceito estas atividades, mas
também muito mais. A cultura refere-se aos modos de vida dos membros de uma
sociedade, ou de grupos dessa sociedade. Inclui a forma como se vestem os costumes de
casamento e de vida familiar, as formas de trabalho, as cerimônias religiosas e as
ocupações dos tempos livres. Abrange também os bens que criam e que se tornam
portadores de sentido para eles – arcos e flechas, arados, fábricas e máquinas,
computadores, livros, habitações. A cultura pode ser distinguida conceptualmente da
sociedade, mas há conexões muito estreitas entre estas noções. Uma sociedade é um
sistema de inter-relações que ligam os indivíduos em conjunto. Nenhuma cultura pode
existir sem uma sociedade. Mas, igualmente, nenhuma sociedade existe sem cultura. Sem
cultura, não seríamos de modo algum humanos, no sentido em que normalmente usamos
este termo. A principal característica da cultura é o chamado mecanismo adaptativo: a
capacidade de responder ao meio de acordo com mudança de hábitos, mais rápida do que
uma possível evolução biológica. O homem não precisou, por exemplo, desenvolver
longa pelagem e grossas camadas de gordura sob a pele para viver em ambientes mais
frios – ele simplesmente adaptou-se com o uso de roupas, do fogo e de habitações. A
evolução cultural é mais rápida do que a biológica. No entanto, ao rejeitar a evolução
biológica, o homem torna-se dependente da cultura, pois esta age em substituição a
elementos que constituiriam o ser humano; a falta de um destes elementos (por exemplo,
a supressão de um aspecto da cultura) causaria o mesmo efeito de uma amputação ou
defeito físico, talvez ainda pior. Além disso a cultura é também um mecanismo
cumulativo. As modificações trazidas por uma geração passam à geração seguinte, de
modo que a cultura transforma-se perdendo e incorporando aspectos mais adequados à
sobrevivência, reduzindo o esforço das novas gerações. Um exemplo de vantagem obtida
através da cultura é o desenvolvimento do cultivo do solo, a agricultura.
Com ela o homem pôde ter maior controle sobre o fornecimento de alimentos,
minimizando os efeitos de escassez de caça ou coleta. Também pôde abandonar o
nomadismo; daí a fixação em aldeamentos, cidades e estados. A agricultura também
permitiu o crescimento populacional de maneira acentuada, que gerou novo problema:
produzir alimento para uma população maior. Desenvolvimentos técnicos – facilitados
pelo maior número de mentes pensantes – permitem que essa dificuldade seja superada,
mas por sua vez induzem a um novo aumento da população; o aumento populacional é
assim causa e consequência do avanço cultural.
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Sociologia
O que nos diferencia como humanos?
Uma etnia ou um grupo étnico é, no sentido mais amplo, uma comunidade humana
definida por afinidades linguísticas e culturais. Estas comunidades geralmente
reivindicam para si uma estrutura social.
A palavra etnia é usada muitas vezes erroneamente como um eufemismo para raça,
ou como um sinônimo para grupo minoritário.
Embora não possam ser considerados como iguais, o conceito de raça é associado
ao de etnia. A diferença reside no fato de que etnia também compreende os fatores
culturais, como a nacionalidade, a afiliação tribal, a Religião, a língua e as tradições,
enquanto raça compreende apenas os fatores morfológicos, como cor de pele, constituição
física, estatura, traço facial, etc. Dificilmente existe uma nação tão complexa e variada
em composição étnica de sua população como a do Brasil.
A formação populacional e de diversidade no Brasil advém de basicamente cinco
distintas fontes migratórias, são elas: - os nativos, que se encontravam no território antes
da chegada dos portugueses, esses povos eram descendentes de homens que chegaram às
Américas através do Estreito de Bering;
- os portugueses, que vieram para o Brasil a fim de explorar as riquezas da colônia;
- os negros africanos, que foram trazidos pelos europeus para trabalhar nos
engenhos na produção do açúcar a partir do século XVI;
- a intensa imigração europeia no Brasil, sobretudo no sul do país;
- a entrada de imigrantes oriundos de várias origens, especialmente vindos da Ásia
e Oriente Médio. Com base nessas considerações, a população brasileira ficou com a
seguinte composição: Brancos: a grande maioria da população branca tem origem
europeia (ou são descendentes desses), no período colonial vieram para o Brasil:
espanhóis, holandeses, franceses, além de italianos e eslavos. A região sul abriga grande
parte dos brancos da população brasileira, pois esses imigrantes ocuparam tal área.
