O Teatro de Gil Vicente Em 1502, o Monólogo do vaqueiro ou Auto

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SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS
COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR
COLÉGIO DA POLÍCIA MILITAR SARGENTO NADER ALVES DOS SANTOS
SÉRIE/ANO:
TURMA(S): 1º ano
DISCIPLINA: Literatura
DATA:
____ / ____ / 2016
PROFESSOR (A): Fernando Alves Pires
ALUNO (A):____________________________________________________________________________Nº_______
ATIVIDADES
O Teatro de Gil Vicente
Em 1502, o Monólogo do vaqueiro ou Auto da visitação, de Gil Vicente, dá início ao teatro em
Portugal. A apresentação do monólogo foi feita em comemoração ao nascimento do filho de D. Manuel e D.
Maria Castela, D. João III. A peça foi encenada pelo próprio autor que assumiu a personagem como se fosse um
vaqueiro e recitava saudava o nascimento de D. João III. Após isso, Gil Vicente passou a ser protegido pela
rainha-mãe, D. Leonor, e foi incumbido de divertir a corte da sua época.
Os primeiros trabalhos do teatrólogo receberam influências de autores espanhóis, dentre eles Torres de
Navarro que escrevia farsas. Porém, com o tempo, Gil Vicente começou a produzir textos com características
extremamente particulares, sendo adepto do lema moralista. “Rindo, castigam-se os costumes” é, talvez, uma
das frases mais famosas do teatrólogo e era nisso que ele acreditava, isto é, por meio do humor é possível
corrigir os costumes e denunciar a hipocrisia da sociedade.
Em suas obras satirizou o povo, o clero e a nobreza, maiores alvos de suas críticas. Gil Vicente não
temia em apontar o que de errado via na sociedade de sua época, acreditava que era necessário restabelecer a
moral e a religiosidade. Devido a isso se tem a denominação dos “autos de moralidade”. Assim, suas obras
faziam o entretenimento nos ambientes da corte. O teatro vicentino era simples no que tange à estrutura cênica,
pois não havia preocupação com o cenário luxuoso, apenas utiliza-se de materiais simples para encenar suas
peças.
Por abordar temas inerentes a toda sociedade em qualquer tempo e espaço, as obras vicentinas são
atemporais e as problemáticas nelas apresentadas são pertinentes nas sociedades da atualidade. Gil Vicente é
autor de 44 peças, sendo 17 escritas em português, 16 bilíngues e 11 em castelhano, dentre elas estão autos e
farsas. Nos autos vicentinos a religiosidade aparece de maneira marcante, como exemplo, nos conflitos entre
anjos, demônios e outros, elementos também são personificados como a virtude. São autos: Monólogo do
vaqueiro, Auto da Índia, trilogia das barcas, Auto da Lusitânia e Auto da alma. Nas farsas está presente o lado
mais marcante da crítica social vicentina. São farsas: Farsa de Inês Pereira, O velho da horta e Quem tem
farelos?
Classificação das obras de Gil Vicente
A classificação do teatro de Gil Vicente esbarra em dificuldades intransponíveis: o entrelaçamento de
gêneros, formas, fontes e motivos, a diversidade formal e temática, além da impossibilidade de se estabelecer
uma cronologia confiável da evolução de sua obra.
A Copilaçam de Todalas Obras de Gil Vicente, 1562, póstuma, organizada pelo filho do autor, Luís
Vicente, classifica suas peças em cinco categorias: peças de devoção (de assunto religioso),comédias,
tragicomédias, farsas e obras meúdas (composições menores de assunto variado). Essa classificação não
atende a critérios muito nítidos e apoia-se em uma edição defeituosa, certamente atingida pela censura
inquisitorial que, já na segunda edição, de 1586, expurgou da Copilaçam cerca de dez peças e mutilou quase
todas as demais.
Antônio José Saraiva e Oscar Lopes distinguem os seguintes gêneros teatrais na obra gilvicentina:
os autos pastoris – éclogas encenadas, à maneira de Juan dei Encina, como monólogos ou diálogos de
pastores;
os autos de moralidade – compreendendo as representações sobre o nascimento ou sobre a ressurreição de
Cristo, diretamente inspiradas na Bíblia e na teoria católica da Redenção, e as peças mais pronunciadamente
alegóricas, nas quais as alegorias religiosas servem de pretexto para a inclusão da sátira social e de personagens
profanas, o que se vê no Auto da Barca do Inferno;
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as farsas – com modalidades que incluem: o simples episódio cômico extraído de um flagrante da vida da personagem típica, ou a sucessão de quadros (sketches) cômicos aparentemente sem ligação, até as farsas mais
desenvolvidas, com enredo articulado, como as obras-primas Farsa de Inês Pereira e O Velho da Horta;
os autos cavaleirescos – encenações de episódios sentimentais cavaleirescos, ao gosto da corte e
as alegorias de tema profano ou fantasias alegóricas – encenações grandiosas, em torno de uma alegoria central,
envolvendo episódios de farsas, cenas de amor, cânticos e até bailados, como no teatro de revista dos nossos
tempos.
