No Brasil, a hepatite atinge mais os jovens de 10 a 19 anos (48,5

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SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
GERÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Av. Anhanguera, 5195 – Setor Coimbra – Goiânia – GO
Fone: (62) 3201-4546 FAX: (62) 3201-4545
INFORME TÉCNICO
Assunto: Hepatites Virais
As Hepatites Virais são doenças provocadas por diferentes agentes etiológicos com
tropismo primário pelo tecido hepático, que apresentam características epidemiológicas,
clínicas e laboratoriais semelhantes, porém com importantes particularidades. A doença
é caracterizada por uma inflamação no fígado e em alguns casos pode levar à morte do
paciente por infecção aguda.
Após entrar em contato com o vírus, o individuo pode desenvolver hepatite aguda
oligo/assintomática ou sintomática Os sintomas são inespecíficos, como: anorexia,
náuseas, vômitos, diarréia (ou raramente constipação), febre baixa, cefaléia, mal-estar
entre outros. Observa-se também hepatomegalia dolorosa com ocasional
esplenomegalia.
A Hepatite A e E, são doenças contagiosas, causadas pelos vírus A (HAV) e pelo vírus
E (HEV), também conhecidas como “hepatites infecciosas”. A transmissão é fecal-oral,
por contato entre pessoas ou por meio de águas ou alimentos contaminados pelo vírus.
Geralmente, não apresenta sintomas, porém, os mais freqüentes são: cansaço, tontura,
enjôos e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes
claras. Esses sinais costumam aparecer de 15 a 45 dias após a infecção.
As Hepatites Virais B, C e D são transmitidas pelo sangue (via parenteral e vertical),
esperma e secreção vaginal (via sexual), sendo esta última incomum para hepatite C.
Assim a transmissão pode ocorrer pelo compartilhamento de objetos contaminados como:
lâminas de barbear e de depilar, escovas de dente, alicates de unha, materiais para
colocação de piercing e para confecção de tatuagens, instrumentos para uso de drogas
injetáveis, inaláveis (cocaína) e pipadas (crack), acidentes com exposição à material
biológico contaminado. Há risco com procedimentos cirúrgicos, odontológicos e de
hemodiálise, quando não se aplicam as normas adequadas de biossegurança como
exemplo a esterilização de materiais. A transmissão via transfusão de sangue e
hemoderivados é rara em face da triagem sorológica obrigatória nos bancos de sangue
(desde 1978 para a hepatite B e 1993 para a hepatite C). Por isso é importante que
pessoas que receberam transfusão sanguínea antes destas datas realizem sorologias para
hepatites.
Geralmente, a transmissão vertical ocorre no momento do parto e dentre as Hepatites
Virais o risco é maior para hepatite B, ocorrendo em 70% a 90% dos casos cujas
gestantes apresentam replicação viral. Ressalta-se que os recém-nascidos de mães HBsAg
reagentes devem receber a primeira dose da vacina contra hepatite B e imunoglobulina
nas primeiras 12horas de vida.
Na hepatite C, a transmissão intra-uterina ou via transplacentária é incomum.
Já a transmissão perinatal é possível, e a média de infecção em crianças nascidas de mães
HCV positivas é de, aproximadamente, 6% podendo chegar a 17% nas gestantes
coinfectadas com o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Apesar da possibilidade de
transmissão pelo aleitamento materno, não há evidências conclusivas de aumento do risco
à infecção, exceto na ocorrência de fissuras ou sangramento nos mamilos.
Após entrar em contato com o vírus, o individuo pode desenvolver hepatite aguda
oligo/assintomática ou sintomática Os sintomas são inespecíficos, como: anorexia,
náuseas, vômitos, diarréia (ou raramente constipação), febre baixa, cefaléia, mal-estar
entre outros. Observa-se também hepatomegalia dolorosa com ocasional
esplenomegalia.
O vírus da hepatite D é um vírus defectivo (incompleto) necessitando sempre do vírus da
Hepatite B para exercer sua ação patogênica e se replicar nas células hepáticas.
Desse modo, observam-se as seguintes formas de ocorrência:
- Superinfecção: infecção pelo vírus delta em um portador crônico do HBV;
- Coinfecção: infecção simultânea pelo HBV e Delta em indivíduo suscetível.
Hepatite crônica:
Os vírus B, C e D são aqueles que têm a possibilidade de causar doença crônica. Nesses
casos os indivíduos podem apresentar sinais histológicos de lesão hepática (inflamação,
com ou sem deposição de fibrose) e marcadores sorológicos ou virológicos de replicação
viral. Os sintomas dependem do grau de dano hepático estabelecido. Indivíduos com
infecção crônica que não apresentam manifestações clínicas, com replicação viral baixa
ou ausente e que não apresentam evidências de alterações graves à histologia hepática,
são considerados portadores assintomáticos. Nessas situações, a evolução tende a ser
benigna, contudo, eles são capazes de transmitir hepatite e têm importância
epidemiológica na perpetuação dos Vírus.
Hepatite fulminante:
Este termo é utilizado para designar a insuficiência hepática aguda, caracterizada pelo
surgimento de icterícia, coagulopatia e encefalopatia hepática em um intervalo de até 8
semanas. Trata-se de uma condição rara e potencialmente fatal, cuja letalidade é elevada
(40 a 80% dos casos).