Negros: essa etnia foi forçada a migrar para o Brasil, uma vez que vieram como escravos
para atuar primeiramente na produção do açúcar e mais tarde na cultura do café. O Brasil
é um dos países que mais utilizou de mão-de-obra escrava no mundo, recebeu
aproximadamente 4 milhões de escravos. Hoje, os negros se concentram principalmente
em áreas nas quais a exploração foi mais intensa, como é o caso das regiões nordeste e
sudeste. Indígenas: grupo étnico que habitava o território brasileiro antes da chegada dos
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portugueses, nesse período os índios somavam cinco milhões de pessoas. Os índios foram
quase disseminados, restaram somente 350 mil índios, atualmente existem 170 mil na
região norte e no centro-oeste 100 mil. Pardos: etnia formada a partir da junção de três
origens: brancos, negros e indígenas, formando três grupos de miscigenação. Mulatos:
correspondem à união entre brancos e negros, esse grupo representa 24% da população.
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Sociologia
Exercícios de Fixação:
1-
Por que posso afirmar:
a) a cultura de um indivíduo tem grande é um fator muito importante nos humanos.
b) evolução cultural é mais rápida do que a biológica.
c) as modificações trazidas por uma geração passam à geração seguinte, de modo
que a cultura transforma-se perdendo e incorporando aspectos mais adequados à
sobrevivência, reduzindo o esforço das novas gerações.
2-
O ser humano pode ser aculturado?
3-
Com a mídia podemos ter acesso a cultura e costumes de outros países. Descreva
um costume em que você entenda muito diferente do seu.
4-
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O que é etnia?
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Sociologia
Capítulo 2 - Conteúdos simbólicos da vida humana:
2.1 Cultura
O conceito de cultura, tal como o de sociedade, é uma das noções mais
amplamente usadas em Sociologia. A cultura consiste nos valores de um dado grupo de
pessoas, nas normas que seguem e nos bens materiais que criam. Os valores são ideias
abstratas, enquanto as normas são princípios definidos ou regras que se espera que o povo
cumpra. As normas representam o permitido e o interdito da vida social. Assim, a
monogamia – ser fiel a um único parceiro matrimonial – é um valor proeminente na
maioria das sociedades ocidentais. Em muitas outras culturas, uma pessoa é autorizada a
ter várias esposas ou esposos simultaneamente. As normas de comportamento no
casamento incluem, por exemplo, como se espera que os esposos se comportem com os
seus parentes por afinidade. Em algumas sociedades, o marido ou a mulher devem
estabelecer uma relação próxima com os seus parentes por afinidade; noutras, espera-se
que se mantenham nítidas distâncias entre eles.
Quando usamos o termo, na conversa quotidiana comum, pensamos muitas vezes
na cultura como equivalente às coisas mais elevadas do espírito – arte, literatura, música
e pintura. Os sociólogos incluem no conceito estas atividades, mas também muito mais.
A cultura refere-se aos modos de vida dos membros de uma sociedade, ou de grupos dessa
sociedade. Inclui a forma como se vestem, os costumes de casamento e de vida familiar,
as formas de trabalho, as cerimónias religiosas e as ocupações dos tempos livres. Abrange
também os bens que criam e que se tornam portadores de sentido para eles – arcos e
flechas, arados, fábricas e máquinas, computadores, livros, habitações.
A cultura pode ser distinguida conceptualmente da sociedade, mas há conexões
muito estreitas entre estas noções. Uma sociedade é um sistema de inter-relações que
ligam os indivíduos em conjunto. Nenhuma cultura pode existir sem uma sociedade. Mas,
igualmente, nenhuma sociedade existe sem cultura. Sem cultura, não seríamos de modo
algum humanos, no sentido em que normalmente usamos este termo. Não teríamos uma
língua em que nos expressássemos, nem o sentido da autoconsciência, e a nossa
capacidade de pensar ou raciocinar seria severamente limitada.
O principal tema deste capítulo e do próximo é, de facto, o da relação entre a
herança biológica e a herança cultural da humanidade. As questões relevantes são: o que
distingue os seres humanos dos animais?
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Sociologia
De onde provêm as nossas características distintivamente humanas? Qual a natureza da
natureza humana? Estas questões são cruciais para a Sociologia, porque são as bases de
todo o seu campo de estudo. Para lhes responder, devemos analisar tanto o que os
humanos têm em comum como as diferenças entre as diversas culturas.
As variações culturais entre seres humanos estão ligadas a diferentes tipos de
sociedade.
2.1.1 Características da cultura
É algo inerente ao ser humano. Não há cultura fora dos humanos. O homem, ao
contrário de outros animais, não vive no mundo natural tal como esse lhe foi apresentado.
A cultura se origina quando o homem começa a se diferenciar de outros animais (há
milhares de anos), quando ele começa a utilizar instrumentos que facilitam sua ação
cotidiana, começa a usar agasalhos e a se organizar além do que sua condição biológica
lhe exigia (não só satisfazia as necessidades que sua condição biológica lhe impunha
como a necessidade de comer, de se reproduzir, de se defender, de se proteger do tempo,
etc.).
