No Carnaval de ano de mil novecentos e noventa e oito, na cidade

Propaganda
No Carnaval de ano de mil novecentos e noventa e oito, na cidade de Olinda, no estado de
Pernambuco, era recesso da faculdade, meus amigos e eu, gozando do livre arbitrio e do direito de ir
e vir, resolvemos passar o carnaval na cidade de Olinda, Mario, Marques e Pedro foram meus
amigos nesta jornada incançavel que talvez ficou cravado na memoria de um caso sobrenatural que
talvez a nossa fragil sabedoria fosse incapaz de decifrar este misterio. No primeiro dia de carnaval,
no salão de festa, estavamos dançando e quando por volta da meia noite meu amigo Pedro, puxoume pela camisa e disse, voce esta vendo aquela moça, que esta encostada na parede ao lado balcão,
respondi assim, que linda mulher, veja ela esta trajando um short muito bonito. Refleti de imediato,
será que ela esta só. Neste momento a minha percepção viajou nas correntezas da esperança da
conquista. Estava eu ali, amor de primeira vista, imagina será que este tal de cupido me acertou,
parei de dançar e continuei a flertar a moça. Ai se soubesse que ela era um fantasma, jamais teria
investido nesta empreitada. Mas o amor é sego, já dizia o filosofo. Como as estrelas bilham no céu,
e sempre tem uma que bilha mais, exatamente é nesta que voltamos a nossa atenção. Assim
aconteceu comigo naquele salão, aquela moça em meu intimo, brilhava mais do que as outras que
ali estavam presente. Estava determinado, segui em frente, tomei um gole de coragem e chutei a
timidez e lá cheguei não como Dan Juan, mas como um inseguro homem, na terra da conquista do
sexo oposto, aproximei dela e disse, e aí tudo bem. Ela respondeu tudo bem, estava aguardando
voce. Assustei, não sei como mais senti um calafrio, entendo que foi minha intuição, que naquele
exato momento tentou me alertar. Ela disse, fui eu que pedi seu colega pra te chamar, a fim de que
voce pudesse me ver. Há senhor leitor, desculpa eu esqueci de perguntar o nome dela. Mil perdões,
pelas barbas do profeta, certamente eu irei perguntar aguarde. Em sequencia eu disse a ela: Voce é
tão linda, eu jamais vi uma loira tão linda quanto voce. Ela respondeu obrigada pelos elogios. A esta
altura, minhas mãos estava tocando naquelas suaves mãos da branquita mais linda daquela noite,
atrevi me ainda, esplorar os contornos de seu corpo, no entanto, senti naquele momento um voraz
conquistador, não em conquistar muitas mulheres, mas um conquistador daquela mulher em
especial. Pobre de mim, não sabia que era um fantasma. A emoção foi tamanha, que não tinha
perguntado o nome dela, porém já tinha certa intimidade com seu corpo. Ela disse, Manoel vamos
sentar pouquinho. Novamente assustei, como ela sabe meu nome, eu não disse a ela. Novamente o
mistério voltou a rondar a minha conciencia e fiquei inerte diante dos acontecimentos. Não tive
coragem de indagar a ela e muito menos atrevi-me de perguntar como ela sabia meu nome. Quando
sentamos na mesa, antecipei minhas desculpas e perguntei qual era seu nome. Ela disse: meu nome
é Marina. Retruquei lindo nome. Nisso já era quatro horas da manhã, meus colegas já haviam
partido para hotel, nisso ela convidou-me para leva-la em sua casa, segundo ela morava ali proximo,
há cinco quarteirões. Batemos em retirada, que noite maravilhosa, que amor perfeito. Logo
chegamos em sua casa, situada na rua Esperança, numero 02, bairro sentimental. Ali ela beijou e
olhou para ceu e fixou seu olhar numa estrela da constelação de orion, de disse a mim, voce esta
vendo aquela estrela da constelação de orion, olha quanto ela brilha. Não é linda. No meu intimo,
imaginei, voce é tao bela quanto esta estrela. Alí ficamos até dez para seis da manha. Quando ela
disse, tenho que ir. Há esta frio deixa sua jaqueta comigo. Eu disso tudo bem,retirei a jaqueta e
vestiu. Nisso despedimos, ela entrou no portão de sua casa e fui para o hotel. Noutro dia meus
colegas comentaram entre si, que mulher lida era aquela, voce é sortudo hei. Após os comentarios,
indaguei a Pedro, Marina pediu que para voce me chamar. Ele disse: não. Eu disse: Pedro, aquela
mulher é mistoriosa, primeiro ela disse que pediu voce para me chamar; depois ela disse meu nome,
sem que lhe havia dito a ela. Não é estranho. Pedro disse: realmente aquela mulher, parece que
tinha brilho diferente, a sua roupa resplacia. Afirmei a pedro, daqui a pouco irei na casa dela,
convida-la pra gente pegar uma praia. E assim, fiz eu, segui quando cheguei em sua casa, toquei a
campanhia, uma senhora de nome Norma me atendeu, perguntei gostaria de falar com Marina, ela
esta; a senhora respondeu, ela não esta, ela não mais mora aqui. Eu insisti, senhora eu deixei ela
aqui hoje de manhã. Nisso Norma abriu a porta e vi a foto de Marina em um quadro na parede da
sala; eu disse, é essa ai da foto; Norma chorou e disse de forma concisa, olha moço, a minha filha já
faleceu no carnaval de noventa e cinco, exatamente ontem fez tres anos de seu falecimento. Eu não
acreditei. E insisti, disse desculpe senhora, eu estava com ela até hoje de madrugada, inclusive
deixei com ela minha jaqueta. Norma chorou e disse, meu bom rapaz entre no meu carro e vamos
até o cemitério, lá voce verá seu jazigo. Prontamente, dirigimos até cemiterio, quando chegamos em
seu tumulo estava minha jaqueta sobre o Jazigo.
Download