HHH
Na Vigilância Epidemiológica para Hepatites Virais, de modo geral devem ser realizada
as seguintes ações:
 Notificação compulsória e investigação dos casos suspeito: para o fechamento
adequado da ficha de notificação, todos os marcadores reagentes devem ser
notificados, mesmo indicando cicatriz sorológica, seja por contato com o vírus
ou através de vacina;
 Investigação de comunicantes dos casos suspeitos e confirmados;
 Busca ativa de novos casos para quebrar a cadeia de transmissão;
 Realização de educação em saúde individual e coletiva;
 Vacinação: Para Hepatite A é seletiva para casos especiais e é encontrada nos
Centro de referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE). Para a hepatite B
esta disponível nas salas de vacinas do SUS e a sua eficácia é alta, desde que
sejam tomadas as três doses nas datas preconizadas.

Encaminhamento para especialistas, quando necessário, para acompanhamento e
ou tratamento;
Como evitar as Hepatites A e E: manter práticas de higiene como lavagem das mãos
com sabão após o uso de sanitários, antes da alimentação e ou preparo dos alimentos, e
cozimento adequado dos mesmos, principalmente mariscos e frutos do mar, beber água
filtrada ou fervida, higiene adequada dos ambientes e objetos.
Para se evitar as Hepatites B, C e D não deve-se compartilhar materiais que podem
causa ferimento como alicates, laminas de barbear, instrumentos de tatuagem, piercings
etc., e fazer uso de camisinha durante as relações sexuais;
Goiás conta com uma população estimada de 6.003.788 habitantes residentes
(DATASUS, 2010). De acordo com um estudo recente nos sistema de informações
foram confirmados em Goiás, entre 1999 e 2010, 4.971 casos de hepatite A, sendo 179
no último ano. A taxa de incidência em 2009 foi de 8,0 casos por 100 mil habitantes
enquanto que para a Região Centro-Oeste e o Brasil esta taxa foi de 10,0 e 5,6,
respectivamente.
Os casos confirmados de hepatite B no estado totalizaram 4.088 neste mesmo período.
A taxa de detecção de casos em 2009 foi de 7,7 por 100 mil habitantes. Ainda neste ano,
a Região Centro-Oeste registrou uma taxa de 11,0 e o Brasil de 7,6 casos para cada 100
mil habitantes.
Em relação à hepatite C, 1.099 casos foram confirmados em Goiás nos anos de 1999 a
2010, sendo 72 neste último ano. A taxa de detecção no Brasil, em 2009, foi de 5,3
casos por 100 mil habitantes, para a Região Centro-Oeste foi de 2,5 e para Goiás, 1,5.
A partir de 1996 as hepatites virais no Brasil foram incluídas na lista de Doenças de
Notificação Compulsória. Desde então, a coleta de dados sobre a ocorrência dessas
doenças passou a compor as ações de vigilância epidemiológica.
A resolução que estabeleceu o dia 28 de julho como o Dia Mundial de Luta contra as
Hepatites Virais foi apresentada durante a 63ª Assembléia Mundial da Saúde, realizada
em 2010, reconhecendo assim a magnitude da doença no país e no mundo.
Prioridades
 Ampliar a cobertura vacinal contra Hepatite B para 20-24 anos (2011) e 25-29
anos (2012);
 Intensificar a vacinação para toda faixa etária preconizada;
 Migrar medicamentos para o componente estratégico em 2011 e execução em
2012 SICLOM Hepatites Virais;
 Divulgar o Protocolo de Hepatites C em 2011;
 Intensificar recomendações para prevenção da Transmissão Vertical;
 Implementar a triagem para Hepatite B e C nos CTA das capitais com utilização
de testes rápidos;
Avanços
 Participação Hepatites na Comissão de Gestores das Ações DST, AIDS e
Hepatites Virais (COGE) do Departamento DST, AIDS e Hepatites Virais / MS;
 Participação na Reunião Macro Regional Centro Oeste das Coordenações
Estaduais e Municipais de DST, AIDS e Hepatites virais;
 Previsão de quatro capacitações para avaliação os marcadores sorológicos de
Hepatites Virais com público alvo voltado para CTA, Atenção Básica e SAE.
 Portaria 2080/GM, de 31 de outubro de 2003. Referência:Institui o Progrma para
prevenção e Controle das Hepatites Virais, o Comitê de Acompanhamento e
Assessoramento do Programa e dá outras Providencias;
 Nota Técnica Nº11/2010/PNHV/DST-Aids e Hepatites Virais.
 Referência: Ampliação do acesso à vacinação de crianças e adolescentes contra
a hepatite B;
 Nota técnica Nº 39/09 Referência: Vacinação de gestantes contra hepatite B na
rede do SUS;
 Portaria Nº 104, de 25 de janeiro de 2011 Referência Notificação;
 Protocolo de Biopsia hepática (Normas técnica);
 Novo protocolo de tratamento para Hepatites C, 2011.
Fontes:
 Guia de vigilância epidemiológico/MS 8ª Ed;
 SUVISA/GVEDT/SES;
 Hepatites Virais: O Brasil está Atento, MS;
 Boletim Epidemiológico Hepatites Virais, MS ano I nº 01;
 Sistemas Informações: Sinan, Sinanet e Sim;
 Hepatites Virais: desafios para o período de 2011 a 2012, MS.
Elaboração:
Coordenações Controle das Doenças Hídricas e Controle das Hepatites Virais.
Goiânia 28 de julho de 2011
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