Insuficiência renal - Colégio Dom Feliciano

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Componente Curricular: Microbiologia e Parasitologia I
Profª Mônica I. Wingert
Módulo II
Turma 201E
INSUFICIÊNCIA RENAL
Caracteriza-se pela redução ou perda da capacidade dos rins de executarem sua função, ou seja, os rins
são incapazes de remover os resíduos do metabolismo corporal. Esses resíduos, por sua vez, se
acumulam nos líquidos corporais, comprometendo o organismo de forma sistêmica.
Causas
As causas são as mais diversas, como redução do fluxo renal devido à desidratação ou a choque
hipovolêmico, necrose tubular por causas tóxicas, obstruções mecânicas por litíase ou tumores,
infecções renais ou outras doenças como diabete melitus, lúpus e principalmente hipertensão arterial.
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA)
É uma perda súbita e quase completa da função renal devido a fatores desencadeantes, com a redução
no volume sanguíneo, traumatismos, septicemia, desidratação, hipersensibilidade, cálculos renais,
embolia, trombose, choque anafilático e transfusão de sangue incompatível. É frequentemente
reversível.
Existem três fases clínicas da IRA;
Fase Oligúria: caracteriza-se por volume urinário de 400 a 600 ml/24h, acompanhado de elevação
dos níveis de ureia, creatinina, ácido úrico, potássio e magnésio no sangue. Essa fase dura
aproximadamente 10 dias.
Fase diurética: é quando o volume urinário ultrapassa 500 ml/24h, o que ainda não significa uma
recuperação total da função renal.
Fase de recuperação: é lenta, podendo durar de 3 a 12 meses. Em geral, permanece uma redução na
capacidade de filtração e de concentração de urina.
Manifestações clínicas
O paciente sente-se doente, letárgico e sonolento, podendo convulsionar. Tem abalos musculares,
náuseas e vômitos; a pele é seca devido à desidratação. Aparecem arritmias cardíacas, devido à
hipercalemia (aumento de potássio), e a anemia é inevitável pelas perdas sanguíneas e pela diminuição
da vida das hemácias.
Cuidados de enfermagem:
 A prevenção da IRA, em pacientes hospitalizados, deve ser prioridade nas intervenções de
enfermagem, já que desidratação, hipovolemia e outros fatores de risco podem ser evitados.
 Preparar a diálise ou hemodiálise e exames complementares.
 Manter cuidados rigorosos com assepsia.
 Pesar o paciente diariamente em jejum.
 Manter BH rigoroso conforme prescrição e comunicar:
 Edema;
 Ganho de peso;
 Aumento da PA e da FC e alterações respiratórias;
 Distensão de veias do pescoço.
 Controlar rigorosamente o gotejo de infusões venosas.
 Diluir drogas endovenosas na menor quantidade de líquido possível.
 Distribuir a quantidade de líquidos de forma o mais regular possível durante o dia.
 Dar medicações orais junto com refeições; as que forem dadas nos intervalos devem requerer
pouca quantidade de água.
Comunicar alterações musculoesqueléticas, como:
 Câimbras;
 Dificuldade motora.
 Observar para que a dieta seja seguida corretamente, com limitada quantidade de gordura e
proteínas.
 Manter repouso no leito, com mudanças de decúbito.
 Proporcionar ambiente calmo.
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA (IRC)
É uma deterioração progressiva, irreversível da função renal, na qual o organismo perde a capacidade
de manter o equilíbrio metabólico e hidroeletrolítico, resultando em uremia (síndrome decorrente de
um excesso de ureia e outros produtos nitrogenados do sangue).
A principal causa da IRC é a hipertensão arterial não tratada.
Manifestações Clínicas
O paciente fica letárgico, fadigado, anoréxico, tem vômitos e diarréia sede, diminuição da saliva e
gosto metálico na boca e perda do olfato. Tem tendências hemorrágicas, pode sofrer espasmos
musculares e apresentar uma substância branca em forma de pó sobre a pele, conhecida com “gelo
urêmico”. A IRC pode levar o paciente ao óbito.