Os monólogos e os sermões burlescos são ainda modalidades que se podem distinguir, entre várias
outras.
Gêneros principais, cronologia e evolução
A – Os autos: inspirados nos mistérios, milagres e moralidades medievais, encerram uma intenção moralizante
ou religiosa. Suas personagens não são seres individualizados, com psicologia própria; são antes abstrações,
generalizações, símbolos ou alegorias que personificam anjos, demônios, vícios,, virtudes, instituições sociais,
tipos humanos, categorias profissionais etc. Originalmente caracterizados pela intenção didática (religiosa,
moral ou política), Gil Vicente acrescentou aos seus autos a dimensão satírica e polêmica. Ao lado de alegorias
como a Luxúria, a Avareza, o Trabalho, a Comunhão, o Tempo, a Sabedoria, a Igreja, a Esperança, o Pecado,
desfila uma vasta galeria de tipos humanos e sociais, representativa de toda a sociedade portuguesa, no limiar
do Renascimento.
B – As farsas: retratam os tipos humanos e sociais, por meio da exploração de efeitos cômicos, da caricatura e
do exagero. A farsa gilvicentina é uma poderosa arma de crítica e de combate a serviço dos valores morais que
defende. Por meio do riso, desnudam-se as mazelas da sociedade pré-renascentista. Aproximam-se do lema das
comédias latinas de Plauto e Terêncio: “ridendo castigai mores” (“rindo, corrigem-se os costumes”). Elementos
farsescos são frequentes também nos autos, e não se pode falar em uma distinção nítida entre as modalidades
dramáticas que Gil Vicente praticou.
A distribuição cronológica de suas peças, em termos aproximados, pode ser apresentada assim:
1502 – Auto da Visitação (Monólogo do Vaqueiro)
1504 – Auto de S. Martinho
1506 – Sermão perante a Rainha D. Leonor
1509 – Auto da índia; Auto Pastoril Castelhano
1510 – Auto dos Reis Magos; Auto da Fé
1512 – O Velho da Horta
1513 – Auto dos Quatro Tempos; Auto da Sibila
Cassandra
1514 – Exortação da Guerra
1515 – Quem Tem Farelos?; Auto da Mofina
Mendes (Mistérios da Virgem)
1517 – Auto da Barca do Inferno
1518 – Auto da Alma; Auto da Barca do Purgatório
1519 – Auto da Barca da Glória
1520 – Auto da Fama
1521 – Cortes de Júpiter; Comédia de Rubena; Auto
das Ciganas
1522 – D. Duardos
1523 – Farsa de Inês Pereira; Auto Pastoril
Português; Auto de Amadis de Gaula
1524 – Comédia do Viúvo; Frágua d’Amor; Auto
dos Físicos
1525 – O Juiz da Beira
1526 – Templo de Apoio; Auto da Feira
1527 – Nau de Amores; Comédia sobre a Divisa da
Cidade de Coimbra; Farsa dos Almocreves;
Tragicomédia da Serra da Estrela; Breve Sumário
da História de Deus, seguido do Diálogo dos Judeus
sobre a Ressurreição
1528 – Auto da Festa
1529 – Triunfo do Inverno (e do Verão)
1530 – O Clérigo da Beira
1532 – Auto da Lusitânia
1533 – Romagem dos Agravados
1534 – Auto da Cananéia
1536 – Floresta de Enganos
Reconhecem-se três fases na evolução da poesia dramática de Gil Vicente:
Primeira fase:
– Marcada pela herança medieval, pela influência espanhola de Juan dei Encina e pela predominância dos autos
pastoris e outras peças de assunto religioso. A população do palco é constituída de pastores, e a língua é o
dialeto saiaguês, falar típico de Saiago, região da província de Zamorra, na Espanha, fronteiriça das serras da
Beira Lusitana. A ação dramática é rudimentar, expressando com candura e simplicidade os temas bíblicos e
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bucólicos. São desta fase: o Monólogo do Vaqueiro, o Auto Pastoril Castelhano, o Auto dos Reis Magos, entre
outros.
