CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ CURSO DE

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
ARQUITETURA E URBANISMO NO BRASIL II
PROFª FÁTIMA ANDRADE PELAES
O habitar depende do braço escravo
O tema habitação está sempre ligado com ocupação territorial dentro das cidades o que leva ao
desenvolvimento urbano. No inicio do processo de colonização do Brasil foi utilizado a mão-de-obra escrava.
Primeiramente para a produção de açúcar na primeira metade do século XVI. Estes escravos trabalhavam nas
fazendas de cana-de-açúcar ou nas minas de ouro. Esta mão-de-obra foi utilizada também para os mais diversos
serviços tais como:
- Fazer limpeza nas casas;
- abastecer as residências com água;
- transportar mercadorias e pessoas;
- prestar serviços para gerar renda aos proprietários.
Estes eram responsáveis também pelos serviços de construção civil, com construções de edificações no
período colonial. Em 1850, o trafico africano foi proibido e ao mesmo tempo foi criada a lei para propriedade da
terra que foi o sistema de sesmaria. Desta forma os escravos que até um certo período representava patrimônio
para o seu proprietário são substituídos pela propriedade da terra como forma de exercer poder e controle de
produção. Com a abolição da escravatura em 1888 e o declínio da agricultura no Brasil, em especial a cultura do
café, os escravos partem das lavouras para as cidades em busca de empregos, oferecem seus serviços, porém
concorrem com brancos pobres e imigrantes.
Parte destes escravos libertos foram utilizados em obras de alguns centros urbanos tais como: Salvador,
Olinda, Rio de Janeiro, Belém, São Luiz, Paraíba, Santos e Vitória. Esta mão-de-obra se caracteriza na
construção de obras públicas, edifícios públicos e religiosos.
A população trabalhadora formada por pobres e negros desempregados são expulsos das áreas centrais,
formando desta maneira um processo de segregação especial e social.
A abolição da escravatura no Brasil gera um novo quadro social e econômico no país, em conjunto com
a cultura do café e a independência financeira do país neste período. Esta expansão econômica atraí uma mãode-obra de trabalhadores livres, vindos de outros Estados e de outros países com expectativas de novos
investimentos, em especial no setor de serviço público com ênfase para os transportes trem e bonde. A abolição
da escravatura e a proclamação da república representam um realinhamento para o país, seguindo novas
diretrizes agora definidas pelo capitalismo industrial.
A Inglaterra possuía o objetivo que era a criação de um mercado consumidor que no Brasil ocasionou
um grande fluxo de imigrantes europeus que aqui chegaram para substituir a mão-de-obra escrava, desta forma
surge o novo modelo de relação de trabalho. Podemos dizer que o modelo escravista ainda perdurou por mais de
30 anos após a abolição. As mulheres negras que na época do Brasil Colônia trabalhavam como arrumadeiras,
cozinheiras, amas de leite, ou seja, nos serviços domésticos, já não conseguiam mais trabalho.
Poucas oportunidades se abriam para a mão-de-obra negra e o preconceito da sociedade acabava por
fechar as poucas portas que se abria. Falta oportunidades de emprego e moradia.
Contribuição dos escravos com a urbanização e habitação
Os grupos de escravos que fugiam formavam na floresta os quilombos que eram comunidades bem
organizadas, onde seus integrantes viviam em liberdade por intermédio de uma organização comunitária
seguindo o modelo existente na África no período.
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definição: palavra quimbunda formada pelo prefixo mo + kambo, que quer dizer esconderijo;
os mocambos dos escravos fugidos deram origem aos mocambos do nordeste, posteriormente
a solução viável para o trabalhador emergente desempregado;
Eram construídos pelos próprios moradores, com ou sem a ajuda de amigos, parente ou
vizinhos;
eram construídos da noite pro dia com materiais vegetais variados, dependendo da diversidade
vegetativa e com extrema simplicidade construtiva;
as técnicas construtivas provém ora da cultura africana, ora da cultura indígena e, até mesmo,
da choupana portuguesa, que contrastava com a casa européia de pedra, tijolo, telha, azulejo,
vidro, soalho;
É considerado por alguns de perfeito ecologismo e de arte apurada que começa a se manifestar
no processo de traçado ou de simples junção das folhas nas ripas de cobertura;
o tipo mais primitivo de mocambo encontrado no nordeste é que guarda traços das
construções indígenas, constituído por uma cobertura de folhas sobre um arcabouço de
madeira;
o mais comum é aquele em que o barro ou a terra entram na composição das paredes ou
tapumes, sendo a cobertura de palha ou de capim assú;
O quilombo dos Palmares pode ter tido 20 mil habitantes e 6 mil casas
A decadência do trabalho e o inicio da migração européia e suas técnicas construtivas
No século XIX a escravidão foi mundialmente proibida. No Brasil sua abolição ocorre em 13 de maio
de 1888, com a promulgação da Lei Áurea, feita pela Princesa Isabel. Essa mão-de-obra liberta pouco foi
aproveitada, e temos inicio a um processo de imigração dos europeus para o Brasil juntamente com outros povos.