Cuidados de Enfermagem
Manter o equilíbrio hidroeletrolítico:
 Controlando peso;
 Verificando PA;
 Realização BH;
 Comunicando presença de edema e ingurgitamento de veias;
 Comunicar respiração barulhenta.
 Medir anotar e comunicar alteração nos sinais vitais.
Manter ingestão nutricional adequada:
 Explicando as restrições dietéticas;
 Promovendo a ingestão de alimentos da preferência do paciente, pobre em proteínas, baixo
teor de sódio e potássio;
 Proporcionando um ambiente agradável para as refeições;
 Fornecer informações adequadas, sanando dúvidas.
 Estimular autocuidado e a autoestima, envolvendo a família no tratamento.
Tratamento
 O rim possui a uma significativa capacidade de recuperar-se de lesões.
 O objetivo do tratamento é reestabelecer o equilíbrio, de forma que possa ocorrer o reparo do
tecido renal. Se caso isso não ocorrer, a diálise pode ser iniciada para evitar complicações
graves.
Tratamento dialítico
É um processo utilizado para remover líquido e produtos do metabolismo do corpo, quando os rins são
incapazes de fazê-lo devido ao comprometimento da função ou quando toxinas ou venenos devem ser
removidos imediatamente para evitar lesão permanente ou fatal. Os métodos de tratamento incluem
hemodiálise e diálise peritoneal.
DIÁLISE PERITONEAL
Nesse caso o peritônio atua como superfície de difusão. Um líquido é introduzido (dialisador), por
meio de cateteres especiais, na cavidade peritoneal e a ureia e a creatinina são depuradas (removidas).
Cuidados de Enfermagem
o Promover conforto:
 Mudanças de decúbito;
 Massagens nas áreas de pressão;
 Cabeceira elevada;
 Sair do leito sempre que houver possibilidade.
o Manter infusão e drenagem do líquido da diálise.
 Avaliar a permeabilidade do cateter ( se há clampeamento, torção ou bolhas de ar no tubo).
 Se o líquido não estiver drenando apropriadamente, movimentar o paciente de um lado para
outro.
 Atentar para sinais de infecção no local da inserção do cateter.
 Usar técnicas assépticas na troca das bolsas.
Verificar a PA e a P a cada 15 min. Durante a primeira troca, e a seguir a intervalos de uma hora.
Monitorar o ritmo cardíaco.
Verificar a temperatura a cada 4 horas.
 O procedimento é repetido até que haja melhora dos níveis de bioquímica sanguínea. O caso
habitual é de 36 a 48horas para casos de IRA, podendo ser permanente nos casos de IRC.
HEMODIÁLISE
É um procedimento que usa os princípios da difusão, osmose e filtração. O sangue é bombeado para
uma máquina que fará o trabalho do rim, ou seja, os resíduos e os metabólicos serão removidos
através de uma membrana semipermeável, envolvida por uma solução dialisadora, composta de água,
glicose, sódio, cloreto de potássio e de cálcio e acetato de bicarbonato, que estarão em quantidade
proporcional ao quantitativo a ser removido.
FÍSTULA ARTERIOVENOSA (FAV)
É a ligação cirurgicamente realizando uma anastomose entre uma artéria e uma veia. A fístula leva
aproximadamente 7 dias para o amadurecimento. Durante este período, se houver necessidade de
realizar hemodiálise, o paciente é submetido a instalação do cateter de shirley.
Cuidados de Enfermagem
Manter controle rigoroso dos sinais vitais.
Manter controle do peso antes e depois da hemodiálise, conforme rotina.
Manter antissepsia rigorosa para acesso vascular.
Atentar para sinais de infecção no local de acesso vascular.
Orientar para que o paciente comunique, por exemplo:
 Dor no peito;
 Cãibras;
 Náuseas e vômitos;
 Visão turva.
Monitorar e comunicar sinais e sintomas de:
 Febre;
 Dispneia;
 Dor no peito;
 Lombalgia;
 Dor no braço.
Verificar se a máquina está rigorosamente regulada e com suas conexões devidamente encaixadas.
Ter certeza de que a limpeza do material está correta.
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