(pitfalls) e Pontos de Escuta. Para os anfíbios, os cantos das

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(pitfalls) e Pontos de Escuta. Para os anfíbios, os cantos das espécies são específicos e,
portanto, através deles é possível a identificação. Para isso foi utilizado um gravador
digital.
5.2.3.1.2.1.2.1
Busca Ativa
Para vasculhar o ambiente e auxiliar na possível contenção de répteis foi utilizado um
gancho herpetológico (Figura 180 A). Devido aos anfíbios e répteis terem atividades
variadas ao longo do dia, as buscas ativas foram realizadas na ADA e AID tanto durante o
dia quanto à noite ao longo de trilhas pré-existentes, bem como nas regiões alagadiças,
como foi o caso da ADA do empreendimento durante a estação climática do inverno (Figura
180 B).
A)
B)
Figura 180. A) Gancho herpetológico utilizado para auxiliar no encontro dos répteis e anfíbios. B)
Busca Ativa para encontro dos anfíbios e répteis durante o dia na ADA do empreendimento.
As trilhas e transectos foram percorridas com velocidade de aproximadamente 2 a 3 km/h,
havendo assim tempo suficiente para o pesquisador olhar cuidadosamente para os dois
lados da trilha e nos distintos substratos, como no chão, sobre bromélias ou sub-bosque,
sobre galhos e cipós suspensos onde eventualmente pode haver espécimes descansando
ou forrageando. A procura por animais atropelados nas rodovias de acesso também foi
realizada durante os deslocamentos da equipe com veículos. Com o auxílio de uma
embarcação foi realizado um transecto com o intuito de amostrar a fauna de cágados e
jacarés nas margens do rio dos Sinos, mais especificamente nas proximidades da ADA
(Figura 181).
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Figura 181. Transecto na Orla do rio dos Sinos para a
observação de cágados e jacarés.
Além de percorrer transectos lineares pré-existentes no campo, com auxílio de GPS, as
áreas foram exploradas tanto durante o dia quanto à noite (período entre às 7 h e 11 h da
manhã e 6 h e 22 h da noite). Tais atividades compreenderam aproximadamente 40 horas
por campanha, levando em consideração os cinco dias de cada campanha (Tabela 82),
totalizando 80 h de buscas pelas espécies da herpetofauna no presente diagnóstico.
Considera-se de extrema importância a exploração investigativa em toda a área próxima
ao empreendimento como mostra a Figura 182
Tabela 82. Esforço amostral da Busca Ativa para encontro das espécies da
herpetofauna – Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do Terminal Graneleiro
Nidera Canoas.
Campanhas
Esforço Amostral (horas)
1
40
2
40
TOTAL
80
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Figura 182. Transectos e trilhas percorridas durante a Busca Ativa pelas espécies da herpetofauna nas amostragens realizadas na ADA e AID do empreendimento.
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5.2.3.1.2.1.2.2
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Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps with Drift Fences,
adaptado de Cechin & Martins, 2000)
Em todas as campanhas realizadas para elaboração deste diagnóstico, foram instaladas
duas pitfalls com três baldes de 35 litros cada, e lonas plásticas com dimensões 10 m de
comprimento e 0,5 m de altura dispostas no solo, formando uma cerca guia em forma
linear entre os baldes (Figura 183).
Uma pitfall foi instalada na ADA e uma pitfall na AID, ou seja, duas pitfalls instaladas por
campanha amostral. O esforço amostral das pitfalls instaladas está apresentado na Tabela
83. A localização destas armadilhas e suas respectivas coordenadas geográficas estão na
Figura 184 e Tabela 84, respectivamente.
A)
B)
C)
D)
Figura 183. A) Pitfall instalada às margens do rio dos Sinos na ADA durante a Campanha 1 e
Campanha 2. B) Pitfall instalada na mata da AID durante as Campanhas 1 e 2. C) Fisionomia do local
onde a Pitfall da ADA foi instalada. D) Fisionomia onde a Pitfall da AID foi instalada.
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Tabela 83. Esforço amostral das Pitfalls instaladas – diagnóstico da herpetofauna – Estudo de
Impacto Ambiental do Terminal Graneleiro Nidera Canoas.
Número de
Número de Total de
Campanha
Dias/campanha
Horas/dia
Baldes da Pitfall
pitfalls
horas
1
5
3
24
2
720
2
5
3
24
2
720
TOTAL (horas)
1.440
Tabela 84. Coordenadas Geográficas de localização das pitfalls instaladas nas Campanhas 1 e 2 –
diagnóstico da herpetofauna – Estudo de Impacto Ambiental do Terminal Graneleiro Nidera Canoas.
Coordenada geográfica
Campanha
Área
1
2
SIRGAS 2000
Ambiente
Lat
Long
ADA
-51.23874
-29.92650
Margem do rio dos Sinos
AID
-51.27480
-29.92391
Floresta
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Figura 184. Localização das pitfalls instaladas para captura da herpetofauna na ADA e AID do empreendimento - Estudo de Impacto Ambiental do Terminal Graneleiro Nidera Canoas.
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5.2.3.1.2.1.2.3
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Pontos de Escuta (PE) ("Survey at Breeding site"; adaptado de Scott Jr.
& Woodward, 1994).
A metodologia Pontos de Escuta se constitui na escuta e gravação das vocalizações dos
machos em potenciais sítios reprodutivos (corpos d’água que propiciam o acasalamento e
postura de ovos) (Figura 185). Estas vocalizações auxiliam na identificação de indivíduos
que não são facilmente visualizados. Foram efetuados cinco Pontos de Escuta na ADA e
cinco pontos na AID em cada campanha amostral (Tabela 85 e Figura 186).
Figura 185. Gravação e anotação dos dados referentes à
vocalização dos anfíbios durante os Pontos de Escuta realizados
em campo.
