Guerra Fria - WordPress.com

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GUERRA FRIA
Guerra Fria é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos
indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo o período entre o final
da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991). Em resumo, foi um
conflito de ordem política, militar, tecnológica, econômica,social e ideológica entre as duas nações e
suas zonas de influência.
Uma parte dos historiadores argumenta que foi uma disputa dos países que apoiavam
as Liberdades civis, como a liberdade de opinião e de expressão e de voto, representada pelos
Estados Unidos e outros países ocidentais e do outro lado a ditadura comunista ateia1 2 , onde era
suprimida a possibilidade de eleger e de discordar, defendida pela União Soviética (URSS)3 e outros
países onde o comunismo fora imposto por ela.
Outra parte dos historiadores defende que esta foi uma disputa entre o capitalismo, representado
pelos Estados Unidos e o socialismo totalitário, onde fora suprimida a propriedade privada,
defendida pela União Soviética (URSS). Entretanto, esta caracterização só pode ser considerada
válida com uma série de restrições e apenas para o período do imediato pós-Segunda Guerra
Mundial, até a década de 1950. Logo após, nos anos 1960, o bloco socialista se dividiu e durante as
décadas de 1970 e 1980, a China comunista se aliou aos Estados Unidos na disputa contra a União
Soviética. Além disso, muitas das disputas regionais envolveram Estados capitalistas, como os
Estados Unidos contra diversas potências locais mais nacionalistas.
É chamada "fria" porque não houve uma guerra direta ou seja bélica, "quente", entre as
duas superpotências, dada a inviabilidade da vitória em uma batalha nuclear. A corrida
armamentista pela construção de um grande arsenal de armas nucleares foi o objetivo central
durante a primeira metade da Guerra Fria, estabilizando-se na década de 1960 até à década de
1970 e sendo reativada nos anos 1980 com o projeto do presidente estadunidense Ronald
Reagan chamado de "Guerra nas Estrelas".
Dada a impossibilidade da resolução do confronto no plano estratégico, pela via tradicional da
guerra aberta e direta que envolveria um confronto nuclear; as duas superpotências passaram a
disputar poder de influência política, econômica e ideológica em todo o mundo. Este processo se
caracterizou pelo envolvimento dos Estados Unidos e União Soviética em diversas guerras
regionais, onde cada potência apoiava um dos lados em guerra. Estados Unidos e União Soviética
não apenas financiavam lados opostos no confronto, disputando influência político-ideológica, mas
também para mostrar o seu poder de fogo e reforçar as alianças regionais.
Neste contexto, os chamados países não alinhados, mantiveram-se fora do conflito não alinhandose aos blocos pró-URSS ou pró-EUA. E formariam um "terceiro bloco" de países neutros:
o Movimento Não Alinhado.
Norte-americanos e soviéticos travaram uma luta ideológica, política e econômica durante esse
período. Se um governo socialista fosse implantado em algum país do Terceiro Mundo, o governo
norte-americano entendia como uma ameaça à sua hegemonia; se um movimento popular
combatesse um governo aliado à soviético, logo poderia ser visto com simpatia pelos Estados
Unidos e receber apoio.
A Guerra da Coreia (1950-1953) e a Guerra do Vietnã (1962-1975) são os conflitos mais famosos da
Guerra Fria. Além da famosa tensão na Crise dos mísseis em Cuba (1962) e, também na América
do Sul, a Guerra das Malvinas(1982). Entretanto, durante todo este período, a maior parte dos
conflitos locais, guerras civis ou guerras inter-estatais foi intensificado pela polarização entre EUA e
URSS.
Esta polarização dos conflitos locais entre apenas dois grandes polos de poder mundial, é que
justifica a caracterização da polaridade deste período como bipolar. Principalmente porque, mesmo
que tenham existido outras potências regionais entre 1945 e 1991, apenas Estados Unidos e URSS
tinham capacidade nuclear de segundo ataque, ou seja, capacidade de dissuasão nuclear.
