estácio de sá ciências da saúde

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ISSN:Revista
1984 - 2848 da
Faculdade Estácio de Sá de
Goiânia SESES - GO
VOL. 01, Nº 01, Dez. 2008 / Jun. 2009
ESTÁCIO DE SÁ
CIÊNCIAS DA SAÚDE
Revista da Faculdade Estácio de Sá de
Goiânia SESES - GO
VOL. 01, Nº 02, Set. 2009 / Dez. 2009
Ficha Catalográfica da Revista
LOPES, Edmar Aparecido de Barra e.
Revista de Ciências da Saúde. Faculdade Estácio de Sá de
Goiás- FESGO. Goiânia, GO, v.01, nº02, set.2009/dez.2009.
Nota: Revista da Faculdade Estácio de Sá de Goiás – FESGO.
I.Ciências da Saúde. II‐ Título: Revista de Ciências da
Saúde.
III.Publicações Cientificas.
CDD 600
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação ( CPI)
Faculdade Estácio de Sá de Goiás
Catalogação na Fonte / Biblioteca FESGO
Jacqueline R.Yoshida – Bibliotecária – CRB 1901
ESTÁCIO DE SÁ
CIÊNCIAS DA SAÚDE
FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE GOIÁS – FESGO
VOLUME 1-1, N. 02, SETEMBRO DE 2009,
PERIODICIDADE: SEMESTRAL.
ISSN: 1984 – 2848
______________________________________________________________________________
ESTÁCIO DE SÁ CIÊNCIAS DA SAÚDE
Revista da Faculdade Estácio de Sá de Goiás – FESGO
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SUMÁRIO
EDITORIAL
APRESENTAÇÃO
ARTIGOS
10 - 18
Influência Do Vírus Herpes Humano Tipo 6 Em Mucosites Bucais
De Pacientes Imunossuprimidos
Claudio Maranhão Pereira
19 - 36
Série Neuroevolutiva Funcional
Adriano Luís Fonseca
Daniela Rosana Pedro Fonseca
Patricia de Sá Barros
Luis Gustavo Amorin
Marcelo Jota Rodrigues
34 - 39
Comparação Da Eficácia De Drogas No Controle Da Dor Associada
Ao Elástico Separador Ortodôntico: Proposta De Estudo
Vivianne da Veiga Jardim Costa
Marcos Augusto Lenza 
Edson Sidião de Souza Júnior
40 - 36
Avaliação do potencial mutagênico e\ou antimutagênico de panax
ginseng c.. A. Meyer contra genotoxicidade de doxorrubicina em
células somáticas de drosophila melanogaster
Denise G. Pereira
Ulrich Graf
Mário A. Spanó
58 - 66
Úlcera Por Pressão: Uma Revisão Integrativa Da Literatura
Lorena Leodécima Rocha
Marcela Cristina Coelho Guimarães
Maísa Xavier Ferreira
Nelma Maria dos Santos
Thaisa Dias de Melo 
Débora Zanoni Antunes
67 - 78
A Educação Em Saúde No Programa Saúde Da Família
Sandra Oliveira Santos
Lílian Dias Gonçalves Silva
Rosana Bastos Bittencourt
Xistos Sena Passos
PESQUISAS
79 - 96
Avaliação Da Incidência De Neoplasia Trofoblástica Gestacional Em
Gestantes De Goiânia-Goiás: Estudo Retrospectivo E Revisão Da
Literatura
Julianna Caruliny de Miranda
Keila Moreira Marques
Maiza Gomes de Melo e Souza
Raquel Pires da Silva
Claudio Maranhão Pereira
97 - 112
Centralização de artigos médico hospitalares: Revisão de literatura
Débora Zanoni Antunes. 
Adriana Cândido de Araújo
Lélia Leal Gondim Borges
Lívia Noêmia de Morais Gomes
Núria Micheline Pereira Silva
113 - 115
A Importância Do Auto-Exame Das Mamas Na Prevenção Do
Câncer De Mama
Edcassia Gonçalves.
Cleidiane Gonçalves Pires
Gilson G. de Souza
RESUMO DE
TESE
117 - 120
121
Estudo Dos Protozoários Intestinais Oportunistas Por Meio Da
Reação De Polimerase Em Cadeia (Pcr), Em Goiânia-Go, Brasil
(1999-2007)
Edson Sidião de Souza Júnior
A importância da qualidade dos estudos
randomizados e a padronização "consort"
Camargo-Campos, A.C.
estudos
clínicos
EDITORIAL
A Revista Estácio de Sá - Ciências da Saúde chega ao seu segundo número
elencando fortes motivos para comemorar.
Primeiro, apesar de muito nova, a Revista já conta hoje com colaboradores de
diversas instituições do país (Federais, Estaduais e privadas). Portanto, a Revista
Estácio de Sá - Ciências Humanas já se caracteriza como periódico de circulação
nacional desde seu primeiro número.
Segundo, a Revista conseguiu atingir seu objetivo de se tornar um periódico
científico de livre e irrestrito acesso, através de sua versão eletrônica, que pode ser
acessada
pelo
endereço:
http://www.saps.com.br/sites/estacio/downloads/revista/rev_ciencia_humanas_n_1_ok_
red.pdf
Terceiro, outro motivo para celebrar é o de termos alcançado já no número II da
Revista um aumento muito expressivo de qualificados colaboradores no conselho
científico da mesma. São professores/pesquisadores de inúmeros centros de excelência
federais e estuaduais do país, que se juntam aos professores desta Instituição no trabalho
de consolidação deste periódico.
É verdade que há muito ainda o que fazer, mas devemos comemorar o que já foi
alcançado e não perdemos de vista a necessidade de buscar cada vez mais qualidade e
respeitabilidade científicas.
Edmar Aparecido de Barra e Lopes
Editor-Científico
APRESENTAÇÃO
A Faculdade Estácio de Sá-GO tem ousado novos e importantes passos na área
de pesquisa, ensino, extensão e de sua própria administração. A presidência da
Faculdade Estácio de Sá - GO juntamente com a direção acadêmica desta, não têm
poupado esforços para fazer com que a Instituição se consolide como uma referência de
ensino e pesquisa na microrregião do Estado de Goiás na qual está inserida.
Um exemplo desta nova postura administrativa, que tem na constante busca por
qualidade seu principal eixo orientador, é a Revista Estácio de Sá - Ciências da Saúde.
Mais que uma publicação científica fomentada pela Instituição, trata-se de um
dos novos marcos que caracterizam uma gestão preocupada em levar o nome da
Faculdade Estácio de Sá-GO, além das fronteiras local e regional.
Trata-se de um esforço de estimular o diálogo do corpo docente e discente de
nossa Instituição com o universo da comunidade científica em geral. Tal como o
contínuo e permanente esforço de auto-superação na busca de mais e mais qualidade
institucional experimentado cotidianamente por funcionários, professores, alunos e
comunidade.
A Revista Estácio de Sá Ciências da Saúde, número II, também se auto-supera
em qualidade formal e de conteúdo. Trata-se de um movimento tendencial que bem
conhecemos na produção do conhecimento científico e que é imprescindível também à
nossa administração.
Sirle Maria dos Santos Vieira
Diretora Geral da Faculdade Estácio de Sá-GO
Adriano Fonseca
Diretor Acadêmico da Faculdade Estácio de Sá-GO
Artigos
ISSN: 1984 - 2848
ESTÁCIO DE SÁ
CIÊNCIAS DA SAÚDE
ISSN: 1984 - 2848
ESTÁCIO DE SÁ
CIÊNCIAS DA SAÚDE
Estácio de Sá – Ciências da Saúde.
Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES - GO
VOL. 01, Nº 02, 10-18, Set. 2009/Dez. 2009
INFLUÊNCIA DO VÍRUS HERPES HUMANO TIPO 6 EM MUCOSITES
BUCAIS DE PACIENTES IMUNOSSUPRIMIDOS
Claudio Maranhão Pereira
Resumo:
Abstract:
O vírus herpes humano 6 (HHV-6) é um dos oito
tipos de vírus da família Herpesviridae que tem
como hospedeiro primário o homem. A prevalência
do vírus HHV-6 na população adulta saudável pode
variar de 50 a 90%, sendo que infecção primária se
dá geralmente nos dois primeiros anos de vida.
Transplante de Medula Óssea (TMO) tem sido
rotineiramente usado para o tratamento de uma
variedade de doenças incluindo malignidades
hematológicas, imunodeficiências e síndromes com
deficiência medular. Infecções virais, especialmente
com herpesvirus, são uma das principais causas de
morbidade e mortalidade em pacientes submetidos a
este tratamento. Estes pacientes apresentam alteração
da imunidade e quadro clínico composto de
mucosites bucais, as quais podem estarem associadas
a efeitos secundários da quimioterapia, infecções
secundárias ou ainda alterações bucais da Doençaenxerto-contra-hospedeiro (GVHD). Por esta razão é
necessário uma avaliação da real influência o vírus
HHV-6 em mucosites bucais destes pacientes,
correlacionando com quadro clínico e evolução das
lesões.
The Herpes Human Virus 6 (HHV6) is one on eight
kind of virus of Herpesviridae family, what has man
how primary graft. The prevalence of virus HHV6 in
the healthy adult population may to alternate on 5090%, besides primary infection to occur in the firsts
years on the life. Bone Marrow Transplantation has
been make useful on management for vary disease
enclosed hematological cancer, immunodeficiency
and syndromes with medullary deficiency. Viral
infections, especially by herpesvirus, are main cause
of morbidity and mortality on these patients. They
have immunity disorders and clinic features compost
by oral mucositis, what may to be association with
secondary effects of chemotherapy, secondary
infections or oral alterations of Graft-versus-hostdisease (GVHD). Therefore is necessary the
assessment the real influence of virus on these
patients’ mucositis, association with clinic features
and evolution of these lesions.
Palavras-chave:
Key-words:
Herpes, estomatite, transplante de medula óssea,
imunossupresão.
Herpes, stomatitis, bone marrow transplantation,
immunocompromised.
Professor Doutor de Patologia da Faculdade Estácio de Sá de Goiás/Professor titular de Patologia da Faculdade de
Odontologia da Universidade Paulista-Goiania/GO. Autor correspondente: Claudio Maranhão Pereira Faculdade
Estácio de Sá de Goiás – Departamento de Ciências da Saúde Faculdade de Odontologia da Universidade Paulista,
campus Flamboyant Patologia Oral -Diagnóstico Oral BR-153, KM 503, Fazenda Botafogo - CEP: 74845-090
Goiania/GO – Brazil + 55 62 32394000 e-mail: [email protected]; [email protected]
PEREIRA, Claudio Maranhão. Influência do vírus herpes humano tipo 6 em mucosites bucais de
pacientes imunossuprimidos – revisão da literatura. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da
Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL. 01, Nº 02, 10-18, Set. 2009/Dez. 2009.
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O vírus herpes humano 6 (HHV-6) é um dos oito tipos de vírus da família
Herpesviridae que tem como hospedeiro primário o homem (PELLETT et al.27, 1992).
Foi primeiramente isolado pôr Sallahuddin et al.31, (1996) em cultura de linfócitos do
sangue periférico de pacientes portadores de distúrbios linfoproliferativos e Síndrome
da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Foi denominado de HBLV (Vírus Humano
Linfotrópico B) devido ao tropismo inicial apresentado para os linfócitos B. Trabalhos
posteriores comprovaram que esse tropismo se dava para linfócitos T (ABLASHI et
al.2, 1987), mas especificamente para linfócitos T CD4+, além de poder infectar uma
variedade de outras células da linhagem T e B (BECKER et al.5, 1989). Devido a sua
semelhança genética com o Citomegalovírus humano (CMV), foi incluído na subfamília
beta-HHV (ROIZMAN et al.30, 1992). Duas variantes do HHV-6 são consideradas, A e
B, sendo suas diferenças baseadas principalmente em suas características de
crescimento “in vitro”, imunorreatividade e sequência de DNA (PELLETT et al.27,
1992). A variante B é considerada a principal causa do exanthema subtum, enquanto a
variante A apresenta-se mais citolítica além de ser mais virulenta, sendo que sua
etiologia não foi totalmente identificada (SCHIEMER et al.32, 1991; DEWHURST et
al.12, 1993).
O HHV-6 assemelha-se a outros vírus herpéticos da subfamília betaherpesvirinae devido a sua permanência, quando em latência, nas glândulas salivares e
células mononucleares do sangue (FOX et al.15, 1990; ROIZMAN et al.30, 1992; LUPPI
et al.23, 1993). Esta característica pode explicar a alta incidência do vírus na saliva de
adultos saudáveis, bem como a alta taxa de infecção em crianças (JARRET et al.19,
1990; HARNETT et al.18, 1990; LEVY et al.21, 1990; CONE et al., 1993; DI LUCA et
al.13, 1995; ABERLE et al.1, 1996). A presença de aftas recorrentes concomitantes a
infecção pelo HHV-6 já foi estudada por GHODRATNAMA et al.16 (1997), relatando
haver relação entre esta lesão e a infecção viral.
A prevalência do vírus HHV-6 na população adulta saudável pode variar de
50 a 90% (PELLETT et al.27, 1992), sendo que infecção primária se dá geralmente nos
dois primeiros anos de vida. A saliva tem sido considerado um meio de transmissão
viral importante (PIERTROBONI et al.29, 1988). No Japão a freqüência de exantema
em crianças infectadas pelo HHV-6 é de cerca de 60%. Nos Estados Unidos 70% dos
casos de infecção primária não apresentam manifestações clínicas ou resultam apenas
PEREIRA, Claudio Maranhão. Influência do vírus herpes humano tipo 6 em mucosites bucais de
pacientes imunossuprimidos – revisão da literatura. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da
Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL. 01, Nº 02, 10-18, Set. 2009/Dez. 2009.
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em febre ou “rash cutâneo” (NIEDERMAN et al.26, 1988; SOBUE et al.33, 1991;
AKASHI et al.3, 1993; FRANCESCO DRAGO et al.16, 1999).
Após a infecção primária, o HHV-6 geralmente permanece em latência e
pode ser isolado em saliva de indivíduos infectados que não apresentem quaisquer
alterações clínicas (CONE et al.10, 1993). Ainda não foi totalmente esclarecido os locais
de latência viral, porém pode ser identificado em células mononucleares de sangue
periférico de 17 a 90% dos adultos saudáveis (GOPAL et al.17, 1990; CUENDE et al.11,
1994). Isto leva crer que o retículo linforeticular é o local de permanência do vírus,
enquanto as glândulas salivares podem representar os sítios de replicação e o
reservatório viral (FOX et al.15, 1990).
Ao exame histológico em culturas de linfócitos, pode-se notar o efeito
citopático do HHV-6 caracterizado pela presença de células baloniformes e sincício,
indicando a porcentagem de células infectadas (SALLAHUDDIN et al.31, 1986;
LUSSO et al.24, 1989). Culturas mistas de HHV-6 e HHV-1 têm demostrado coinfecção
de linfócitos T CD4+, resultando na aceleração da expressão viral do HHV-1 e da
apoptose celular. Além, disso, o HHV-6 pode infectar os linfócitos T CD8+, células
“natural Killer” (NK) além de fagócitos mononucleares (LUSS0 et al.24, 1989).
Em indivíduos imunocompetentes a infecção pelo HHV-6 está relacionada a
doenças inflamatórias como o exanthema, febre infantil, hepatite, síndrome da fadiga
crônica, doenças autoimunes, histiocitose, síndrome das “luvas e meias”, mononucleose
infecciosa “like” e ainda estar relacionado a casos de esclerose múltipla. Também são
encontrados indícios dessa infecção herpética em pacientes com distúrbios
linfoproliferativos malignos como linfomas e leucemias linfoblásticas (NIEDERMAN
et al.26, 1988; SOBUE et al.33, 1991; AKASHI et al.3, 1993; FRANCESCO DRAGO et
al.16, 1999). Pacientes portadores sintomáticos do vírus HIV podem manifestar
infecções disseminadas nos pulmões, fígado, rins, baço e linfonodos além de doenças no
Sistema Nervoso Central (SNC) como distúrbios de desmielinização. O uso de
medicações imunossupressoras mieloablativas em pacientes submetidos ao tratamento
antineoplásico, propicia a infecção secundária pelo HHV-6. As manifestações comuns
nesses pacientes são os “rash” de pele, pneumonite interticial e encefalites. Formas mais
graves da doença do enxerto-contra-hospedeiro (GVHD), podem estar relacionados a
presença do HHV-6 (DRAGO14, 1999).
PEREIRA, Claudio Maranhão. Influência do vírus herpes humano tipo 6 em mucosites bucais de
pacientes imunossuprimidos – revisão da literatura. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da
Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL. 01, Nº 02, 10-18, Set. 2009/Dez. 2009.
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Em pacientes receptores de medula óssea, devido a períodos extensos de
imunossupressão, a infeção pelo HHV-6 tem papel importante na perda do enxerto e no
aumento da morbidade dos pacientes (YOSHIKAWA et al.39, 1991).
A presença de partículas virais na saliva de pacientes imunossuprimidos é
alta, porém não se pode afirmar que a imunossupressão é pré-requisito para isto, pois
sua incidência nesses pacientes não difere consistentimente das dos indivíduos
saudáveis (LEVY et al.21, 1990; LYALL et al.25, 1995).
A quimioterapia e radioterapia têm fundamental importância no tratamento
contra o câncer. Estas terapias causam, com alta freqüência na cavidade bucal, um efeito
adverso denominado mucosite. A mucosite é uma alteração extremamente dolorosa
produzida por citotoxicidade, extremamente dolorosa, que restringe a função
mastigatória e de deglutição (SONIS34, 1997). Clinicamente varia de edema a úlceras
graves podendo agir como sítio de infecção secundária e porta de entrada para
microbiota bucal endógena, tornando os pacientes vulneráveis a infecções locais ou
sistêmicas (LIESCHKL22, 1992).
Dos pacientes que recebem quimioterapia, cerca de 40 a 100% deles
apresenta algum grau de mucosite (SONIS34, 1997; BLIJLEVENS et al.6, 2000).
Estima-se que 50% desses pacientes desenvolvem lesões graves, levando a
modificações nos planos de tratamento do câncer e/ou analgesia parenteral. A incidência
é consistentemente mais alta entre pacientes que recebem terapia de condicionamento
para Transplante de Medula Óssea (TMO), terapia de infusão contínua para câncer de
mama e cólon e terapia para tumores de cabeça e pescoço. Como conseqüência, não é
incomum, a necessidade da alteração do protocolo utilizado (SONIS34, 1997).
A mielossupressão em decorrência da quimioterapia resulta em neutropenia,
o que faz com que a mucosite seja um fator de risco significante para infecção local e
sistêmica. Pacientes com mucosite e neutropenia estão quatro vezes mais expostos ao
risco de septicemia quando comparados aos pacientes sem mucosite (SONIS34, 1997).
A mucosite, além de apresentar um grande impacto na qualidade de vida,
morbidade e mortalidade, também demanda um alto custo de tratamento aumentando o
tempo de internação e uso de drogas (SONIS34, 1997).
A qualidade da higiene oral do paciente é um modificador bem estabelecido.
Pacientes com boa condição bucal, que mantêm boa higiene durante o tratamento de
PEREIRA, Claudio Maranhão. Influência do vírus herpes humano tipo 6 em mucosites bucais de
pacientes imunossuprimidos – revisão da literatura. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da
Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL. 01, Nº 02, 10-18, Set. 2009/Dez. 2009.
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câncer, tendem a ter menos episódios de mucosite do que pacientes com higiene e
manutenção bucal precária (SONIS34, 1997).
São várias as publicações de diferentes tipos classificação para a mucosite:
WORLD
HEALTH
ORGANIZATION,
1990
(WHO);
ORAL
MUCOSITIS
ASSESSMENT SCALE (OMAS), 1999; e ORAL ASSESSMANT GUIDE (OAG),
1988. A WHO em 1990 classificou a mucosite da seguinte forma:
 Grau 0: ausência de estomatite;
 Grau I: eritema clinicamente visível e/ou paciente menciona sensação de ardência
na cavidade oral;
 Grau II: eritema e ulceração ou mancha branca presente ao exame clínico.
Paciente queixa-se de dor intra-oral, mas está hábil para comer;
 Grau III: eritema e ulceração ou mancha branca presente ao exame clínico.
Paciente queixa-se de severa dor intra-oral e está impossibilitado de ingerir
alimentos sólidos.
 Grau IV: eritema e ulceração ou mancha branca presente ao exame clínico.
Paciente queixa-se de severa dor intra-oral e está impossibilitado de ingerir
alimentos sólidos e líquidos.
A mielossupressão em decorrência da quimioterapia ocorre a partir do
sétimo dia da terapia e aproximadamente no 10º e 11º dias após o momento mais grave
da mucosite. A colonização bacteriana na ulceração da mucosa bucal pode ser um
achado comum. Podendo, essa condição, evoluir para infecções locais e sistêmicas.
Importante ressaltar que a microbiota bucal do paciente neutropênico difere da que a da
população saudável, devido ao uso de antibióticos (SONIS34, 1997).
Para se propor um tratamento adequado a essas lesões, faz-se necessário o
diagnóstico diferencial das lesões resultantes da citotoxicidade medicamentosa daquelas
fúngicas ou virais que se sobrepõem a essas alterações epiteliais.
O HHV-6 é um vírus que acomete quase toda população e em pacientes
imunossuprimidos estes podem tornar-se ativos ou infecta-los de forma primária.
GHODRATNAMA et al.16, em 1999, identificaram anticorpos contra o HHV-6 em
pacientes com estomatites aftosas recorrentes. YADAV et al.37, em 1997, também
identificaram o DNA do HHV-6 em lesões ulcerativas em cavidade bucal.
Transplante de Medula Óssea (TMO) tem sido rotineiramente usado para o
tratamento de uma variedade de doenças incluindo malignidades hematológicas,
imunodeficiências
e
síndromes
com
deficiência
medular.
Infecções
virais,
PEREIRA, Claudio Maranhão. Influência do vírus herpes humano tipo 6 em mucosites bucais de
pacientes imunossuprimidos – revisão da literatura. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da
Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL. 01, Nº 02, 10-18, Set. 2009/Dez. 2009.
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especialmente com herpesvirus, são uma das principais causas de morbidade e
mortalidade depois do transplante de medula óssea (MAEDA et al.26, 1999).
Infecção pelo HHV-6 em um período logo após o transplante de medula
óssea é comum com predominância, mas não exclusividade, da variante B. Há uma
associação do HHV-6 com uma variedade de doenças clínicas incluindo encefalites,
pneumonias, linfoma T pos-transplante, microangiopatia trombótica, perda do enxerto e
supressão da medula óssea. Estudos têm demostrado atividade supressiva do HHV-6 na
maturação e crescimento dos precussores da medula óssea normal, incluindo
granulócitos/macrófagos, eritroides e linhagens megacariocíticas (CLARK et al.8,
2000).
A importância de um tratamento para a mucosite consiste numa melhora na
qualidade de vida. A eliminação da dor, que limita as funções do aparelho
estomatognático, das feridas, e do foco de infecções estão diretamente relacionados com
a morbidade do tratamento antineoplásico. No intuito de amenizar a sintomatologia
tratamentos foram propostos, muitos deles como alternativas paliativas que apresentam
resultados variados em decorrência da individualidade de cada paciente tanto para com
a resposta como a aceitação do tratamento (SONIS34, 1997).
Diversos são os exames utilizados para o diagnóstico da infecção pelo
HHV-6. A presença do anticorpo IgM anti-HHV-6 pode indicar infecção recente ou
reativação viral, enquanto a infecção crônica é geralmente caracterizada pela presença
do anticorpo IgG anti-HHV-6, presente em 80 a 90% da população adulta (BRIGGS et
al.7, 1988; LEVY et al.21, 1990; SUGA et al.35,1992). A presença e a quantificação do
genoma viral à partir de fluidos corporais como a saliva, pode ser obtido através de
biópsias, citologias esfoliativas ou mesmo do sangue periférico através da técnica de
PCR (Polimerase Chain Reaction) (NIEDERMAN et al.26, 1988; BRIGGS et al.7, 1988;
KIDO et al., 1990; GOPAL et al.17, 1990; JARRET et al.19, 1990; AUBIN et al.4, 1991;
YAMOMOTO et al.39, 1994; CUENDE et al.11, 1994; WILBORN et al.36, 1994;
ABERLE et al.1, 1996; PIETROBONI et al.29, 1998).
Uma vez que a grande maioria da população mundial é portadora do vírus
HHV-6 e, sabendo que pacientes imunossuprimidos são mais susceptíveis a
desenvolverem infecções, torna-se necessário no futuro próximo estudos do HHV-6 nos
pacientes submetidos a transplante de medula óssea. São pacientes que sabidamente
apresentam alteração da imunidade e quadro clínico composto de mucosites bucais
PEREIRA, Claudio Maranhão. Influência do vírus herpes humano tipo 6 em mucosites bucais de
pacientes imunossuprimidos – revisão da literatura. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da
Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL. 01, Nº 02, 10-18, Set. 2009/Dez. 2009.
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decorrentes da imunossupressão, quimioterapia, podendo estar ou não associadas a
lesões em mucosa bucal da Doença do Enxerto contra Hospedeiro (GVHD). Desta
forma, torna-se necessário uma avaliação da real influência o vírus HHV-6 em
mucosites bucais, correlacionando com quadro clínico e evolução das lesões, para que
dessa forma no futuro, seja possível de se estabelecer melhores formas terapêuticas e
preventivas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ABERLE, S. W., MANDL, C. W., KUNZ, C., et al. Presence of humanherpes virus 6
variants A and B in saliva and peripheral blood mononuclear cells of health adults. J. Clin.
Microbiol., 34, 3223-3225, dec., 1996.
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Estácio de Sá – Ciências da Saúde.
Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES - GO
VOL. 01, Nº 02, 19-36, Set. 2009/Dez. 2009
SÉRIE NEUROEVOLUTIVA FUNCIONAL
Adriano Luís Fonseca
Daniela Rosana Pedro Fonseca
Resumo:
Abstract:
A Série neuroevolutiva Funcional (SNF) é uma
técnica
de
tratamento
fisioterapêutico
neurológico que visa complementar aos outros,
métodos, técnicas e conceitos de reabilitação
física neurológica já conhecidos. Esta serie de
exercícios foi idealizada e desenvolvida em
1999 pelo Professor de Educação Física e
Fisioterapeuta Adriano Luís Fonseca, e vem
sendo estudada e aperfeiçoada pelo Grupo de
Estudos em Reabilitação Física do Estado de
Goiás. A série consiste em exercícios divididos
em conformidade a sua complexidade e visam o
bem estar geral e a completa independência nas
atividades diárias do paciente. O principio
básico da serie é determinado pelo máximo de
estímulos fornecidos ao paciente através do uso
de uma bola de vinil.
Functional Series Neuroevolutive (SNF) is
a technique of neurological physical
therapy that is designed to complement
other methods, techniques and concepts of
physical rehabilitation neurological known.
This series of exercises was designed and
developed in 1999 by Professor of Physical
Education and Physical Therapist Adriano
Luís Fonseca, and has been studied and
developed by the Study Group on Physical
Rehabilitation of the State of Goiás The
series consists of exercises divided
according to their complexity and seek the
general
welfare
and
complete
independence in daily activities of the
patient. The basic principle of the series is
determined by the maximum stimulus
provided to the patient through the use of a
ball of vinyl.
Palavras-chave:
Série, complementação, reabilitação.
Key-words:
Series, complementation, rehabilitation.
Introdução
Segundo Leitão (1974) a reabiliatação física neurológica clássica é
fundamentada pelos tradicionais neuro evolutivos e neuro sensitivos, observamos hoje
os seguintes métodos: Rood, Perfetti, PNF (Kabat), Bobath e a técnica de Feldenkrais.
Os métodos Rood e Perfetti baseiam-se na estimulação sensoriomotora e proprioceptiva
para modulação do tônus. Feldenkrais preconizava o conhecimento auto-postural e o
despertar cognitivo dos pacientes, enquanto, o método PNF (Kabat) ampara-se na
reintegração proprioceptiva e o conceito Neuroevolutivo Bobath fundamentam-se pela
estimulação motora proprioceptiva postural, tendo como fundamento o conceito
evolutivo.
FONSECA, Adriano Luís e FONSECA, Daniela Rosana Pedro Série Neuroevolutiva
Funcional. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá.
Goiânia SESES – GO - VOL. 01, Nº 02, 19-33, Set. 2009/Dez. 2009.
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Em uma analise irrestrita podemos afirmar que estes métodos, conceitos e
tecnicas mencionados partiram dos princípios elaborados por Temple Fay e de Doman
Delacatto, os quais preconizaram a exploração e aplicação de mecanismos
neurofisiológicos,
através
de
movimentos
ontogenéticos
e
filogenéticos,
da
reflexoterapia, da oxigenação dos centros nervosos, da restauração do centro de
gravidade e da exploração sensória [1]
Ao analisar as técnicas, supracitadas, em seu contexto amplo observamos
que todos estes, apesar de divergirem quanto o emprego da técnica e suas prioridades,
possuem
características
semelhantes
e
fundamentações
alicerçadas
pelo
desenvolvimento ontogenéticos e filogenéticos que visam a reabilitação do quadro
clínico dos pacientes portadores de distúrbios neurocinéticos.
No ano de 1999, o educador físico e fisioterapeuta Adriano Luís Fonseca
desenvolveu um conjunto de exercícios voltados a restauração cinética funcional que
visa complementar as necessidades cinético-funcionais não supridas por outros
tratamentos já existentes. A este conjunto de exercícios deu-se o nome de Série
Neuroevolutiva Funcional (SNF).
Inicialmente foi desenvolvida para atletas lesionados, procurando restaurar a
força, a amplitude de movimento, a resistência muscular e proprioceptiva durante a fase
aguda da lesão.
Somente após estudos aprofundados sobre os métodos e as técnicas
neurológicas, Fonseca propôs adaptá-la para reabilitação de pacientes neurológicos,
acometidos por acidente vascular cerebral.
Este artigo tem como desígnio demonstrar a seqüência de exercícios
propostos pelo idealizador da técnica bem como discutir, refletir e analisar as
informações a respeito da SNF.
Conceitos e Objetivos
A Série Neuroevolutiva Funcional consiste em grupos de exercícios
específicos, divididos de acordo com a sua complexidade. Tendo como principio
fundamental a exarcebação dos estímulos sensório motores, por tanto, através desta
série, os pacientes recebem estímulos sensitivos, proprioceptivos, visuais e perceptivos,
ampliando o canal de estimulação neurológica focados, diametralmente, aos reflexos e
FONSECA, Adriano Luís e FONSECA, Daniela Rosana Pedro Série Neuroevolutiva
Funcional. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá.
Goiânia SESES – GO - VOL. 01, Nº 02, 19-33, Set. 2009/Dez. 2009.
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reações para a obtenção do rendimento de consciência corporal, equilíbrio,
propriocepção, força muscular, amplitude de movimento, seletividade motora, trabalho
cardio-respiratório, regulação do tônus, além do despertar da consciência corporal e do
despertar da memória cinética funcional.
Para garantir bons resultados observa-se que o autor dispõe de uma série de
exercícios os quais fazem uso das propriedades biofísicas da bola de vinil (Figura 1)
para promoção da evolução neurofisiológica do paciente em resposta da melhora da
cinética funcional.
Figura 1: Avaliação das Propriedades Biofísicas da Bola Terapêutica para Análise Quantitativa no
Tratamento Proprioceptivo de Portadores de Acidente Vascular Encefálico.
Fonte: do autor.
Sendo as propriedades biofísicas compreendidas: elasticidade; pressão;
força; (Lei da ação de reação), para Fonseca a compreensão de elasticidade permeia a
propriedade que o material possui em retornar as dimensões iniciais depois de cessada a
aplicação da força sobre ele
[3]
. O idealizador ainda defende que devido à pequena
espessura do vinil a bola terapêutica apresenta uma grande elasticidade e deformação o
que a torna possível de ser usada no tratamento, visto que as forças aplicadas sobre ela
são, relativamente, de baixa intensidades, porém, de grande recrutamento da
seletividade muscular.
Desta forma, Fonseca corrobora com a definição de FUKE (1998) e relata
que em deferência ao modelo cinético de um gás o número de moléculas é muito grande
e estas se encontram em constante movimento. Em conseqüência disto, as moléculas
colidem, continuamente, contra as paredes do recipiente que contém o gás, exercendo
FONSECA, Adriano Luís e FONSECA, Daniela Rosana Pedro Série Neuroevolutiva
Funcional. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá.
Goiânia SESES – GO - VOL. 01, Nº 02, 19-33, Set. 2009/Dez. 2009.
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pressão [4], porém, como o número de colisões é muito grande, não se percebe o efeito
do choque de cada partícula, o que pode observar é o efeito médio das freqüentes
sucessões de colisões, que ocasionam o aparecimento de uma força contínua, sem
flutuações, pressionando as paredes do recipiente. Máximo
[3]
verificou que a pressão
que um gás exerce sobre as paredes do recipiente que o contém é devido às incessantes
e contínuas colisões das moléculas do gás contra as paredes do recipiente no caso a bola
de vinil, assim o autor justifica a força gradual que o paciente exerce, o ganho cinético
funcional e principalmente, justifica o ganho da seletividade neuromotora.
Ainda em defesa a sua argumentação FONSECA relata os achados de
MAXIMO (2000). “... quando se aplica uma força perpendicular a uma bola apoiada em
uma superfície plana, a compressão é distribuída em toda a área de contato a bola com a
superfície. Máximo
[3]
define-se, então, a pressão de uma força perpendicular a uma
superfície, e distribuída sobre a área como a relação entre o módulo da força e o valor
da área [P =F/A]”. Portanto, quando uma pessoa exerce uma força contra a bola, seja
esta força aplicada no sentido antero-posterior e ou supero-inferior e em analise ao
membro que esta sujeito a demanda da força apresente direção perpendicular ao
movimento executado o meio gerador da força (membro em analise) deverá manter
constância do torque e da força para manter a bola em movimento e em controle, sendo
que o membro em exposição da força receberá força proporcional gerada pela bola em
direção ao membro em ação.
Carron
[5]
observou que o valor da pressão depende não só dá força
exercida, mas também da área na qual a força está distribuída. Uma vez fixado o valor
da área, a pressão será diretamente proporcional à força, através desta fundamentação o
idealizador da serie relata que poderá selecionar o tipo de trabalho a ser desenvolvido
pelo individuo acometido por distúrbio cinético funcional.
Para tanto, se verifica a necessidade de controlar a pressão exercida na bola
e a pressão que a bola exerce no membro em observação, o sistema Internacional de
Unidades (S.I.), tem, como definição de pressão, a unidade dada pela relação entre uma
unidade de força e uma unidade de área. Neste sistema, a unidade de força é 1 N
(Newton) e a unidade de área é 1 m2 (metro quadrado). Então, no S.I., a unidade de
pressão será 1N/m2 = pascal [Pa].
Quando estamos tratando com fluidos (líquidos ou gases), é comum usar
como unidade de pressão milímetro de mercúrio de 1mmHg à pressão exercida, sobre
FONSECA, Adriano Luís e FONSECA, Daniela Rosana Pedro Série Neuroevolutiva
Funcional. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá.
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sua base, por uma coluna de mercúrio de 1 mm de altura. A pressão de 1mmHg é muito
pequena e esta unidade é usada nos laboratórios, para a medida da pressão de gases
rarefeitos.
Intuitivamente todas as pessoas têm boa idéia do que seja força, isso porque
constantemente estamos empurrando, levantando, forçando algo, seja durante o trabalho
ou qualquer situação cotidiano. Quando exercemos um esforço muscular para puxar ou
empurrar um objeto, estamos lhe comunicando uma força.
Quando uma força (peso de um corpo ou outra força qualquer) é exercida na
extremidade de uma mola, esta se deforma. Este fato é usado para medir as forças [6].
No caso da força, uma unidade escolhida por convenção entre os físicos é o
peso de um corpo padrão (quilograma – padrão), e se denomina quilograma-força =
Kgf. Por definição um Kgf é o peso do quilograma padrão ao nível do mar e a 45º de
latitude [3].
Outra unidade muito usada na medida de forças é 1 newton = 1N. Sabemos
que: 1 Kgf = 9,8 N.Segundo Junior (1999) “ Portanto, a força de 1N equivale,
aproximadamente, ao peso de um pacote de 100 gramas.”Em seus estudos sobre
Dinâmica, Newton percebeu que as forças sempre aparecem como resultado da
interação de dois corpos. Em outras palavras, a ação de uma força sobre um corpo não
pode se manifestar sem que haja um outro que provoque esta ação.
Newton constatou que, na interação de dois corpos, as forças sempre
aparecem aos pares: para cada ação de um corpo sobre outro existirá sempre uma reação
igual e contrária deste outro corpo sobre o primeiro [3].
Assim, quando o paciente com entorse de tornozelo, aplica uma força com o
seu pé sobre a bola, esta, reage e devolve ao pé do paciente uma força de igual
intensidade. Ferraro
[7]
diz que a ação está aplicada em um corpo e a reação está
aplicada no corpo que provocou a ação.
Ao se trabalhar com a bola terapêutica, baseado na lei de ação e reação, o
paciente terá um ganho de força muscular, visto que é um exercício resistido, e ganho
na propriocepção, devido à instabilidade da bola, o que fornece estímulos aos receptores
cutâneos e cerebelar, principalmente.
Ao se avaliar uma bola é necessário conhecer alguns parâmetros
importantes, dentre os quais se destacam:
Raio: distância do centro da bola até sua parede;
FONSECA, Adriano Luís e FONSECA, Daniela Rosana Pedro Série Neuroevolutiva
Funcional. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá.
Goiânia SESES – GO - VOL. 01, Nº 02, 19-33, Set. 2009/Dez. 2009.
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Diâmetro: corresponde ao dobro do raio;
Volume: está relacionado com as dimensões da bola (raio e diâmetro). Quanto maior
o raio e o diâmetro maior será o volume da bola;
Material: todas as bolas avaliadas são feitas do mesmo material (vinil) e de
espessuras iguais [7].
A Série Neuroevolutiva Funcional tem como objetivos:
-
Melhorar a propriocepção: a SNF oferece uma variedade de sensações, como por
exemplo, a tensão da musculatura e dos tendões, a angulação das articulações e a
pressão intensa na planta dos pés e palma das mãos. Desta forma , melhora a integridade
das informações e de suas respostas, favorecendo um movimento eficaz e equilibrado
através da ação conjunta dos músculos agonistas e antagonistas;
-
Restabelecer a coordenação e o equilíbrio: com a melhora da propriocepção obtida
com a aplicação da serie irá haver uma percepção melhor de posicionamento do
segmento no espaço, permitindo a execução precisa dos movimentos;
-
Aumentar a força muscular: a resistência imposta pela bola utilizado nos exercícios
da SNF induz o músculo a produzir grandes quantidades de tensão na musculatura,
recrutando maior quantidade de fibras e consequentemente, melhorando tanto a força
quanto a resistência muscular;
-
Aumentar a amplitude de movimento (ADM): em alguns exercícios específicos da
SNF utiliza-se ADM máxima, conseguida pelo paciente, alongando a musculatura
adjacente à articulação, intensificando assim o ganho de amplitude durante a execução
dos movimentos; os exercícios são realizados contra o padrão assumido pelo paciente,
restabelecendo-se a mobilidade do segmento, pois ocorre a prevenção de contraturas e
deformidades;
-
Melhora a cognição e percepção, pois os exercícios exigem do paciente o máximo
de concentração e atenção aos comandos verbais do fisioterapeuta, associada a
realização dos movimentos;
-
Melhora a imagem / esquema corporal: a consciência do corpo deriva da integração
das sensações táteis e proprioceptivas que são obtidas pelos exercícios realizados na
SNF.
FONSECA, Adriano Luís e FONSECA, Daniela Rosana Pedro Série Neuroevolutiva
Funcional. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá.
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Exercícios e materiais
Os materiais usados na SNF são de baixo custo financeiro como bola de
vinil de 10 – 20 cm de diâmetro (evoluindo de uma bola com menos ar para bola com
mais ar).
O terapeuta deve solicitar do paciente a execução da força e o tempo
máximo de contração muscular possível e, simultaneamente, este deve observar o
membro lesado, proporcionando assim o restabelecimento da cognição e a percepção do
esquema corporal. A freqüência, a intensidade e o tempo dos exercícios, são planejados
de acordo com a capacidade do paciente, considerando que uma das características dos
exercícios da SNF pode levar a fadiga. Devido a este fator, é aconselhável que cada
serie tenha poucas repetições e que o intervalo entre termino de uma e o inicio de outra
seja o tempo suficiente de proporcionar ao paciente um relativo descanso físico.
Exercícios em Decúbito Dorsal:
Primeiro Exercício
Posicionando o paciente em decúbito dorsal, deve-se apoiar uma bola sob a
escápula e outra sob o cotovelo de um hemicorpo homolateral a escapula em contato
com a bola, após ter posicionado as bolas, solicita-se ao paciente através do comando de
voz do fisioterapeuta, para exercer uma força sobre a bola que esta localizada na
escápula, em seqüência solicita-se para realizar uma segunda força na bola que esta
apoiada no cotovelo; mantendo as bolas pressionadas o fisioterapeuta realiza a extensão
ao limite da amplitude de movimento máxima do cotovelo.
Após ter conseguido a extensão desejada, deve-se retirar a bola sob o
cotovelo do paciente e recolocar sob o punho do mesmo, em seguida pedir para o
paciente realizar uma força no ombro, depois realizar uma força na bola que está
posicionada no punho. Realizando este exercício em três séries, contendo cada série um
tempo de vinte segundos.
Após o término das séries o fisioterapeuta realiza uma abdução do membro
do paciente em ângulos que variam conforme a goniometria em graus de 450, 900, 1400,
sendo que, em cada ângulo são realizadas mais três séries.
FONSECA, Adriano Luís e FONSECA, Daniela Rosana Pedro Série Neuroevolutiva
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Segundo Exercício
Posiciona-se uma bola sob a escápula e outra sob o punho de um
hemicorpo, em seguida é posicionada uma terceira bola no membro inferior oposto,
como apresenta a figura 2. Neste exercício deve-se primeiramente realizar uma força no
membro inferior, depois, por radiação de força realiza-se uma pressão sobre a segunda
bola que está apoiada na escápula e conseqüentemente se realiza uma terceira força,
sendo esta localizada no punho, realizando a mesma seqüência e ângulos, conforme já
pré-escrito no exercício anterior.
Figura 2 – Segundo exercício
Fonte: do Autor.
Terceiro Exercício
Posicionando o paciente em decúbito dorsal, coloca-se uma bola sob a
região da escápula de um hemicorpo e outra bola sob a região do quadril oposto. Após
ter posicionado as bolas deve-se pedir para o paciente exercer uma força sobre as duas
bolas ao mesmo tempo, realizando assim uma dissociação de quadril.
Quarto Exercício
Este exercício o paciente deve permanecer em decúbito dorsal,
posiciona-se uma bola sob a escápula de um hemicorpo e outra bola sob o quadril do
mesmo
lado.
O
fisioterapeuta
deve
estabilizar
os
membros
inferiores
e
conseqüentemente deve exercer uma força que possa puxar o membro superior oposto
ao que está posicionado a bola, fazendo com que o paciente se equilibre em cima das
FONSECA, Adriano Luís e FONSECA, Daniela Rosana Pedro Série Neuroevolutiva
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bolas, porem não deve esquecer de pedir para o mesmo exercer uma força com o corpo
encima das bolas, facilitando o rolamento (Figura 3).
Figura 3 – Quarto exercício
Fonte: do Autor.
Quinto Exercício
Mantendo o Paciente numa posição supina, o fisioterapeuta deve
posicionar uma única bola sob o quadril de um hemicorpo do paciente,
conseqüentemente deve-se exercer uma força puxando o mesmo para a posição sentada,
mantendo-se em equilíbrio sobre a bola, porém é fundamental que exerça uma força
sobre a bola facilitando o rolamento.
Sexto Exercício
Mantendo o paciente em decúbito dorsal, o terapeuta deve posicionar
uma bola entre os joelhos do mesmo, conseqüentemente pedir para que o paciente
realize uma pressão na bola, forçando os dois joelhos contra a bola e em seguida
levantar o quadril, realizando um exercício de ponte sem retirar a bola entre os joelhos.
Sétimo Exercício
Realizando a mesma conduta do sexto exercício, o terapeuta deve
posicionar mais uma bola sob cada pé do paciente. Para realizar este exercício o
terapeuta deve pedir para o paciente apertar as bolas que estarão sob seus pés e em
seguida pedir para apertar a bola que estará entre os joelhos, porem é fundamental que
não se esqueça de realizar ponte durante o exercício.
FONSECA, Adriano Luís e FONSECA, Daniela Rosana Pedro Série Neuroevolutiva
Funcional. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá.
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Oitavo Exercício
Para realizar este exercício deve posicionar uma bola sob a escápula
esquerda, outra sob a escápula direita, as outras devem ser posicionadas uma em cada
mão, e sob cada pé posicionar mais uma bola, uma outra bola deve-se posicionar entre
os joelhos, conseqüentemente pedir para o paciente exercer uma força sobre as bolas
realizando o movimento levantar o quadril, chamado de ponte (Figura 4). Porém, para
dificultar este exercício basta retirar a bola que está posicionada entre os joelhos,
aumentando o grau de dificuldade.
Figura 4 – Oitavo exercício
Fonte: do Autor.
Nono Exercício
Neste exercício deve-se posicionar da mesma forma do oitavo exercício,
sendo que, deve-se retirar uma bola sob um dos pés, alternando o apoio dos pés de
acordo com o tempo. Neste exercício deve-se pedir para que o paciente primeiramente
exerça uma força nos ombros, depois exercendo uma força sobre as bolas que estão
posicionadas sob as mãos, após deve-se pedir para apertar a bola que está posicionada
no membro inferior, sob o pé; ao comando do fisioterapeuta este paciente deve estender
o tronco realizando o exercício de ponte. Não esquecendo que o mesmo deve exercer
uma determinada força sobre as bolas durante o tratamento.
FONSECA, Adriano Luís e FONSECA, Daniela Rosana Pedro Série Neuroevolutiva
Funcional. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá.
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Exercícios na Posição Sentada
Primeiro Exercício
Posicionando o paciente sentado deve-se colocar uma bola entre os
joelhos, realizando um movimento de adução de quadril, pedindo que o paciente exerça
uma força sobre a bola, provocando uma pressão sobre esta.
Segundo Exercício
O paciente em posição sentado pede-se para o mesmo realizar uma
pressão sobre as bolas posicionadas sob os pés. Não esquecendo que o joelho deve estar
numa posição de flexão.
Terceiro Exercício
Mantendo na mesma posição sentada, o terapeuta deve solicitar ao
paciente os movimentos de flexão e extensão do joelho, fazendo com que os pés
deslizam sobre as bolas, não esquecendo de estabilizar a articulação, e sempre pedir
para que o paciente realize uma força compressiva sobre as bolas durante o movimento
(Figura 5).
Figura 5 – Terceiro exercício
Fonte: do Autor.
Quarto Exercício
Na posição sentada, com os ombros em flexão e os cotovelos estendidos,
o paciente deve segurar a bola com as duas mãos posicionando sobre o joelho, em
FONSECA, Adriano Luís e FONSECA, Daniela Rosana Pedro Série Neuroevolutiva
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seguida o mesmo deve realizar movimentos em diagonal, não esquecendo de apertar a
bola durante o movimento, e sempre manter o tronco estendido (Figura 6).
Figura 6: Quarto exercício
Fonte: do Autor.
Quinto Exercício
Neste exercício deve-se posicionar a bola entre as mãos com os ombros
estendidos e os cotovelos em extensão, realizando pressão sobre a bola e movimentos
de pronação e supinação de acordo com o tempo, ao comando do fisioterapeuta o
paciente deve estender o tronco realizando o exercício de forma correta.
Sexto Exercício
Posicionando o paciente em sentado com o tronco estendido, deve-se
apoiar uma bola sob a mão direita e outra sob a mão esquerda, após ter posicionado as
bolas, pede-se ao paciente por ordem do fisioterapeuta em exercer uma força sobre as
bolas, mantendo as bolas pressionadas com a abdução dos ombros e a extensão dos
cotovelos.
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Sétimo Exercício
Realiza o procedimento do sexto exercício, em seqüência pede-se para
realizar movimentos de flexão e extensão dos ombros alternadamente. Não esquecendo
de colocar pressão sobre as bolas (Figura 7).
Figura 7 – Sétimo exercício
Fonte: do Autor.
Exercícios Para Treino Ortostático da Marcha
Primeiro Exercício
Posicionando de forma que fique em pé, deve-se posicionar uma bola sob
o pé, pedindo para o mesmo realizar movimentos de apertar e soltar a bola.
Segundo Exercício
Posicionando de forma que fique em pé, deve-se posicionar uma bola sob
o pé, pedindo para o mesmo realizar movimentos de apertar e soltar a bola, juntamente
com movimentos de flexão e extensão do quadril (Figura 8).
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Figura 8 – Segundo exercício
Fonte: do Autor.
Terceiro Exercício
Posicionando de forma que fique em pé, deve-se posicionar uma bola sob o
pé, pedindo para o mesmo realizar movimentos de apertar e soltar a bola, juntamente
com movimentos de adução e abdução do quadril.
Conclusão
A Série neuroevolutiva Funcional consiste em exercícios realizados em
diversas posições, estas posições variam em relação ao posicionamento da bola, e em
relação à posição do paciente sendo subdividido da seguinte forma: nove exercícios em
decúbito dorsal; sete exercícios na posição sentada e três exercícios em ortostatismo,
tendo como principal objetivo complementar outros métodos de tratamento.
Atualmente vem sendo feito um estudo para aperfeiçoamento da técnica
pelo professor Adriano Luiz Fonseca, em conjunto com o Grupo de Estudos Sistêmicos
em Reabilitação em Goiânia, Goiás.
Esta série tem como finalidade primordial, a busca do bem estar geral,
máxima independência nas atividades de vida diária de pacientes portadores de lesões
no sistema nervoso.
FONSECA, Adriano Luís e FONSECA, Daniela Rosana Pedro Série Neuroevolutiva
Funcional. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá.
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Estácio de Sá – Ciências da Saúde.
Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES - GO
VOL. 01, Nº 02, 34 -39, Set. 2009/Dez. 2009
COMPARAÇÃO DA EFICÁCIA DE DROGAS NO CONTROLE DA DOR
ASSOCIADA AO ELÁSTICO SEPARADOR ORTODÔNTICO: PROPOSTA DE
ESTUDO
Vivianne da Veiga Jardim Costa
Marcos Augusto Lenza *
Edson Sidião de Souza Júnior **
Resumo:
Abstract:
A dor e desconforto durante o tratamento
ortodôntico é motivo de queixas constantes na
clínica odontológica, apesar disso não temos na
literatura um protocolo terapêutico estabelecido
para o controle dos mesmos. O objetivo desse
trabalho será o de comparar a efetividade de
drogas comumente utilizadas pela população no
controle da dor e desconforto causado por
elásticos
separadores
ortodônticos,
identificando quais serão as drogas mais usadas
pelos pacientes e em quais períodos elas serão
administradas, bem como caracterizar os
períodos críticos de dor. Serão ainda avaliadas
as variáveis: sexo, idade, número de dentes
separados, presença de terceiro molar. Os
resultados
apresentados
revelarão
que
medicamentos são úteis no controle da dor
proveniente da separação ortodôntica e
fundamentais na promoção do conforto para os
pacientes que se submetem a este tratamento.