Tabela 85. Coordenadas geográficas de localização dos Pontos de Escuta
realizados no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do Terminal Graneleiro
Nidera Canoas.
Coordenada Geográfica (SIRGAS 2000)
Pontos de Escuta
Lat
Long
PE-01
-51.23879
-29.92630
PE-02
-51.23819
-29.92618
PE-03
-51.23720
-29.92616
PE-04
-51.23603
-29.92460
PE-05
-51.23547
-29.92421
PE-06
-51.27682
-29.92411
PE-07
-51.27674
-29.92424
PE-08
-51.27670
-29.92432
PE-09
-51.27667
-29.92443
PE-10
-51.27680
-29.92433
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Figura 186. Localização dos Pontos de Escuta efetuados nas Campanhas 1 e 2 nas áreas de influência (ADA e AID) do empreendimento para diagnóstico da herpetofauna – Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do
Terminal Graneleiro Nidera Canoas.
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5.2.3.1.2.1.2.4
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Registros Ocasionais (RO)
Os Registros Ocasionais são referentes aos registros efetuados durante os deslocamentos
até e entre as áreas de amostragem, de carro ou a pé pelos integrantes da equipe de
campo.
5.2.3.1.2.1.3.
Análise dos Dados
Índices estatísticos foram calculados a partir dos resultados obtidos nas duas campanhas
(Campanhas 1 e 2) realizadas para o diagnóstico da herpetofauna do Estudo de Impacto
Ambiental. Com base na baixa diversidade de répteis encontrados (n=1), os testes e
análises foram aplicados somente para o grupo dos anfíbios.
A Frequência de Ocorrência (FO) foi calculada através da presença e ausência de registros
obtidos a partir do método Pontos de Escuta. Foram consideradas “ocasionais” as espécies
com 20% de ocorrência nos pontos; “incomuns” entre 21-40%; “comum”, entre 41-60%;
“abundante”, entre 61-80%, e “frequente”, entre 81-100%.
Para verificar a suficiência amostral nas áreas analisadas, foi aplicada a análise estatística
de Curva de Rarefação Individual, descrita por Krebs (1989). Este método utiliza uma
matriz de presença e ausência das espécies registradas nas amostragens quantitativas. O
número de espécies registradas é influenciado pelo número de indivíduos encontrados e
número de amostras realizadas. De acordo com Goetelli & Colwell (2001), para minimizar
este problema, é interessante ilustrar o aumento do número de espécies através de uma
Curva de Rarefação. De forma simplificada, a Curva de Rarefação é produzida por repetidas
reamostragens ao acaso das espécies que contribuem para a formação da Curva do
Coletor, que também será apresentada no presente diagnóstico.
5.2.3.1.2.2. Resultados e Discussão
A seguir estão descritos os resultados obtidos durante as duas campanhas (Campanha 1 e
2) efetuadas na região do Terminal Graneleiro Nidera Canoas. Esses resultados são
apresentados separadamente para os anfíbios e répteis.
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5.2.3.1.2.2.1. Anfíbios
Após as duas campanhas de amostragem realizadas no presente Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) do Terminal Graneleiro Nidera Canoas foram registradas oito espécies de
anfíbios através dos métodos de amostragens de dados primários na ADA e AID,
representando 21% do total estimado das, aproximadamente, 38 espécies de possível
ocorrência para a região, segundo as referências bibliográficas consultadas para os dados
secundários (Tabela 86). Durante a Campanha 1 foram registradas oito espécies. Já na
Campanha 2 foram registradas cinco espécies, nenhuma destas considerada um novo
registro em relação à Campanha 1.
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Tabela 86. Lista das espécies de anfíbios com provável ocorrência para a região do estudo e espécies registradas no Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
do Terminal Graneleiro Nidera Canoas.
Nome Comum
Táxons Espécie/Família
Ambiente
Status de
Conservação
Tipo de
Registro
ADA
AID
Bufonidae
Rhinella dorbignyi (Duméril & Bibron, 1841)
sapo
B
LC-IUCN/MMA/RS
Rhinella arenarum (Hensel, 1867)
sapo
B
LC-IUCN/MMA/RS
Rhinella henseli (A. Lutz, 1934)
sapo
B
LC-IUCN/MMA/RS
Rhinella granulosa (Spix, 1824)
sapo
B
LC-IUCN/MMA/RS
Rhinella icterica (Spix, 1824)
sapo
B
LC-IUCN/MMA/RS
Rhinella fernandezae (Gallardo, 1957)
sapo
B
LC-IUCN/MMA/RS
Melanophryniscus atroluteus (Miranda-Ribeiro, 1920)
sapinho-de-barriga-vermelha
B
LC-IUCN/MMA/RS
Melanophryniscus tumifrons (Boulenger, 1905)
sapinho-de-barriga-vermelha
B
LC-IUCN/MMA/RS
râzinha
B
LC-IUCN/MMA/RS
A, P
X
Microhylidae
Elachistocleis ovalis (Schneider, 1799)
Hylidae
Dendropsophus sanborni (Schmidt, 1944)
perereca
B-V
LC-IUCN/MMA/RS
A
X
Dendropsophus minutus (Peters, 1872)
perereca
B-V
LC-IUCN/MMA/RS
A
X
Dendropsophus nanus (Boulenger, 1889)
perereca
B
LC-IUCN/MMA/RS
Hypsiboas pulchellus (Duméril & Bibron, 1841)
perereca
B
LC-IUCN/MMA/RS
Hypsiboas faber (Wied-Neuwied, 1821)
sapo-ferreiro