História
A Crise no Pós-Guerra
Com o final da Segunda Guerra Mundial, a Europa estava arrasada e ocupada pelos exércitos das
duas grandes potências vencedoras, os Estados Unidos e a URSS. O desnível entre o poder destas
duas superpotências e o restante dos países do mundo era tão gritante, que rapidamente se
constitui um sistema global bipolar, ou seja, centrada em dois grandes polos.
Os Estados Unidos defendiam a economia capitalista, argumentando ser ela a representação
da democracia e daliberdade. Em contrapartida a URSS enfatizava o socialismo, argumentando
defesa ao domínio burguês e solução dos problemas sociais.
Churchill, Roosevelt e Stalin naConferência de Ialta, 1945.
Sob a influência das duas doutrinas, o mundo foi dividido em dois blocos liderados cada um por uma
das superpotências: a Europa Ocidental e a América Central e do Sul sob influência cultural,
ideológica e econômica estadunidense, e parte do Leste Asiático, Ásia central e Leste europeu, sob
influência soviética. Assim, o mundo dividido sob a influência das duas maiores potências
econômicas e militares da época, estava também polarizado em duas ideologias opostas:
o Capitalismo e o Socialismo totalitario.
Entretanto era notória deste o início da Guerra Fria a superioridade economica norte americana.
Em 1945 os Estados Unidos tinham metade do PIB mundial, 2/3 das reservas mundiais de ouro,
60% da capacidade industrial ativa do mundo, 67% da capacidade produtora de petróleo, além da
maior Marinha e da maior Força Aérea que existia. Seus exércitos ocupavam parte
da Europaocidental e o Japão, algumas das zonas foram as mais ricas e industrializadas do mundo
antes da Guerra. Também ocupavam parte do sudeste asiático, especificamente metade
da península da Coreia e grande parte das ilhas do Pacífico. O território continental americano
nunca havia sido realmente ameaçado durante a Segunda Guerra Mundial, sendo que a batalha
travada geograficamente mais próxima do continente foi a de Pearl Harbor, no Havai.
Por sua vez a União Soviética ocupava a metade oriental da Europa e a metade norte da Ásia, uma
parte da Manchúria e da Coreia, regiões tradicionalmente agrícolas e pobres. O próprio território
soviético havia sido palco de batalhas durante a II Guerra Mundial, contra divisões alemãs. O
resultado é que em 1945 os Estados Unidos contabilizavam cerca de 500 mil mortos na guerra,
contra cerca de 20 milhões de soviéticos mortos (civis e militares). Centenas de cidades soviéticas
estavam destruídas em 1945. A maior parte das indústrias, da capacidade produtiva agrícola e
da infraestrutura de transportes, energia e comunicações estava destruída ou seriamente
comprometida.
Operação Impensável
Operação Impensável é o nome de um plano inicial de guerra feito pelo governo britânico em 1945.
Tal operação consistia na invasão da então União Soviética por forças militares britânicas,
poloneses exilados, americanos e mesmo alemães recém rendidos.
Bloqueio de Berlim (Junho/1948 - Maio/1949)
Bloqueio de Berlim, Desnazificação, Zonas ocupadas pelos Aliados na Alemanha, Zonas ocupadas
pelos Aliados na Áustria
Após a derrota alemã na Segunda Guerra, os países vencedores lhe impuseram pesadas sanções.
Dentre as quais a divisão da Alemanha em 4 áreas administrativas, cada uma chefiada por um dos
vencedores: Estados Unidos, França, Reino Unido e União Soviética e duas zonas de influência:
Capitalista e Socialista. Berlim, a capital da Alemanha, também foi dividida, ainda que sob território
de influência soviética. A comunicação entre o lado ocidental da cidade fragmentada e as outras
zonas era feita por pontes aéreas e terrestres.
C-47 no Aeroporto de Tempelhof em Berlim durante o Bloqueio de Berlim.