The pain and discomfort during orthodontic
treatment is cause for complaint in the dental
clinic, though we do not have the literature
established a therapeutic protocol to control
them. The aim of this study is to compare the
effectiveness of drugs commonly used by
people in control of pain and discomfort caused
by orthodontic elastic separators, identifying
which are the drugs most used by patients and
at which times they are administered, and
characterize the periods critical pain. Will be
assessed the following variables: gender, age,
number of teeth separated, the presence of the
third molar. Os results presented show that
drugs are useful in controlling the pain of
separation from orthodontic and fundamental in
the promotion of comfort for patients who
undergo to this treatment.
Palavras-chaves:
Key words:
Separação ortodôntica; Dor; Analgésicos.
Orthodontic Separation, Pain, Analgesics.
Aluna do curso de especialização e m Ortodontia da EAP-GO.
** Coordenador do curso de especialização em ortodontia da UFG, EAP-GO, Instituto Lenza.
*** Coordenador do curso de Farmácia da Faculdade Estácio de Sá de Goiás. Endereço para
correspondência: Rua 03 Qd.14 Lt.09 St. Morais Fone: 8424-2187– e-mail: [email protected]
COSTA, Vivianne da Veiga Jardim; LENZA, Marcos Augusto e SOUZA JÚNIOR, Edson
Sidião de. Comparação da eficácia de drogas no controle da dor associada ao elástico
separador ortodôntico: proposta de estudo. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da
Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL. 01, Nº 02, 34-39, Set. 2009/Dez.
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INTRODUÇÃO
O paciente ortodôntico invariavelmente é acometido pelo fenômeno da dor,
ele geralmente é informado que algum desconforto irá sentir quando da colocação de
elásticos separadores, arcos ortodônticos iniciais e durante o período de ajustes de seu
aparelho ortodôntico. Mas a intensidade e duração do desconforto não são ainda bem
discutidas e os mecanismos que causam a dor resultante da movimentação ortodôntica
não são totalmente esclarecidos10, 11.
Entretanto, a dor é subjetiva, imensurável e individual, por isso dificulta a
sua interpretação e requer um adequado controle proveniente de um diagnóstico preciso
e cauteloso6.
A percepção da dor pode ser influenciada por diferentes fatores, tais como:
psicossomático, ambiental, cultural, experiências anteriores. É proveniente de estímulos
nervosos capazes de produzir experiências de desconforto, variável em intensidade e
extensão, a qual representa significativo mecanismo de alerta e proteção do organismo6.
Estudos que investigaram experiências de dor durante um tratamento
comum ortodôntico verificaram que 87% dos pacientes apresentaram dor na primeira
noite e que a intensidade de dor era maior no dia seguinte à colocação de elásticos
separadores ortodônticos2.
A dor apresentada pelo paciente ortodôntico está geralmente associada à
mastigação, apreensão dos alimentos, ato de cortá-los e uso dos dentes posteriores e
anteriores, sendo que aquela se inicia por volta de quatro horas após a inserção dos
elásticos, tendo o seu pico às 24 horas depois e decresce ao sétimo dia2, 10.
O elástico separador ortodôntico é colocado geralmente, nos pontos de
contatos dos dentes posteriores para posterior bandagem. O período de permanência é
variável, podendo se estender por até uma semana4. A percepção da dor é maior no
período de 24 a 48 horas, diminuindo consideravelmente depois10, 11, 14,15.
Alguns pacientes descrevem até ocorrências de dores de cabeça e dores em
alguns músculos faciais, tais como o masseter e temporal anterior, geralmente
relacionados a pacientes que usam AEB, elásticos intermaxilares ou elásticos
separadores8.
COSTA, Vivianne da Veiga Jardim; LENZA, Marcos Augusto e SOUZA JÚNIOR, Edson
Sidião de. Comparação da eficácia de drogas no controle da dor associada ao elástico
separador ortodôntico: proposta de estudo. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da
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2009.
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Sendo assim, alguns pacientes sentem-se desmotivados a iniciar ou mesmo
dar continuidade a um tratamento ortodôntico já iniciado, por isso o controle da dor
torna-se justificado durante a terapia ortodôntica, principalmente nos seus estágios
iniciais e logo após os ajustes periódicos7, 11.
Assim, muitos ortodontistas indicam o uso de analgésicos para o controle e
alívio da dor pós-operatória1. Mas também é desconhecida qual droga analgésica os
ortodontistas brasileiros têm elegido como a de escolha, qual posologia eles têm
adotado, tempo de administração da droga e resultados efetivos no controle da dor.
O presente estudo tem como objetivo traçar o perfil clínico da dor em
pacientes submetidos à separação ortodôntica correlacionando ao uso de medicamentos
para controle da dor. Constitui um estudo prospectivo, em que pacientes foram
acompanhados através de um questionário da intensidade de dor através de uma escala
analógica visual (EAV)
9
e observados quanto ao uso de medicação analgésica e/ou
antiinflamatória administrada para controle da dor. Assim a percepção de desconforto,
dor e a efetividade da droga analgésica poderão ser graduadas, item essencial para a
construção de protocolos terapêuticos necessários para fornecer um melhor conforto aos
pacientes submetidos a estes tratamentos ortodônticos.
MATERIAL E MÉTODOS
População: Trata-se de um estudo prospectivo a ser realizado com
pacientes ortodônticos do curso de especialização em Ortodontia da EAP-GO (Escola
de Aperfeiçoamento Profissional de Cirurgiões-Dentistas do estado de Goiás) e de
pacientes de consultório particular do pesquisador. Serão incluídos no estudo indivíduos
voluntários, que estão dando início ao tratamento ortodôntico, de ambos os sexos, que
aceitaram em participar do Projeto, após ter tomado conhecimento das informações
básicas do mesmo, dos seus procedimentos e de seus riscos; e que assinaram, na
presença de uma testemunha, o “Termo de Consentimento livre e esclarecido”.
Aspectos éticos: Essa pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em
pesquisa “Dr. Henrique Santillo”- Superintendência Leide das Neves-SES/GO.
Separação ortodôntica: Será usado o elástico separador ortodôntico da cor
verde em forma de anel, Ø 3/16" = 4.80mm, da marca Morelli para separar as faces
mesiais e distais dos dentes molares e /ou pré-molares. O profissional que realizará a
COSTA, Vivianne da Veiga Jardim; LENZA, Marcos Augusto e SOUZA JÚNIOR, Edson
Sidião de. Comparação da eficácia de drogas no controle da dor associada ao elástico
separador ortodôntico: proposta de estudo. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da
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separação terá o cuidado de não esticar o elástico antes de inseri-lo e passar
primeiramente pelo ponto de contato dos dentes e só depois subir o elástico até a face
oclusal dos dentes. Este profissional será o mesmo em toda a pesquisa e foi quem fará
os questionamentos e explicações a todos .
Avaliação clínica: Serão aplicados questionários em forma de “cartão de
índice de desconforto” que contém uma escala analógica visual (VAS) 9, com 10 cm de
comprimento, variando de “sem dor” até “pior dor”, sendo estas acompanhadas de faces
ilustrativas (fig.1). A representação da dor será feita com um pequeno traço vertical em
cada linha da escala horizontal para indicar a quantidade de desconforto sentida naquele
momento. A medida é feita em milímetros, a partir do lado esquerdo da escala até a
marca vertical feita pelo paciente. Essa distância representará a severidade da dor
sentida ou o score da dor. O paciente responderá o questionário em três diferentes
períodos: T1= (4 horas após a inserção dos elásticos), T2= (24h após) e T3= (7 dias
após). Além deste preenchimento será questionado ao paciente se ele fez uso de algum
tipo de medicação neste período de separação, e se sim, quais foram os critérios de
escolha (prescrição, custo, eficácia, segurança, etc.). Serão avaliadas ainda as variáveis:
idade, sexo, número de dentes separados, presença de terceiros molares e apinhamento
dentário.
Figura 1- escala analógica visual (VAS) utilizada no estudo (adaptado de MCCORMACK HM, HORNE
DJ, SHEATHER S, 1988).
Análise estatística: A análise estatística dos dados será feita através dos
testes: Wilcoxon, Fisher, Spearman, Mann Whitney, todos do software spss versão 13.0.
Pela natureza do estudo serão calculados testes não-paramétricos. O nível de
significância dos testes não foi menor de 5%.
COSTA, Vivianne da Veiga Jardim; LENZA, Marcos Augusto e SOUZA JÚNIOR, Edson
Sidião de. Comparação da eficácia de drogas no controle da dor associada ao elástico
separador ortodôntico: proposta de estudo. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da
Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL. 01, Nº 02, 34-39, Set. 2009/Dez.
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RESULTADOS ESPERADOS E CONCLUSÃO
Neste estudo esperamos identificar as drogas analgésicas mais utilizadas
pela população de pacientes ortodônticos, caracterizar os períodos críticos de dor
durante o pós-tratamento ortodôntico e determinar a efetividade das drogas analgésicas
durante os diferentes períodos críticos de dor durante o pós-tratamento ortodôntico. A
dor é uma sensação constante em quase todos os pacientes que são submetidos à
separação ortodôntica, variando de indivíduo para indivíduo1,
2, 3, 10
. Portanto, é de
extrema importância que se estabeleça um protocolo de controle da dor e desconforto
destes pacientes, para que se tenha a devida colaboração dos mesmos com o tratamento
a que irão se submeter, alcançado o seu bem-estar7.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Estácio de Sá – Ciências da Saúde.
Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES - GO
VOL. 01, Nº 02, 41-58, Set. 2009/Dez. 2009
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL MUTAGÊNICO E\OU ANTIMUTAGÊNICO DE
PANAX GINSENG C.. A. MEYER CONTRA GENOTOXICIDADE DE
DOXORRUBICINA EM CÉLULAS SOMÁTICAS DE DROSOPHILA
MELANOGASTER
Denise G. Pereira
Ulrich Graf *
Mário A. Spanó **
Resumo:
Abstract:
O Panax ginseng é uma das ervas medicinas mais
extensamente prescritas para o tratamento do
cancêr, diabetes, inflamação crônica e de doenças
neurodegenerativas e cardiovasculares. Desde que
o uso de medicinas alternativas em combinação
com a terapia convencional pode aumentar o risco
de interações não desejadas, nós investigamos a
genotoxicidade possível de uma fórmula solúvel
em água da raiz seca do Panax ginseng (2.5, 5.0 ou
10.0 mg/mL) e de sua habilidade proteger contra a
genotoxicidade da doxorubicina (DOX; 0.125
mg/mL) usando o teste de mutação e recombinação
somática através do teste da asa em Drosophila
melanogaster (SMART/asa) com cruzamento
padrão e de alta-bioactivação das moscas. O Panax
ginseng não foi genotóxico nas concentrações
testadas, visto que a genotoxicidade induzida pela
DOX em moscas com marcador-heterozigoto
resultou principalmente de recombinação mitótica.
Em baixas concentrações, o P. ginseng teve a
atividade antirecombinogênica independente da
concentração de extrato usada. Os eventos de
recombinação podem promover o câncer, mas
pouco é sabido sobre a habilidade do P. ginseng de
inibir tal recombinação ou de modular mecanismos
de reparo do DNA.
Panax ginseng is one of the herbs most widely
prescribed medicines for the treatment of cancer,
diabetes, chronic inflammation and cardiovascular
and neurodegenerative diseases. Since the use of
alternative medicines in combination with
conventional therapy may increase the risk of
unwanted interactions, we investigated the possible
genotoxicity of a water-soluble formulation of the
dried root of Panax ginseng (2.5, 5.0 or 10.0 mg /
mL) and their ability to protect against the
genotoxicity of doxorubicin (DOX; 0125 mg / mL)
using the test of somatic recombination and
mutation by testing the wing in Drosophila
melanogaster (SMART / wing) with crossing
pattern, high-bioactivação flies. Panax ginseng was
not genotoxic in concentrations, whereas the
genotoxicity induced by DOX in flies with
heterozygous marker mainly resulted from mitotic
recombination. At low concentrations, P. ginseng
had antirecombinogênica activity independent of
the concentration of extract used. The events of
recombination may promote cancer, but little is
known about the ability of P. ginseng inhibit such
recombination or modulate mechanisms of DNA
repair.
Palavras-chave:
Key-words:
Laboratório de Mutagênese, Instituto de Genética e Bioquímica, Universidade Federal de Uberlândia.
*Physiology and Animal Husbandry, Institute of Animal Sciences, ETH Zurich,
** Physiology and Animal Husbandry, Institute of Animal Sciences, ETH Zurich, Schwerzenbach,
Switzerland.
PEREIRA, Denise G. GRAF, Ulrich e SPANÓ, Mário A.. Avaliação do Potencial
Mutagênico e\ou Antimutagênico de Panax ginseng C.. A. Meyer Contra Genotoxicidade
de Doxorrubicina em Células Somáticas de Drosophila melanogaster. Estácio de Sá –
Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL. 01,
Nº 02, 41-58, Set. 2009/Dez. 2009.
42
Introdução
Produtos vegetais são cada vez mais utilizados como complemento ou
alternativa medicamentosa para o tratamento de uma variedade de doenças, incluindo
câncer (Meijerman et al., 2006), embora em muitos casos, ainda há pouca evidência
científica para a sua eficácia terapêutica. A raiz de Panax ginseng CA Meyer
(Araliaceae), uma planta comum no Leste da Ásia, é amplamente utilizado na medicina
natural Chinês (Lee et al., 2004; Yoshikawa et al., 2007).
Há um crescente interesse na identificação de plantas medicinais e
compostos presentes em alimentos que podem prevenir ou reduzir os riscos de câncer
ou servir como agentes terapêuticos (Rauscher et al., 1998, Li et al., 2000). Um
resultado destes esforços é que a quimioprevenção surgiu como uma boa relação custoeficaz meio de prevenção de mutagênese e carcinogênese, bem como uma abordagem
promissora para minimizar os efeitos adversos da exposição humana a carcinógenos
ambientais
(Pool-Zobel
et
al.,
1997;
Rauscher
et
al.,
1998).
Panax ginseng também está sendo cada vez mais prescrita na Coréia, Japão e nos
países ocidentais para o tratamento do câncer, diabetes, inflamação crônica, doença
neurodegenerativas e cardiovasculares (Yun, 1996; Radad et al., 2006). Vários estudos
demonstraram o potencial terapêutico do ginseng no sistema nervoso central através da
sua capacidade de melhorar a longevidade (Attele et al., 1999, Li et al., 2000) e de
desempenho cognitivo (Kennedy et al., 2004; Reay et al., 2005), bem como as suas
propriedades adaptogênicas em contribuir para o devido processo de equilíbrio do corpo
humano sob estresse prolongado (Kumar et al., 1996).
Ginseng contém muitos componentes fisiologicamente importantes que
incluem entre eles as saponinas, óleos, fitoesterol, carboidratos, ácidos orgânicos,
substâncias nitrogenadas, aminoácidos e peptídeos, vitaminas e sais minerais (ferro,
cobre, zinco), e várias enzimas (Hou, 1977; Attele et al., 1999). Entre os vários
compostos isolados da raiz do ginseng, os ginsenosídeos são conhecidos por ter várias
atividades farmacológicas (Deng e Zhang, 1991; Baek et al., 2006, Wang et al., 2007).
Sendo as raízes secas e rizomas do ginseng as partes usadas comumente (Radad et al.,
2006).
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Mutagênico e\ou Antimutagênico de Panax ginseng C.. A. Meyer Contra Genotoxicidade
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Doxorrubicina (DOX), um antibiótico antraciclínico de largo espectro,
genotóxico e cancerígeno, porém, largamente utilizado como um agente antitumoral
para o tratamento do câncer (Minotti et al., 2004). A potencial utilidade deste fármaco é
limitada pelo desenvolvimento de efeitos adversos, como cardiotoxicidade e
nefrotoxicidade. Estudos mostram que DOX também podem estar envolvidos em
doenças malignas secundárias. Os principais mecanismos de ação propostos para DOX
incluem a inibição da topoisomerase II, intercalação com DNA, formação de radicais
livres, bioactivation redutora do anel quinino para um radicais semiquinona (Gewirtz,
1999; Ramji et al., 2003 ; Navarro et al., 2006).
Estes mecanismos podem resultar na clivagem do DNA que, se não for
reparada, pode conduzir a mutações e aberrações cromossômicas em tumores, bem
como em células saudáveis (Antunes e Takahashi, 1998; Gentile et al., 1998; Islaih et
al., 2005 ; Antunes et al., 2007; Costa e Nepomuceno, 2006; Fragiorge et al., 2007;
Valadares (et al., 2008).
Temos usado a Drosophila melanogaster (mosca-de-frutas) e o teste de
mutação e recombinação (SMART), como um indicador biológico de produtos
químicos ou genotoxicidade e antigenotoxicidade. Este teste é muito eficiente e
sensível, baseado na capacidade de larvas metabolizarem certos metabólitos reativos de
procarcinógenos e tem sido utilizado para o estudo da genotoxicidade e
antigenotoxicidade de vários compostos naturais (Idaomar et al., 2002 ;e
Laohavechvanich et al., 2006; Silva et al., 2006; Fragiorge et al., 2007; Mezzoug et al.,
2007; Tellez et al., 2007; Valadares et al., 2008).
O teste SMART/asa é baseado no princípio de que a perda de heterozigose
leva à expressão de genes marcadores recessivos em células de discos imaginais de
larvas, produzindo, assim, clones de células mutantes que podem ser identificados como
manchas nas asas (Graf et al., 1984 , Graf et al.,. 1998). Essas manchas podem ser
produzidas por recombinação mitótica ou mutações (deleções, mutações pontuais, de
tipos específicos de translocação, etc).
A análise dos dois genótipos (um com cromossomos estruturalmente normal
e outro com multiplicas inversões) permite a determinação quantitativa da atividade dos
compostos recombinagênicos genotóxicos (Graf et al., 1998; Spanó et al., 2001). A
identificação de novos e mais eficazes compostos antigenotoxicos podem contribuir
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para o desenvolvimento de suplementos alimentares úteis à quimioterapia. A utilização
de medicamentos alternativos em combinação com a terapia convencional pode
aumentar o risco de interações indesejáveis em doentes com cancêr (Meijerman et al.,
2006), neste trabalho foi utilizado o ala SMART para investigar a possível
genotoxicidade de três doses de uma solução aquosa da raiz seca de P. ginseng e a sua
capacidade de proteger contra a genotoxicidade da DOX. .
MATERIAIS E MÉTODOS
Agentes químicos
A Raiz seca de Panax ginseng (C.A Meyer) solúvel em água, foi obtida a
partir oficinal Farmácia -Òde Manipulação (Goiânia, GO, Brasil), nas seguintes doses
((2,5g, 5,0g e 10,0g/10ml). Como controle positivo usou-se doxorrubicina (DOX,
Doxina Eurofarma Laboratórios Ltda., São Paulo, Brasil; CAS No. 23214-92-8) obtido
do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (Uberlândia, MG,
Brasil) e dissolvido em água ultrapura. Água Ultrapura, usada como um controle
negativo, foi obtida a partir de um sistema MilliQ (Millipore, Vimodrone, Milão, Itália).
Todas as soluções foram preparadas em água ultrapura imediatamente antes da
utilização.
Linhagens de D. melanogaster e Cruzamentos
1 - Multiple wing hairs (mwh) geneticamente apresentando y; mwh jv.
2 - Flare 3 (flr3) apresentando geneticamente flr3 / In(3LR)TM3, ri Pp sep l(3)89Aa bx34e
e Bds.
3 - ORR; flare3 (ORR; fl3) com constituição genética ORR/ORR; flr3 / In(3LR)TM3, ri
Pp sep l(3)89Aa bx34e e Bds.
Os estoques foram mantidos em laboratório em frascos de ¼
de litro
contendo meio de cultura banana-ágar, a uma temperatura de 25 + 1ºC e umidade
relativa de 60%.
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Foram feitos dois cruzamentos que consistiram de: i) um cruzamento padrão
(ST) onde moscas fêmeas flare-3 foram acasaladas com machos mwh (Graf et al., 1989)
e ii) um cruzamento de alta bioactivativção (HB) onde moscas fêmeas ORR; flare-3
foram acasaladas com mwh do sexo masculino (Graf e van Schaik, 1992). Este último
cruzamento é muito sensível aos promutágenos e procarcinógenos por causa do
aumento do nível de citocromo P450 presentes na linhagem ORR; flare-3.
Tratamento
Fêmeas virgens, de ambos cruzamentos, foram coletadas e cruzadas com
machos mwh. Ovos foram coletados por um período de 8 horas em frascos previamente
preparados com base sólida de ágar e uma camada de fermento biológico e açúcar até o
ponto ideal. Larvas de 3º estágio foram coletadas após 72 +4 horas e lavadas em água
corrente com auxílio de uma peneira de malha fina. Aproximadamente 100 larvas foram
colocadas em tubos de vidro (medindo 2,5cm de diâmetro e 8,0cm de altura) com 1,5g
de meio de cultura instantâneo (fórmula 4-24 Carolina Biological Supply Co.,
Burlington, NC, USA) contendo 5ml das diferentes concentrações das substâncias que
foram testadas. A partir desses cruzamentos, foram obtidos dois tipos de descendentes:
Heterozigoto marcado (mwh +/+ flr3) asas fenotipicamente selvagem (MH);
Heterozigoto balanceado (mwh +/+ TM3 Bds) asas com fenótipo do tipo
serrilhado (BH).
As moscas adultas emergentes foram coletadas e fixadas em etanol 70%
(Dapkus e Merrel, 1977; HALLSTROM e Blanck, 1985; Graf et al., 1989; Graf e van
Schaik, 1992; Saner et al., 1996).
Montagem das Asas
As asas das moscas foram retiradas e embebidas em solução de Faure (30g
de goma arábica, 20ml de glicerol, 15g de hidrato de cloral e 50ml de água destilada) e
foram distendidas sobre uma lâmina seca, previamente identificadas e colocadas sobre
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uma placa aquecedora (+ 40ºC) por 8 horas. Após este tempo foram cobertas com
lamínula sobre a qual colocou-se um peso de aproximadamente 500g para que as asas
não apresentem ondulações.
Análise Microscópica das Asas
Moscas adultas foram coletadas e armazenadas em etanol 70%. As asas das
moscas MH foram montados em lâminas, fixadas com solução de Faure.
A análise das asas foi feita com microscópio óptico de luz, utilizando-se
objetiva de 400X. Foi registrado em uma folha de dados, o número de moscas
analisadas, tipo de manchas encontradas (simples ou gêmeas), assim com o tamanho das
mesmas e a posição em que se encontram na asa. Analisou-se aproximadamente 24.800
células por asa.
As asas das moscas BH foram montadas e analisadas sempre que houve
uma resposta positiva apartir da análise da progênie MH. Manchas simples resultaram
de eventos como mutações pontuais, aberrações cromossômicas, ou recombinações e
manchas gêmeas (MWh e flr3) foram produzidas por recombinação mitótica entre o
marcador proximal flr3 e do centrômero do cromossomo 3. Apenas manchas simples
mwh foram observadas nas asas do BH moscas. Os resultados obtidos nas progênies
MH e BH foram utilizadas para avaliar o potencial recombinagênico da solução aquosa
da raiz seca de P. ginseng e DOX (Frei et al., 1992; Graf et al., 1992; Spanó et al. 2001).
Análise Estatística
Após a análise microscópica das asas, os resultados do experimento de:
[1] genotoxicidade foram submetidos a uma análise estatística feita de acordo com o
teste do X2 para proporções bicaudal, tendo um nível de significância: a=b=o,5 segundo
Frei Würgler (1988).
[2] antigenotoxicidade, tiveram suas freqüências comparadas aos pares (doxorrubicina
isolada e doxorrubicina associada ao Ginseng nas doses: 2,5g, 5,0g e 10,0g/10ml)
empregando-se o teste U, não paramétrico, de Mann, Whitney e Wilcoxon, Frei Würgler
(1988).
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RESULTADOS
Para avaliação do potencial genotóxico do Panax ginseng (C. A. Meyer),
através do teste SMART/asa com D. melanogaster, foram feitos dois tipos de
cruzamentos: padrão (ST) e de bioativação (HB).
Para ambos os cruzamentos ST e HB, realizados paralelamente, as larvas
obtidas foram tratadas sob idênticas condições.
Foram analisadas asas de adultos emergentes de quatro experimentos
simultâneos e independentes, usando como controle positivo (água destilada estéril),
controle positivo (DXR - 0.125 mg/ml) e Ginseng coreano – Extrato aquoso de Panax
ginseng (EAPg) em 3 diferentes concentrações ( 2.5; 5.0; 10.0 mg/mL) isoladas.
A Tabela 1 mostra a freqüência de manchas mutantes observadas nos
descendentes MH de D. melanogaster do cruzamento padrão (ST) tratados com
diferentes concentrações do EAPg. Não foram observados aumentos estatisticamente
significativos nas freqüências de manchas mutantes encontradas nos diferentes
tratamentos e concentrações de EAPg, em ambos os cruzamentos, quando comparados
com os respectivos controles negativos.
A Tabela 2 apresenta a freqüência de manchas mutantes observadas nos
descendentes MH de D. melanogaster do cruzamento de alta capacidade de ativação
metabólica (HB) tratados com diferentes concentrações do EAPg.
Este resultado nos permite concluir que EAPg não apresenta efeitos
genotóxicos ou mutagênicos. Diante destes resultados negativos observados nos
indivíduos MH, não foram analisados indivíduos dos descendentes BH.
