Cumprimentando-o cordialmente, dirigimo

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SOCIOLOGIA E FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO
Pedro Wilson Guimarães
“Cantar e pensar são os dois troncos
vizinhos do ato poético”.
Heidegger
Nesta Segunda-feira, 02 de junho, aconteceu no Palácio do Planalto um momento
histórico para a educação brasileira. Referimo-nos a solenidade em que o
Presidente da República, em exercício, José Alencar, sancionou a lei que torna
obrigatório o ensino de sociologia e filosofia no ensino médio, nas escolas
públicas e privadas de todo o país.
Herdamos do mundo grego não apenas a semântica estrutural da língua, mas o
processo de inserção mediante a atividade do pensar. Com efeito, um dos ideais
gregos que alicerçam tal consideração é a idéia de que é tarefa primordial do ser
humano o desenvolvimento intelectual de sua personalidade. Por isso, a filosofia,
a idéia grega ao saber pelo saber, pressupõe o necessário exercício do pensar
como fundamento do conhecer. O desdobrar deste ideal nos direciona,
essencialmente, a dois problemas básicos a educação e a política. É impossível,
para os gregos, desvincular educação e política só é possível no Estado e através
dele.
Assim situando-nos na realidade histórica do Brasil contemporâneo, sem jamais
perder de vista a precípua influência dos ideais gregos relativos à educação,
cultura e política faz-se urgente uma reflexão sobre a atual situação da filosofia e
da sociologia no referido contexto, mais especificamente à problemática de sua
inclusão, ou re-inclusão, nas escolas brasileiras e seus currículos do Ensino
Médio.
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Na realidade contemporânea, na atualidade, tanto ou mais que em outras épocas
históricas, sociais e políticas, a filosofia e sociologia devem estar presente para
propiciar a análise e compreensão de problemas, envolvendo questões
emergentes da diversidade dos contextos. Vale lembrar que estar disciplinas têm
um papel fundamental no fortalecimento das instituições democráticas do país,
além de contribuir para uma formação e fundamentação da opinião pública
brasileira, não deixando somente a cargo da imprensa, que muitas vezes se vê à
deriva com o cerco do fenômeno midiático, que, ao modo do Rei Midas,
transforma em ouro, ou melhor, mercado, tudo o que toca. Ao contrário essas
disciplinas contribuirão para uma opinião pública responsável e crítica, convidando
para o debate reflexivo.
A sanção desta lei que inclui filosofia e sociologia no ensino médio público e
privado faz parte de uma luta de anos, onde inclusive em 1995, no nosso primeiro
mandato de deputado federal, fomos demandados por filósofos, sociólogos,
departamentos, institutos, estudantes, movimentos sociais no sentido de
apresentar um Projeto de Lei com esse teor e assim o fizemos. Felizmente, depois
de muitos anos de luta o Presidente Lula, o Ministro Fernando Haddad e mesmo
com o apoio dos deputados/as, senadores/as alcançamos esta bela conquista.
É justo e necessário lembrar a luta de associações, centros acadêmicos,
entidades, intelectuais como Florestan Fernandes, Paulo Freire, Marilena Chauí,
Maria Helena Café, Joel, Gonzalo, Ildeu, Cappi, Pereira, Linhares, Pallacin, Anísio
Teixeira, Emir Sader, Darcy Ribeiro, Itami Campos, Maria Alice, Pedro Célio, Elza,
Maria, Genilda, Ivanildes, Dalva, Chico Rabelo, Otávia, Tereza, Betinho, Milton
Santos, Luiz Pereira, e muitos outros pensadores brasileiros que fizeram e fazem
a história de um outro mundo possível, com mais saber, sabor, cultura,
inteligência, sensibilidade, pão, mel e poesia. Por fim, a inclusão da filosofia e
sociologia na vida dos educandos brasileiros permitirá uma formação mais crítica,
mais libertadora, mais realizadora de sonhos e utopias para todos os homens e
mulheres das cidade e dos campos cerrados/savana.
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