Em 1948, numa tentativa de controlar a inflação galopante da Alemanha, os Estados Unidos, a
França e o Reino Unido criaram uma "trizona" entre suas zonas de influência, para fazer valer
nestes territórios o Deutsche Mark (Marco alemão). Josef Stalin, então líder da URSS, reprovou a
ideia e, como contra-ataque, procurou reunificar Berlim sob sua influência. Desse modo, em 23 de
Junho de 1948, todas as rotas terrestres foram fechadas pelas tropas soviéticas, privando a cidade
de alimentos e combustiveis, numa violação dos acordos da Conferência de Ialta.
Para não abandonar as zonas ocidentais de Berlim e dar vitória à União Soviética, os países
ocidentais prontificaram-se a criar uma grande ponte aérea, em que aviões de transporte de
cargas estado-unidenses, ingleses, e australianos saíam da "trizona" levando mantimentos aos mais
de dois milhões de berlinenses que viviam no ocidente da cidade. Stalin reconheceu a derrota dos
seus planos em 12 de Maio de 1949. Pouco depois, as zonas estadunidense, francesa e britânica se
unificaram, originando aBundesrepublik Deutschland (República Federativa da Alemanha
ou Alemanha Ocidental), cuja capital era Bonn. Da zona soviética surgiu a Deutsche Demokratische
Republik (República Democrática Alemã ou Alemanha Oriental), com capital Berlim, a porção
oriental.
Plano Marshall e COMECON
Plano Marshall, COMECON
Mapa da Europa mostrando os paísesque receberam ajuda do Plano Marshall. As colunas azuis mostram a quantidade
total relativa de ajuda por país.
A fragilização das nações europeias, após uma guerra violenta, permitiu que os Estados Unidos
estendessem uma série de apoios econômicos à Europa aliada, para que estes países pudessem se
reerguer e mostrar as vantagens do capitalismo. Assim, o Secretário de Estado dos Estados
Unidos, George Marshall, propõe a criação de um amplo plano econômico, que veio a ser conhecido
como Plano Marshall. Tratava-se da concessão de uma série de empréstimos a baixos juros e
investimentos públicos para facilitar o fim da crise na Europa Ocidental e repelir a ameaça do
socialismo entre a população descontente. Durante os primeiros anos da Guerra Fria,
principalmente, os Estados Unidos fizeram substanciais investimentos nos países aliados, com
notável destaque para o Reino Unido, a França e a Alemanha Ocidental.
O Japão, entre 1947 e 1950, recebeu menos apoio americano. A situação só se transformou com a
explosão da Guerra da Coreia, que fez do Japão o principal aliado das tropas das Nações Unidas.
Após a declaração da guerra, os americanos realizaram importantes investimentos na economia
japonesa, que também foi impulsionada com a demanda de guerra.
Em 1951 foi elaborado o Plano Colombo, uma organização realizada por países do Sudeste
Asiático, com intenções de reestruturação social. Os norte-americanos realizaram alguns
investimentos para estimular a economia do sub-continente, mas o volume de capital investido foi
muito menor ao destacado para o Plano Marshall, porém bem menos ambicioso, para estimular o
desenvolvimento de países do sul e sudeste da Ásia.
Em resposta ao plano econômico estadunidense, a União Soviética propôs-se a ajudar também
seus países aliados, com a criação do COMECON (Conselho para Assistência Econômica Mútua).
O COMECON fora proposto como maneira de impedir os países-satélites da União Soviética de
demonstrar interesse no Plano Marshall, e não abandonarem a esfera de influência de Moscou.
Corrida armamentista
Corrida armamentista
Teste nuclear realizado em 18 de Abrilde 1953 na Área de Testes de Nevada.
Terminada a Segunda Guerra Mundial, as duas potências vencedoras dispunham de uma enorme
variedade de armas, muitas delas desenvolvidas durante o conflito, outras obtidas dos cientistas
alemães e japoneses.