Segunda fase:
– Gil Vicente liberta-se da influência de Juan dei Encina. O saiaguês é substituído pela linguagem nacional popular, mesclando diversos registros: a linguagem culta da elite, o lirismo do Cancioneiro Geral, a fluência do
tom coloquial, a gíria, a linguagem chula, o calão das personagens de extração popular, o latim eclesiástico e
jurídico propositadamente estropiados, alargando o efeito cômico. Predominam a sátira dos costumes e dos tipos sociais da época e a atitude crítica. Os temas religiosos ressurgem algumas vezes, mas agora são postos em
função da sátira. Nesta fase, Gil Vicente nacionaliza o seu teatro, inicia o tratamento dos grandes temas sociais
e amadurece uma poesia dramática de alta densidade crítica, reügiosa, lírica, filosófica e psicológica, revestida
de uma linguagem colorida, mordaz, de cunho a um só tempo pessoal e nacional. São desta fase: Quem Tem
Farelos?, O Velho da Horta, o Auto da índia e a Exortação da Guerra.
Terceira fase:
– É a fase de plena maturidade. A galeria de tipos alarga-se para oferecer uma substancial reconstituição da sociedade quinhentista, dos excluídos sociais à alta nobreza, passando pelos camponeses, ciganos, judeus,
alcoviteiras, parvos, padres libertinos, burgueses gananciosos, fidalgos decadentes, artesãos desonestos,
magistrados corruptos, agiotas, usurpadores. Esses tipos são definidos não só pelas ações, hábitos, vestuário,
mas também pela linguagem peculiar a cada um deles.
O diálogo torna-se mais fluido, gracioso e mordaz. A captação de flagrantes da vida real, tipos e ambientes
amplia o poder de evocação realista e o relevo caricatural. A crítica aprofunda-se e consegue transcender o
caráter individualista dos tipos humanos, para universalizá-los. Amparado na corte por uma carreira bemsucedida, dedica-se à tragicomédia alegórica de grande espetáculo e enriquece sua dramaturgia com a inclusão
de novos elementos: a mitologia, o enredo novelesco, o conto dramatizado e a alegoria fantasista.
A Trilogia das Barcas, a Farsa de Inês Pereira, o Auto da Lusitânia são algumas das mais expressivas criações
de Gil Vicente. Do ponto de vista cênico é um teatro rudimentar, primitivo, baseado na espontaneidade e na
improvisação. Sua grande qualidade é a altíssima poesia dramática em que está vazado, nos mais diversos
matizes: lírico, satírico, alegórico, religioso e filosófico. É um teatro poético que revela o profundo pensamento
cristão de um homem conservador e lúcido, de um artista comprometido, cuja obra é uma arma de combate, de
acusação e de moralidade.
Características formais
Gil Vicente afastou-se dos princípios do teatro clássico que sua época começou a reabilitar.Não obedece
à chamada Lei das Três Unidades, preconizada por Aristóteles, que impunha uma rigorosa concentração dos
efeitos emotivos, visando a unificar ao máximo o tom da peça, com a eliminação de personagens e ações que
não contribuíssem para o efeito final. As tragédias e comédias clássicas eram submetidas à disciplina das “três
unidades“: unidade de ação (a peça deve centrar-se em torno de uma só ação principal, de apenas uma célula
dramática), unidade de tempo (a ação representada deve restringir sua duração a um dia, ou pouco mais)
e unidade de lugar (a ação deve concentrar-se em um único lugar, ou em poucos lugares).
O teatro de Gil Vicente toma o caminho oposto à disciplina clássica. Seus autos e farsas colocam em
cena os mais diversos temas, representam inúmeras situações e envolvem grande número de atores e figurantes.
A ação representada dá saltos temporais e são escassas as anotações sobre sua duração. Os lugares são diversos
e se justapõem sem qualquer preocupação unitária. Com a maior liberdade, Gil Vicente constrói as cenas de seu
teatro misturando elementos sérios e cômicos, passando de um tom a outro sem qualquer restrição; coloca no
palco todas as classes sociais, representadas por meio de elementos externos (ações, gestos, vestuário,
instrumentos de trabalho) e, especialmente, por meio da linguagem peculiar de cada grupo social ou
profissional, alternando o registro “elevado” com o registro “baixo”.
Quanto à ação dramática, há duas modalidades principais no teatro de Gil Vicente:
• As peças de ação fragmentária, nas quais praticamente não há um enredo, não há uma ação contínua, encadeada, com começo, meio e fim. As cenas desenvolvem-se sem relação de causalidade,
constituindo quadros mais ou menos independentes, como sketches, que podem ser representados em qualquer
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ordem, à maneira do teatro de variedades ou do espetáculo circense. Nas peças de ação fragmentária, quase
sempre, a ação é constituída de uma única situação, que vai se repetindo com a variação dos protagonistas ou
dos exemplos.
