VIABILIDADE MIOCARDICA

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VIABILIDADE MIOCÁRDICA: O PAPEL DA MEDICINA NUCLEAR
Texto escrito pelos médicos do corpo clínico do CEMEN
O Estudo de Viabilidade Miocárdica tem se mostrado especialmente útil em pacientes com doença
arterial coronariana (DAC) e disfunção ventricular esquerda severa, uma vez que a conduta a ser tomada,
revascularização/angioplastia (com ou sem stent) ou tratamento clínico, é diretamente influenciada pela
presença ou não de tecido viável. O termo miocárdio viável refere-se ao tecido com função deprimida, mas
que poderá ser recuperada após o restabelecimento do fluxo sangüíneo e engloba diferentes subtipos de
tecido: miocárdio hibernante e miocárdio atordoado. O miocárdio hibernante resulta de uma isquemia
crônica e persistente que, para se adaptar, diminui o consumo de oxigênio acarretando disfunção
ventricular. O atordoado ocorre após um episódio agudo e breve de isquemia severa, gerando mudanças
ultra-estruturais e bioquímicas com conseqüente disfunção ventricular. A revascularização coronariana em
pacientes com miocárdio viável tem melhorado a motilidade das paredes do ventrículo esquerdo, a fração
de ejeção, a classe funcional e o prognóstico. O grande desafio é determinar quais pacientes terão
benefícios na intervenção, daí a importância do Estudo de Viabilidade Miocárdica.
A Medicina Nuclear dispõe de várias técnicas para a identificação de miocárdio viável. A cintilografia
com Tálio-201 tem sido a técnica mais utilizada. O Tálio-201, um análogo do potássio, serve tanto para
avaliação da perfusão miocárdica quanto para a identificação do miocárdio viável, graças a sua propriedade
de redistribuição tardia que permite concentração em regiões de baixo fluxo sangüíneo. A quantidade de
miocárdio viável é proporcional a quantidade de captação do radiotraçador em relação ao tecido normal, ou
seja, quanto mais captante mais tecido viável. A cintilografia de perfusão miocárdica (GATED-SPECT)
99m
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utilizando SESTAMIBI- Tc e o TETROFOSMIN- Tc também podem auxiliar na detecção de tecidos
viáveis, atuando como traçadores combinados de perfusão e viabilidade miocárdica. Esses radiofármacos são
captados ativamente por membranas celulares de miócitos íntegros. Através da análise da sua distribuição, do
estudo da motilidade e do espessamento das paredes podemos identificar a presença de músculo viável. O
estudo com estes fármacos pode ser sensibilizado com administração sublingual de nitratos, aumentando o
fluxo sangüíneo regional e a biodisponibilidade desses marcadores. A ventriculografia radioisotópica permite
avaliar a motilidade regional e é o exame de excelência para a determinação da fração de ejeção do
ventrículo esquerdo podendo ser utilizada tanto antes quanto após a reperfusão. O PET (Tomografia por
Emissão de Pósitrons) permite avaliar a perfusão e o metabolismo utilizando D-glicose marcada com Flúor-18.
Apesar de ser considerado o padrão ouro nos estudos de viabilidade miocárdica, esse método está restrito a
centros como Rio de Janeiro e São Paulo devido às características físicas do flúor-18.
A melhora da motilidade e do espessamento regional, do grau de insuficiência cardíaca, o aumento
da sobrevida e da qualidade de vida após procedimentos de reperfusão miocárdica justificam o interesse
cada dia maior na utilização dos exames cintilográficos para a detecção de miocárdio viável.
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