Novos tanques, aviões, submarinos, navios de guerra e mísseis balísticos constituíam as chamadas
armas convencionais. Mas também haviam sido desenvolvidas novas gerações de armas não
convencionais, como armas químicas, que praticamente não foram utilizadas em batalha. A
Alemanha que desenvolveu a maior indústria de armas químicas do mundo, utilizou esses gases
mortais em câmaras de gás nos campos de concentração. Algumas armas biológicas foram
testadas, principalmente pelo Japão na China ocupada, mas a tecnologia da época ainda era muito
pouco eficiente. O maior destaque ficou com uma nova arma não-convencional, mais poderosa que
qualquer outra arma já testada até então: bomba atómica. Só os Estados Unidos tinham essa
tecnologia, o que aumentava em muito seu poderio bélico e sua superioridade militar estratégica em
relação aos soviéticos.
A União Soviética iniciou então seu programa de pesquisas para também produzir tais bombas, o
que conseguiu em 1949. Mas logo a seguir, os Estados Unidos testavam a primeira bomba de
hidrogênio, centena de vezes mais poderosa. A União soviética levaria até 1953 para desenvolver a
sua versão desta arma, dando início a uma nova geração de ogivas nucleares menores, mais leves
e mais poderosas.
A União Soviética obteve a tecnologia para armas nucleares através de espionagem. Em 1953, nos
Estados Unidos, o casal Julius e Ethel Rosenberg foi condenado a morte por transmitir à União
Soviética segredos sobre a bomba atómica norte americana.
Essa corrida ao armamento era movida pelo receio recíproco de que o inimigo passasse a frente na
produção de armas, provocando um desequilíbrio no cenário internacional. Se um deles tivesse
mais armas, seria capaz de destruir o outro.
A corrida atingiu proporções tais que, já na década de 1960, os Estados Unidos e a URSS tinham
armas suficiente para vencer e destruir qualquer outro país do mundo. Uma quantidade tal de armas
nucleares foi construída, que permitiria a qualquer uma das duas superpotências, sobreviver a um
ataque nuclear maciço do adversário, e a seguir, utilizando apenas uma fração do que restasse do
seu arsenal, pudesse destruir o mundo. Esta capacidade de sobreviver a um primeiro ataque
nuclear, para a seguir retaliar o inimigo com um segundo ataque nuclear devastador, produziu medo
suficiente nos líderes destes dois países para impedir uma Guerra Nuclear, sintetizado em conceitos
como Destruição Mútua Assegurada ou "Equilíbrio do terror".
OTAN e Pacto de Varsóvia
OTAN, Pacto de Varsóvia
Em 1949 os Estados Unidos e o Canadá, juntamente com a maioria dos países europeus,
suportados alguns destes com governos que incluiam os socialistas, criaram a OTAN (Organização
do Tratado do Atlântico Norte), uma aliança militar com o objetivo de proteção internacional em caso
de um suposto ataque dos países do leste europeu.
Em resposta à OTAN, a URSS firmou entre ela e seus aliados o Pacto de Varsóvia (1955) para unir
forças militares da Europa Oriental. Logo as alianças militares estavam em pleno funcionamento, e
qualquer conflito entre dois países integrantes poderia ocasionar uma guerra nunca vista antes.
Mapa dos países pertencentes ao Pacto de Varsóvia.
A tensão sentida pelas pessoas com relação às duas superpotências acentuou-se com o início da
corrida armamentista, cujo “vencedor” seria a potência que produzisse mais armas e mais tecnologia
bélica. Em contraponto, a corrida espacial trouxe grandes inovações tecnológicas e proporcionou
um grande avanço nas telecomunicações e na informática.
O macartismo, criado pelo senador estadunidense Joseph McCarthy nos anos 50, culminou na
criação doComitê de Investigação de Atividades Antiamericanas do Senado dos Estados Unidos.
Em outras palavras, toda e qualquer atividade pró-comunismo estava terminantemente proibida e
qualquer um que as estimulasse estaria sujeito à prisão ou extradição. Inúmeros artistas e
produtores de filmes ou de programas de televisão que criticavam o governo americano foram
acusados de comunistas. Foi criada aLista Negra de Hollywood contendo os nomes de pessoas do
meio artístico acusados de atividades antiamericanas.