Não foram encontradas diferenças significativas na freqüência de manchas
mutantes entre moscas tratados com P. ginseng nas doses 2,5, 5,0 e 10,0 mg/ mL e do
controle negativo no cruzamento ST em moscas MH (Tabela 1) e MP cruz MH moscas
(Tabela 2). DOX (controle positivo) causou indução significativa de todas as categorias
de manchas em ambos os cruzamentos ST e HB (Tabelas 1 e 2).No cruzamento ST de
moscas MH, com tratamento simultâneo com P. ginseng 2,5 ou 5,0 mg/ mL apenas
inibiu fracamente o aumento do número total de manchas causadas por DOX, o
tratamento com 10 mg de P. ginseng / mL, não alterou a freqüência mutante de manchas
(Tabela 1). No cruzamento de MH moscas, do tratamento simultâneo com P. ginseng
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com doses 2,5 ou 10,0 mg / mL reduziu o número total de manchas produzidas pela
DOX isolada (Tabela 2). A freqüência de manchas mutantes induzidas pela DOX não
foi alterada pelo tratamento simultâneo com P. ginseng nas doses 2,5 ou 5,0 mg/ mL em
ST do cruzamento com moscas BH (Tabela 1), ou 2,5 ou 10,0 mg / mL em MP cruz BH
moscas (Tabela 2). Assim, P. ginseng não interferir com as freqüências de manchas
induzidas
por
DOX
de
origem
mutacional
(gênica
e
cromossômica).
5
As freqüências de 10 células por clone induzidas em moscas MH e BH tratadas com
DOX sozinho ou associado com P. ginseng foram utilizados para avaliar o potencial
recombinagênico e/ou mutagénico de P. ginseng. A genotoxicidade em moscas MH as
foi atribuídol principalmente à recombinação mitótica. O extrato aquoso da raiz seca de
P. ginseng apresentou atividade antirecombinogênica que não foi dose-dependente.
DISCUSSÃO
A pesquisa com plantas medicinais e sua produção, tem recebido um aumento
da atenção em recentes anos porque estes são alimentos nutritivos com propriedades e
efeitos medicinais que estimulam a saúde (Jung et al., 2004).
De forma geral, as plantas produzem uma variedade de substâncias antioxidantes
contra danos moleculares de espécies de oxigênio reativos (ROS), sendo os compostos
fenólicos a maior classes de antioxidante derivados de plantas (Di Mambro e Fonseca,
2005).
Em recentes anos, tem sido feita pesquisa farmacêutica em gêneros alimentícios
para estudo dos chamados antioxidantes, especialmente naqueles alimentos de origem
natural (Roesler et al., 2008).
Típicos compostos que possuem atividade antioxidante, incluem fenóis, ácidos
fenólicos e seus derivados: flavanóides tocolferóis, fosfolipídios, amino ácidos, e
peptídeos, ácido ascórbico, pigmentos e esteróis. Muitos fenóis exercer poderosos
efeitos antioxidantes em vitro, inibindo peroxidação lipídica ação de captura e quebra de
cadeia do radical peróxido (Roesler et al., 2008; Xing e White,1996).
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Este trabalho foi desenvolvido com objetivo de avaliar o potencial genotóxico
e/ou antigenotóxico da planta medicinal Panax ginseng (C. A. Meyer).
O Ginseng é uma planta medicinal comumente usada pelo povo e medicina
tradicional na Coréia, Japão, China e Ásia, (Naval et al., 2007), por seus efeitos
cardiovasculares, imunes, endócrinos e no sistema nervoso (Oliveira et al., 2005), e na
prevenção da perda de memória (Jin et al.,1999).
A eficiência das suas propriedades é devida às substâncias presentes em sua
composição química. As principais substâncias ativas do Ginseng são as mais de vinte
saponinas triterpenóides glicosiladas, alguns peptídeos e proteínas (Jin et al.,1999). Sua
composição química tem sido investigada, e, vários compostos como ginsenosideos tem
mostrado estar presente e exercer efeitos terapêuticos (Oliveira et al., 2005).
Ginsenosides são os constituintes biológicos ativos do Panax ginseng C.A.
Meyer que atua como agente tônico para pacientes com câncer, para reduzir os efeitos
secundários na aplicação clínica (Qiu et al.,2008).
Várias propriedades biológicas foram atribuídas as saponinas, como sua ação
junto aos antígenos nas respostas humoral e celular (Sun et al., 2004), antiinflamatório;
antioxidante (kiefer, 2002), anticâncer (Kim et al., 2003), neuroprotetora e neurotrófica
(Radad et al., 2004), antidiabética (kuo, 2003), cardio-protetora, imunomodulatório,
anti-fadiga, hepato-protetor, efeitos fisiológicos e farmacológicos (Tang e Eisembrand,
1992, apud Yu et al., 2005).
O teste aplicado para verificação da ação genotóxica e/ou antigenotóxica do
Ginseng, foi o teste SMART/asa por ser um ensaio caracterizado como de uma única
geração, de baixo custo, baseado na perda de heterozigose para dois marcadores
recessivos mwh (multiple wing hairs) e flr3 (flare 3), (Graf et al.,1984; Guzmán-Rincón
e Graf, 1995), permitindo a detecção de manchas mutantes simples ou gêmeas para
esses marcadores recessivos (Frei et al., 1992).
Este teste é adaptado para estudos de antigenotoxicidade (Graf et al., 1998);
sendo capaz de detectar uma amplitude de mutações de ponto, deleções, recombinações
mitóticas, aberrações cromossômicas e conversões gênicas (Graf et al., 1986) bem como
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mutágenos de ação direta, promutágenos, mutágenos instáveis e mutágenos com
diferentes modos de ação (Graf et al., 1984).
A D. melanogaster foi o organismo teste escolhido, por ser eucarioto com tempo
de geração curto (aproximadamente 10 dias a 25º.C) (fig. 5), tem suas características
morfológicas geneticamente detectadas e controladas (fig. 6), largo número de linhagem
mutante geneticamente caracterizada e avaliada, fácil cultivo, permitem a procriação de
um grande número de progênie, pequeno tamanho do corpo, baixo custo de manutenção
e análise estatística facilmente aplicada (Graf et al.,1996). Além de um sistema versátil
para o metabolismo de xenobióticos (Baars, 1980, apud Graf e van Schaik, 1992).
O EAPg foi aplicado isoladamente para verificação de genotóxicidade em
diferentes doses (2.5, 5.0 e 10.0) e em associação com Doxorrubicina (DXR) para
antigenotóxicidade.
Foram feitos quatro experimentos paralelos, sob mesma condição ambiental de
temperatura e umidade.
Na análise feita para verificação dos efeitos mutagênicos, apresentados na tabela
1 e 2 não foram observados aumentos estatisticamente significativos nas freqüências de
manchas mutantes encontradas nos diferentes tratamentos e concentrações de EAPg, e
em ambos cruzamentos ST e HB, quando comparados com os respectivos controles
negativos. Para o cruzamento HB, houve um aumento da quantidade de manchas
esperadas, por ser a DXR um antineoplásico altamente mutagênico. Permitindo concluir
que o Ginseng não é capaz de induzir mutações em células somáticas.
Os resultados obtidos para ação antigenotóxica apresentados na tabela 1 e 2
mostraram que Ginseng é capaz de reduzir estatisticamente de forma significante a
freqüência de manchas mutantes induzidas pela DXR, quando associada com as
diferentes concentrações de EAPg, em ambos cruzamentos, quando comparadas com os
respectivos controles positivos (DXR isoladamente), não sendo genotóxica, porém,
moduladora dos efeitos produzidos pela DXR.
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Observou-se com os resultados, que EAPG exerceu um papel modulador contra
as mutações induzidas por DXR, antigenotóxco, bem como desmutagênico de ação
direta com o mutágeno.
Diferentes testes bem como diferentes organismos são também utilizados para
verificação de ação genotóxica e/ou antigenotóxica de diversas substâncias ou
compostos como: Chá verde e chá preto (Gupta et al., 2002), testados através do Teste
de Ames; B-ionone (Gomes-carneiro et al., 2005) em Salmonella/ ensaio microssomo; o
Óleo de Origanum onites L e carvacrol analisado pelo teste Ames Salmonella/Teste
microssomal (Ipek et al., 2005); Hexane Extrato de Agaricus blazei avaliado pelo Teste
Cometa (Machado et al., 2005).
Nossos resultados estão de acordo com trabalhos feitos aplicando o Panax
ginseng (C.A.Meyer) mostrando uma ação não mutagênica e/ou genotóxica.
O ginsan, um purificado polissacarídeo extraído da raiz do Panax ginseng (C. A.
Meyer), foi usado no teste de micronúcleo por Ivanova et al. (2006), para verificar sua
ação antimutagênica, mostrou-se capaz de suprimir efeitos de radiação via captura de
radicais livres por catalase enzimática ou influenciando o processo de reparo durante as
fases G1 e G2 do ciclo celular.
Cobre (CU) é um essencial micronutriente para plantas e animais, podendo ser
tóxico em excesso, por produção de espécies de oxigênios reativos. Ali et al., (2006) em
experimentação para verificar o efeito deste metal no crescimento da raiz de P. ginseng,
observou que a mesma induz vários processos de defesa antioxidante enzimática e não
enzimática contra danos provocados pelo cobre.
Avaliando a ação de CO2 sobre a raiz do ginseng Ali et al (2005) observou que
pode ocorrer não só o aumento da produção de compostos fenólicos como também da
sua capacidade antioxidante.
A raiz do Panax ginseng quando submetidas a uma pequena concentração de O2,
apresenta um aumento na quantidade de gisenosídeo e enzimas antioxidante. Em
contraste com este resultado, a presença excessiva de O2, pode ser tóxico para planta
(Ali et al., 2005).
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O estresse oxidativo pode contribuir para patogênese de diferentes complicações
do diabetes. Estudos feitos com Panax ginseng em ratas diabéticas, demonstraram a sua
ação efetiva na ativação de enzimas antioxidantes e na captura de radicais livres,
produzidos em situações de diabetes (Jung et al., 2005).
Cho et al., 2006 avaliando o feito do gisenosídeo Re em ratos mostraram que
Panax ginseng CA Meyer, foi capaz de promover a redução significativa do níveis totais
de glicose, colesterol e de triglicerídeos do sangue.
Naval et al. 2007 mostra que o EAPg exerceu um efeito protetor contra danos
oxidativos induzidos por H202 em cultura de astrócitos primários por redução da
apoptose (Naval et al., 2007).
Os benefícios à saúde pela alimentação a base de comida de soja fermentada
foram
atribuído
à
capacidade
de
antioxidante
de
determinados
compostos
estruturalmente modificado ou lançado depois da hidrólise bacteriana. Os produtos
fermentados conseguidos por soja numerosos são comercialmente disponível, a maior
parte dos quais são feitos de o as sementes de feijão-soja inteiras ou da proteína de soja
isolam (Hubert et al., 2008).
Conclusão
-
O extrato aquoso de Ginseng coreano (Panax ginseng C. A. Meyer) possui efeito
modulador (antirecombinogênico), na concentração de 2,5 mg/mL em
associação à DXR, em células de asas de D. melanogaster, quando empregado
nessas condições experimentais.
-
EAPg não apresenta efeitos genotóxicos ou mutagênicos.
-
O ginseng não foi capaz de induzir em células somáticas.
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Referência
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VOL. 01, Nº 02, 58-66, Set. 2009/Dez. 2009
ÚLCERA POR PRESSÃO:
UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Lorena Leodécima Rocha
Marcela Cristina Coelho Guimarães
Maísa Xavier Ferreira
Nelma Maria dos Santos
Thaisa Dias de Melo
Débora Zanoni Antunes
Resumo:
Abstract
As úlceras por pressão podem ser definidas como
uma área localizada de necrose celular que tende a
desenvolver-se quando os tecidos moles são
comprimidos entre uma proeminência óssea e uma
superfície dura por um período prolongado de tempo.
Esta pesquisa de revisão bibliográfica teve como
objetivo identificar e analisar os diversos tipos de
pesquisa que vêm sendo publicados sobre as úlceras
de pressão, destacando a importância da prevenção,
os fatores de risco que levam ao seu desenvolvimento
e a dimensão dos custos do tratamento dessas feridas
e fornecendo informações sobre os diversos pontos
que englobam esta temática, em uma visão geral. A
análise dos dados coletados permite concluir que o
fator de risco de maior incidência para o
desenvolvimento das UPs são pacientes internados
em unidade de terapia intensiva e, seguindo-se,
pacientes acamados por longo tempo em
conseqüência de doenças crônicas. A temática, na
maioria dos artigos pesquisados, volta-se para a
prevenção das UPs, seguido do demonstrativo da
redução dos custos e da importância de um sistema
de classificação para a avaliação das UPS. Com os
resultados
percebe-se
a
necessidade
do
aprimoramento do conhecimento acerca do tema para
que se possa oferecer maior qualidade de vida aos
pacientes.
This Ulcer for Pression can be definite how to
surface localiazate on the necrose cellular. That
develop when the soft tissues are compressed
betwen one prominence osseous., and a hard
surface for a lon period of time. This dilligence of
bibliografic revision has with objective identify
and analyze a lot of kind of dilligences that have
been publicade about Ulcer Pression,whith
prevention importance, and risk factores,witch
take our desenvolvment and a dimension about
the costs of a cure about this wound and
furnishing informations about the diferents kinds
points.That enclose this topic vision this times
results. Results This dices colecteds consent that
risk factor of big incidence for desenvolvment to
UPS that be pacients admitted in a Hospital on a
Unity from Intensive Therapy and bedridden
pacients for a long time in a hospital.,because
cronicle diseases.This team, of this articles return
for prevention from UPS,followed to less costs
and importance by sistem of classification from
exam to UPS. With this results perceive a
necessity to aprimority this team for a big life
quality of pacients.
Palavras-chave:
Key-word:
Úlceras por pressão, classificação, prevenção.
Ulcer for pression, prevention, classification,
diseases.
Acadêmicas do 8º período do curso de Enfermagem da Universidade Paulista (UNIP).
* Professora orientadora com especialização em Saúde Pública pela Universidade de Ribeirão Preto-SP.
ROCHA , Lorena Leodécima ; GUIMARÃES, Marcela Cristina Coelho ; FERREIRA, Maísa
Xavier ; SANTOS, Nelma Maria dos; MELO, Thaisa Dias de. e ANTUNES, Débora Zanoni
Úlcera por Pressão: uma revisão integrativa da literatura. Estácio de Sá – Ciências da
Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL. 01, Nº 02, 58-66,
Set. 2009/Dez. 2009.
60
Introdução
A pele é considerada a primeira linha de defesa do nosso organismo contra
patógenos. Quando essa barreira é quebrada, o corpo torna-se vulnerável à invasão
microbiana, ou seja, temos aí uma ferida caracterizada pela interrupção da integridade
de um tecido ou órgão1. Define-se como UP uma área localizada de necrose celular que
tende a desenvolver-se quando os tecidos moles são comprimidos entre uma
proeminência óssea e uma superfície dura por um período prolongado de tempo7. As
úlceras podem se desenvolver em áreas onde existe pressão sobre proeminências ósseas,
tais como o sacro, o ísquio, o trocânter ou, menos freqüentemente, o calcâneo, a região
occipital, o dorso do pé, o maléolo e a patela3. Estas UPs podem ser “graduadas,
faseadas ou classificadas” para que o perito consiga ter um parâmetro que o ajude a
prevenir ou tratar0 essas feridas8.
O cuidado de enfermagem deve estar focado em uma assistência holística,
que observe o paciente como um todo, não somente a ferida – neste caso, na UP –, mas
os fatores que levam a seu desenvolvimento. Nos últimos anos, pode-se observar um
aumento no interesse dos profissionais da enfermagem em buscar evidências científicas
para resolver problemas complexos da prática assistencial6.
Esta pesquisa de revisão bibliográfica tem como objetivo identificar e
analisar os diversos tipos de pesquisa que vêm sendo publicados sobre as úlceras de
pressão (UPs), destacando a importância da prevenção, os fatores de risco que levam ao
desenvolvimento da úlcera de pressão (UP) e a dimensão dos custos do tratamento
dessas feridas e fornecendo informações sobre os diversos pontos que englobam esta
temática, em uma visão geral. Espera-se que os leitores consigam, com base em sua
leitura, fazer uma auto-análise a respeito de seu conhecimento sobre o assunto e como
vem sendo sua aplicação no decorrer da assistência prestada.
Material e Métodos
O estudo realizado neste trabalho é uma análise descritiva qualitativa de
revisão bibliográfica. A leitura analítica é feita com base nos textos selecionados e tem a
finalidade de ordenar e sumariar as informações contidas nas fontes, de forma que estas
possibilitem a obtenção de respostas ao problema da pesquisa4.
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Xavier ; SANTOS, Nelma Maria dos; MELO, Thaisa Dias de. e ANTUNES, Débora Zanoni
Úlcera por Pressão: uma revisão integrativa da literatura. Estácio de Sá – Ciências da
Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL. 01, Nº 02, 58-66,
Set. 2009/Dez. 2009.
61
A pesquisa bibliográfica é a que se efetua tentando resolver um problema ou
adquirir conhecimentos a partir do emprego predominante de informações advindas de
material gráfico, sonoro e informatizado2. As informações foram coletadas em bases de
dados virtuais em saúde, especificamente na Bireme. Foram utilizadas três palavras-chave
– úlcera, pressão, tratamento –, e considerados os resultados do Scielo, Lilacs e Medline.
Após a leitura exploratória, foram excluídos aqueles artigos publicados antes de 1997,
com limite até o ano de 2007.
Resultados
Observou-se que a maioria das publicações sobre UP deu-se no ano de
2005, com sete publicações, seguidas do ano 2000, com quatro. O idioma predominante
nas publicações foi o português, com 84%. O site que mais publicou artigos sobre a
temática descrita foi o Scielo, com 14 artigos.
De acordo com a Tabela 1, o tipo de estudo dos artigos com maior
publicação foi o descritivo com 32% enquanto o de menor publicação com 4% foi o
estudo prospectivo exploratório quantitativo. A análise dos dados da Tabela 2 permitenos concluir que, de acordo com a literatura explorada, os fatores de risco de maior
incidência para o desenvolvimento das UPs são de pacientes acamados com 28%,
seguindo-se, pacientes internados em unidades de terapia intensiva e pacientes com
tempo prolongado de hospitalização 16%.
Os dados da Tabela 3 mostram que a maioria dos artigos utilizados para a
realização deste trabalho está voltada para a prevenção das UPs 50%, seguido do
demonstrativo da redução dos custos e da importância de um sistema de classificação
para a avaliação das UPS 20%. Observa-se, também, que o estudo sobre a incidência
dessas úlceras está intimamente relacionado com a identificação dos fatores de risco que
levam a seu surgimento.
A tabela 4 nos mostra a relação custo/benefício, deixando evidente que o
curativo preventivo torna-se uma opção imprescindível quando se trata da diminuição
dos custos no tratamento das úlceras por pressão.
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Xavier ; SANTOS, Nelma Maria dos; MELO, Thaisa Dias de. e ANTUNES, Débora Zanoni
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Considerações Finais
Entendemos que todos os pacientes de risco de acometimento de feridas
crônicas e os já lesionados devem ser assistidos de forma sistemática, durante o período
de internação e também em seu domicílio. Essa forma de análise do paciente irá
subsidiar a tomada de decisão a respeito das medidas preventivas a serem
implementadas.
Concluindo a presente revisão integrativa da literatura em relação ao tema
UP, observamos, com base nos artigos analisados, que existe uma necessidade notória
de se promover, aos profissionais da área da saúde, especialmente entre os graduandos
do curso de Enfermagem e os enfermeiros, um maior conhecimento sobre essa temática,
a fim de que estejam aptos a atenderem as necessidades reais do paciente. Ao longo da
revisão, observamos também que existem poucas pesquisas relacionadas com UPs em
unidades de pediatria. Entendemos que esta lacuna necessita ser suprida.
Ante esta lacuna, revela-se a necessidade de se intensificar esforços para o
desenvolvimento de pesquisas que produzam subsídios científicos relativo ao tema
investigado, para que assim seja moldada a realidade prática da assistência de
enfermagem aos pacientes com UPs e aos propensos ao seu desenvolvimento.
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Quadro 1: Métodos da Descrição Clínica das Escaras
DESCRIÇÃO
CLÍNICA
Tamanho
MÉTODO
O tamanho pode ser medido pelo registro simples do comprimento e
largura da úlcera em acelato ou numa luva de plástico limpa. Pode ser
utilizada a fotografia, quer com uma grelha, quer com uma régua incluída
para fornecer a escala. O volume de uma úlcera de pressão pode ser medido
pelo registro da quantidade de salina normal necessária para enchê-la, e
moldes de espuma podem ser guardados para registrar as alterações nas
dimensões da úlcera de pressão.
A profundidade pode ser medida colocando-se uma sonda em ângulo reto
na parte mais profunda da cratera.
Profundidade
As medições de volume acima fornecerão também a indicação da
profundidade.
Exsudação
O volume de exsudato poderá ser estimado com base na freqüência com
que o penso fica saturado ou verte, e da aparência do penso quando é
mudada. As alterações de cor ou cheiro do exsudato poderão indicar
infecção.
O tecido necrótico pode ser descrito como negro morto como amarelo,
tecido granulado como vermelho e epitelização como rosa.
Cor
A cor constitui, portanto, um indicador do processo de cicatrização da
ferida e pode ser registrada sombreando áreas num mapa da úlcera, por
fotografia ou anotando as proporções num mapa da úlcera (por exemplo,
30% vermelho, 70% amarelo).
Odor
O odor em úlceras de pressão poderá resultar de infecções, colonização ou
tecido neurótico e provocará potenciais perturbações no doente.
Outros
A dor provocada pela úlcera de pressão e quando se mudam os pensos e o
estado da pele ao redor da úlcera de pressão poderão também ser aspectos
importantes da descrição clínica.
Fonte: Healey (2000).5
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Xavier ; SANTOS, Nelma Maria dos; MELO, Thaisa Dias de. e ANTUNES, Débora Zanoni
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64
Tabela 1: Tipos de Estudo dos Artigos Selecionados para Revisão da Literatura
TIPO DE ESTUDO
NÚMERO DE ARTIGOS
PORCENTAGEM (%)
Descritivo
8
32
Qualitativo e quantitativo
5
20
Quantitativo
6
24
Descritivo exploratório
3
12
Revisão da literatura
2
8
Prospectivo exploratório quantitativo
1
4
25
100
TOTAL
Fonte: site: <http://www.bireme.br/php/index. Php>.
ROCHA , Lorena Leodécima ; GUIMARÃES, Marcela Cristina Coelho ; FERREIRA, Maísa
Xavier ; SANTOS, Nelma Maria dos; MELO, Thaisa Dias de. e ANTUNES, Débora Zanoni
Úlcera por Pressão: uma revisão integrativa da literatura. Estácio de Sá – Ciências da
Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL. 01, Nº 02, 58-66,
Set. 2009/Dez. 2009.
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Tabela 2: Principais Fatores de Risco versus Números de Artigos para o Desenvolvimento das UPs
FATORES DE RISCO
NÚMERO DE ARTIGOS
PORCENTAGEM (%)
Pacientes com lesão medular
3
12
Pacientes em UTI
4
16
Pacientes acamados
7
28
Sexo masculino
1
4
Estado nutricional
1
4
Pacientes portadores de doenças
crônicas
2
8
Tempo prolongado de hospitalização
4
16
Idade acima de 40 anos acamados
3
12
25
100
TOTAL
ROCHA , Lorena Leodécima ; GUIMARÃES, Marcela Cristina Coelho ; FERREIRA, Maísa
Xavier ; SANTOS, Nelma Maria dos; MELO, Thaisa Dias de. e ANTUNES, Débora Zanoni
Úlcera por Pressão: uma revisão integrativa da literatura. Estácio de Sá – Ciências da
Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL. 01, Nº 02, 58-66,
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Tabela 3: Resultados
RESULTADOS ENCONTRADOS
NÚMERO DE ARTIGOS
PORCENTAGEM (%)
Prevenção/Conhecimento atualizado
5
50
Prevenção/Diminuição de custos
2
20
Incidência/Necessidade de novas pesquisas
1
10
Sistema de Classificação das UPs
2
20
10
100
TOTAL
ROCHA , Lorena Leodécima ; GUIMARÃES, Marcela Cristina Coelho ; FERREIRA, Maísa
Xavier ; SANTOS, Nelma Maria dos; MELO, Thaisa Dias de. e ANTUNES, Débora Zanoni
Úlcera por Pressão: uma revisão integrativa da literatura. Estácio de Sá – Ciências da
Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL. 01, Nº 02, 58-66,
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Tabela 4: Relação Custo/Benefício
CURATIVOS TRADICIONAIS (valores em R$)
Tamanho pequeno com troca 3 vezes ao dia.
15,36
27,75
Tamanho médio com troca 3 vezes ao dia.
50,04
Tamanho grande com troca de 3 vezes ao dia.
CURATIVOS ESPECIAIS (com filme transparente – valores em R$)
Tamanho pequeno com troca de 5 em 5 dias
2,19
Tamanho médio com troca de 4 em 4 dias
5,35
CURATIVO PREVENTIVO (com filme transparente – valores em R$)
Filme pequeno
1,63
Filme Grande
3,67
Fonte: (BACKES et al., 1999).1
Estácio de Sá – Ciências da Saúde.
Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES - GO
VOL. 01, Nº 02, 67-78, Set. 2009/Dez. 2009
A EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA
Sandra Oliveira Santos
Lílian Dias Gonçalves Silva *
Rosana Bastos Bittencourt **
Xistos Sena Passos ***
Resumo
Abstract
Este trabalho tem por finalidade revisar
alguns artigos que tratam da importância do
processo educativo no âmbito das ações do
Programa de Saúde da Família, com o
propósito de melhorar a qualidade de vida dos
usuários através do atendimento em vários
níveis, de forma integral e com premissas de
atendimento humanizado.