B
LC-IUCN/MMA/RS
Scinax berthae (Barrio, 1962)
perereca
B
LC-IUCN/MMA/RS
Scinax alter (B. Lutz, 1973)
perereca
B
LC-IUCN/MMA/RS
Scinax squalirostris (A. Lutz, 1925)
perereca
B
LC-IUCN/MMA/RS
Scinax fuscovarius (A. Lutz, 1925)
perereca
B
LC-IUCN/MMA/RS
Scinax x-signatus (Spix, 1824)
perereca
B
LC-IUCN/MMA/RS
Scinax granulatus (Peters, 1871)
perereca
B
LC-IUCN/MMA/RS
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X
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Nome Comum
Táxons Espécie/Família
Ambiente
Status de
Conservação
Scinax hayii (Barbour, 1909)
perereca
B
LC-IUCN/MMA/RS
Trachycephalus mesophaeus (Hensel, 1867)
perereca-leitosa
F
LC-IUCN/MMA/RS
Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799)
rã-assobiadora
B
LC-IUCN/MMA/RS
Leptodactylus gracilis (Duméril & Bibron, 1841)
rã
B
LC-IUCN/MMA/RS
Leptodactylus latinasus Jiménez de la Espada, 1875
rã
B
LC-IUCN/MMA/RS
Leptodactylus latrans (Steffen, 1815)
rã
B
LC-IUCN/MMA/RS
Leptodactylus mystacinus (Burmeister, 1861)
rã
B
LC-IUCN/MMA/RS
Physalaemus biligonigerus (Cope, 1861 “1860″)
rã
B
LC-IUCN/MMA/RS
Physalaemus cuvieri Fitzinger, 1826
rã-cachorro
B
LC-IUCN/MMA/RS
Physalaemus gracilis (Boulenger, 1883)
rã-chorona
B
LC-IUCN/MMA/RS
Physalaemus riograndensis Milstead, 1960
rã
B
LC-IUCN/MMA/RS
Physalaemus henselii (Peters, 1872)
rã
B
LC-IUCN/MMA/RS
Odontophrynus americanus (Duméril & Bibron, 1841)
sapo-de-enchente
L
LC-IUCN/MMA/RS
Pseudopaludicola falcipes (Hensel, 1867)
sapo
B
LC-IUCN/MMA/RS
rã-boiadora
B
LC-IUCN/MMA/RS
F
LC-IUCN/MMA/RS
Tipo de
Registro
ADA
AID
V-P
X
X
V-A-P
X
X
V-A-P
X
X
V-P
X
V-A-P
X
Leptodactylidae
Leiuperidae
Cycloramphidae
Pseudidae
Pseudis minuta Günther, 1858
Gymnophiona
Typhlonectidae
Chthonerpeton
indistinctum
(Reinhardt
&
Lütken,
1862″1861″)
cobra-cega
Caecilidae
Siphonopidae
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X
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Nome Comum
Táxons Espécie/Família
Ambiente
Status de
Conservação
Siphonops annulatus (Mikan, 1820)
cecília
B
LC-IUCN/MMA/RS
Siphonops paulensis Boettger, 1892
cecília
B
LC-IUCN/MMA/RS
Tipo de
Registro
ADA
AID
Legenda: Status de Conservação conforme SEMA (2014) e MMA (2008): VU= Vulnerável; EN= Em Perigo; CR= Criticamente em Perigo; LC= Pouco Preocupante, NT= Quase Ameaçada
e EW= Extinta na Natureza. Status de conservação conforme padrão IUCN - 2014 - União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais. Registros: (V) registro
visual; (A) registro auditivo; (P) pitfall. Ambiente: (F) florestas; (V) sob vegetação; (S) solo; (B) banhados (L) ambiente lótico. Rio Grande do Sul= RS e Ministério do Meio Ambiente=
MMA.
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As espécies registradas na Campanha 1 (inverno) são características de áreas abertas e
amplamente distribuídas. As espécies que foram amostradas somente através de gravação
de vocalização para posterior identificação. Foram elas: Dendropsophus sanborni
(perereca) e Dendropsophus minutus (perereca). Já as que proporcionaram a captura e
(ou) registro fotográfico foram: Rhinella fernandezae (sapo), Leptodactylus latrans (rã),
Leptodactylus
gracilis
(rã-assobiadeira),
Physalaemus
gracilis
(rã-chorona),
Odontophrynus americanos (sapo-de-enchente) e Pseudis minuta (rã-boiadeira) (Figura
187).
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A)
B)
C)
D)
E)
Figura 187. A) Leptodactylus latrans; B) Leptodactylus gracilis; C) Physalaemus gracilis; D)
Odontophrynus americanos; E) Pseudis minuta.
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Durante a Campanha 2 (primavera), nenhum novo registro foi obtido. As espécies que
proporcionaram o registro fotográfico foram: Leptodactylus latrans (rã) e Pseudis minuta
(rã-boiadeira) (Figura 188). Já as que foram registradas somente através de Pontos de
Escuta foram: Physalaemus gracilis, Dencropsophus samborni e Dendropsophus minutus.
A)
B)
Figura 188. A) Leptodactylus latrans; B) Pseudis minuta.
Na Figura 189 estão apresentadas as Curvas de Acúmulo de Espécies e de Rarefação de
Espécies. O acúmulo de espécies ao longo do eixo “X” foi baseado nos dez dias de
amostragens realizados nas duas campanhas, cada uma com cinco dias de amostragem.
A partir do último dia de amostragem da Campanha 1, não houveram novos registros de
anfíbios (Figura 189 A).
Na Curva de Rarefação (Figura 189 B), a qual faz reamostragens dos resultados e propõe
uma curva estatisticamente proporcional, nota-se o acréscimo constante da curva e o
razoável intervalo de confiança. A Curva de Rarefação tende a complementar a Curva de
Acúmulo de Espécies (Curva do Coletor), que se mostrou constante devido às últimas
amostragens não obterem acréscimo de dados. No entanto, tende ao crescimento se um
maior número de amostragens fosse efetuado, pois, existe um maior número de espécies
de possível ocorrência.