A era do macartismo acabou por extirpar do meio artístico americano a maior parte dos produtores
progressistas ou simpatizantes da esquerda. A URSS aplicou extensivamente o Artigo 58 de seu
Código Penal na Zona de ocupação soviética na Alemanha, onde as pessoas eram internadas como
"espiões" pela simples suspeita de oposição ao regime stalinista, como pelo simples ato de contatar
organizações com base nas Zonas ocupadas pelos Aliados ocidentais.6 No campo especial
da NKVD emBautzen, 66% dos presos, tinham sido encarcerados por suspeita de apoiarem o
capitalismo .6
Guerra da Coreia (Junho/1950 - Julho/1953)
Guerra da Coreia
O único grande confronto militar que envolveu batalhas em que de um lado haviam forças militares
americanas e do outro forças soviéticas, foi a Guerra da Coreia. Apenínsula da Coreia foi dividida,
em 1945, pelo paralelo 38 N, em duas zonas de influência: uma ao norte, ocupada pela União
Soviética, e a partir de 1949 pela República Popular da China, comunista; era a República Popular
Democrática da Coreia. A outra porção, ao sul do paralelo 38 N, foi ocupada pelas tropas
americanas e permaneceu capitalista com apoio das nações ocidentais passou a ser conhecida
como República da Coreia.
Em 1950, os líderes da Coreia do Norte, incentivada pela vitória do socialismo na China um ano
antes, recebeu apoio da URSS para tentar reunificar a Coreia sob o comando de um governo
socialista, invadiu e ocupou a capital sul-coreana Seul, desencadeando um conflito armado. Os
Estados Unidos solicitaram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, a formação de uma
força multinacional para defender a Coreia do Sul. Na ocasião a URSS se recusou a participar da
reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas em que esta medida foi discutida, e os
Estados Unidos conseguiram legitimar a primeira grande batalha militar da Guerra Fria contra o
bloco soviético.
As tropas anglo-americanas fizeram a resistência no sul, reconquistando a cidade e partindo em
uma investida contra o norte. A China, sentindo-se ameaçada pela aproximação das forças
ocidentais, enviou reforços à frente de batalha, fazendo da Coreia um grande campo de batalha.
Após muitas batalhas, com avanços e recuos de ambos os lados, um primeiro acordo de paz é
negociado, mas demora dois anos para ser ratificado. O General americanoDouglas
MacArthur chegou a solicitar o uso de armas nucleares contra a Coreia do Norte e a China, mas foi
afastado do comando das forças americanas.
Apenas quando a União Soviética já havia testado sua primeira bomba de hidrogênio, em 1953, é
que um armistício foi assinado em Panmunjon, em 27 de Julho de 1953. O acordo manteve a
península da Coreia dividida em dois Estados soberanos, praticamente como antes do início da
guerra, com mudanças mínimas na linha de fronteira. Essa divisão da Coreia em dois países se
mantém até hoje. Em Junho de 2000, os governos das duas Coreias anunciaram planos de
reaproximação dos dois países. Isso significou o início da desmilitarização da região, a diminuição
do isolamento internacional da Coreia do Norte e, para milhares de coreanos, a possibilidade de
reencontrar parentes separados há meio século pelo conflito. Pela tentativa, o então presidente da
Coreia do Sul, Kim Dae Jung, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2000.
Operação Washtub
Operação Washtub
A Operação Washtub, foi uma operação secreta da CIA organizada para plantar um falso
esconderijo de armas Soviético na Nicarágua para demonstrar que a Guatemalatinha laços
com Moscou. A operação fazia parte de um plano para derrubar o Presidente da Guatemala, Jacobo
Arbenz Guzmán em 1954.
Corrida Espacial
Corrida espacial
Yuri Gagarin, a primeira pessoa no espaço (1961).
