hpv e câncer do colo uterino

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“HPV E CÂNCER DO COLO UTERINO”
- Perspectivas de erradicação com Vacina –
O que é o HPV ?
HPV ou Papilomavírus humano é um vírus de trasmissão preferencialmente sexual,
considerado como a DST (doença de transmissão sexual) mais freqüente no mundo. São
chamados de Papilomavírus porque podem causar verrugas ou papilomas, que são tumores
benignos (não cancerosos) que aparecem na ragião genital ou anal.
Qual o percentual de mulheres infectadas ?
Depende da região que se estuda. Em média consideramos que 20-50% das
mulheres sexualmente ativas estejam infectadas de alguma forma pelo vírus (latente ou
produtiva). As infecções latentes (mais freqüentes) são assintomáticas e passam a se
manifestar no momento em que há uma diminuição no sistema de defesa (imunológico) da
pessoa. Já a infecção produtiva tem várias formas de manifestação, indo desde pequenas
lesões (fig. ) até lesões gigantes (fig. ).
Alguns pesquisadores prevêem que a infecção venha atingir mais de 85% da
população nos próximos anos (Ralph Richart, 2001) ou até mesmo todas as pessoas (Kari
Syrjänem, 1999).
Qual sua importância no trato genital ?
A infecção genital ou anal pelos Papilomavírus pode causar tanto lesões benignas
(chamados condilomas acuminados ou verrugas genitais ou cavalo de crista) como lesões
pré-cancerosas e o câncer propriamente dito desta região, principalmente do colo uterino
(fig. ). O grupo de vírus que causa a lesão benigna é diferente do grupo que causa a
doença maligna. Estudos desde a década de 80 comprovaram que o HPV é o agente
causador do câncer do colo uterino. Mas para a mulher ter este tipo de câncer, além da
presença do HPV, necessita de outros fatores (imunológicos, hormonais, dietéticos e
ambientais) que irão propiciar o crescimento e desenvolvimento desta infecção (tab 1). O
mecanismo de evolução da infecção pode ser visto na fig. 3.
Quais são os tipos de HPV ?
Atualmente existem mais de 150 tipos diferentes do HPV, sendo que 40 deles
apresentam a capacidade de infectar o trato ano-genital, tanto do homem quanto da mulher.
Os diferentes tipos são denominados por números (exemplo HPV 1, HPV 6, etc.). Destes
40, temos 2 grupos importantes que denominamos Grupo de Alto Risco Oncogênico, ou
seja, estão associados ao câncer genital e o Grupo de Baixo Risco Oncogênico que causa
apenas os condilomas. Do grupo de alto risco os vírus 16 e 18 são responsáveis por 70%
dos casos de câncer do colo uterino. Do grupo de baixo risco, os HPV 6 e 11 são
responsáveis por mais de 90% dos caso de condilomas.
Como se faz o diagnóstico da Infecção HPV ?
O diagnóstico depende do tipo de manifestação do vírus. Nos casos de infecção
clínica podemos fazer diagnóstico a olho nu, ou seja, as lesões verrucosas são facilmente
diagnosticadas, não sendo necessário nenhum outro tipo de exame.
Nas infecções subclínicas necessitamos de exames complementares como a
citologia (exame de Papanicolaou ou Preventivo), histologia (biópsia) ou colposcopia
(ampliação das imagens com auxílio de um aparelho especial denominado colposcópio).
Nas infecções latentes todos os exames anteriores são normais. O diagnóstico pode
ser realizado apenas pelos métodos de hibridização molecular do DNA viral. A
positividade deste exame não quer dizer que a mulher irá manifestar a infecção, pois o
organismo poderá eliminar o vírus antes mesmo dele se manifestar clinicamente.
Como se trata a infecção ?
Existem vários tipos de tratamento. Inclui tratamento tópicos (cremes e pomadas),
cauterização química (ácidos), cauterização com gelo (criocauterização), cauterização
elétrica (eletrocauterização), laser, cirurgia e imunoestimulantes como o interferon. Mesmo
com as mais modernas formas de tratamento, o índice de recidiva (reaparecimento) das
lesões é alto, variando de 25-50%, necessitando várias séries de tratamento e
acompanhamento prolongado.
Como se previne esta infecção ?
Como a forma mais freqüente de aquisição da infecção é sexual, as medidas de
prevenção das DST são as mais importantes, tais como:
 Uso do preservativo (camisinha) nas relações sexuais.
 Evitar ter muitos parceiros ou parceiras sexuais.
 Realizar exame ginecológico periódico (ideal a cada 6 meses).
 Realizar o exame de Papanicolaou pelo menos uma vez por ano.
É importante ressaltar que o uso do preservativo, apesar de prevenir a maioria das
DSTs, não impede totalmente a contaminação pelo vírus HPV, pois, freqüentemente
as lesões estão presentes na área genital ou próxima (raiz da coxa, perianal, etc),
locais não protegidos pela camisinha.
Qual a perspectiva do uso de uma vacina ?
Uma vez que as infecções pelo HPV nem sempre são corretamente diagnosticadas,
existe uma alta frequência de recidiva após tratamento adequado e uma impossibilidade de
prevenção em 100% dos casos, os pesquisadores começaram a estudar outras possíveis
formas de prevenção. A exemplo do que aconteceu com outras infecções virais (sarampo,
rubéola, poliomielite, hepatite B) o desenvolvimento de uma vacina contra a infecção HPV
se mostrou promissor.
Estudos em animais já mostraram excelente eficácia. Atualmente está sendo testado
a eficácia da vacina em seres humanos. Um trabalho publicado no final do ano passado no
The New England Journal of Medicine avaliando uma vacina contra o HPV 16 mostrou
100% de eficácia na prevenção desta infecção.
Vários centros no mundo estão atualmente testando a eficácia de uma vacina que
chamamos de quadrivalente (para os HPVs 6, 11, 16 e 18). Em SC este estudo está sendo
desenvolvido no HU da UFSC.
Como este estudo está sendo conduzido no HU/UFSC ?
Juntamente com outros centros de pesquisa no Brasil e no mundo, o HU está
testando uma vacina experimental contra os quatro tipos mais comuns de HPV. O objetivo
é verificar se essa vacina previne a infecção pelo HPV e das lesões cancerosas provocadas
por eles. Estão sendo selecionadas mulheres entre 16 e 23 anos de idade que não desejam
engravidar nos próximos 8 meses. Todas estas voluntárias serão acompanhadas durante
todo o período de estudo, encluindo consultas ginecológicas, exames físicos e laboratoriais.
Quais as vantagens que uma voluntária tem em participar do
estudo ?
Uma vantagem da participação no estudo envolve o acesso regular às avaliações
ginecológicas, incluindo avaliação frequente quanto às doenças do aparelho genital e o
exame de Papanicolaou periódico.
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