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A)
B)
Figura 189. A) Curva de Acúmulo de Espécies de anfíbios; B)
Curva de Rarefação de Espécies de anfíbios.
A Tabela 87 apresenta a Frequência de Ocorrência do registro das espécies amostradas,
considerando os 10 Pontos de Escuta por campanha (cinco pontos em cada área de
influência em cada campanha, n=20) considerando a ADA e AID do empreendimento.
A espécie Physalaemus gracilis foi a espécie com maior ocorrência nos Pontos de Escuta
(FO= 30) realizados. No entanto, essa espécie é considerada Incomum (entre 21-40%) na
área de estudo. No mesmo grupo, entre as mais frequentes espécies registradas está a rãboiadeira (Pseudis minuta) com Frequência de Ocorrência representada por 25% e também
considerada Incomum nas áreas de influência do empreendimento.
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A Frequência de Ocorrência das espécies segundo os Pontos de Escuta resultou em espécies
Ocasionais e Incomuns, não ocorrendo espécies Comuns, Abundantes ou Frequentes nos
pontos amostrados. Isto pode ter ocorrido pelo fato de que as espécies mais escutadas
estavam presentes em alguns dos pontos e também pela inexistência de vocalizações em
outros Pontos de Escuta.
Nota-se
a
predominância
das
espécies
Physalaemus
gracilis,
Pseudis
minuta
e
Dendropsophus sanbornii na ADA do empreendimento. Já na AID do empreendimento as
espécies Physalaemus gracilis e Dendropsophus minutus foram as mais frequentes.
Ressalta-se
que
nenhuma
das
espécies
frequentes
são
espécies
de
interesse
conservacionista e todas são comuns em ambientes modificados.
Tabela 87. Frequência de Ocorrência (FO) de anfíbios nos Pontos de Escuta obtidos durante o
levantamento de dados primários no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do Terminal
Graneleiro Nidera Canoas.
% FO
% FO
% FO
Status
Táxons
n ADA
ADA
n AID
AID
Total
Geral
Leptodactylus gracilis
1
10
0
0
5
Ocasional
Physalaemus gracilis
3
30
3
30
30
Incomum
Pseudis minuta
3
30
2
20
25
Incomum
Dendropsophus sanbornii
3
30
0
0
15
Ocasional
Leptodactylus latrans
2
20
1
10
15
Ocasional
Dendropsophus minutus
1
10
3
30
20
Ocasional
Conforme pode ser visto na Figura 190 cinco espécies foram amostradas pelas pitfalls e
seis espécies pelos Pontos de Escuta. As espécies amostradas pelas Armadilhas de
Interceptação e Queda (pitfalls) foram: Leptodactylus gracilis, Physalaemus gracilis,
Leptodactylus latrans, Rhinella fernandezae e Odontophrynus americanos. Já através dos
Pontos de Escuta foram amostradas também as espécies Leptodactylus gracilis,
Physalaemus gracilis e Leptodactylus latrans, além das duas espécies do gênero
Dendropsophus (D. Sambornii e D. minutus) e a espécie Pseudis minuta.
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Figura 190. Número de espécies de anfíbios registradas no
Estudo de Impacto Ambiental do Terminal Graneleiro Nidera
Canoas a partir das metodologias pitfall e Pontos de Escuta.
Se tratando da Riqueza de espécies de anfíbios da ADA e AID, a Figura 191 demonstra a
similaridade entre as duas áreas de influência. Na ADA e AID, sete e seis espécies foram
amostradas respectivamente. As espécies Dendropsophus sanbornii e Odontophrynus
americanus foram exclusivas das amostragens na ADA, enquanto que a AID do
empreendimento teve como espécie exclusiva (não ocorrendo na ADA) o sapo Rhinella
fernandenzae.
Figura 191. Número de espécies de anfíbios registradas
durante as campanhas amostrais na ADA e na AID do
empreendimento.
Durante as amostragens realizadas para a elaboração do Plano de Manejo do Parque
Estadual do Delta do Jacuí (publicação de fevereiro de 2014), estudo no qual o esforço
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amostral não foi perfeitamente descrito ao longo do documento, foram encontradas 24
espécies de anfíbios. A ocorrência de Floresta Semidecidual com presença de áreas abertas
e áreas alagadas comprova a similaridade das áreas - Parque Estadual Delta do Jacuí e
áreas amostradas no presente Estudo de Impacto Ambiental.
No Plano de Manejo do Parque Estadual do Delta do Jacuí os anfíbios mais frequentes
durante
as
amostragens
foram:
Dendropsophus
sanbornii,
Hypsiboas
pulchellus,
Leptodactylus latrans, Scinax squalirostris e Scinax berthae. Apesar da ocorrência
frequente de Dendropsophus sanbornii no Plano de Manejo do Parque e nas amostragens
do presente EIA, bem como da presença abundante da perereca Leptodactylus latrans em
ambos estudos, as outras espécies registradas no Plano de Manejo não foram registradas
durante as duas campanhas (Campanha 1 e 2) do presente EIA, porém, como são todas
espécies associadas a ambientes antropizados, pode-se hipotetizar que possivelmente
também habitam a ADA e AID do futuro empreendimento.
Já no Estudo para Implantação da Arena Grêmio (PROFILL, 2009), realizado nas
redondezas do início da rodovia federal BR-448, não foram amostradas espécies
representantes do grupo dos anfíbios. As áreas amostradas apresentam-se muito
antropizadas, demonstrando similaridade com a região do Terminal Graneleiro Nidera
Canoas.