Um dos campos que mais se beneficiaram com a Guerra Fria foi o da tecnologia.7 Na urgência de se
mostrarem superiores aos rivais, Estados Unidos e União Soviética procuraram melhorar os seus
arsenais militares. Como consequência, algumas tecnologias conhecidas hoje (como alguns tecidos
sintéticos) foram frutos dessa corrida.
A corrida espacial está nesse contexto. A tecnologia aeroespacial necessária para o lançamento de
mísseis e de foguetes é praticamente a mesma, e portanto os dois países investiram pesadamente
na tecnologia espacial.7
Sentindo-se ameaçada pelos bombardeiros estratégicos americanos, carregados de artefatos
nucleares que sobrevoavam as fronteiras com a URSS constantemente, a URSS começou a investir
em uma nova geração de armas que compensasse esta debilidade estratégica. Assim, a União
Soviética dá início à corrida espacial no ano de 1957, quando os soviéticos lançaramSputnik 1, o
primeiro artefato humano a ir ao espaço e orbitar o planeta. Em novembro do mesmo ano, os russos
lançaramSputnik 2 e, dentro da nave foi a bordo o primeiro ser vivo a sair do planeta: a cadela Laika.
Após as missões Sputnik, os Estados Unidos entraram na corrida, lançando o Explorer I, em 1958.
Mas a União Soviética tinha um passo na frente, e em 1961 os soviéticos conseguiram lançar
a Vostok 1, que era tripulada por Yuri Gagarin, o primeiro ser humano a ir ao espaço e voltar são e
salvo.
Astronauta Buzz Aldrin fotografado porNeil Armstrong (o primeiro homem a pisar na Lua) durante a missão Apollo 11,
em 20 de Julho de 1969.
A partir daí, a rivalidade aumentou a ponto de o presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy,
prometer enviar americanos à Lua e trazê-los de volta até o fim da década. Os soviéticos
apressaram-se para vencer os estadounidenses na chegada ao satélite.7 As missões Zond deveriam
levar os primeiros humanos a orbitarem a Lua, mas devido a falhas, só foi possível aos soviéticos o
envio de missões não-tripuladas,Zond 5 e Zond 6, em 1968. Os Estados Unidos, por outro lado,
conseguiram enviar a missão tripulada Apollo 8 no Natal de 1968 a uma órbita lunar.
O passo seguinte, naturalmente, seria o pouso na superfície da Lua. A missão Apollo 11 conseguiu
realizar com sucesso a missão, e Neil Armstrong e Edwin Aldrin tornaram-se os primeiros humanos,
respectivamente, a caminhar em outro corpo celeste.7
A corrida espacial se tornou secundária com a distensão dos anos 1960-1970, mas volta a ter
relevância nos anos 1980, no que pode ser considerado o último capítulo daquela disputa.
O presidente dos Estados Unidos anuncia investimentos bilionários na construção de um sistema
espacial de defesa anti-mísseis balísticos.7 A oficialmente denominada Iniciativa Estratégica de
Defesae conhecida como guerra nas estrelas, poderia defender o território americano dos mísseis
russos e acabar com a lógica da Destruição Mútua Assegurada.
Neste contexto os Estados Unidos enviam ao espaço o primeiro veículo espacial reutilizáveis:
o ônibus espacial.7 A URSS levaria alguns anos para construir a sua versão do ônibus espacial,
(o Buran) mas foi a primeira a colocar no espaço uma nave espacial armada de ogivas nucleares,
a Polyus, que teria sido destruída pelos próprios líderes soviéticos em 1987, quando já estavam
avançadas as negociações diplomáticas para por fim à Guerra Fria.
Arpanet
ARPANET
Mapa da rede ARPANET em 1972.
Outro campo em que ocorreu grande desenvolvimento durante a Guerra Fria foi o das
comunicações. Temendo um possível bombardeio soviético, durante a década de 1960, O
Pentágono financiou o desenvolvimento de um sistema de comunicação entre os computadores,
que envolveu centros de pesquisa militares e civis, como algumas das principais universidades
americanas. A rede de comunicações criada pela agência Arpa ficaria conhecida comoArpanet.