A capacidade de adaptação do homem propicia sua adaptação aos locais em que
decidia viver. Essa capacidade não o prendia a nenhum nicho ecológico.
A capacidade de intervenção do homem na natureza aumentou e pouco a pouco foi
diminuindo sua dependência aos limites impostos pelo instinto biológico.
Esses atos, procedimentos e criações que foram desenvolvidos pelo homem e que
não estavam relacionados com o instinto natural é o que denominamos cultura.
O simples uso de uma pedra como peso para papel, por exemplo, é cultura.
E o meio cultural socializa novas gerações tornando o ser humano um herdeiro de
um longo processo acumulativo que reflete o conhecimento e a experiência adquiridas
pelas numerosas gerações que o antecederam. “A manipulação adequada e criativa desse
patrimônio cultural permite as inovações e as invenções”
(Laraia apud Dias, 2005, p. 50).
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Sociologia
Descarte, vê-se que sociologicamente (cientificamente) o conceito de cultura se
distingue do sentido comumente partilhado pelo senso comum (quando se diz, por
exemplo, que fulano tem muita cultura porque possui uma quantidade de conhecimento
admirável, ou quando se diz que a cultura do índio é inferior à do homem branco). Todos
os seres humanos possuem cultura, e esta não pode ser melhor ou inferior a outra – serão
somente diferentes.
Assim, afirmar que uma pessoa tem mais cultura que a outra constitui um juízo de
valor emitido a partir do referencial de determinada cultura (etnocentrismo7).
O entendimento do real significado da cultura, da relatividade dos hábitos, costumes
e valores - frente à diversidade – e da sua transitoriedade poderão tornar o ser humano
mais tolerante, pois aquilo que nos parece adequado pode ter diferentes significados em
outros lugares.
Como se disse, a cultura é um fenômeno eminentemente humano. Não há
cultura fora dos humanos. Toda criação humana, material ou não material, é
cultura; onde não há intervenção ou criação humana temos somente a natureza.
Podemos falar, portanto, na existência de meio ambiente natural e meio ambiente
cultural.
O ambiente cultural do homem inclui, por exemplo, as vilas, as aldeias, as cidades
os animais domésticos, as plantações, os novos relacionamentos entre os indivíduos, a
linguagem, as crenças, as religiões, a música, a tecnologia etc.
Subcultura - Conjunto de traços comuns entre indivíduos que estão ligados a um
outro conjunto maior (que abarca maiores diversidades) que é a cultura. A cultura humana
é formada por um número indeterminável de subculturas, que podem ser estudadas como
unidades bem caracterizadas. Assim podemos falar da cultura francesa, da indiana, da
brasileira, que são subculturas da cultura humana em geral.
Vejam-se algumas definições de cultura:
- Sistema de ideias, conhecimentos, técnicas e artefatos, de padrões de
comportamento e atitudes que caracteriza uma sociedade.
- Conjunto acumulado de símbolos, ideias e produtos materiais associados a um
sistema social, seja ele uma sociedade ou uma família.
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Sociologia
- “Cultura é aquele todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral,
direito, costume e outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro da
sociedade”.
(Tylor, 1871).
A cultura abrange tudo o que foi criado pela humanidade, tanto do ponto de vista
material como não material. Incluem ideias, valores, manifestações artísticas de todo tipo,
crenças, instituições sociais, conhecimentos científicos e técnicos, instrumentos de
trabalho, tipos de vestuário, alimentação, construção, etc.
É a cultura que estabelece os limites no qual se desenvolve toda a ação social (por
exemplo, pode-se ser mais efusivo no cumprimento em determinada cultura; pode-se
fazer do almoço um momento de discussão, de euforia, ou de silêncio; o adultério ou a
poligamia podem ser tidos como condutas aceitáveis ou não...).
2.1.2 Características principais segundo Reinaldo Dias

É transmitida pela herança social (e não biológica);

Compreende a totalidade das criações humanas;

É uma característica exclusiva das sociedades humanas;

A cultura é construída e partilhada por membros de uma determinada coletividade
Há na cultura elementos tangíveis (ex. instrumentos) e intangíveis (ex. crenças),
assim como elementos materiais e imateriais.
A cultura se manifesta por meio de variados sistemas: valores, normas, ideologia,
etc. que influenciam decisivamente a personalidade individual.
Entre as variadas manifestações concretas de uma cultura, há que destacar:
Vida material: produção necessária para se garantir a sobrevivência: ferramentas,
conhecimento, técnicas, etc. Processos que uma cultura utiliza para produzir bens e
serviços e sua distribuição e consumo;
Interações sociais: os papéis que a população e as pessoas assumem e os padrões
de autoridade e de responsabilidade. Esses são confirmados pelas instituições sociais que
se reafirmam (cultos, ritos, festas, educação, chefia, etc.);
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