This assigment has for purpose to revise some
articles that deal with the importance of the
educative process in the scope of the actions of
the Family’s Health Program with the intention
to improve the quality of life of the users
through the attendance in some levels, of
integral form and with premises of human
attendance
Palavras-chave
Key-word
Education over health, Health Program
of Family, Promotion and prevention.
Educación en Salud, PSF, la Promoción y la
Prevención.
Introdução
Em 1978, realizou-se a Conferência Internacional sobre Cuidados Primários
de Saúde na cidade de Alma-Ata, Cazaquistão, antiga União Soviética, promovida pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) e teve a participação de 134 países.
Médica Veterinária, Especialista em Biologia, Mestre em Biologia, Especializanda em Saúde Pública
com Ênfase em Saúde da Família do CEEN/UCG. E-mail: [email protected].
*Cientista da Computação, Especializanda em Saúde Pública com Ênfase em Saúde da Família do
CEEN/UCG. E-mail: lí[email protected].
**Fonoaudióloga, Administradora de Empresas, Especializanda em Saúde Pública com Ênfase em
Saúde da Família do CEEN/UCG. E-mail: [email protected].
***Biólogo, Doutor em Medicina Tropical, docente do CEEN, Goiânia-Goiás. E-mail:
[email protected].
SANTOS, Sandra Oliveira ; SILVA, Lílian Dias Gonçalves; BITTENCOURT, Rosana
Bastos e PASSOS, Xistos Sena .A Educação em Saúde no Programa Saúde da Família.
Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES –
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Esta conferência culminou com a “Declaração de Alma-Ata”, cujo objetivo
maior de promoção e assistência à saúde a todos, incluía também a educação para a
saúde com maior participação e controle pela sociedade(1).
A importância da promoção à saúde foi reafirmada, em 1986, através da
Carta de Ottawa, a qual capacitou a comunidade para atuar na melhoria de sua
qualidade de vida e saúde, utilizando-se da mudança de estilo de vida. Ainda hoje, esta é
a peça central de direcionamento da estratégia de promoção à saúde em todo o mundo(2).
No Brasil, o marco das transformações políticas foi a Constituição de 1988,
na qual foi Instituído do Sistema Único de Saúde (SUS), delineado durante a 8ª
Conferência Nacional de Saúde, ocorrida em 1986, momento áureo da Reforma
Sanitária Brasileira(3).
O setor passou a incorporar em suas práticas de assistência, às pessoas e
coletividades, a compreensão de que promover a saúde implica cobrar dos governos e
da sociedade novas ações e compromisso, sobretudo porque a saúde passa pelo campo
das macro-políticas, as quais englobam, em especial, geração e oportunidades de
trabalho, meios garantidores do acesso das pessoas a bens e serviços produzidos pela
sociedade(4).
A promoção da saúde pode ser alcançada com a capacitação da sociedade
em poder “resolver seus problemas” e melhorar a qualidade de vida alicerçada ao
compromisso dos profissionais da saúde que devem responder às necessidades do grupo
populacional em questão(5).
Percebe-se então a necessidade de qualificação profissional, exigindo
atualização nas capacitações, pois muitas vezes os cursos, treinamentos e outras
modalidades de educação ocorrem desarticulados do contexto dos serviços e nem
sempre respondem às necessidades dos gestores e trabalhadores(6).
Diante desta necessidade foi criado o Programa de Saúde da Família – PSF
(1994) que objetiva a integração e a organização das atividades em um território
definido, com o propósito de enfrentar e resolver os problemas identificados, com vistas
a mudanças radicais no sistema de forma articulada e perene5, o território georeferenciado e população adscrita por famílias resulta em uma combinação de formação
de unidades de natureza coletiva orientadas por uma equipe multi-profissional(4).
SANTOS, Sandra Oliveira ; SILVA, Lílian Dias Gonçalves; BITTENCOURT, Rosana
Bastos e PASSOS, Xistos Sena .A Educação em Saúde no Programa Saúde da Família.
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De acordo com a OMS, o PSF poderá contribuir para a modalidade de
educação, em uma estratégia que se inicia com a preparação dos profissionais (ainda na
academia) e com treinamentos de capacitação com enfoque à promoção da saúde na
população atendida1. Para isto, torna-se necessário uma parceria com instituições
sociais, como as escolas, a fim de que as mesmas possam assumir a responsabilidade de
disseminar as informações de educação em saúde no meio familiar e comunitário no
sentido de produzir uma nova cultura em relação ao processo saúde-doença(5).
Em uma análise simplista é possível perceber algumas vantagens desta
parceria: evitar situações de perigo potencial/real para a saúde do indivíduo, zelar pela
prevenção de doenças e fomentar a adoção de estilos de vida mais saudáveis(7).
Dentro do PSF, emergem ações educativas como ferramenta essencial para
incentivar a auto-estima e o auto-cuidado dos membros das famílias, promovendo
reflexões que conduzam a modificações nas atitudes e comportamentos(8).
As ações de processo educativo no PSF devem ser pautadas em uma
proposta problematizadora, em que a solução adequada seja amparada pela explicação.
Os elementos interpretativos obtidos de uma análise das condições de vida da clientela
sobreporão os arraigados conceitos da clássica medicina(9), ou seja, dialogar com as
práticas e concepções vigentes através de argumentos de sensibilidade com abordagens
humanizada e de qualidade(10).
Neste entender, a humanização ganha dimensões quando os profissionais de
saúde e os pacientes são situados como sujeitos de sua própria história, configurando
uma política pública assumida na interface entre os setores da educação e saúde(11).
Assim sendo, a integralidade (um dos princípios básicos do SUS) deve ser o
eixo norteador das capacidades em saúde, pois considera a articulação dos saberes e
práticas multi-profissionais a partir de um conceito ampliado de saúde que
respeita a subjetividade do usuário mediante o acolhimento e a responsabilização(12).
Para atender a esta perspectiva é fundamental estabelecer um modelo de
capacitação que promova a atenção integral à saúde, alicerçado na aprendizagem
significativa: a Educação Permanente em Saúde(6), que proporciona movimentos de
mudança na formação dos profissionais de saúde onde a noção de aprender a aprender,
de trabalhar em equipe e de construir cotidianos traduziriam em objeto de aprendizagem
individual, coletiva e institucional. Assim é possível estabelecer ações intersetoriais,
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oficiais e regulares com o setor da educação com ampliação dos direitos de saúde da
população, respeitando os princípios da integralidade e eqüidade(10).
Portanto, a Educação Permanente em Saúde (EPS) propõe que a
transformação das práticas profissionais deve estar baseada na reflexão crítica e em
espaços coletivos, promovendo o encontro entre o usuário e a equipe de saúde mediante
diálogo, considerando a integralidade6. Ao resultado destas ações, busca-se construir
protocolos e projetos terapêuticos individualizados(13).
Como ferramenta à eqüidade, é essencial incentivar a auto-estima e o autocuidado dos membros da família, promovendo reflexões que conduzam a modificações
nas atitudes e comportamentos(8).
A educação é uma ferramenta indispensável na busca da promoção à saúde e
melhoria da qualidade de vida e um processo em permanente construção. Buscando
certificar as ações educativas, revisou-se alguns trabalhos científicos que chegaram a
esta conclusão através de suas pesquisas.
Objetivo
Analisar os artigos científicos que associam o processo educativo aos
atendimentos do Sistema Único de Saúde, especialmente no Programa de Saúde da
Família, como fator primordial à promoção da saúde.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, pesquisados em sites
especializados, Biblioteca Virtual em Saúde (MS) e revistas científicas eletrônicas
através do indexador Scielo no referido assunto, buscando artigos indexados no período
de 2001 a 2008. Utilizou-se para isso os descritores: PSF e educação, promoção à saúde
e ações de integralidade no PSF. Obteve-se também alguns parâmetros no site do
Ministério da Saúde e no Departamento de Atenção Básica, onde manuais e dados
estatísticos do Datasus foram relatados.
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Para a construção do desenvolvimento do trabalho, de acordo com o
levantamento do estudo, propôs-se a discussão do tema Educação em Saúde como
proposta a atender as demandas sociais e pactuar como uma das diretrizes do SUS, o
modelo de integralidade, agindo de forma humanizada a fim de propiciar a redução das
desigualdades sociais.
Construiu-se uma tabela contendo artigos previamente selecionados que
possuíam em suas conclusões comentários intrínsecos ao tema aqui proposto.
Resultados e Discussão
A Educação em Saúde constitui um conjunto de saberes e práticas
orientados para a prevenção de doenças e promoção da saúde (Costa & Lopes in 14). No
âmbito do PSF, figura-se como uma prática prevista e atribuída a todos os profissionais
que compõem a equipe de saúde da família5 e promove a autonomia dos indivíduos e
profissionais, para que em conjunto possam compreender a saúde como resultante das
condições de vida e propiciar um desenvolvimento social mais eqüitativo2.
A Educação Permanente em Saúde possibilita a articulação do fazer e
aprender, produzindo conhecimento, construindo e desconstruindo saberes, valores e
concepções.11. Trata-se de uma metodologia participativa com processo de ensino
dinâmico, envolvendo a interação6. É comum que conceitos sejam reproduzidos
mecanicamente nas Instituições Educadoras dificultando a aceitação de novos
paradigmas e a construção de pensamentos que possam dar sustentação a essa nova
prática de atendimento.
As atividades de educação em saúde estão incluídas entre as
responsabilidades dos profissionais do PSF e é caracterizada pela assistência que
procura ir além da doença e do sofrimento manifesto, buscando apreender necessidades
mais abrangentes dos sujeitos14 e promover autonomia aliada à busca de mudanças de
atitudes de acordo com a necessidade da aplicabilidade do processo.6
O trabalho educativo a ser feito extrapola o campo da informação ao
integrar a consideração de valores, modelos, costumes e símbolos sociais que levam as
formas específicas de condutas e práticas15. Esta inovação educativa exige que haja
novos patamares de organização e produção do conhecimento, conectados com os
desafios da prática e com as lutas que emergem nos diferentes campos sociais16. Essa
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ruptura de práticas convencionais incomoda a equipe por modificar hábitos descritos
por catedráticos autores e por exigir que o tão repetido sujeito paciente, passe a ser
também um agente neste processo.
Portanto, é necessário a educação permanente do profissional de saúde,
exigindo atualizações nas capacitações, a fim de aumentar sua autonomia e articulação
nos saberes e práticas multiprofissionais6. Um dos desafios nesta transdisciplinaridade
são as novas modalidades da organização do mundo do trabalho em saúde e as
exigências em relação ao perfil dos novos profissionais12, ou seja, é necessário
promover um profundo processo de mudança que alce os estudantes a condição de
sujeitos no processo de aprendizagem e que tome como ambientes de prática a
comunidade, o domicílio e a rede básica do SUS17.
Para repensar novas modelagens assistenciais na integralidade do cuidado a
saúde há que se aprofundar o debate sob novos fundamentos teóricos, particularmente
sobre a natureza do processo de trabalho8. É importante a participação popular nas
decisões políticas por tratar-se de um princípio norteador das políticas públicas, o
controle social12. Consta na Constituição Nacional (1988)18, na Lei Orgânica da Saúde
(Lei 8.080/1990)19 e nas Diretrizes Curriculares Nacionais (Lei 9.394/1996- LDB)20,
que as pessoas devem ser vistas de forma integral e cabe ao Estado garantir a todos
oportunidades para seu pleno desenvolvimento pessoal e social.
Então, mesmo que a produção e a reprodução do conhecimento congreguem
os principais alvos da política pública atual15 é importante salientar que transmitir
conhecimento é também criar hábitos e métodos que valorizem o auto-aprendizado,
dentro de uma abordagem crítica e que permita uma permanente inquietação17.
Esta inquietação vem de encontro com uma medicina humanizada, que alie
a uma sólida formação ética há possibilidade de manter a relevância social sem abrir
mão da excelência técnica17. A humanização está voltada para a melhoria da qualidade
da atenção prestada, com um possível acréscimo na capacidade de reflexão e crítica
acerca dos modelos e ações em saúde11.
Na direção das discussões acerca da humanização e do processo de trabalho
em saúde, uma das locuções presentes diz respeito à integralidade, que está
intrinsecamente associada à capacidade e à sensibilidade dos profissionais de saúde em
SANTOS, Sandra Oliveira ; SILVA, Lílian Dias Gonçalves; BITTENCOURT, Rosana
Bastos e PASSOS, Xistos Sena .A Educação em Saúde no Programa Saúde da Família.
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abordar as situações, confrontando com os limites de sua ação e em procurar incorporar
revisões e redefinições de seus processos de trabalho11.
Assim, levar o atendimento médico a um plano inferior às ações educativas,
pode requerer de todos envolvidos mudanças criativas no modo de agir, presteza,
paciência e determinação. Estes adjetivos nem sempre são alcançados no decorrer de
uma formação acadêmica, pois há toda uma história de vida a ser analisada caso a caso.
Enfim, para garantir uma educação permanentemente eficaz é necessário
interrogar também se os trabalhadores de saúde estão em condições de garantir um
atendimento orientado pela perspectiva política crítica da humanização. Tal
preocupação se concretiza no fato de que quase sempre tais trabalhadores se encontram
inseridos em processos de trabalho muito precários em decorrência de baixos salários,
sobrecarga de trabalho e alta carga de estresse, em função da tensão provocada, seja
pelas chefias superiores, como pelos próprios usuários sobre quem está na ponta do
sistema11.
Diante disto, manter uma relação de diálogo entre os profissionais e
usuários do Sistema Único de Saúde permite realizar ações voltadas às reais
necessidades daqueles que buscam a melhoria na qualidade de vida, também através das
ações educativas surgidas dentro do Sistema. Somente essa associação permitiria que
ambos executem suas funções sociais com mais eficácia e menos conflitos.
A tabela 1 demonstra o claro desejo dos autores em reforçarem a
necessidade de ampliar o processo educativo dentro do Sistema Único de Saúde,
especificamente no Programa de Saúde da Família. Os termos Educação em Saúde e
Educação Permanente em Saúde são utilizados como metas de transformação de ações.
Estratégias que teriam significado se inseridas no cotidiano dos sujeitos envolvidos no
processo, analisando as representações sociais e a experiência com o adoecimento. O
fortalecimento da ética seria embasado em uma perspectiva de atendimento
humanizada com abordagem problematizadora e interdisciplinar. Com essas
mudanças seria viável acreditar em perspectivas na melhoria da qualidade de vida para a
população brasileira.
Tabela1 - Comentários dos artigos pesquisados
Referência
SANTOS, Sandra Oliveira ; SILVA, Lílian Dias Gonçalves; BITTENCOURT, Rosana
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Comentários
Heidmann et al. 2006 (2)
A maioria dos profissionais desconhece o verdadeiro significado do tema Promoção à Saúde.
Silva et al. 2006(5)
O entendimento da saúde como produção social e construção coletiva, passa pela participação
de dimensão educativa, uma vez que neste espaço possibilita a produção e a reprodução do
conhecimento e congrega os principais alvos da política pública atual
Silva, Ogata, Machado, 2007 (6)
Promover a Educação Permanente em Saúde com reflexões críticas em espaços coletivos.
Machado et al. 2007 (8)
A Educação em Saúde como processo político pedagógico requer o desenvolvimento e um
pensar crítico e reflexivo, permitindo desvelar a realidade e propor ações transformadoras que
levem o indivíduo sua autonomia e emancipação enquanto sujeito histórico e social capaz de
propor e opinar nas decisões de saúde para o cuidar de si, de sua família e da coletividade
Souza e Moreira 2008(11)
A mudança de estratégias não necessariamente resulta numa transformação real no nível das
ações, valores, significados e práticas com as quais os sujeitos se encontram envolvidos em seu
dia-a-dia.
Ceccim e Feuerwerker 2004(12)
Quanto maiores os índices de interdisciplinaridade mais diversificados os cenários de
aprendizagem e os fatores de exposição dos alunos e maior a instauração de possibilidades à
integralidade das práticas em saúde
Alves 2005 (14)
Dentre os modelos de educação em saúde o modelo dialógico conforma-se à proposta da
integralidade, uma vez que favorece o reconhecimento dos usuários enquanto sujeitos
portadores de saberes sobre o processo saúde-doença-cuidado e de condições concretas de vida.
Contribui para uma apreensão abrangente das necessidades de saúde dos sujeitos e na
humanização da ação educativa.
Gazzinelli et al. 2005(15)
Percebe-se que a educação em saúde deve partir de uma
necessária articulação entre as representações sociais e a experiência da doença.
Batista et al. 2005(16)
Experiências problematizadoras precisam ser partilhadas, viabilizando a produção de um
conhecimento que fortaleça a mudança.
Campos e Belisário 2001.(17)
SANTOS, Sandra Oliveira ; SILVA, Lílian Dias Gonçalves; BITTENCOURT, Rosana
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É consensual que a mudança deva incluir a interdisciplinalidade, a mudança dos cenários, nos
quais se realiza a ação educativa, para locais mais representativos da realidade sanitária e social,
a abordagem problematizadora, a educação permanente e o compromisso ético e humanístico.
Benevides e Passos 2005(21)
É preciso manter vivo o processo de humanização afirmando o seu não esgotamento.
Considerações Finais
Desde que ocorreu a Conferência Internacional sobre os cuidados
primários de saúde, em Alma-Ata (antiga URSS, 1978), os governos passaram a ter uma
responsabilidade mais extensa que somente às adequadas medidas sanitárias e sociais do
seu povo e a perspectiva de atingir um nível de saúde que permita a população levar
uma vida social e economicamente produtiva. Assim, não cabe somente trabalhar a
saúde sob o ponto de vista de ausência de doença ou aplicar métodos curativos que
insistam em negar a cumplicidade das condições ambientais que vivem as pessoas.
No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde19, o usuário do Sistema
Único de Saúde, tem por direitos, acesso ordenado e organizado ao sistema, adequação
ao seu tipo de tratamento, humanização no atendimento e por fim, as informações
pertinentes aos agravos e acesso aos processos de prevenção e promoção da saúde
individual e coletiva.
Segundo esta proposta, tem-se o trabalho executado pelo Programa de
Saúde da Família que visa entre outros a educação permanente a fim de estreitar o
vínculo entre a Equipe e o Usuário, permitindo a maximização da qualidade dos
atendimentos. Atualmente um decreto presidencial22 prevê atuações entre os Ministérios
da Saúde e da Educação, na perspectiva da atenção integral ocorrendo não somente nas
Unidades de Saúde, mas especificamente no âmbito das escolas, realizadas pelas
Equipes de Saúde da Família.
Assegurar que a prática dos profissionais de saúde execute um atendimento
integrado e contínuo, com pensamentos críticos e ações adequadas a cada caso clínico,
de forma ética e transparente, a partir do comprometimento da equipe com a sociedade
nela inserida e com apoio de ações educativas a todos.
SANTOS, Sandra Oliveira ; SILVA, Lílian Dias Gonçalves; BITTENCOURT, Rosana
Bastos e PASSOS, Xistos Sena .A Educação em Saúde no Programa Saúde da Família.
Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES –
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Bastos e PASSOS, Xistos Sena .A Educação em Saúde no Programa Saúde da Família.
Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES –
GO - VOL. 01, Nº 02, 67-78, Set. 2009/Dez. 2009.
78
(17)Campos FE & Belisário SA. O Programa de Saúde da Família e os desafios para formação
profissional e a Educação Continuada. Interface-Comunic., Saúde, Educ., ago 2001; 9. 2001.
(18)BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil:
promulgada em 5 de outubro de 1988. Brasília, DF: Senado, 1988.
(19)BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil],
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Escolas e dá outras providências. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília,
DF, n.234 de 06 dez. 2007.
Pesquisas
ISSN: 1984 - 2848
ESTÁCIO DE SÁ
CIÊNCIAS DA SAÚDE
ISSN: 1984 - 2848
ESTÁCIO DE SÁ
CIÊNCIAS DA SAÚDE
Estácio de Sá – Ciências da Saúde.
Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES - GO
VOL. 01, Nº 02, 79-96, Set. 2009/Dez. 2009
AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE NEOPLASIA TROFOBLÁSTICA
GESTACIONAL EM GESTANTES DE GOIÂNIA-GOIÁS: ESTUDO
RETROSPECTIVO E REVISÃO DA LITERATURA
Julianna Caruliny de Miranda
Keila Moreira Marques
Maiza Gomes de Melo e Souza
Raquel Pires da Silva
Claudio Maranhão Pereira *
Resumo:
Abstract:
A Neoplasia trofoblástica gestacional (DTG)
representa um grupo de doenças caracterizadas
pelo crescimento anormal e invasão do
trofoblasto. As molas hidatiforme podem ser
classificadas como molas completas ou
parciais, com base na morfologia macroscópica,
na histopatologia e no cariótipo. O diagnóstico
é feito baseado nas alterações clínicas e nos
exames complementares, como raios–x e
dosagem de ß gonadotrofina coriônica. Sua
ocorrência vem gradativamente aumentando e
com isso tornando-se um dos principais
responsáveis por gestações anômalas. Baseado
nisto, foi proposto estudar a incidência dessa
doença e de suas varias formas na população da
cidade de Goiânia. Foi realizado um estudo
retrospectivo de 146 pacientes atendidos na
maternidade do Hospital das Clinicas da
Faculdade de Medicina da Universidade
Federal de Goiás de janeiro de 2003 à julho de
2008 com diagnóstico de neoplasia trofoblástica
gestacional, por meio da analise de seus
prontuários. Destes 146 pacientes, 66 (45,2%)
apresentavam mola hidatiforme enquanto 22
(15,7%) foram diagnosticados com gestação
molar.
The gestational trofoblastic neoplasia (DTG)
represents a group of illnesses characterized
for the abnormal growth and invasion of
trofoblast. The mole’s hydatiform can be
classified as complete or partial, on the basis
of the macroscopic morphology, in the
histopathology and karyotype. The diagnosis
is made based in the clinical features and the
complementary exams, as rays-x and ß
gonadotrofina
chorionic
dosage.
Its
occurrence comes gradual increasing and with
this becoming one of main the responsible
ones for anomalous gestations. Based in this,
it was study the incidence of this illness and it
does vary forms in the population of the
Goiânia city. We were a retrospective study
of 146 patients of the Clinics Hospital on
Medicine College of the Goiás Federal
University of January of 2003 to the July of
2008 with diagnosis of gestational trofoblastic
neoplasia. Of these 146 patients, 66 (45.2%)
presented hydatiform mole while 22 (15.7%)
had been diagnosis with molar gestation.
Graduadas em Biomedicina
*Professor Doutor de Patologia da Faculdade Estácio de Sá de Goiás/Professor titular de Patologia da Faculdade
de Odontologia da Universidade Paulista-Goiania/GO. Autor correspondente: Claudio Maranhão Pereira Faculdade
Estácio de Sá de Goiás – Departamento de Ciências da Saúde Faculdade de Odontologia da Universidade Paulista,
campus Flamboyant Patologia Oral -Diagnóstico Oral BR-153, KM 503, Fazenda Botafogo - CEP: 74845-090
Goiania/GO – Brazil + 55 62 32394000 e-mail: [email protected]; [email protected]
MARQUES, Keila Moreira; MIRANDA, Julianna Caruliny de; PEREIRA, Claudio Maranhão e
SOUZA, Maiza Gomes de Melo e. Avaliação da incidência de neoplasia trofoblástica
gestacional em gestantes de Goiânia-Goiás: estudo retrospectivo e revisão da literatura. Estácio
de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL.
01, Nº 02, 79-96, Set. 2009/Dez. 2009.
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Palavras-chaves:
Key-words:
Neoplasia trofoblástica
hidatiforme, gestação.
gestacional,
mola
Gestational trofoblstic neoplasia, hydatiform
mole, gestation.
1. INTRODUÇÃO
A Doença trofoblástica gestacional (DTG) inclui um grupo de doenças
caracterizadas pelo crescimento anormal e invasão do trofoblasto. A base molecular
dessa condição é desconhecida, pela dificuldade de dispor de modelos biológicos
adequados (Bernal et al, 2006). Engloba um intrigante inter-relacionado grupo de
doenças derivadas de placenta trofoblástica. Suas formas clinicas são representadas por
mola hidatiforme, mola invasora, coriocarcinoma e tumor trofoblástico do sitio
placentário (PSTT), possuindo formas benignas e maligna (Belfort & Braga, 2004). A
forma mais grave, o coriocarcinoma, geralmente é precedida por uma mola hidatiforme
(HM), podendo ocorrer na seqüência de uma gravidez (Suzuki et al, 1996).
Durante as últimas duas ou três décadas, em muitas regiões do mundo,
foram estabelecidos registros dedicados ao estudo das taxas de incidência da DTG.
Apartir destes registros epidemiológicos começou a ser apresentado um relatório de
incidência em determinadas populações. Novas tecnologias utilizadas para o diagnóstico
clínico e laboratorial, incluindo citometria para fluxo de DNA, hibridização in situ, PCR
e o reconhecimento das variantes raras têm melhorado a exatidão das estimativas sobre
o número absoluto de casos de DTG em alguns centros, no entanto, esses avanços
tecnológicos ainda não estão universalmente aplicados (Smith & Seung, 2006).
Através das taxas de incidência relatadas pelos hospitais em diversas regiões
do mundo criaram-se especulações que a partir do ambiente, e talvez por diferenças
genéticas entre as diversas etnias de grupos raciais aumentava-se a incidência de DTG
(Smith & Seung, 2006).
Sendo a Neoplasia Trofoblástica Gestacional um grupo de doenças
caracterizadas pelo crescimento anormal e invasão do trofoblasto derivadas de placenta,
cuja sua ocorrência vem gradativamente aumentando em mulheres gestantes, e sendo
responsáveis por grande quantidade de gestações anômalas, é importante a realização de
MARQUES, Keila Moreira; MIRANDA, Julianna Caruliny de; PEREIRA, Claudio Maranhão e
SOUZA, Maiza Gomes de Melo e. Avaliação da incidência de neoplasia trofoblástica
gestacional em gestantes de Goiânia-Goiás: estudo retrospectivo e revisão da literatura. Estácio
de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL.