Quanto aos trabalhos relevantes realizados na redondeza das áreas de influência do
presente Estudo de Impacto Ambiental, podem-se citar também os Estudos de Impacto
Ambiental para a Implantação da nova ponte sobre o Delta do Jacuí (POLAR, 2010) e para
a implantação da Rodovia do Parque (BR- 448) (STE, 2008), estes resultaram em 21 e 11
registros de anfíbios, respectivamente.
As oito espécies amostradas no presente EIA do Terminal Graneleiro Nidera Canoas foram
registradas nos dois EIAs (da Ponte sobre o Delta do Jacuí e da BR- 448/RS). Através de
amostragens em ambientes mais preservados do que aqueles encontrados na ADA do
Terminal é compreensível obter um maior número de registros de espécies como os
encontrados nos estudos amibientais acima citados.
Nenhuma espécie com possível ocorrência na área do empreendimento é considerada
ameaçada de extinção conforme a Lista de Espécies Ameaçadas do Estado do Rio Grande
do Sul (SEMA, 2014), Livro Vermelho das Espécies Ameaçada de Extinção (MMA, 2008) ou
Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos
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Naturais (IUCN, 2014) das espécies ameaçadas. No entanto, algumas espécies possuem
maior interesse tratando-se de sua conservação. Para o presente diagnóstico, apresentase somente a espécie:
Trachycephalus mesophaeus: espécie dependente de substratos arbóreos, no qual os
utilizam como micro habitat. Os indivíduos da espécie são comumente avistados dentro de
bromélias em alturas superiores a dois metros. Pouco se sabe sobre seu comportamento
na região sul do Brasil, mas devido a dependência das espécies a árvores de grande porte,
estas se tornam vulneráveis em regiões abertas e com alta antropização. A retirada da
mata pode acarretar em impactos nas populações de espécies com comportamentos
peculiares como o da perereca-leitosa (T. mesophaeus) (BORGES-MARTINS et al., 2007).
Somente uma espécie de anfíbio está classificada como Indicadora de Qualidade
Ambiental, dentre as quais possam ter ocorrência e/ou são registradas para a região do
empreendimento: Melanophryniscus tumifrons - espécie que ocorre nos estados do Paraná,
Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A espécie é natural de áreas abertas, a reprodução é
explosiva e ocorre em poças temporárias. O sapinho-de-barriga-vermelha (M. tumifrons)
ocorre em áreas preservadas e seu relato identifica áreas com alta qualidade ambiental
(GARCIA et al., 2004).
Dentre as espécies de anfíbios com relevante interesse médico ou sanitário, as quais
possam ocorrer ou são registradas para a região do empreendimento são as do gênero
Rhinella (R. fernandezae). Esta foi registrada no presente diagnóstico através da pitfall. As
espécies deste gênero são consideradas tóxicas para homem, mas principalmente, para os
animais domésticos, por serem facilmente ingeridas ou mordidas por eles. Os cães são as
vítimas mais frequentes de intoxicação por bufonídeos, principalmente durante a noite e
após as chuvas. Os sinais clínicos incluem vômitos, cegueira, dor abdominal, convulsões,
estupor e coma. A manifestação dos sinais clínicos se dá rapidamente após a intoxicação,
a morte pode ocorrer 15 minutos após o aparecimento dos sinais clínicos. A morte dos
mesmos está relacionada ao efeito cardiotóxico do veneno que leva à morte por fibrilação
ventricular (SAKATE & OLIVEIRA, 2000).
Espécies cinegéticas são aquelas espécies alvo intenso de caça, tanto para alimentação
quanto para esporte. Por esse motivo, são importantes indicadoras da pressão de caça em
uma determinada região. Dentre as espécies de anfíbios cinegéticas com possível
ocorrência na região do Terminal Graneleiro Nidera Canoas está Leptodactylus latrans,
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espécie nativa, amplamente utilizada para consumo de sua carne (MACHADO & BERNARDE,
2002).
Dentro da classificação de espécies exóticas, Lithobates catesbeianus é uma espécie
exótica originária da América do Norte, mas que foi introduzida no Brasil por
empreendedores que viram na espécie, potencialidades comerciais pelas qualidades
nutricionais e sabor delicado da carne. Tratando-se de um táxon de grande porte e com
grande plasticidade fenotípica, causa forte impacto sobre as comunidades de anfíbios
nativos, através da competição e predação (MACHADO & BERNARDE, 2002).
5.2.3.1.2.2.2. Répteis
A partir da realização das duas campanhas amostrais (Campanha 1 e 2) para coleta dos
dados primários à elaboração do presente diagnóstico, foi possível obter apenas um
registro de répteis. Isto representa apenas 2,3% das 43 espécies de possível ocorrência
para as áreas de influência do empreendimento, segundo as referências bibliográficas
consultadas para os dados secundários.
A lista de provável ocorrência das espécies de répteis para a região do presente estudo e
a registrada durante as campanhas amostrais está apresentada na Tabela 88.
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Tabela 88. Lista de provável ocorrência das espécies de répteis na região do estudo (ADA, AID e AII) e registradas no Estudo de Impacto Ambiental do Terminal
Graneleiro Nidera Canoas.