Imigração Européia
(Figura, porto de Santos, porta de entrada de milhões de imigrantes no Brasil, fonte wikipédi)
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Durante o século XIX e inicio do século XX a situação econômica e política em países da Europa, tais
como Itália, Alemanha, Espanha e Irlanda, juntamente com diversos povos de minorias que viviam sob domínio
do Império Austro-húngaro, Russo e Otomano, produziram grandes levas de emigrantes. Por outro lado, nações
do Novo Mundo com rápida expansão econômica na indústria ou agricultura (Estados Unidos, Brasil, Argentina,
Uruguai, Chile) necessitavam aumentar sua mão-de-obra para continuar sua expansão. O resultado foi uma
grande imigração Européia para as Américas.
No Brasil tivemos um grande fluxo imigratório de italianos, espanhóis, portugueses, alemães, eslavos,
poloneses, russos e ucranianos.
(Figura, imigrantes italianos, fonte wikipédi)
A imigração de povoamento iniciada no sul do Brasil em 1824 por alemães e em 1875 por italianos.
Esta imigração como fonte de mão-de-obra para as fazendas de café em São Paulo no período do século XIX e
inicio do século XX, apresentando predominância de italianos, portugueses, espanhóis e japoneses.
Século XVIII
A exploração mineral no Brasil trouxe milhões de africanos que trabalham na exploração do ouro,
porém neste período também aconteceu um grande fluxo imigratório de portugueses, tal fato se deve ao período
possuir uma alta taxa de crescimento populacional em especial a região do Minho. A imigração de casais
açorianas para o litoral sul do Brasil foi de grande para a demografia desta região. No século XVII
desembarcaram no Brasil um milhão e 600 mil africanos e 600 mil portugueses desta forma o Brasil passou a
possuir a maior população africana fora da África e a maior população lusitana fora de Portugal.
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Século XX
Neste período as fazendas de café necessitavam de mão-de-obra e a imigração continuou alta durante
bom período neste século. Chegaram no Brasil vários grupos de imigrantes.
- 133 mil alemães;
- 174 mil japoneses;
- 457 mil italianos;
- 465 mil espanhóis;
- um milhão de portugueses.
Estes imigrantes passaram a compor a maior parte dos operários das fabricas.
(Figura, Imigrantes portugueses á espera do navio para o Brasil, fonte wikipédia)
Os suíços foram os primeiros imigrantes europeus a se estabelecerem no Brasil, depois dos portugueses.
Em 16 de maio de 1818, D. João VI, com o objetivo de implementar uma colonização planejada e uma maior
civilização para o Brasil, concedeu um decreto que autorizava o agente Cantão de Friburgo, na Suíça, Sebastião
Nicolau Gachef, a formar uma colônia de cem famílias suíças. Foi fundado na Fazenda do Morro Queimado, na
região serrana do Rio de Janeiro, o Distrito do Cantagalo, estes imigrantes fundaram a cidade de Nova Friburgo
no Rio de Janeiro.
(Figura, Nova Friburgo durante sua Colonização, 1820-1830, fonte wikipédia)
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Após a independência do Brasil a imigração fez parte de uma política pública do Imperador para
povoamento do sul do país, evitando desta forma invasões por parte de outros países. Esta política incentivava a
implantação de Núcleos de Colonos Imigrantes no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em Santa Catarina os
primeiros colonos alemães chegaram em 1829, na cidade de São Pedro de Alcântara. Esta colônia fracassou. A
grande colonização alemã só ocorreu mais tarde em 1850, a Colônia de Blumenau. Após esta surge uma nova
colônia que é a Colônia Dona Francisca, atualmente Joinville. A partir desta colônia os alemães colonizaram
todo o norte de Santa Catarina.
(Figura casa alemã na cidade de Pomerode, fonte wikipédia )
No Paraná inicia-se em 1829 na atual cidade de Rio Negro, porém esta só cresceu em 1870. A maior
parte dos colonos germânicos só chegaram no século XX, vindos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
(Figura, Marca dos alemães em lageado, kipédia)
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As primeiras colônias italianas do sul do Brasil tiveram sua origem nas Serras Gaúchas entre os Vales
do Rio Caí e das Antas. Em 1875 foram criadas as colônias do Conde D’Eu e Dona Isabel, atuais Bento
Gonçalves e Ganibaldi. Neste mesmo ano foi criado Colônia de Caxias, atualmente Caxias do Sul e em 1877
Silveira Martins. Após estas 4 colônias os italianos passaram a se expandir pelas regiões das Serras.
(Figura, casa de pedra em nova veneza: marco da colonização italiana, wikipédia)
Em Santa Catarina a colonização italiana ocorreu com amior expressividade no Sul do Estado, no Vale
do Rio Tubarão, as colônias de Ajanbuja, Pedra Grande e Treze de Maio.
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