01, Nº 02, 79-96, Set. 2009/Dez. 2009.
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uma revisão de literatura aprofundada sobre o assunto além de um estudo sobre a
incidência dessa doença e de suas varias formas na população da cidade de Goiânia
atendidas na Maternidade do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. HISTÓRICO
A mola hidatiforme foi descrita pela primeira vez no século VI por Aécio de
Amida, que foi chamada de hydrops uteri. No século XVI, Ambrósio Pare admitiu
tratar-se, cada vesícula de um embrião (Berkowitz & Goldstein, 1998). Cem anos
depois, em 1664 Mauriceau, colocou em pauta ser sua principal causa o excesso de
relações sexuais. Em 1827 Boivin e Velpau descreveu a mola hidatiforme como doença
do tecido corial. Em 1853 Virchow descobriu tratar-se de degeneração mixomatosa do
tecido conjuntivo das vilosidades coriais (“myxoma corii”). Em 1967 Gore e Hertig
nomeou como doença trofoblástica gestacional por está relacionada à gravidez. Em
1967 após identificação citogenética da mola hidatiforme por Kaji & Ohama suas
síndromes ficaram definidas como mola parcial e mola completa. Em 1983 a OMS
sugeriu nova sistematização, através do Grupo Cientifico de Doença Trofoblástica
Gestacional, ficando assim definido os termos para classificar e estadiar esta
enfermidade: mola hidatiforme (completa e parcial), mola invasora, coriocarcinoma e
tumor trofoblástico do sítio placentário (Belfort & Rezende).
2.2 CLASSIFICAÇÃO
A Organização Mundial de Saúde (OMS) divide histologicamente as DTG
em grupos distintos, incluindo mola hidatiforme, coriocarcinoma, mola invasora e
tumor trofoblástico do sítio placentário (Smith & Seung, 2006).
As molas hidatiforme podem ser classificadas como molas completas ou
parciais, com base na morfologia macroscópica, na histopatólogia e no cariótipo
(Berkowitz & Goldstein, 1998).
MARQUES, Keila Moreira; MIRANDA, Julianna Caruliny de; PEREIRA, Claudio Maranhão e
SOUZA, Maiza Gomes de Melo e. Avaliação da incidência de neoplasia trofoblástica
gestacional em gestantes de Goiânia-Goiás: estudo retrospectivo e revisão da literatura. Estácio
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2.2.1 MOLA HIDATIFORME COMPLETA (MHC)
A mola hidatiforme completa resulta da fertilização de um óvulo que, por
motivos totalmente desconhecidos, perde os seus cromossomos, esvazia-se e é
fecundado por um espermatozóide que se reproduz por partenogênese. As molas
completas são compostas por genoma exclusivamente paterno, ou seja, apresentam
natureza androgenética (Maestá et al, 1998).
As molas completas não possuem tecidos embrionários ou fetais
identificáveis, e as vilosidades coriônicas apresentam edema hidatiforme generalizado e
hiperplasia trofoblástica difusa (Berkowitz & Goldstein, 1998).
Estudos citogenéticos demonstraram que as molas hidatiforme completas
geralmente possuem um cariótipo 46XX e os cromossomos molares são de origem
totalmente paterna. Estas geralmente parecem originar-se de um óvulo que foi
fertilizado por um espermatozóide haplóide, que então duplica seus próprios
cromossomos. O núcleo do óvulo pode estar ausente ou inativo. Embora a maioria das
molas completas possua um padrão cromossomial 46XX, cerca de 10% possuem
cariótipo 46XY (Berkowitz & Goldstein, 1998).
2.2.2. MOLA HIDATIFORME PARCIAL (MHP)
Na mola parcial, o óvulo normal com seus cromossomos é fecundado por 2
espermatozóides determinando um cariótipo triploíde composto por 1 haplóide materno
(23X) e 2 paternos (46XX ou 46 XY). A maior parte das molas parciais apresenta
cariótipo 69 XXX ou 69 XXY, sendo a dispermia o mecanismo mais freqüente de
fertilização (Maestá et al, 1998).
Segundo Berkowitz & Goldstein (1998), as molas hidatiforme parciais são
caracterizadas pelos seguintes aspectos patológicos:
1.
Vilosidades coriônicas de tamanho variável, com edema hidatiforme focal,
cavitação e hiperplasia trofoblástica.
2.
Invaginações vilosas acentuadas
3.
Proeminentes inclusões trofoblásticas do estroma
4.
Tecidos embrionários ou fetais identificáveis.
MARQUES, Keila Moreira; MIRANDA, Julianna Caruliny de; PEREIRA, Claudio Maranhão e
SOUZA, Maiza Gomes de Melo e. Avaliação da incidência de neoplasia trofoblástica
gestacional em gestantes de Goiânia-Goiás: estudo retrospectivo e revisão da literatura. Estácio
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2.2.3 MOLA INVASORA (MI)
É a mola hidatiforme que invade o miométrio, desenvolve metástases ou
apresenta as duas complicações. Pode evoluir para formas mais graves, entretanto
podendo regredir espontaneamente (Rezende & Belfort, 2005).
2.2.4. CORIOCARCINOMA (CCA)
No coriocarcinoma gestacional, a neoplasia maligna derivada do
citotrofoblasto e do sinciciotrofoblasto, caracteriza-se pela ausência de elementos
vilositários e normalmente evolui para o óbito, gerando metástases caso a terapêutica
não for oportuna e enérgica. No entanto, o CCA pode surgir antes da gravidez levando a
um aborto espontâneo (Rezende & Belfort, 2005).
2.2.5 TUMOR TROFOBLÁSTICO DO SÍTIO PLACENTÁRIO
(PSTT)
Caracteriza-se por população celular monomórfica composta de células do
trofoblasto intermediário (TI) o qual, por sua vez, provém de células tronco do
citotrofoblasto. O processo de replicação do TI ocorre com infiltração do miométrio
criando sítio de implantação (Shin et al, 1996).
2.3. EPIDEMILOGIA
Nos Estados Unidos os casos de NTG ocorrem 1 a cada 1.500 nascimentos.
Estima-se que, no Brasil ocorra 1 caso de mola em cada 200 nascimentos. Na China, um
estudo nacional de coordenação do grupo de investigação Chorioma encontrou uma
incidência de 0,78/0,81 por cada 1.000 gravidezes (Belfort & Braga, 2003). A
incidência de gravidez molar no Japão (2,0 por 1.000 gravidezes) é aproximadamente
três vezes maior do que a incidência na Europa ou na América do Norte (0,6 a 1,1 por
1000 gravidezes). As mulheres Japonesas e Filipinas têm taxas mais elevadas do que
caucasianos e americanos (Martin, 1978; Camilo & Ponce, 2002).
Existe também uma considerável variabilidade nas taxas de incidência em
negros, embora os dados disponíveis sejam limitados. Em Rhode Island (EUA) durante
MARQUES, Keila Moreira; MIRANDA, Julianna Caruliny de; PEREIRA, Claudio Maranhão e
SOUZA, Maiza Gomes de Melo e. Avaliação da incidência de neoplasia trofoblástica
gestacional em gestantes de Goiânia-Goiás: estudo retrospectivo e revisão da literatura. Estácio
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cerca de dez anos (1956-65), a incidência de mola hidatiforme entre os negros foi mais
elevada do que para brancos, mas esta diferença não era estatisticamente significativa
(Smith & Seung, 2006).
Belfort e Viggiano (1988) analisando 596 casos de NTG seguidos no Rio de
Janeiro e 226 em Goiânia encontraram a incidência respectiva de 1:53 e 1:20 casos de
mola (parcial e completa) no total de nascimentos. A freqüência de coriocarcinoma nos
dois centros foi: Rio de Janeiro 1:514 e Goiânia 1:925 nascimentos (Smith & Seung,
2006).
2.4 MANIFESTAÇÕES CLINICAS
Os primeiros sinais e sintomas são aqueles encontrados no início de toda
gestação: suspensão da menstruação, tensão nos seios, enjôos, náuseas, vómitos. Estes
sintomas, algumas vezes, estão exacerbados. O diagnóstico da mola é firmado através
da história e dos sintomas que a pessoa sente e, também, com o auxílio de exames de
laboratório: ultra-sonografia, exame dos tecidos retirados do útero e contagem hormonal
(b-hCG). Os sinais clínicos e os sintomas da gestação molar são, muitas vezes,
característicos, levando facilmente o médico a suspeitar da presença da doença.
Entretanto, em algumas pacientes, a sintomatologia não é clara e os sinais não são bem
característicos, porém, há sempre indícios clínicos que podem levar a uma investigação
conclusiva (Belfort & Viggiano, 2007).
Os indicadores clínicos estão relacionados ao volume da mola hidatiforme,
que por sua vez depende da taxa de proliferação do trofoblasto. Entre estes indicadores
podemos citar: volume uterino grande para a idade gestacional, altos níveis de
gonadotrofinas circulantes e seus efeitos: cistos teca-luteínicos e outras complicações
como hipertiroidismo (Tiezzi, et al, 2005).
A mola é rica em informações que deverão ser sempre investigadas e
valorizadas: ausência de menstruação, seguida de hemorragia, é o sintoma presente na
quase totalidade dos casos; sangramento indolor, seguido algumas vezes da saída de
pedaços de mola (vesículas), intercalado de corrimento branco ou amarelado, de cheiro
forte, consequência da ruptura de uma ou mais vesículas. Nos cinco primeiros meses, o
sangramento pode aparecer como um tipo de "borra de café", tornando-se, em seguida,
abundante a tal ponto podendo até causar queda da pressão arterial, embora em geral, a
MARQUES, Keila Moreira; MIRANDA, Julianna Caruliny de; PEREIRA, Claudio Maranhão e
SOUZA, Maiza Gomes de Melo e. Avaliação da incidência de neoplasia trofoblástica
gestacional em gestantes de Goiânia-Goiás: estudo retrospectivo e revisão da literatura. Estácio
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hemorragia seja pouca e persistente, durante dias, semanas ou meses (Belfort &
Viggiano, 2007).
Existem vários indicativos de mola e, em 2005,
Belfort & Viggiano
descreveram estes como os principais indícios:
1.
Náuseas e vómitos incontroláveis, levando a paciente ao emagrecimento e à
desidratação.
2.
Alterações uterinas estão presentes: consistência amolecida do útero,
desproporcionalidade entre a idade gestacional e o seu volume, diminuindo de tamanho
a cada episódio de sangramento.
3.
Ausência de sinais relacionados ao feto (mola completa) como partes fetais,
movimentos fetais, batimentos do coração.
4.
Ovários aumentados de volume, sob a forma de cistos, que causam muita dor no
ventre.
5.
Estado de intoxicação do organismo: elevação da pressão arterial, pernas
inchadas e perda de proteína pela urina, na primeira metade da gravidez.
2.5 DIAGNÓSTICO
 Dosagem de gonadotrofina coriônica (hcg)
Como anormalidades trofoblástica têm papel central na fisiopatologia da
pré-eclâmpsia, tem sido encontrada produção aumentada de hcg neta condição,
acreditando-se que sua maior produção seja uma resposta benéfica a hipoxia
trofoblástica, favorecendo a invasão trofoblástica (Medeiros & Norman, 2006;
Delmanto et al,2007).
Pacientes portadoras de NTG apresentam valores de hcg que excederam o
limite superior da curva normal em 5,0 ± 3,8 semanas e o platô ou ascensão ocorreu em
7,1 ± 3,2 semanas. Portando, a curva de regressão da hcg é útil na discriminação entre
NTG pós-molar e mola hidatiforme completa (MHC) com remissão espontânea, sendo
mais precisa e precoce que a identificação com base no platô ou ascensão (Delmanto et
al,2007).
Ultra-sonografia
Permite afirmar, quase com absoluta certeza, que existe mola. O aspecto é
inconfundível: imagens claras e escuras (as vesículas cheias de líquido), o útero de
MARQUES, Keila Moreira; MIRANDA, Julianna Caruliny de; PEREIRA, Claudio Maranhão e
SOUZA, Maiza Gomes de Melo e. Avaliação da incidência de neoplasia trofoblástica
gestacional em gestantes de Goiânia-Goiás: estudo retrospectivo e revisão da literatura. Estácio
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tamanho às vezes maior do que deveria nessa idade de gestação, ausência de feto e das
batidas do seu coração, presença de ovários grandes (cistos), entre outros (Berkowitz &
Goldstein, 1998).
Dopplerfluxometria
Técnica moderna de ultra-sonografia que auxilia o seguimento da mola
invasora ou de sua forma maligna coriocarcinoma (Belfort & Viggiano, 2007).
Exame Histopatológico
O exame sistemático de todo material obtido da cavidade uterina é
indispensável, pois algumas vezes pode revelar a presença de material molar (Belfort &
Viggiano, 2007).
2.6. PATOGENIA
Numerosas causas têm sido estudadas para explicar as NTG. Informações
sobre o papel da dieta alimentar e nutricional é inconclusivo, e indissoluvelmente ligada
a outros fatores incluindo potenciais sócios econômicos e localização geográfica.
Acredita-se estar na origem desses tumores defeito gênico conseqüente a dieta
deficiente e de baixo conteúdo protéico. Outros autores defendem a tese que o que
predispõe a mola são as causas opostas às dos abortamentos espontâneos. Teria
substância no soro da gestante, capaz de evitar a invasão do meio materno para o
trofoblasto. Por fim, também postulam que alterações endócrinas desempenham papel
preponderante cabendo aos estrogênios a proteção fisiológica contra a atividade molar
(Rezende & Belfort, 2004).
A cura espontânea da lesão primária ou das metástases blastomatosas
malignas da ênfase á idéia de estarem as NTG, de alguma forma, relacionadas com a
falta de respostas de anticorpos maternos ao tecido embrionário já no coriocarcinoma o
trofoblasto pode por falta de resposta imunológica, levar a destruição do organismo
materno (Rezende & Belfort, 2004).
Baggiish & Lean (1974) submeteram 60 pacientes com mola a questionário
diante os hábitos alimentares e compararam os resultados com os de outras 60 mulheres
MARQUES, Keila Moreira; MIRANDA, Julianna Caruliny de; PEREIRA, Claudio Maranhão e
SOUZA, Maiza Gomes de Melo e. Avaliação da incidência de neoplasia trofoblástica
gestacional em gestantes de Goiânia-Goiás: estudo retrospectivo e revisão da literatura. Estácio
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sadias, concluindo que o passado daquelas é de boa qualidade e não transparece
qualquer influência imputável ao fator argüido.
Mais recentes avanços tecnológicos que possam elucidar ainda mais
variantes genéticas incluem a identificação dos genes supressores tumorais específicos
(ou seus receptores). Na Neoplasia Trofoblástica Gestacional há transformação total ou
parcial do ovo em pequenas vesículas cheias de líquido claro que se eliminam aos
poucos ou em grande quantidade, podendo estar associadas a coágulos escuros. O
sangue ao se derramar no útero se coagulado formando a mola sanguínea. A reabsorção
do plasma, pigmentos sanguíneos e líquidos ovulares conferem a massa feição de pasta
de carne e esta leva o nome de mola carnosa. A ocorrência das NTG benignas é comum
no primeiro trimestre, mas podem ser vistas em todo o transcurso da gestação. A
neoplasia trofoblástica resultante de gravidez “normal”de termo é entretanto sempre
coriocarcinoma (Smith & Seung, 2006).
2.7. TRATAMENTO
Após o diagnostico de gravidez molar, a paciente deve ser avaliada
cuidadosamente quanto à presença de complicações clinicas associadas: pré-eclâmpsia,
hipertireoidismo, desequilíbrio eletrolítico e anemia. Depois de estabilização da
condição da paciente, deve ser tomada a decisão sobre qual o método mais apropriado
de eliminação (Berkowitz & Goldstein, 1998).
Para saber qual o melhor tratamento do Tumor Trofoblástico Gestacional
(TTG), ou seja, quando a mola não cura espontaneamente, é preciso levar em conta os
seguintes fatores:
Valor inicial do hormônio (hcg)
Tempo transcorrido entre o esvaziamento uterino e o início do tratamento
Aparência microscopia dos tecidos examinados no laboratório de anatomia
patológica.
Invasão (ou não) da musculatura uterina
Presença prolongada dos cistos ovarianos e suas dimensões.
Presença de metástases à distância (Belfort & Viggiano, 2007).
O acompanhamento do tratamento devera ser realizado em centro
MARQUES, Keila Moreira; MIRANDA, Julianna Caruliny de; PEREIRA, Claudio Maranhão e
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especializado e durante período de tempo nunca inferior a 1 ano. A principio as
pacientes deverão se apresentar semanalmente, de 15/15 dias e mensalmente para que
seja avaliado o estado clínico, os níveis de hcg, e as imagens ultra-sonografias e
dopplerfluxométricas.
A cura só poderá ser atestada após 1 ano de acompanhamento e caso os
sintomas haverem desaparecidos, a saúde esteja recuperada, a menstruação regular e os
níveis de hormônio negativos. Só então poderá ser tentada nova gravidez (Madi et al
,2003).
Tratamentos mais indicados atualmente:
1. Histerectomia
Se a paciente desejar esterilização cirúrgica, pode ser realizada uma
histerectomia com a mola in situ. Os ovários podem ser preservados no momento da
cirurgia, mesmo que haja proeminentes cistos teca–luteínicos. Grandes cistos ovarianos
podem ser descomprimidos por aspiração (Berkowitz & Goldstein, 1998).
2. Curetagem por Aspiração
A curetagem por aspiração é o método preferido de evacuação,
independentemente do tamanho uterino, em pacientes que desejem preservar a
fertilidade (Belfort & Viggiano, 2007).
3. MATERIAIS E METÓDOS
Foi realizado um estudo retrospectivo de 146 pacientes com diagnóstico de
neoplasia trofoblástica gestacional, por meio da analise de seus prontuários, atendidos
na maternidade do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade
Federal de Goiás, sitoada à 1ª Avenida Q 68, s/n, setor Leste Universitário - Goiânia –
GO, sob responsabilidade do médico Dr. Mauricio Viggiano, no período de janeiro de
2003 à julho de 2008.
Foram considerados variáveis como: idade do paciente, tempo de
MARQUES, Keila Moreira; MIRANDA, Julianna Caruliny de; PEREIRA, Claudio Maranhão e
SOUZA, Maiza Gomes de Melo e. Avaliação da incidência de neoplasia trofoblástica
gestacional em gestantes de Goiânia-Goiás: estudo retrospectivo e revisão da literatura. Estácio
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amenorréia, paridade, estado civil, alterações clínicas, exames, diagnóstico e tratamento.
Quanto ao diagnóstico, a nomenclatura utilizada pelos médicos responsáveis foi de
mola hidatiforme, mola hidatiforme parcial, mola (sem outra especificação), gestação
molar, mola invasora com ou sem metástase, DTG (para doença trofoblástica
gestacional sem outra especificação) e NTG (para neoplasia trofoblástica gestacional
sem outra especificação). Os dados foram digitados em tabela do programa Excel,
Microsoft Windows XP (EUA) e analisados de forma descritiva em forma de gráficos e
tabelas.
4. RESULTADOS
Dos 146 pacientes atendidos de janeiro de 2003 à julho de 2008 com
diagnóstico de doença trofoblástica gestacional, foi observado média de idade de 23,9
anos, variando com a idade mínima de 13 anos e a máxima de 45 anos. Das 146
pacientes, 27 (18,49%) eram casadas, 26 (17,8%) eram solteiras, 1 (0,68%) era
divorciada ,1 era “amigada” (0,68%) e 91 (62,32%) não relataram seu estado civil.
Em relação à quantidade de gestação das mulheres analisadas, a quantidade
máxima de paridade foi de 8, encontrada em apenas 1 (0,73%) paciente e a mínima foi
de zero gestações, em 14 (9,58%) pacientes, sendo que a maior parte, 17 (11,64%)
pacientes, tive apenas 1 gestação, entretanto cabe ressaltar que das 146 pacientes, 90
(61,64%) não estava relatada a quantidade de paridade nos prontuários analisados.
Quanto ao diagnóstico clinico encontrado, 66 (45,0%) eram de mola
hidatiforme, 23 (15,7%) de gestação molar, 19 (13,0%) de NTG, 15 (10,27%) de mola,
13 (7,5%) de DTG, e 7 (4,79%) de mola hidatiforme parcial, conforme descrito no
Gráfico 1.
Mola invasora sem metástase, mola hidatiforme recidiva e mola hidatiforme
com metástase pulmonar e para bexiga foram encontradas em um 1 caso (0,68%) cada,
conforme observado na Tabela 1.
Em relação aos sintomas das pacientes, observamos que o sangramento foi o
sinal clinico mais importante, tendo este ocorrido em 104 pacientes (71,2%). Além do
sangramento podemos verificar que dor ocorreu em 20 pacientes (13,7%) e náuseas e
vômitos em 20 pacientes (13,7%), conforme descrito no gráfico 2.
MARQUES, Keila Moreira; MIRANDA, Julianna Caruliny de; PEREIRA, Claudio Maranhão e
SOUZA, Maiza Gomes de Melo e. Avaliação da incidência de neoplasia trofoblástica
gestacional em gestantes de Goiânia-Goiás: estudo retrospectivo e revisão da literatura. Estácio
de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL.
01, Nº 02, 79-96, Set. 2009/Dez. 2009.
91
O diagnostico foi feito baseado nas alterações clinicas, exames radiográficos
de Tórax, dosagem de ßhcg e USG, conforme o gráfico 3.
Em 100% dos casos o procedimento realizado como tratamento foi a
curetagem seguida de acompanhamento através da dosagem do hormônio gonadotrófico
(ß-hcg). Os títulos de ß-hcg foram mensurados semanalmente ou quinzenalmente, até a
normalização por três dosagens consecutivas seguidas de avaliação mensal durante seis
meses. Em apenas dois casos foi adicionado ao tratamento à quimioterapia por se tratar
de um tipo maligno.
Quando consideramos os anos de incidência das DTG, observamos um
aumento abrupto da quantidade de casos entre os anos de 2004 e 2005 e depois uma
estabilização desta incidência nos anos subseqüentes, conforme mostra o gráfico 4.
5. DISCUSSÃO
O diagnostico da mola hidatiforme vem sendo feito cada vez mais cedo,
fundamentado nas alterações clinicas e nos exames complementares como raios-X,
dosagem de ß gonadotrofina coriônica (Maestá et al, 1998). A principal evidência da
neoplasia trofoblástica gestacional é a amenorréia durante algumas semanas, logo após
se inicia o quadro de metrorragia seguido de dores abdominais, náuseas e vômitos
(Belfort & Viggiano, 2007).
Comparando o Brasil com outras regiões do mundo, este apresenta alta taxa
de incidência de DTG. Segundo Belfort & Braga (2003), enquanto nos EUA a
incidência é de 1:1.500 nascimentos, no Brasil é de 1:200 nascimentos. Neste
levantamento realizado no HC/UFG observamos cerca de 29 casos de DTG
diagnosticados em média por ano. Entretanto quando analisamos os anos estudados de
forma separada, observamos uma baixa incidência nos dois primeiros anos e um grande
aumento nos anos subseqüentes - 2003: 3 casos; 2004: 4 casos; 2005: 30 casos; 2006:
46 casos; 2007: 44 casos; 2008: 19 casos. Não foi possível determinar qualquer fator
responsável por este súbito aumento da incidência das DTG. Provavelmente houve uma
adequação do serviço do Hospital para o diagnóstico correto destas patologias o que
acarretou em um aumento no número de diagnóstico os quais antes não eram
estabelecidos. Cabe ressaltar que a diminuição da incidência no ano de 2008 deve-se ao
MARQUES, Keila Moreira; MIRANDA, Julianna Caruliny de; PEREIRA, Claudio Maranhão e
SOUZA, Maiza Gomes de Melo e. Avaliação da incidência de neoplasia trofoblástica
gestacional em gestantes de Goiânia-Goiás: estudo retrospectivo e revisão da literatura. Estácio
de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL.
01, Nº 02, 79-96, Set. 2009/Dez. 2009.
92
fato que neste ano a análise ocorre apenas durante o seu primeiro semestre.
De acordo com Belfort & Braga (2003) a predileção por idade ocorre de
forma bimodal, acometendo principalmente antes dos 15 anos ou após os 40 anos de
idade. No trabalho realizado, das 146 pacientes avaliadas observamos uma média de
idade de 23,9 anos, diferente do que é publicado na literatura mundial especializada.
Entretanto não foi possível identificar nenhum fator inerente desta pesquisa que
justifique este resultado.
Os autores são unânimes em relatar que as alterações clinicas mais comuns
são: sangramento, náuseas e vômitos (Belfort,et al, 2004). Após nossa analise
constatamos que os sinais encontrados por nós, são semelhantes aos da literatura, sendo
que sangramento foi o mais encontrado (71,2%) seguido de náuseas e vômitos (13,7%).
Segundo Sun (1992) a alta incidência da mola hidatiforme nas pacientes está
relacionado ao grande numero de gestações e à idade avançada. Foi verificado que uma
variação de zero até 8 gestações em nossas pacientes. Entretanto esta relação entre a
paridade e a NTG não foi possível de se estabelecer em nosso estudo devido à falta
desses dados na maior parte dos prontuários.
As doenças trofoblásticas gestacionais são classificadas em várias formas
clínicas distintas. Segundo Madi (2003) a mola hidatiforme parcial é a mais comum,
seguida da Mola hidatiforme completa e mola invasora. Após analise das 146 pacientes
observamos que a forma clinica mais encontrada foi a mola hidatiforme (45,2%) e a
forma mais rara mola invasora (0,68%), concordando com os dados publicados na
literatura médica.