A lógica do sistema era a seguinte: caso fosse feito um bombardeio soviético, a central de
informações não estaria em um só lugar, mas sim em vários pontos conectados em uma rede, ou
seja, cada nó da rede funcionaria como uma central, todas conectadas entre si. A infraestrutura da
rede foi construída com fibra óptica para não sofrer interferência dos pulsos
eletromagnéticos produzidos pelas explosões nucleares.8 O sistema foi inaugurado com sucesso em
1969, na Universidade da Califórnia (UCLA), com o envio de uma mensagem de caracteres para
outro servidor.
Durante toda a década de 1970 e 1980 o uso dessa tecnologia se manteve restrito a fins militares e
acadêmicos. Somente em Convenção realizada no ano de 1987 a rede seria liberada para uso
comercial. A partir de então a Arpanet passou a se chamar Internet. Em 1990, o físico inglês Tim
Berners-Lee criaria o HTML (Linguagem de Marcação de Hipertexto). Na década de 1990 a Internet
passaria por um processo de expansão gigantesco, tornando-se um grande meio de comunicação
da atualidade.
A coexistência pacífica (1953 - 1962)
Nikita Khrushchov.
Coexistência pacífica
Após a morte de Stalin, em 1953, Nikita Khrushchov subiu ao posto de Secretário-Geral do Partido
Comunista da União Soviéticae, portanto, governante dos soviéticos. Condenou os crimes de seu
antecessor (ver: Discurso secreto) e pregou a política da coexistência pacífica entre os soviéticos e
americanos, o que significaria os esforços de ambos os lados em evitar o conflito militar, havendo
apenas confronto ideológico e tecnológico (corrida espacial). Houve apenas tentativas de
espionagem. Esta política também possibilitou uma aproximação entre os líderes. Khrushchov
reuniu-se diversas vezes com os presidentes americanos: com Dwight D. Eisenhower, em 1956, no
Reino Unido; em 1959 nos Estados Unidos; e em 1960 na França; e com Kennedy se encontrou
uma vez, em 1961, em Viena, Áustria.
Os países não alinhados
Conferência de Bandung, Movimento Não Alinhado
Um grupo de países optou por não tomar parte na Guerra Fria. Em sua maioria, países africanos,
asiáticos e ex colôniaseuropeias de independência recente. Para garantir sua neutralidade, os assim
denominados países não alinhados promoveram, em abril de 1955 e através da Conferência de
Bandung, a criação do Movimento Não Alinhado. Seu objetivo era dar apoio e segurança aos países
em desenvolvimento contra as duas superpotências. Condenavam o colonialismo, imperialismo e o
domínio de países estrangeiros em geral.9
A primeira conferência do movimento foi realizada em setembro de 1961, na cidade de Belgrado,
com a presença de representantes de 25 países.9 Nessas conferências, se torna óbvio os conflitos
entre os países do movimento, como por exemplo, entre o Irã e o Iraque, o que favorecia a posição
das duas superpotências e até da China. Além disso, era difícil a neutralidade dos países por causa
da fraca economia e agrava-se pelo atraso no desenvolvimento dos países recém-independentes.10
Com o fim da Guerra Fria e a extinção da União Soviética, o princípio político de "neutralidade"
deixou de ter um sentido comum.10
Crises da Guerra Fria (1956 - 1962)
Revolução húngara (1956)
Primavera de Praga, Revolução Húngara de 1956
Cabeça da estátua de Josef Stálin, derrubada durante a revolução.
Na Hungria, a ocupação da Hungria pelo Exército Vermelho, após a Segunda Guerra Mundial,
garantiu a influência da União Soviética sobre a região.11 O país no período pós-guerra tornou-se
uma democracia pluripartidária, até 1949, quando aRepública Popular da Hungria foi declarada12 e
tornou-se um estado comunista liderado por Mátyás Rákosi.13 Com o novo governo, começou uma
série de prisões em campos de concentração, torturas, julgamentos e deportações para o leste. A
economia não estava a ir muito bem, sofria com a desvalorização da moeda húngara, o pengő,
considerada uma das mais altas hiperinflações conhecidas.