Táxons Espécie/Família
Nome Comum
Ambiente
Status de Conservação
cágado-preto
B-S
NT-IUCN/LC-MMA/RS
Phrynops hilarii (Duméril & Bibron, 1835)
cágado-de-barbichas
B-S
LC-IUCN/MMA/RS
Hydromedusa tectifera Cope, 1869
cágado
B-S
LC-IUCN/MMA/RS
tartaruga-verde-e-amarela
B-S
LC-IUCN/MMA/RS
jacaré-do-papo-amarelo
B
LC-IUCN/MMA/RS
Amphisbaena trachura Cope, 1885
cobra-cega
S
LC-IUCN/MMA/RS
Amphisbaena kingii (Bell, 1833)
cobra-cega-de crista
S
LC-IUCN/MMA/RS
cobra-de-vidro
F
LC-IUCN/MMA/RS
lagartixa-das-paredes
T
LC-IUCN/MMA/RS
lagartixa do-campo
F
LC-IUCN/MMA/RS
Salvator merianae Duméril & Bibron, 1839
lagarto-do- papo-amarelo
T
LC-IUCN/MMA/RS
Teius oculatus (D’Orbigny & Bibron, 1837)
lagarto-verde, teiú
T
LC-IUCN/MMA/RS
Tipo de
Registro
ADA AID
TESTUDINES
Pleurodira
Chelidae
Acanthochelys spixii (Duméril & Bibron, 1835)
Emydidae
Trachemys dorbigni (Duméril & Bibron, 1835)
CROCODILIA
Eusuchia
Alligatoridae
Caiman latirostris (Daudin, 1802)
SQUAMATA
Amphisbaenidae
Sauria
Diploglossidae
Ophiodes striatus (Spix, 1825)
Gekkonidae
Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818)
Teiidae
Cercosaura schreibersii Wiegmann, 1834
V
Serpentes
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X
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Táxons Espécie/Família
Nome Comum
Ambiente
Status de Conservação
muçurana-preta
A
LC-IUCN/MMA/RS
Atractus reticulatus (Boulenger, 1885)
cobra-da-terra
A
LC-IUCN/MMA/RS
Echinanthera sp
cobra
A
LC-IUCN/MMA/RS
Helicops infrataeniatus (Jan, 1865)
cobra-d’água
B
LC-IUCN/MMA/RS
Lygophis flavifrenatus (Cope, 1862)
jararaca-listrada
B
LC-IUCN/MMA/RS
Erythrolamprus jaegeri (Günther, 1858)
jararaquinha-verde
B
LC-IUCN/MMA/RS
Erythrolamprus miliaris (Linnaeus, 1758)
cobra-preta, cobra-lisa
B
LC-IUCN/MMA/RS
Erythrolamprus poecilogyrus (Wied, 1825)
cobra-verde-do-capim
A
LC-IUCN/MMA/RS
Erythrolamprus almadensis (Wagler, 1824)
jararaquinha-do-campo
A
LC-IUCN/MMA/RS
Lygophis anomalus (Günther, 1858)
jararaquinha-d’água
A
LC-IUCN/MMA/RS
Oxyrhopus rhombifer Duméril, Bibron & Duméril, 1854
coral-falsa
A
LC-IUCN/MMA/RS
Phalotris lemniscatus (Duméril, Bibron & Duméril, 1854)
cobra–cipó- arenada
A
LC-IUCN/MMA/RS
Philodryas aestiva (Duméril, Bibron & Duméril, 1854)
cobra-cipó
F
LC-IUCN/MMA/RS
Philodryas olfersii (Lichtenstein, 1823)
cobra verde das –árvores
F
LC-IUCN/MMA/RS
Philodryas patagoniensis (Girard, 1858)
papa-pinto, parelheira
A
LC-IUCN/MMA/RS
Ptychophis flavovirgatus Gomes, 1915
cobra-espada-de-água
A
LC-IUCN/MMA/RS
Sibynomorphus neuwiedi (Ihering, 1911)
corredeira
F
LC-IUCN/MMA/RS
Sibynomorphus ventrimaculatus (Boulenger, 1885)
corredeira
A
LC-IUCN/MMA/RS
Thamnodynastes strigatus (Günther, 1858)
cobra-espada
A
LC-IUCN/MMA/RS
Thamnodynastes hypoconia (Cope, 1860)
cobra-espada
F
LC-IUCN/MMA/RS
Tomodon dorsatus Duméril, Bibron & Duméril, 1854
cobra-espada
A
LC-IUCN/MMA/RS
Tomodon ocellatus Duméril, Bibron & Duméril, 1854
cobra-espada
A
LC-IUCN/MMA/RS
Xenodon merremii (Wagler, 1824)
boipeva
A
LC-IUCN/MMA/RS
Xenodon dorbignyi (Duméril, Bibron & Duméril, 1854)
boipeva
A
LC-IUCN/MMA/RS
cobra-cipó
F
LC-IUCN/MMA/RS
Tipo de
Registro
ADA AID
Dipsadidae
Boiruna maculata (Boulenger, 1896)
Colubridae
Chironius bicarinatus (Wied, 1820)
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Táxons Espécie/Família
Nome Comum
Ambiente
Status de Conservação
Mastigodryas bifossatus (Raddi, 1820)
jararaca–do-banhado
A
LC-IUCN/MMA/RS
Spilotes pullatus (Linnaeus, 1758)
cobra-espada
F
LC-IUCN/MMA/RS
Bothrops alternatus Duméril, Bibron & Duméril, 1854
cruzeira, urutu
A
LC-IUCN/MMA/RS
Bothrops jararaca (Wied, 1824)
jararaca, jararaca-do-mato
F
LC-IUCN/MMA/RS
Bothrops pubescens (Cope, 1870)
jararaca-pintada
A
LC-IUCN/MMA/RS
cobra coral
A
LC-IUCN/MMA/RS
Tipo de
Registro
ADA AID
Viperidae
Elapidae
Micrurus altirostris (Cope, 1859)
Legenda: Status de Conservação conforme SEMA (2014) e MMA (2008): VU= Vulnerável; EN= Em Perigo; CR= Criticamente em Perigo; LC= Pouco Preocupante, NT= Quase Ameaçada e EW=
Extinta na Natureza. Status de conservação conforme padrão IUCN - 2014 - União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais. Registros: (V) registro visual; (A)
registro auditivo; (P) pitfall. Ambiente: (F) florestas; (V) sob vegetação; (S) solo; (B) banhados (L) ambiente lótico. Rio Grande do Sul= RS e Ministério do Meio Ambiente= MMA.