De acordo com Coukos (1999) após o advento da ultrasonografia, o
diagnóstico precoce da mola permiti a sua eliminação imediata. No trabalho realizado
foi possível constatar que após feito o diagnóstico, a paciente era internada para o
esvaziamento (curetagem), ficando posteriormente em observação por um determinado
período, recebendo alta mediante suas condições fisiológicas.
Apesar da quantidade razoável de casos analisados durante este período, não
temos subsídios para determinar a real incidência das DTG na população de Goiânia.
Faltam órgãos capacitados para diagnóstico e principalmente registro destas patologias
não só em Goiânia como nas demais regiões do Brasil. Isto ocorre provavelmente pela
aparente raridade das DTG e também pela dificuldade de diagnóstico correto e precoce,
MARQUES, Keila Moreira; MIRANDA, Julianna Caruliny de; PEREIRA, Claudio Maranhão e
SOUZA, Maiza Gomes de Melo e. Avaliação da incidência de neoplasia trofoblástica
gestacional em gestantes de Goiânia-Goiás: estudo retrospectivo e revisão da literatura. Estácio
de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL.
01, Nº 02, 79-96, Set. 2009/Dez. 2009.
93
assim como desconhecimento das características clinicas pelos profissionais
responsáveis. Aparentemente as DTGs são raras entre as mulheres goianienses. No
entanto acreditamos que, estudos com maior casuística são necessários para comprovar
a correta incidência de DTG em Goiânia, possibilitando mais recursos e divulgação na
área da saúde para mulheres acometidas com a doença.
6. CONCLUSÃO
Apesar da incidência relativamente baixa das DTGs nas mulheres de
Goiânia atendidas na Maternidade do Hospital das Clinicas (cerca de 29,2 casos/ano)
podemos concluir que:
1. A idade de predileção está se alterando com o passar dos anos.
2. As características clinicas mais evidentes para auxiliar no diagnostico foram,
sangramento, dor, náuseas e vômitos.
3. A forma de DTG mais freqüente foi a mola hidatiforme seguido da gestação
molar.
4. Os exames laboratoriais mais solicitados foram à dosagem de ß
gonadotrofina coriônica, raios-X e ultra-sonografia.
Entretanto sugerimos que novos estudos semelhantes e com casuísticas
maiores devem ser realizados para confirmar os resultados obtidos.
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de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL.
01, Nº 02, 79-96, Set. 2009/Dez. 2009.
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LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS
Distribuição das formas clinicas menos
encontradas nas 146 pacientes
7,53%
13,01%
45,21%
4,79%
10,27%
15,75%
mola hidatiforme
Gestação Molar
Mola
Mola Parcial
NTG
Gráfico 1 – Distribuição das formas clínicas de DTG encontradas nas 146 pacientes
DTG
MARQUES, Keila Moreira; MIRANDA, Julianna Caruliny de; PEREIRA, Claudio Maranhão e
SOUZA, Maiza Gomes de Melo e. Avaliação da incidência de neoplasia trofoblástica
gestacional em gestantes de Goiânia-Goiás: estudo retrospectivo e revisão da literatura. Estácio
de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL.
01, Nº 02, 79-96, Set. 2009/Dez. 2009.
96
SINTOMAS RELATADOS PELAS PACIENTES
ATENDIDAS NO HC
71,2%
80,00
70,00
60,00
outros sintomas
50,00
sangramento
40,00
dor
nauseas e vômitos
30,00
13,7%13,7%
20,00
10,00
1,3%
0,00
Gráfico 2 – Sintomas relatados pelas pacientes atendidas no HC/UFG.
EXAMES UTILIZADOS PARA O DIANÓSTICO DA
NTG NAS 146 PACIENTES
1% 3%
21%
BHCG
USG
RX TORAX
N/I
75%
Gráfico 3- Exames utilizados para o diagnóstico da NTG nas 146 pacientes
MARQUES, Keila Moreira; MIRANDA, Julianna Caruliny de; PEREIRA, Claudio Maranhão e
SOUZA, Maiza Gomes de Melo e. Avaliação da incidência de neoplasia trofoblástica
gestacional em gestantes de Goiânia-Goiás: estudo retrospectivo e revisão da literatura. Estácio
de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL.
01, Nº 02, 79-96, Set. 2009/Dez. 2009.
50
46
45
97
44
40
35
2003
30
2004
30
2005
25
19
20
2006
2007
2008
15
10
5
3
4
0
Gráfico 4 – Incidência de DTG por ano (2003 a 2008).
Tabela 1 - Distribuição das formas clínicas menos encontradas nas 146 pacientes
Diagnostico clinico encontrado nas pacientes
Porcentagem
do HC
Mola invasora sem metástase
0,68%
Mola hidatiforme com metástase
0,68%
pulmonar e bexiga
Mola hidatiforme recidiva
0,68%
Estácio de Sá – Ciências da Saúde.
Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES - GO
VOL. 01, Nº 02, 97-112, Set. 2009/Dez. 2009
CENTRALIZAÇÃO DE ARTIGOS MÉDICO HOSPITALARES:
REVISÃO DE LITERATURA
Débora Zanoni Antunes.
Adriana Cândido de Araújo
Lélia Leal Gondim Borges
Lívia Noêmia de Morais Gomes
Núria Micheline Pereira Silva *
Resumo:
Abstract
Esta pesquisa tem por objetivo apresentar as
vantagens da centralização dos processos
realizados junto aos artigos médico hospitalares
em um único local, CME. Onde sob a
supervisão de um profissional habilitado, haja
um
melhor
planejamento
das
ações,
determinando e gerenciando o cuidado,
registrando tudo o que foi planejado e
executado, e finalmente avaliar essas ações,
permitindo assim gerar conhecimentos a partir
da prática. A pesquisa foi realizada em caráter
descritivo com analise qualitativa, por meio de
revisão bibliográfica onde foram encontrados
28 artigos dentre os quais utilizados 21. E
também demonstra a centralização como meio
de redução de acidentes ocupacionais, redução
do risco de infecção, redução de custos para a
instituição e aumento da vida útil dos mesmos.
Observando então que a CME antes relegada e
colocada em segundo plano, passa a ter papel
principal dentro do processo centralizado.
This research has for objective to present the
advantages of the centralization of the
processes carried through together to hospital
articles medical in an only place, CME. Where
under the supervision of a qualified
professional, it has one better planning of the
actions, determining and managing the care,
registering everything what it was planned and
executed, and finally to evaluate these actions,
thus allowing to generate knowledge from the
practical one. The research was carried through
in descriptive character with analyzes
qualitative, by means of bibliographical
revision where 28 articles amongst which had
been found used 21. E also demonstrates the
centralization as half of reduction of
occupational accidents, reduction of the
infection risk, reduction of costs for the
institution and increase of the useful life of the
same ones. We observe then that the CME
before relegated and placed in second plain,
starts to inside have main paper of the centered
process.
Palavras-chave:
Key- words
Centro de Material e Esterilização, C.M.E,
Esterilização, Limpeza, desinfecção, estrutura.
Center of Material and Sterilization, C.M.E,
Sterilization, Cleanness, disinfection, structure.
Enfermeira. Orientadora e professora especialista em saúde pública do curso de enfermagem da Universidade
Paulista – UNIP, 2007/2 e-mail: [email protected]
*Graduandos do curso de enfermagem da Universidade Paulista – UNIP, 2007.
[email protected], [email protected], [email protected], [email protected].
E-mail:
ANTUNES, Débora Zanoni; ARAÚJO, Adriana Cândido de; BORGES, Lélia Leal Gondim;
GOMES, Lívia Noêmia de Morais e SILVA Núria Micheline Pereira .Centralização de artigos
médico hospitalares: revisão de literatura. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da
Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL. 01, Nº 02, 97-112, Set. 2009/Dez.
2009.
99
1. INTRODUÇÃO
Devido o aumento da demanda de materiais médico hospitalares, foi
necessário centralizar as atividades do preparo em um único local onde seriam
realizados processos como: recepção de materiais contaminados, procedimentos de
descontaminação,
limpeza,
secagem,
preparo,
acondicionamento,
esterilização,
armazenamento e distribuição dos mesmos adequadamente. Todos esses processos
então começaram a ser organizados e centralizados em uma única unidade chamada
Centro de material e esterilização. 18
A centralização desse processo começou a ser implantada nos hospitais
brasileiros por volta 1950, embora essa centralização fosse apenas parcial, pois os
mesmos continuavam a ser preparados pelas próprias unidades e sua esterilização, até
então era realizado em local totalmente inadequado, como internação e por pessoal não
habilitado para desenvolver determinada tarefa. Atualmente os processos na maioria das
instituições de saúde são semi-centralizados, pois muitas vezes a limpeza e o preparo,
fases de suma importância e de uma delicada avaliação são realizadas nos setores e logo
após enviados para a CME para serem esterilizados. 18
O processamento de tais materiais de forma correta, incluindo as etapas
limpeza, empacotamento e esterilização dentro das normas exigidas, não são
indicadores para uma provável infecção. Já o processo inadequado de tais materiais
pode se tornar uma fonte de contaminação e transmissão de microorganismos
causadores de infecção, podendo levar a morte do paciente. 5
A infecção hospitalar é um grave problema no serviço de saúde. A
conscientização e o conhecimento dos vários riscos de transmissão de infecções, das
dificuldades de processamento de acordo com a natureza de cada artigo e das limitações
dos processos de desinfecção e de esterilização são de suma importância para que se
possa intervir de forma a evitar. O conhecimento e divulgação dos métodos de proteção
anti-infecciosa são relevantes, uma vez que a atuação do profissional de saúde está na
interdependência do material que está sendo usado que pode ser uma fonte de infecção,
tanto para o paciente como para o profissional na manipulação dos artigos sem os
devidos cuidados.
14
No combate a infecção hospitalar o processamento desses artigos
ANTUNES, Débora Zanoni; ARAÚJO, Adriana Cândido de; BORGES, Lélia Leal Gondim;
GOMES, Lívia Noêmia de Morais e SILVA Núria Micheline Pereira .Centralização de artigos
médico hospitalares: revisão de literatura. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da
Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL. 01, Nº 02, 97-112, Set. 2009/Dez.
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100
dentro de um padrão arquitetônico da área onde se é processado tais materiais é de suma
importância. 10
Ao contrário do que se pensa o centro de material e esterilização não é mais
considerado como parte do Centro Cirúrgico, devido as suas peculiaridades. Ele presta
serviços a todo hospital, não apenas ao Centro Cirúrgico. Os diversos serviços
realizados por ele devem ter o mesmo padrão de qualidade tanto para um setor quanto
para o outro. Por esta razão a CME centralizada é responsável pelo material de todas as
unidades do hospital, isto é, pela limpeza, preparo esterilização, guarda distribuição e
controle. Sendo um sistema efetivo, seguro e econômico, pois todos os cuidados
necessários ao material são processados em um só local com equipamentos adequados,
sob uma supervisão habilitada e por pessoal treinado. 18
O intuito desta pesquisa justifica-se a necessidade de centralizar os
processos realizados junto aos artigos médico hospitalares sob a supervisão de um
profissional habilitado, e assim planejar as ações, determinar e gerenciar o cuidado,
registrar o que foi planejado e executado e finalmente avaliar essas ações, permitindo
assim gerar conhecimentos a partir da prática.
A rotina de limpeza é a etapa mais importante do processamento de
desinfecção dos artigos médicos hospitalares porque, se não for adequada, existe a
possibilidade de que a desinfecção e a esterilização não sejam eficazes. Os
instrumentais médicos podem ser efetivamente limpos, seguindo-se procedimentos
básicos e utilizando-se materiais de fácil acesso, tais como escovas, seringas,
detergentes enzimáticos e água corrente. Tanto a limpeza manual quanto a automatizada
que tem como objetivo remover fisicamente as sujidades. Para isso a Centralização dos
Artigos médicos hospitalares promove benefícios como redução de custos para a
instituição, aumento da vida útil dos instrumentais e artigos hospitalares, centralizando
assim a manipulação destes artigos ao Centro de Materiais e Esterilização. 7
Diante da proposta de se conhecer a, tendência da centralização de artigos
médico hospitalares propomos através de uma revisão bibliográfica uma metodologia
especifica para validação dos processos realizados em artigos médico hospitalares,
demonstrando assim os benefícios como qualidade, segurança, redução de acidentes
ocupacionais, custos para a instituição e aumento da vida útil dos mesmos.
ANTUNES, Débora Zanoni; ARAÚJO, Adriana Cândido de; BORGES, Lélia Leal Gondim;
GOMES, Lívia Noêmia de Morais e SILVA Núria Micheline Pereira .Centralização de artigos
médico hospitalares: revisão de literatura. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da
Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL. 01, Nº 02, 97-112, Set. 2009/Dez.
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101
2 - METODOLOGIA
O método do trabalho em questão consiste em uma revisão bibliográfica
“desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e
artigos científicos” (Gil, 1996, p.48). 4
Os artigos foram levantados em bancos de dados como LIFEMED,
SCIELO, ANVISA, LILACS, BIREME por meio de palavras chaves “Centro de
Material e Esterilização”, “CME”, “Esterilização”, “Limpeza”, “Desinfecção” e
“Estrutura” em sites de busca como Google e Cadê e de Revistas eletrônicas e Revistas
de Enfermagem como Sobecc.
Foi realizada a coleta do material bibliográfico, onde iniciamos nossa
pesquisa exploratória e qualitativa, com a finalidade de identificar e separar os
referenciais sobre a Centralização e o seu processo no Centro de Material e
Esterilização, sem, no entanto nos preocuparmos com a sistematização das informações.
Ressaltamos a opção da organização dos conteúdos, onde optamos em apresentá-los na
seqüência em que são abordados na literatura: classificação, limpeza e desinfecção,
preparo esterilização e armazenamento destes no Centro de Material e Esterilização.
3 - REVISÕES BIBLIOGRÁFICAS
O avanço tecnológico e o desenvolvimento de técnicas e procedimentos
cirúrgicos, cada vez mais modernos, demonstraram nas últimas décadas do século XX, a
necessidade de um aprimoramento das técnicas e dos processos de limpeza, preparo
esterilização e armazenagem dos artigos hospitalares e, do pessoal capacitado para o
desenvolvimento de tais tarefas. 21
Devido o aumento do consumo de materiais, a necessidade de centralizar os
processos em uma só unidade, de forma racional onde o preparo, a guarda e a
distribuição desses materiais e a otimização no uso dos equipamentos de esterilização
que antes dispersos em unidades sem nenhuma estrutura adequada representavam um
problema para o serviço de saúde, tanto pela dificuldade de manutenção e a falta de uma
ANTUNES, Débora Zanoni; ARAÚJO, Adriana Cândido de; BORGES, Lélia Leal Gondim;
GOMES, Lívia Noêmia de Morais e SILVA Núria Micheline Pereira .Centralização de artigos
médico hospitalares: revisão de literatura. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da
Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL. 01, Nº 02, 97-112, Set. 2009/Dez.
2009.
102
adequação na esterilização, como pelo fato de estar abrigado em locais que poderiam ser
utilizados de forma adequada. Daí surgiu o CME – Centro de Material e Esterilização. 21
O CME centralizado pode ser definido como unidade de apoio técnico,
responsável pelo processamento e distribuição de artigos devidamente processados, sob
a supervisão de um enfermeiro subordinado ao serviço de enfermagem. 17
O enfermeiro de CME se difere do enfermeiro assistencial, mas isso não
quer dizer que os cuidados são reduzidos pelo contrário. O enfermeiro de CME deve
obter conhecimentos específicos de artigos e equipamentos médicos de forma a decidir
qual o melhor método para o processamento dos mesmos, garantindo assim um produto
seguro para uso. A enfermagem atual possui atividades que se diferem da assistência a
pacientes, sendo que a sua função principal passa a ser administrativa. 22
No início, quando todos os processos passaram a ser centralizados na CME,
o perfil dos funcionários enviados para desempenhar as atividades centralizadas, eram
de pessoas mais idosas com problemas de saúde ou mesmo eram enviados funcionários
que possuíam problemas de relacionamentos inter-pessoais. O que de certa forma, não
era agradável para eles, pois se fossem para optar com certeza a CME, não seria um
local de preferência desses trabalhadores e nos dias de hoje, não é diferente, podemos
observar uma ignorância quanto importância dos processos realizados pela CME. 17
Para se compreender a importância da centralização dos processos em
artigos médico hospitalares na CME, se deve ao fato do não comprometimento na
qualidade do produto final oferecido, ou seja, é necessário que tais artigos sejam
submetidos dentro de um fluxo unidirecional, onde qualquer falha implica em uma
conseqüência como a infecção. 9
Os artigos compreendem instrumentos de naturezas diversas utilizados na
assistência médica hospitalar, compreendendo materiais termo-resistentes ou termosensíveis. O método a ser adotado deve levar em conta tais característica, não se
esquecendo também de classificar os artigos segundo riscos potenciais de transmissão
de infecções para os pacientes em três categorias: Críticos, Semi-Críticos e Não
Críticos. 11
Os artigos críticos que são artigos destinados à penetração, através da pele e
mucosas, nos tecidos sub-epiteliais e no sistema vascular, tecidos estes isentos de flora
ANTUNES, Débora Zanoni; ARAÚJO, Adriana Cândido de; BORGES, Lélia Leal Gondim;
GOMES, Lívia Noêmia de Morais e SILVA Núria Micheline Pereira .Centralização de artigos
médico hospitalares: revisão de literatura. Estácio de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da
Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL. 01, Nº 02, 97-112, Set. 2009/Dez.
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microbiana própria, requerem esterilização, pois são de alto risco na transmissão de
infecção se contaminados por qualquer tipo de microorganismos. Como exemplo, temos
instrumentais cirúrgicos e outros. Já os artigos semi-críticos são artigos que entram em
contato com mucosas íntegras ou pele lesada. Estes artigos devem ser submetidos ao
processo de esterilização ou desinfecção de alto nível. Como exemplo, temos os
circuitos de terapia respiratória, endoscópios, tubos endotraqueais. E os artigos nãocríticos que são artigos destinados ao contato com a pele íntegra e também não entram
em contato invasivo junto ao paciente e requerem limpeza ou desinfecção de baixo ou
médio nível, dependo do uso a que se destinam ou do último uso realizado. 19
A limpeza desses artigos pode ser definida como procedimento de remoção
de excrementos e resíduos no intuito de obtermos limpos os artigos, reduzidos de carga
microbiana. A limpeza deve ser realizada antes dos procedimentos de desinfecção ou de
esterilização, reduzindo assim, como já dissemos, a quantidade de microorganismos
pela remoção matéria orgânica presentes nos materiais, permitindo um contato maior do
agente antimicrobiano e o artigo. 5
Na limpeza manual usual é necessário, o uso apropriado de EPI ao
responsável na realização do processo e o cuidado ao processá-los também. Alguns
recursos auxiliam na limpeza de detritos, como os detergentes enzimáticos que é a
associação da enzima ao detergente facilitando a remoção de sujidades de locais
estreitos e inacessíveis. Eles oferecem bons resultados na limpeza de artigos e
conseqüentemente reduz o risco de acidente ocupacional. 5,7
Já os desincrostantes, detergentes para limpeza de artigos, por imersão.
Possui uma eficiência de limpeza inferior à ação dos produtos enzimáticos, ele é
indicado para uso em artigos com pouca matéria orgânica, devido ao baixo custo
relativo. Nunca realizar misturas de tais produtos, pois altera e reduz a sua ação, além de
aumentar o risco de acidentes. 19
A limpeza automatizada realizada pelas lavadoras mecânicas de vários
modelos e recursos, opera em parâmetros variáveis de temperatura e tempo. As
lavadoras funcionam com o auxílio de detergentes enzimáticos. A limpeza automatizada
reduz a exposição dos profissionais aos riscos ocupacionais. 7
ANTUNES, Débora Zanoni; ARAÚJO, Adriana Cândido de; BORGES, Lélia Leal Gondim;
GOMES, Lívia Noêmia de Morais e SILVA Núria Micheline Pereira .Centralização de artigos
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É importante observar, no processo que de lavagem automatizada, todos os
instrumentos devem ser previamente enxaguados, para a retirada de detritos, antes de
serem colocados no equipamento, uma vez que houver presença de grandes quantidades
de resíduos, absorve a energia sonora emitida pela máquina, tirando a efetividade do
processo. 7
Mas o uso dos detergentes enzimáticos, não deve ser dispensados a ação
mecânica da limpeza, seja ela manual, seja ela automatizada, por meio de escovação ou
das máquinas lavadoras e/ou ultra-sônicas, sobretudo nas regiões críticas dos objetos,
como articulações, ranhaduras e lumens. Os detergentes enzimáticos reduzem a
necessidade de escovação, porém não a substituem. 5
O acidente ocupacional pode ocorrer do contato do profissional com sangue
ou qualquer material biológico, que coloque em risco a sua saúde. A perfuração com
artigos perfuro-cortantes contaminados, respingos ou espirros nas mucosas oral, nasal e
ocular ou mesmo o contanto com a pele lesionada são exemplos de exposição do
trabalhador a esses riscos. Oferecem riscos mentais e físicos ao trabalhador, por isso é
importante ressaltar a necessidade do uso de EPI’s.15.
O destaque nesse serviço centralizado é o trabalho em equipe atuando com
qualidade em todas as etapas do trabalho, pois é uma atividade delicada e repetitiva, que
requer muita atenção dos responsáveis por realizá-las. 2
A desinfecção dos artigos médico hospitalares é de grande importância
dentro dos processos realizados pela CME. Ela é responsável pela destruição de
bactérias e esporos patogênicos ou não, na forma vegetativa e presentes em superfícies
inertes, mediante aplicação de agentes químicos e físicos chamados de desinfetantes ou
germicidas. Esse processo é dividido em três níveis: alto nível, nível intermediário e
baixo nível. 8
A desinfecção de alto nível destrói os microorganismos existentes nos
artigos exceto os esporos bacterianos. As soluções mais utilizadas para obter tal
desinfecção são o glutaraldeído e ácido peracético, além do processo de pasteurização.
Como eles normalmente são reutilizados, devem ser testados, com testes que avaliam o
seu pH para garantir a sua eficácia dentro do prazo e da concentração recomendados. 19
ANTUNES, Débora Zanoni; ARAÚJO, Adriana Cândido de; BORGES, Lélia Leal Gondim;
GOMES, Lívia Noêmia de Morais e SILVA Núria Micheline Pereira .Centralização de artigos
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Na desinfecção de nível intermediário tem ação virucida, bactericida para
formas vegetativas, inclusive contra o bacilo da tuberculose, mas não tem ação ativa
junto aos esporos. As soluções mais utilizadas são cloro, iodóforos, fenólicos e álcoois.
Enquanto a de baixo nível é capaz de eliminar todas as bactérias na forma vegetativa,
porém não tem ação contra esporos, vírus não lípidicos, nem contra o bacilo da
tuberculose. Sua ação contra fungos é relativa. A solução mais utilizada para realizar
este nível de desinfecção é o quaternário de amônia. 19
A etapa da secagem que antecede o processo de desinfecção, muitas vezes é
esquecida e realizada de forma inadequada ou não realizada. É nesse processo que
conseguimos constatar danos no material e prover a sua manutenção antes de
reprocessá-lo. 9
O métodos de desinfecção se dividem em desinfecção pelo processo físico
que compreende a exposição a agentes físicos como temperatura, pressão e radiação
eletromagnética, calor úmido, ou, preferencialmente, utlizando-se sistemas mecânicos
automáticos, com pressão de jatos d´água à temperatura entre 60ºC e 90ºC durante 15
minutos, a exemplo das máquinas lavadoras, esterilizadoras, de alta pressão, termo
desinfetadoras e similares. E a desinfecção por processo químico que compreende a
utilização de produtos químicos, como: Aldeídos (formaldeído e Glutaraldeído),
Fenólicos (fenol sintético), Quaternário de amônio, Compostos orgânicos liberadores de
cloro ativo, Composto inorgânicos liberadores de cloro ativo (hipoclorito de sódio),
Álcoois e Peróxidos. 19
O embalo dos materiais submetidos à desinfecção é uma etapa importante,
pois muitas vezes ele é envolvido de forma inadequada, possibilitando sua
recontaminação.
9
O consumo desses artigos submetidos a desinfecção tem que ser
imediato pois o mesmo não pode ser estocado.19
A esterilização é o processo no qual os microorganismos são mortos a tal
ponto que não detecte por meio de cultura a presença de microorganismos. 11
Dentro dos métodos físicos a esterilização em esterilização por vapor
saturado sob pressão. Os tipos de autoclave são: Gravitacional e Pré-Vácuo e seus
parâmetros do processo é a avaliação do vapor, temperatura e pressão e o tempo. Já a
esterilização ciclo flash, uma esterilização rápida, consiste na esterilização do material
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por meio do vapor saturado sob pressão, em um equipamento ajustado para efetuar o
processo em tempo reduzido diante de situações de urgências, seus parâmetros são
semelhantes a Gravitacional e Pré-Vácuo. 19
A esterilização química é indicada aos artigos termossensíveis. Dentre
dos métodos químicos, temos a esterilização por vapor de baixa temperatura e
formaldeído gasoso, processo realizado em autoclaves, por meio da combinação de
solução de formaldeído na presença de vapor saturado, com temperatura entre 50 e
78ºC. O formaldeído esta sendo abolido do uso das instituições e em substituição
entram acido peracético, glutaraldeído e a esterilização por óxido de etileno. 6,19
Já a esterilização por óxido de etileno, é a mais usada e indicada em
substituição das pastilhas de formaldeído, nela se utiliza o gás oxido de etileno, sendo
realizado em autoclave à temperatura entre 50ºC e 60ºC. Na esterilização por plasma de
peróxido de hidrogênio que é realizado por meio de autoclave própria (Sterrad) que gera
plasma por meio do substrato de peróxido de hidrogênio bombardeado por ondas de
radiofreqüência. O glutaraldeído é usado na esterilização de artigos termossenssíveis,
onde o material é submergido na solução e deixado por um período de 8 horas para
obtermos uma esterilização química. 1 Dentre os processos de desinfecção pastilhas de
para-formaldeído, ácido peracético e a mais utilizada por glutaraldeído.6,19
O preparo e empacotamento são definidos com a preparação do artigo de
acordo a sua classificação e embalado em invólucro compatível com o processo e com o
próprio artigo. Oferecendo um artigo em boas condições de funcionalidade e com
proteção adequada, com principal atenção ao preparo dos artigos a serem esterilizados
para favorecer a transferência asséptica, sem risco de contaminação. Os invólucros mais
utilizados são: Tecido de Algodão, Papel Grau Cirúrgico, Papel Kraft, Filmes, Tyvek
Papel Crepado, Caixas metálicas. O papel Kraft atualmente já não esta sendo utilizado
por muitas instituições devido a sua baixa qualidade como invólucro. 19
Os aspectos a serem observados nos métodos de embalagem, são a
integridade da embalagem em armazenamento, a selagem a prova de violação, ser livre
de corantes, não liberar partículas, ser barreira microbiana, compatível ao material e ser
de custo reduzido. 11
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O controle do processo de esterilização é uma etapa de validação dos
processos, onde o uso de testes biológicos, químicos e físicos, vão confirmar a
letalidade do ciclo. Ele se divide em controles químicos que são: Classe I Indicadores de
processo – um sistema químico aplicado a um substrato (tiras de papel) ou impresso na
embalagem, que muda de coloração ou estado físico. Deve-se utilizar em todos os
pacotes. E os da Classe IV Indicadores Multiparamétricos, constituído por um tira
adesiva plástica de Tyvek, impregnado com tinta especial que muda de coloração
quando exposta às condições essenciais ao processo de esterilização.