É o caso do Auto da Barca do Inferno, alegoria religiosa em que tipos exemplares da sociedade quinhentista
portuguesa são julgados pelo Diabo (“o Arrais do Inferno”) e pelo Anjo (“o Arrais do Céu”) e embarcam no
cais da vida eterna, para a danação ou para a salvação, conforme a vida que levaram. Assim, vão desfilando
perante as duas barcas: o fidalgo arrogante e egoísta, o onzeneiro (agiota, usurário), o parvo (ingênuo e ignorante), o sapateiro (ambicioso e desonesto), o frade (devasso e libertino), a alcoviteira (caftina, corruptora), o
corregedor (magistrado venal e corrupto), o procurador(subserviente e bajulador), o enforcado (criminoso condenado) e os quatro cavaleiros (que morreram lutando por Cristo, nas Cruzadas). Cada uma dessas personagens
dialoga com o Diabo e com o Anjo, constituindo uma cena, ou um quadro, quase independente, de modo que,
se subtrairmos duas ou três dessas personagens (os mortos em julgamento), a peça não perde o sentido, embora
possa perder em sua abrangência.
• As peças de enredo, nas quais se desenvolve uma história de ação contínua e encadeada, em torno de um
episódio extraído da vida real, ou em torno de uma série de episódios envolvendo uma personagem central, ou
articulando uma ação dramática homogênea e completamente desenvolvida, com um travejamento mais
complexo, com começo, meio e fim. Neste último tipo, encontramos algumas obras-primas, como o Auto da
índia, a Farsa de Inês Pereira e O Velho da Horta.
Atividades
Leia o texto para assinalar a única alternativa correta nas questões dadas.
Não sejas tu preguiçoso!
“Todo o Mundo: – Folgo muito d’enganar
Dinato: – Quê?
e mentir nasceu comigo.
Beizebu: – Que Todo o Mundo é mentiroso
Ninguém: – Eu sempre verdade digo
e Ninguém diz a verdade.”
sem nunca me desviar.
(Gil Vicente, Auto da Lusitânia)
(Beizebu para Dinato)
Beizebu: – Ora escreve lá, compadre,
01. No texto, Todo o Mundo e Ninguém constituem personagens:
A. ( ) arcaicos
B. ( ) alegóricos
C. ( ) políticos
D. ( ) religiosos
02. O texto afirma que:
A. ( ) Todo mundo diz a verdade.
B. ( ) Ninguém é mentiroso.
C. ( ) Ninguém fala nada.
D. ( ) Todo o Mundo é mentiroso.
03. Sobre o Humanismo, identifique a alternativa falsa:
a) Em sentido amplo, designa a atitude de valorização do homem, de seus atributos e realizações.
b) Configura-se na máxima de Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas”.
c) Rejeita a noção do homem regido por leis sobrenaturais e opõe-se ao misticismo.
d) Designa tanto uma atitude filosófica intemporal quanto um período especifico da evolução da cultura
ocidental.
e) Fundamenta-se na noção bíblica de que o homem é pó e ao pó retornará, e de que só a transcendência liberta
o homem de seu insignificância terrena.
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04. Ainda sobre o Humanismo, assinale a afirmação incorreta:
a) Associa-se à noção de antropocentrismo e representou a base filosófica e cultural do Renascimento.
b) Teve como centro irradiador a Itália e como precursor Dante Alighieri, Boccaccio e Petrarca.
c) Denomina-se também Pré-Renascentismo, ou Quatrocentismo, e corresponde ao século XV.
d) Representa o apogeu da cultura provençal que se irradia da França para os demais países, por meio dos
trovadores e jograis.
e) Retorna os clássicos da Antiguidade greco-latina como modelos de Verdade, Beleza e Perfeição.
05. Sobre a poesia palaciana, assinale a alternativa falsa:
a) É mais espontânea que a poesia trovadoresca, pela superação da influência provençal, pela ausência de
normas para a composição poética e pelo retorno á medida velha.
b) A poesia, que no trovadorismo era canto, separa-se da música, passando a ser fala. Destina-se à leitura
individual ou à recitação, sem o apoio de instrumentos musicais.
c) A diversidade métrica da poesia trovadoresca foi praticamente reduzida a duas medidas: os versos de 7
sílabas métricas (redondilhas menores).
d) A utilização sistemática dos versos redondilhas denominou-se medida velha, por oposição à medida nova,
denominação que recebemos os versos decassílabos, trazidos da Itália por Sá de Miranda, em 1527.
e) A poesia palaciana foi compilada em 1516, por Garcia de Resende, no Cancioneiro Geral, antologia que
reúne 880 composições, de 286 autores, dos quais 29 escreviam em castelhano. Abrange a produção poética dos
reinados de D. Afonso V (1438-1481), de D. João II (1481-1495) e de D. Manuel I – O Venturoso (1495-1521).