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Durante a Campanha 1 (inverno) foi avistada somente uma espécie de réptil, o que não
ocorreu na Campanha 2 (primavera), na qual não foram amostrados indivíduos da
reptiliofauna.
Um indivíduo da espécie Salvator merianae (lagarto-teiú) foi avistado na AID, no entanto,
não foi possível realizar o registro fotográfico (Figura 192).
Figura 192. Exemplo de Salvator
http://www.reptile-database.org/.
merianae.
Fonte:
Os répteis são comumente o grupo menos amostrado nos estudos que tem como objetivo
o inventariamento da fauna local. Os indivíduos da ordem Reptilia precisam de energias
externas como fonte de aquecimento do próprio corpo para adquirir disposição para a caça,
digestão, acasalamento e deslocamento. As serpentes e lagartos são avistados em
deslocamento ou em repouso em locais que às proporcionam temperaturas propícias. Estes
são um dos motivos pelos quais sua diversidade é maior nos trópicos e em estações mais
quentes. No entanto, mesmo com a chegada da primavera, ou seja, com o aumento das
temperaturas, não foi possível registrar indivíduos deste grupo nas áreas de influência do
empreendimento.
Ao se tratar da ADA, esta se mostrou pouco atrativa para ser utilizada pela reptiliofauna
devido a propensão da área a concentração de água, o que dificulta o deslocamento destas
espécies, assim como a procura por presas e realização da termorregulação.
Os locais amostrados na AID, originalmente composta por um fragmento de mata
(formação Floresta Semidecidual), também não se mostraram propícios ao encontro de
répteis, isto pelo alto grau de antropização visualizado, principalmente pela ação humana
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e utilização de áreas para a pecuária. A AID já não possui as espécies arbóreas
características de sub-bosque e os indivíduos arbóreos de grande porte também
apresentam-se descaracterizados em relação à sua formação original, apresentando uma
grande presença de Eucalyptus sp, aspectos no qual demonstram forte antropização.
Estas características identificadas nas áreas amostradas não descartam a ocorrência da
herpetofauna na ADA e AID, mas sim podem ser um dos aspectos da baixa diversidade de
espécies e densidade de indivíduos observada neste estudo.
Os estudos utilizados para a formulação do Plano de Manejo do Parque Estadual do Delta
do
Jacuí
(publicação
de
fevereiro
de
2014)
demonstraram
a
ocorrência
de
aproximadamente 26 espécies, o que demonstra a possível ocorrência de mais espécies
nas áreas de influência do presente Estudo.
Bujes (2008) fez amostragens nas ilhas das Flores e da Pintada a procura de Quelônios.
Neste trabalho foram encontradas cinco espécies que utilizam a região do Delta do Jacuí
como habitat natural. Além da espécie exótica Trachemys scripta também foram relatadas
as espécies Phrynops hilarii, Hydromedusa tectifera, Trachemys dorbigni e Acantochelys
spixii. Todas estas podem utilizar as áreas de influência do empreendimento para a
nidificação, caça e deslocamento devido à similaridade e proximidade dos ambientes, no
entanto, não foram registradas nas campanhas amostrais da herpetofauna deste
diagnóstico.
No Estudo de Impacto Ambiental Grêmio Arena (PROFILL, 2009), não foram obtidos
registros de indivíduos da reptiliofauna durante as amostragens. Já no Estudo de Impacto
Ambiental para a Construção da BR-448/RS (STE, 2008), foram relatadas apenas seis
espécies de répteis, estas foram todas espécies comuns em locais antropizadas como:
Trachemys dorbigni, Phrynops hilarii, Helicops infrataeniatus, Philodryas patagoniensis,
Thamnodynastes strigatus e Salvator merianae.
No processo de implantação da nova ponte do Guaíba (POLAR, 2010), no qual o esforço
amostral do Estudo de Impacto Ambiental foi efetuado em áreas dentro do Parque Estadual
do Delta do Jacuí, foram relatadas 14 espécies de répteis, mas, nenhuma está presente
nas listas de espécies ameaçadas de extinção.
Na Campanha 1 (inverno) do presente diagnóstico, efetuada no mês de junho de 2014, a
ADA e seu entorno não proporcionaram boas condições para o deslocamento dos répteis.
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Com a alta pluviosidade da semana de campo, tanto a reptiliofauna quanto os grupos
faunísticos que estes se alimentam (anfíbios e pequenos roedores) não foram amostrados
em grandes quantidades, aspectos que reforçam a teoria da baixa diversidade de répteis
e anfíbios em épocas frias e chuvosas das regiões subtropicais do Brasil (GARCIA et al.,
2008).
Durante a Campanha 2 (primavera), efetuada no mês de outubro, as amostragens também
foram pobres em número de espécies e indivíduos de répteis. A ADA ainda concentrava
muita água, impossibilitando a utilização da área pela reptiliofauna como abrigo ou
termorregulação. A ADA, no entanto, apresentou a ocorrência da anfibiofauna, o que pode
provavelmente atrair serpentes à caça de alimento. Moradores da região declararam
constatar indivíduos da espécie Bothrops jararaca (jararaca) sob árvores supostamente
fugindo do alague constante da ADA, fato que não foi constatado pela equipe.
Entre as espécies de répteis com possível ocorrência para a região, segundo dados
bibliográficos consultados, apenas a espécie Acanthochelys spixii apresenta-se como quase
ameaçada (NT – Near Treatened), conforme a IUCN/2014. Esta espécie não foi registrada
pela equipe, no entanto as áreas amostradas propiciam a ocorrência desta espécie devido
a presença de regiões alagadiças e áreas abertas que propiciam a nidificação. Bujes (2008)
relatou a presença de 16 indivíduos dessa espécie durante as amostragens realizadas na
ilha da Pintada, no Parque Estadual Delta do Jacuí.