19
Temos também
o controle biológico que são sistemas que detectam atividade biológica, permitindo a
validação de processos de desinfecção ou descontaminação, é determinado por meio de
cultura de indicadores biológicos e teste de esterilidade nos produtos. É utilizado para o
controle da eficácia do processo de esterilização. 13
A área de estocagem deve facilitar a localização do item e manter a
integridade da esterilização e do conteúdo. Tem que ser em um ambiente limpo, seco e
livre de pó. Um local de circulação restrita, janela fechadas para evitar a circulação de
ar e com um controle de temperatura e umidade rigoroso de maneira a oferecer
melhores condições de manutenção e esterilidade desses materiais. Deve conter carro
específico para transporte de material estéril, mesa, escada, armários, prateleiras e
cestos aramados para facilitar sua identificação e armazenamento. A verificação do
estoque deve ser realizada diariamente, desde da integridade da embalagem a validade
do material esterilizado. 18
Em alguns serviços de saúde, essa centralização é colocada em segundo
plano, não reconhecendo as vantagens oferecidas tanto no ponto de vista econômico,
quanto administrativo e assistencial. A centralização desses processos torna a unidade
centralizada independente e autônoma quanto à realização desses processos, ou seja, os
processos de limpeza, preparo, esterilização, desinfecção, armazenamento e outros, são
realizados somente na CME, garantindo assim um processo padrão controlado e uma
qualidade superior do produto final. 5,12
A aquisição de novas tecnologias pelo Centro de Material e esterilização é
de grande importância, mas se torna arriscado se as mesmas não forem utilizadas por
uma equipe treinada que conheça o funcionamento de todo o processo.
5,20
Novos
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processos tecnológicos vêm sendo desenvolvidos nos últimos tempos no intuito de uma
transformação. A gerência desses processos é de responsabilidade do enfermeiro, mas
muitas vezes, ele não consegue gerenciar adequadamente devido a pouca importância
dada pela administração da instituição que pouco investe nessa centralização e não
consegue visualizar os benefícios por ela oferecidos. 3
E de conhecimento de muitos que a qualidade do artigo processado, esta
ligado ao responsável por processá-lo, não nos esquecendo da organização de serviços
de atendimento aos clientes.
14
Nesse caso o enfermeiro é um educador, pois se torna
responsável pela administração, pelo ensino e pesquisa. Ele deve conhecer a fundo o
funcionamento dos processos e equipamentos para transmitir a sua equipe de forma que
a mesma, realizem as atividades com êxito. 15
A qualidade do material preparado pelo CME e fornecido aos setores em
geral, tem como foco a satisfação do cliente, embora também esteja relacionada ao tipo
de serviço prestado e a satisfação da equipe multi-profissional. Temos que ressaltar
fatores importantes como recursos humanos, materiais, condições dos equipamentos,
estrutura física, educação e planejamentos que influenciam positivamente para uma
qualidade do produto. 16
A centralização da limpeza dos artigos médico hospitalares como todos os
outros processos deve ser vista como foco de economia. Pois se esses processos tiverem
descentralizados, com certeza teremos um custo desnecessário com profissionais, para
realizar essa atividade setorial e também gastos com o mau uso dos produtos, materiais
e equipamentos, além dos riscos de falha nos processos o que pode acarretar em
infecções, e infecções para a unidade hospitalar implica em prejuízos, porque nos dias
de hoje ao se comprovar uma infecção hospitalar, a unidade é obrigada a tratar o doente
até que o mesmo se restabeleça. 5
O uso de mão de obra inabilitada gera prejuízos não apenas ao doente, mas
também financeiro a unidade, pois na busca de alternativas que atingem um menor custo
nessa assistência, acabam onerando cada vez mais os serviços que são realizados
inadequadamente levando ao desperdício. 22
Observamos também certa resistência por parte de outros profissionais de
unidades de saúde, em unificar a sua CME com a da Enfermagem. Mas o intuito é a
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centralização, atualmente a maioria dos hospitais e instituições de saúde trabalham com
CME semi-centralizadas. A centralização das mesmas seria muito importante na
qualidade desse produto final, sem contar vantagens como melhor controle quantitativo
de materiais e instrumentais, maior segurança nos procedimentos de desinfecção e
esterilização, uma segurança maior ocupacional. 11,12
4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dos 28 artigos encontrados, 6 foram excluídos por não se encaixarem no
critério de inclusão. Podemos ver na tabela 1 que dos 21 artigos, 15 (68,2%) foram
encontrados em revistas eletrônicas e 7 (31,8%) em literaturas como revistas de
enfermagem, manuais e outros. Por sua vez a tabela 2 e 3 nos permite conhecer a
divisão desses artigos de acordo com as revistas eletrônicas e literaturas pesquisadas.
Podemos observar a predominância de artigos encontrados na Revista Esc. Enfermagem
da USP onde foram usados 5 (33,35%) e também a predominância do uso de
informações fornecidas pela Revista Sobecc que foram 2 (28,6%).
Tabela 1 - Caracterização do tipo de pesquisas encontradas
F.A
F.R%
Revistas eletrônicas
15
68,2
Literaturas
7
31,8
Total
22
100%
Tabela 2 – Distribuição dos artigos eletrônicos encontrados
F.A
F.R%
Anvisa
1
6,66
Bireme
2
13,35
Cogitare
1
6,66
Lifemed
1
6,66
Rev. Elet. Enferm. UFG
1
6,66
Rev. Latino Americana
3
20
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Rev.Esc. Enferm. USP
5
33,35
Scielo
1
6,66
Total
15
100%
F.A
F.R%
Como elaborar projetos (Gil,
1996)
1
14,28
Guia Elaborado por
enfermeiros
1
14,28
Infecções Hospitalar e suas
inferfaces na área da saúde
1
14,28
Práticas Recomendadas
Sobecc
1
14,28
Revista Sobecc
2
28,6
Senac
1
14,28
Total
7
100%
110
Tabela 3 – Distribuição de literaturas encontradas
A tabela 4 nos apresenta a quantidade de descritores encontrados nos 22
artigos e mostra que o tema “Centralização”, foco de nossa pesquisa foi pouco
abordado, sendo encontrado apenas 1 (4,54%) artigo que aborde sobre o tema, mas ao
contrário o descritor CME se destacou ao expor 8 (36,4%) artigos que abordaram sobre
o tema de forma indireta, pois abordava as vantagens da CME, mas não expunha o
nosso objetivo.
Tabela 4 - Distribuição dos descritores usados e encontrados
F.A
F.R%
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Centralização
1
4,54
CME
8
36,4
Esterilização
2
9,1
Estrutura
1
4,54
Indicador Biológico
1
4,54
Infecção
1
4,54
Limpeza e desinfecção
5
22,72
Metodologia
1
4,54
Qualidade Equipe CME
1
4,54
Risco Ocupacional
1
4,54
Total
22
100%
111
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao revisarmos as literaturas, pudemos observar dentro das 22 (100%)
artigos encontrados, a predominância dos artigos pesquisados em revistas eletrônicas de
Enfermagem 15 (68,2%) e outras literaturas que correspondem a 7 (31,8%).
Observamos também uma grande carência de literaturas que abordam o tema
propriamente dito “Centralização” sendo apenas 1 (4,54%) dentro dos descritores
encontrados que aborda diretamente ao tema. Mas em contrapartida o tema CME
prevaleceu sendo abordado em 8 (36,4%) artigos. Conhecemos através dessa pesquisa,
as vantagens desses processos em uma só unidade, pois ao centralizarmos estas
atividades teremos uma rastreabilidade de todos os processos e assim uma qualidade
maior, garantindo uma segurança no uso desses artigos, e um produto final eficiente
além da redução de acidentes ocupacionais, da redução do risco de infecção, redução de
custos para a instituição e aumento da vida útil dos mesmos.
Concluímos então, que a CME Centralizada antes deixada de lado e
colocada em segundo plano pelas instituições, começa a ser vista como a parte
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fundamental de uma instituição de saúde, pois o controle efetivo e supervisionado
realizado por ela, garante inúmeros benefícios tanto financeiros, quanto ocupacionais.
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Estácio de Sá – Ciências da Saúde.
Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES - GO
VOL. 01, Nº 02, 113-115 Set. 2009/Dez. 2009
A IMPORTÂNCIA DO AUTO-EXAME DAS MAMAS NA PREVENÇÃO DO
CÂNCER DE MAMA
Edcassia Rodrigues de Morais Cardoso
Cleidiane Gonçalves Pires *
Gilson G. de Souza **
INTRODUÇÃO
O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres; sua incidência
maior é na faixa etária entre 25 a 50 anos. Representa, em média, 15% das mortes por
câncer. Inicialmente apresenta um nódulo palpável, de consistência endurecida, quase
sempre indolor e fixo. Para combater essa doença, o Ministério da Saúde recomenda o
auto-exame das mamas como um instrumento básico para se reduzir a incidência de
câncer de mama. Ele é preconizado como forma de rastreamento da mama, objetivando
um diagnóstico precoce e, consequentemente, um decréscimo na mortalidade da
população feminina.
OBJETIVO
Demonstrar a importância do auto-exame das mamas na prevenção e
controle do câncer de mama, ajudando a reduzir a mortalidade e as repercussões físicas,
psíquicas e sociais dessa neoplasia na mulher; além do que, a detecção do câncer em
estágios iniciais, permite maiores perspectivas de tratamento e reabilitação.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo bibliográfico baseado em literaturas da área da saúde,
como
também
em
artigos
científicos
que
abordam
a
problemática.
Professora e coordenadora do curso de enfermagem da Estácio de Sá Goiás.
*Acadêmica do Curso de Enfermagem, da Faculdade Estácio de Sá – Campus Goiânia.
**Acadêmico do Curso de Enfermagem, da Faculdade Estácio de Sá – Campus Goiânia. e-mail para
contato: [email protected]
CARDOSO, Edcassia R. de M; SOUZA, Gilson G. de. e PIRES, Cleidiane Gonçalves . A
importância do auto-exame das mamas na prevenção do câncer de mama. Estácio de Sá –
Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL. 01,
Nº 02, 113- 115, Set. 2009/Dez. 2009.
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RESULTADOS
O auto-exame das mamas deve ser realizado uma vez em cada mês, sendo o
período posterior ao da menstruação ou de melhor escolha. O hábito da mulher de
examinar suas próprias mamas favorece o conhecimento melhor de seu próprio corpo,
bem como a identificação de alterações existentes. As mulheres praticantes do autoexame das mamas tendem a ter diagnóstico de tumores primários menores e com menor
número de linfonodos axilares comprometidos, quando comparadas com as que não o
praticam. Estudos realizados por Batista e colaboradores (2005) demonstram que apenas
que apenas 25 a 35% das mulheres fazem o auto-exame das mamas de forma correta,
adequada e regular, em cada mês; o restante enquadra em uma situação de realização de
forma incorreta em períodos aleatórios, outras, nem fazem esse procedimento tão
importante na prevenção de câncer de mama (Ver quadro I). As mulheres amenorréicas
também não estão isentas da necessidade de realizar tal procedimento, devendo fazer
uma vez por mês, porém no mesmo dia, o qual deve ser estabelecido pela mulher. Ter
conhecimento sobre a importância de se realizar o auto-exame das mamas faz com que a
mulher tenha mais disponibilidade para executá-lo, valorizando a prevenção do câncer.
Mas, faz-se necessário que os profissionais de saúde orientem essa clientela quanto à
importância do exame clínico da mamas, de rotina, aquele que o profissional da área da
saúde (o médico ou enfermeiro) faz durante a consulta para a coleta de material para
exame citopatológico do colo do útero (Papanicolaou) na unidade básica de saúde, o
qual deve ser realizado anualmente.
Quadro I – Discursos de mulheres, que não realizam o auto-exame das mamas ou realizam de forma
incorreta, ao serem questionadas se têm habito de examinar as mamas em casa:
1. De vez em quando, eu faço em casa;
2. É difícil fazer porque cansa;
3 . Eu examino, mas acho que não faço certo;
4. Não, nunca fiz esse exame não;
5. Eu nunca fiz isso, mas estou precisando fazer porque estou sentido muitas dores.
Fonte: Batista e colaboradores (2005)
CARDOSO, Edcassia R. de M; SOUZA, Gilson G. de. e PIRES, Cleidiane Gonçalves . A
importância do auto-exame das mamas na prevenção do câncer de mama. Estácio de Sá –
Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO - VOL. 01,
Nº 02, 113- 115, Set. 2009/Dez. 2009.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para uma realização correta do auto-exame das mamas, é necessário que as
mulheres sejam orientadas por profissionais de saúde habilitados para esse fim. Vale
ressaltar que a repetição sistemática do auto-exame das mamas levará ao conhecimento
das próprias mamas, facilitando, assim, a percepção de qualquer alteração das mesmas.
Esse exame é de fundamental importância para a diminuição de casos de câncer de
mama e conseqüentemente, da taxa de mortalidade, pois, na detecção precoce dessa
neoplasia maligna, é possível obter a cura. Isso desperta nos enfermeiros uma reflexão
quanto à prevenção e controle do câncer de mama, tanto através de consulta de
enfermagem abordando o exame clínico das mamas e orientando o auto-exame das
mamas, quanto através de palestras e reuniões.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BATISTA, Patricia Serpa de Souza. Auto-exame das mamas: vivência de mulheres atendidas
em uma Unidade Básica de Saúde. Revista Nursing.Dez. 2005.
FREITAS JÚNIOR; Ruffo et al. Conhecimento e prática do auto-exame de mama. Revista
Associação Médica Brasileira. Out 2006.
Resumo de Tese
ISSN: 1984 - 2848
ESTÁCIO DE SÁ
CIÊNCIAS DA SAÚDE
ISSN: 1984 - 2848
ESTÁCIO DE SÁ
CIÊNCIAS DA SAÚDE
Estácio de Sá – Ciências da Saúde.
Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES - GO
VOL. 01, Nº 02, 117-120, Set. 2009/Dez. 2009
ESTUDO DOS PROTOZOÁRIOS INTESTINAIS OPORTUNISTAS POR MEIO
DA REAÇÃO DE POLIMERASE EM CADEIA (PCR), EM GOIÂNIA-GO,
BRASIL (1999-2007)
Edson Sidião de Souza Júnior
Os Coccídios do gênero Cryptosporidium, Cyclospora (Filo Apicomplexa) e
os Microsporídios (Filo Microspora) são responsáveis por quadros clínicos com
expressivos índices de morbimortalidade, sobretudo em pacientes que apresentam
comprometimento do Sistema Imunológico. A ocorrência desses agentes tem sido
subestimada em nosso meio, seja pelo desconhecimento por parte dos profissionais da
saúde ou por existirem poucos laboratórios qualificados para sua identificação. O
reconhecimento da espécie desses protozoários que está causando a infecção é
fundamental para guiar a terapêutica a ser adotada e para a definição do prognóstico do
indivíduo infectado. Este reconhecimento só é possível por meio da microscopia
eletrônica e de técnicas biomoleculares, destacando-se a técnica da Reação da
Polimerase em Cadeia (PCR). Considerando a importância da água na veiculação desses
agentes, o monitoramento ambiental, realizado com técnicas viáveis e eficientes, como
as supracitadas, é de extrema importância epidemiológica. O presente trabalho faz parte
de um estudo longitudinal, desenvolvido no IPTSP/UFG, sobre o perfil clínico,
epidemiológico e laboratorial desses agentes. Visa, especificamente, descrever a
padronização e a utilização da PCR no diagnóstico laboratorial das enteroparasitoses
oportunistas em amostras clínicas humanas e como instrumento de monitoramento de
águas de consumo humano, no município de Goiânia-GO. Além disso, contém uma
revisão sistemática da literatura que trata da utilização deste instrumento para identificar
Resumo de tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical do Instituto de
Patologia Tropical e Saúde Publica da Universidade Federal de Goiás (IPTSP/UFG), sob orientação do
Prof. Marco Túlio Antonio García-Zapata, para obtenção do título de Doutor em Medicina Tropical na
área de concentração de Parasitologia, em Goiânia-GO, 2008.
Endereço para correspondência: Rua Delenda Rezende de Melo, esq. com 1ª Avenida, Setor
Universitário. Caixa Postal 131, CEP 74605-050, Goiânia, GO. E-mail: [email protected];
[email protected]
SOUZA JÚNIOR, Edson Sidião De. Estudo dos protozoários intestinais oportunistas por
meio da reação de polimerase em cadeia (pcr), em Goiânia-Go, Brasil (1999-2007). Estácio
de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO VOL. 01, Nº 02, 117-120, Set. 2009/Dez. 2009.
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esses parasitos em populações com déficit imunitário e imunocompetentes. O estudo foi
realizado entre outubro de 1999 e dezembro de 2007. No total foram avaliados 994
pacientes: 664 com diarreia e/ou com algum tipo de imunossupressão e/ou
imunodepressão, procedentes dos hospitais-escola da UFG e de unidades referenciais
em assistência à saúde no estado de Goiás; 330 indivíduos da comunidade, selecionados
aleatoriamente, aparentemente imunocompetentes, provenientes de unidades de saúde
de referência (amostra única). Todas as amostras (2.526 amostras de fezes) foram
submetidas às técnicas de Hoffman-Pons-Janner, Rugai, e colorações específicas para o
diagnóstico de Coccídios (Kinyoun a quente) e Microsporídios intestinais (HotChromotrope-Kokoskin), incluindo concentração coprológica prévia pela técnica de
formalina-acetato de etila. Os achados laboratoriais genéricos de infecção por esses
agentes, num total de 45 amostras, foram confirmados pela técnica de PCR. A
confirmação e a identificação da espécie por esta técnica indicaram a presença de
Encephalitozoon
intestinalis,
Enterocytozoon
bieneusi,
Cryptosporidium
parvum/hominis e Cyclospora cayetanensis nas amostras clínicas analisadas. A
padronização da técnica de PCR para amostras ambientais (água) foi feita com base em
um levantamento realizado nos rios e lagos do município de Goiânia. Dentro desse
quantitativo, foram identificados oocistos de Cryptosporidium parvum/hominis, o que
demonstrou a viabilidade da PCR para análises ambientais que busquem a presença de
enteroparasitos oportunistas na água. Por um lado, os achados revelam que esses
agentes estão presentes em nosso meio e podem causar infecções isoladas ou associadas
entre eles ou com outros agentes infecto-parasitários, constituindo-se num risco para as
populações de pacientes imunossuprimidos. Por outro, sugerem a necessidade de que,
em nosso estado, sejam implantadas técnicas diagnósticas mais aprimoradas para a
definição dos aspectos clínicos e epidemiológicos das parasitoses intestinais
oportunistas humanas.
Study of intestinal protozoan through the opportunity of polymerase
chain reaction (pcr), in Goiânia-GO, Brazil (1999-2007).
The coccidia of the genus Cryptosporidium, Cyclospora (Phylum
Apicomplexa) and Microsporidia (Filo Microspora) are responsible for clinical with
SOUZA JÚNIOR, Edson Sidião De. Estudo dos protozoários intestinais oportunistas por
meio da reação de polimerase em cadeia (pcr), em Goiânia-Go, Brasil (1999-2007). Estácio
de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO VOL. 01, Nº 02, 117-120, Set. 2009/Dez. 2009.
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significant rates of morbidity and mortality, especially in patients with compromised
immune system. The occurrence of these agents has been underestimated in our country,
either by ignorance on the part of health professionals or because there are few qualified
laboratories for identification. Recognition of species of protozoa that is causing the
infection is essential to guide the therapy to be adopted and for defining the prognosis of
the infected. This recognition is only possible by means of electron microscopy and
molecular techniques, especially the technique of polymerase chain reaction (PCR).
Considering the importance of water in the transmission of these agents, the
environmental monitoring, conducted with technical viable and efficient, as above, is of
utmost epidemiological importance. This work is part of a longitudinal study, developed
in IPTSP / UFG, the clinical profile, these epidemiological and laboratory staff. Search,
specifically describe the standardization and use of PCR in laboratory diagnosis of
intestinal opportunistic in human clinical samples and as a tool for monitoring water
consumption in the municipality of Goiânia-GO. It also contains a systematic review of
literature that deals with the use of this tool to identify these parasites in populations
with immunocompetent and immunocompromised hosts. The study was conducted
between October 1999 and December 2007. In total 994 patients were evaluated: 664
with diarrhea and / or with some type of immunosuppression and / or with compromised
immune, from the hospitals, schools and units of UFG benchmarks in health care in the
state of Goiás, 330 individuals from the community, randomly selected apparently
immunocompetent, from the health units of reference (one sample). All samples (2,526
samples of feces) were the techniques of Hoffman-Pons-Jann, Rugai and specific
staining for the diagnosis of coccidia (hot Kinyoun) and intestinal Microsporidia (HotChromotrope Kokoskin), including stool concentration prior the technique of formalinethyl acetate. The laboratory findings of infection by these generic agents, a total of 45
samples were confirmed by PCR technique. Confirmation and identification of the
species
by
this
technique
indicated
the
presence
of
Encephalitozoon
intestinalis,Enterocytozoon bieneusi,Cryptosporidium parvum /hominis and Cyclospora
cayetanensis in clinical samples analyzed. The standardization of the PCR technique in
environmental samples (water) was based on a survey carried out in rivers and lakes in
the municipality of Goiânia. Within this amount, were identified oocysts of
Cryptosporidium parvum/hominis, which demonstrated the feasibility of PCR for
environmental analysis that seek the presence of opportunistic intestinal parasites in the
SOUZA JÚNIOR, Edson Sidião De. Estudo dos protozoários intestinais oportunistas por
meio da reação de polimerase em cadeia (pcr), em Goiânia-Go, Brasil (1999-2007). Estácio
de Sá – Ciências da Saúde. Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES – GO VOL. 01, Nº 02, 117-120, Set. 2009/Dez. 2009.
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water. First, the findings show that these agents are present in our environment and can
cause infections alone or associated among themselves or with other infectious and
parasitic, becoming a risk to the population of immunocompromised patients. On the
other, suggest the need for that in our state, are established diagnostic techniques for the
more refined definition of clinical and epidemiological aspects of intestinal parasitic
opportunistic human.
Estácio de Sá – Ciências da Saúde.
Rev. da Faculdade Estácio de Sá. Goiânia SESES - GO
VOL. 01, Nº 02, 121, Set. 2009/Dez. 2009
A IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE DOS ESTUDOS ESTUDOS CLÍNICOS
RANDOMIZADOS E A PADRONIZAÇÃO "CONSORT"
Camargo-Campos, A.C.
Os ensaios clínicos randomizados (ECR) são considerados “padrão-ouro”
para a avaliação de tratamentos e servem como referência para a tomada de decisão por
médicos e profissionais da saúde. Estes ensaios estão sujeitos a potenciais erros de
interpretação devido à inconsistência na padronização do estudo. O objetivo desta
revisão foi avaliar os principais estudos nesta área e apresentados informações sobre as
particularidades dos ensaios randomizados. Para isso, foi utilizado uma metodologia de
busca baseada nos bancos de dados do PubMed (http://www.pubmed.gov) para a
recuperação de artigos originais e revisões sobre o tema apresentado. Para entender os
resultados dos ECRs, o leitor precisa conhecer seu desenho, modo de condução, análise
e interpretação. Tais critérios só são alcançados se houver transparência completa dos
autores sobre o trabalho. Para melhorar a qualidade do relato dos ECRs, investigadores
e editores criaram as recomendações conhecidas como "CONSORT" (Consolidated
Standards of Reporting Trials), que se traduzem pelo emprego de uma lista de checagem
(check list) e de um fluxograma que foi publicada em diversas línguas e tem sofrido
modificações que continuamente aperfeiçoam seu uso. O relato de um ECR deve
conduzir o leitor, de forma transparente, a tomar amplo conhecimento dos motivos que
o levaram a ser feito e de como foi conduzido. Assim, as recomendações do CONSORT
destinam-se a aperfeiçoar o relato de qualquer ECR, levando o leitor a compreender
melhor a sua condução e, conseqüentemente, a validade e aplicabilidade de suas
conclusões, além de estabelecer medidas que visem o aperfeiçoamento da qualidade da
publicação final através de resultados padronizados.
Palavras-chave:
Randomização, Ensaios clínicos, Resultados padronizados.
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