06. O Cancioneiro Geral não contém:
a) Composições com motes e glosas.
b) Cantigas e esparsas.
c) Trovas e vilancetes.
d) Composições na medida velha.
e) Sonetos e canções.
07. A obra de Fernão Lopes tem um caráter:
a) Puramente científico, pelo tratamento documental da matéria histórica;
b) Essencialmente estético pelo predomínio do elemento ficcional;
c) Basicamente histórico, pela fidelidade à documentação e pela objetividade da linguagem científica;
d) Histórico-literário, aproximando-se do moderno romance histórico, pela fusão do real com o imaginário.
e) Histórico-literário, pela seriedade da pesquisa histórica, pelas qualidades do estilo e pelo tratamento literário,
que reveste a narrativa histórica de um tom épico e compõe cenas de grande realismo plástico, além do domínio
da técnica dramática de composição.
08. (FUVEST) Aponte a alternativa correta em relação a Gil Vicente:
a) Compôs peças de caráter sacro e satírico.
b) Introduziu a lírica trovadoresca em Portugal.
c) Escreveu a novela Amadis de Gaula.
d) Só escreveu peças e português.
e) Representa o melhor do teatro clássico português.
09. (FUVEST-SP) Caracteriza o teatro de Gil Vicente:
a) A revolta contra o cristianismo.
b) A obra escrita em prosa.
c) A elaboração requintada dos quadros e cenários apresentados.
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d) A preocupação com o homem e com a religião.
e) A busca de conceitos universais.
10. (FUVEST-SP) Indique a afirmação correta sobre o Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente:
a) É intricada a estruturação de suas cenas, que surpreendem o público com a inesperado de cada situação.
b) O moralismo vicentino localiza os vícios, não nas instituições, mas nos indivíduos que as fazem viciosas.
c) É complexa a critica aos costumes da época, já que o autor primeiro a relativizar a distinção entre Bem e o
Mal.
d) A ênfase desta sátira recai sobre as personagens populares mais ridicularizadas e as mais severamente
punidas.
e) A sátira é aqui demolidora e indiscriminada, não fazendo referência a qualquer exemplo de valor positivo.
11. (FUVEST-SP) Diabo, Companheiro do Diabo, Anjo, Fidalgo, Onzeneiro, Parvo, Sapateiro, Frade, Florença,
Brísida Vaz, Judeu, Corregedor, Procurador, Enforcado e Quatro Cavaleiros são personagens do Auto da Barca
do Inferno, de Gil Vicente.
Analise as informações abaixo e selecione a alternativa incorreta cujas características não descrevam
adequadamente a personagem.
a) O Onzeneiro idolatra o dinheiro, é agiota e usurário; de tudo que juntara, nada leva para a morte, ou
melhor, leva a bolsa vazia.
b) O Frade representa o clero decadente e é subjugado por suas fraquezas: mulher e esporte; leva a amante e as
armas de esgrima.
c) O Diabo, capitão da barca do inferno, é quem apressa o embarque dos condenados; é dissimulado e irônico.
d) O Anjo, capitão da barca do céu, é quem elogia a morte pela fé; é austero e inflexível.
e) O Corregedor representa a justiça e luta pela aplicação integra e exata das leis; leva papéis e processos.
12. Leia com atenção o fragmento do Auto da Barco do Inferno, de Gil Vicente:
Parvo – – Hou, homens dos breviários,
Rapinastis coelhorum
Et pernis perdigotorum
E mijais nos campanários.
Não é correto afirmar sobre o texto:
a) As falas do Parvo, como esta, sempre são repletas de gracejos e de palavrões, com intenção satírica.
b) Nesta fala, o Parvo está denunciando a corrupção do Juiz e do Procurador.
c) O latim que aparece na passagem é exemplo de imitação paródia dessa língua.
d) Por meio de seu latim, o Parvo afasta-se de seu simplicidade, mostrando-se conhecedor de outra línguas.
e) Ao misturar um falso latim com palavrões, Gil Vicente demonstra a natureza popular de seu teatro e de seus
canais de expressão.
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