As espécies de répteis indicadoras de qualidade ambiental são as citadas como de
ocorrência para ambientes preservados, sem alta interferência antrópica. Para a região de
estudo deste diagnóstico destaca-se Micrurus altirostris, espécie sempre associada a
regiões abertas e preservadas não muito tolerantes a alterações antrópicas (BORGESMARTINS et al., 2007).
5.2.3.1.2.2.2.1
Espécies de Interesse Médico ou Sanitário
Espécies de interesse médico e sanitário são espécies que podem trazer algum dano ao
ser humano ou a fauna associada como animais domésticos e animais de corte: Gênero
Bothrops: Apesar de o veneno ser considerado menos tóxico quando comparado aos
demais grupos (Crotalus e Micrurus), acidentes com as “jararacas” representam 88% dos
acidentes ofídicos no Brasil (FREITAS & SILVA, 2006). Para as áreas de influência do
empreendimento são citadas em estudos as espécies B. jararaca (jararaca), B. alternatus
(cruzeira) e B. pubescens (jararaca-pintada).
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Também são consideradas espécies de répteis cinergéticas de possível ocorrência na
região: Caiman latirostris – jacaré-de-papo-amarelo – já foi amplamente utilizada de
maneira ilegal, para consumo de sua carne e comércio do couro (fabricação de artigos
diversos). Atualmente, existe criação dessa espécie em cativeiro (SARKIS-GONÇALVES et
al., 2001); Salvator merianae – teiú – frequentemente utilizada de forma ilegal para
consumo humano, em algumas regiões do Brasil.
As espécies de répteis exóticas com potencial invasor de possível ocorrência na região do
Terminal Graneleiro Nidera Canoas são: Hemidactylus mabouia – lagartixa – é uma espécie
exótica, originária da África, introduzida em praticamente todas as regiões do mundo por
intermédio de embarcações. É encontrada em diversos locais, onde ocorram alterações
ambientais e influência antrópica. Eventualmente pode ser encontrada em fragmentos
florestais (ANJOS, 2004). Trachemys scripta – Espécies nativa dos Estados Unidos e
introduzida no Brasil com intuito de criação como pets. Bujes (2008) fez o primeiro relato
da espécie em ambiente natural (Delta do Jacuí) e também relatou a predação do
mexilhão-dourado pela espécie.
5.2.3.1.2.3. Considerações Finais - Herpetofauna
O histórico de ocupação da região do Terminal Graneleiro Nidera Canoas, principalmente
pelo crescimento das cidades, desenvolvimento industrial e usos do território envolvendo
a rizicultura, silvicultura e pecuária, gradativamente resultou em significativa perda das
coberturas de solo originais, principalmente florestas e campos, que foram convertidos nas
mais diversificadas formas de uso.
O termo herpetofauna é utilizado para indicar o conjunto faunístico de répteis e anfíbios,
seres vivos de grande importância ecológica, atuando em diversos processos, tais como o
controle de populações de animais como mamíferos, invertebrados, aves e outros répteis.
Anfíbios e répteis são animais particularmente sensíveis a mudanças ambientais, em
especial os anfíbios, cujos ciclos de vida dependem da disponibilidade de fontes de água
doce, muitas vezes com características físico-químicas e estruturais muito específicas.
Após análise dos resultados obtidos nas amostragens realizadas para a elaboração do
diagnóstico da herpetofauna para o Estudo de Impacto Ambiental do Terminal Graneleiro
Nidera Canoas, constata-se que foram registradas através dos métodos de coletas de
dados primários, oito espécies de anfíbios e uma espécie de réptil nas Áreas Diretamente
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Afetada e de Influência Direta do empreendimento. Estes números representam
aproximadamente 21% e 2,3% das espécies de possível ocorrência para a região,
respectivamente, segundo os dados secundários consultados.
Esse número de espécies registradas pode estar relacionado justamente às interferências
do homem na ADA e AID do empreendimento, o que pode interferir na disponibilidade de
alimento e abrigo para as espécies da herpetofauna, bem como outros fatores como a
presença de locais bem preservados próximos, como a Área de Proteção Ambiental do
Delta do Jacuí, localizada adjacente à área do empreendimento, e que abriga, segundo seu
Plano de Manejo, populações significativas de répteis e anfíbios.
5.2.3.1.3. Avifauna
5.2.3.1.3.1. Métodos
Para amostrar a avifauna presente nas áreas de influência (ADA e AID) do Terminal
Graneleiro Nidera Canoas, localizado no Município de Canoas, Estado do Rio Grande do
Sul, foram realizadas diferentes metodologias descritas a seguir. Cabe destacar que não
foram coletadas espécies da avifauna, para suportar o presente diagnóstico.
5.2.3.1.3.1.1. Levantamento de Dados Secundários
Foram realizadas buscas bibliográficas em fontes consagradas e disponíveis que tratam da
avifauna local: ACCORDI et al. (2001); ACCORDI & BARCELOS (2006); BENCKE (2001);
BENCKE et al. (2010); FZB (2014). As referências foram consultadas objetivando a
caracterização da avifauna nas Áreas de Influência Indireta, Direta e Diretamente Afetada
pelo empreendimento, formulando também uma lista das espécies com provável
ocorrência na região do presente estudo.
As espécies listadas foram classificadas quanto o seu status de conservação em âmbito
mundial – União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, 2014); nacional –
Ministério do Meio Ambiente (MACHADO, 2008); e estadual – Decreto N°57.797 de
setembro de 2014 (SEMA, 2014).
A ordem taxonômica, a nomenclatura científica e popular seguiu o padrão recomendado
pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos – 11ª edição (CBRO, 2014).
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