Esgotados com os índices econômicos cada vez piores e com os governos de Enrö Gero e Mátyás
Rákosi, a população tomou as ruas de Budapeste na noite de 23 de outubro de 1956.14 O objetivo
desse levante era o fim da ocupação da União Soviética e a implantação do "socialismo
verdadeiro".15 Houve um confronto entre autoridades policiais e manifestantes e durante esse
confronto, houve a derrubada da estátua de Josef Stálin.14
Mesmo após a troca de governo, os conflitos foram intensificando-se. Com isso, os soviéticos
organizaram uma trégua com os populares. Logo após, o exército soviético executou uma violenta
ação contra os populares, colocando no poder Janos Kadar. No dia 4 de novembro de 1956, um
novo exército soviético provocou destruição nas ruas da capital húngara. Os populares foram
derrubados.
Guerra de Suez (1956)
Guerra do Suez
O rei do Egito, pró-europeu, foi derrubado por Gamal Abdel Nasser em 1953, que procurou instalar
uma política nacionalista e pan-arabista. Sua primeira manobra política de efeito foi a guerra que
declarou contra o recém-criado estado de Israel, porque eles teriam humilhado os árabes na Guerra
de Independência Israelita. Com os clamores de outros países árabes para uma nova investida
contra os judeus, Nasser aliou-se à Jordânia e à Síria.
Na mesma época, Nasser teria declarado a intenção de nacionalizar o Canal de Suez, que era
controlado majoritariamente por franceses e britânicos. Isso preocupou as duas potências, que
necessitavam do canal para seus interesses colonialistasna África e Ásia. Assim, a França, o Reino
Unido e Israel decidiram formar uma aliança, declararam guerra ao Egito de Nasser e cuidaram da
ocupação do Egito. Os europeus cuidaram de bombardear e lançar paraquedistas em locais
estratégicos, enquanto os israelitas cuidaram da invasão terrestre, invadindo a península do
Sinai em poucos dias depois.
A guerra no Egito perturbou a paz que vinha sendo mantida entre Washington D.C. e Moscou.
Dwight D. Eisenhower, então presidente americano, criticava a repressão em Budapeste,
na Hungria, e teve que provar que era contra a invasão a Israel. Os Estados Unidos tentaram várias
vezes fazer os europeus mudarem de ideia e retirar os ocupantes do Egito, ao mesmo tempo que
Khrushchev demandava respostas. Os Estados Unidos, inclusive, tentaram, a 30 de Outubro de
1956, levar aoConselho de Segurança das Nações Unidas a petição de retirada das tropas do Egito,
mas França e Reino Unido vetaram a petição. A União Soviética seguia a mesma linha de raciocínio
do Estados Unidos, sendo assim favorável à desocupação das terras egípcias porque queria
estreitar laços com os árabes, e se aliou rapidamente à Síria e ao Egito.
A crescente pressão econômica estadunidense e a ameaça de Khrushchov de que "modernas
armas de destruição" seriam usadas em Londres e Paris fizeram os dois países recuarem, e os
aliados se retiraram do Sinai em 1957. Após a retirada, o Reino Unido e a França foram forçadas a
perceber que não eram mais líderes políticos do mundo, enquanto o Egito manteve sua política
nacionalista e, mais tarde, pró-soviética.
Crise dos Mísseis (1962)
Crise dos mísseis de Cuba
Cuba, a maior das ilhas caribenhas, sofreu uma revolução em 1959, que retirou o ditador próestadunidense Fulgêncio Batista do poder, e instaurou a ditadura de Fidel Castro a partir de 1959. A
instauração de um regime socialista preocupou a Casa Branca que ainda em 1959 tentou depor o
novo governo, apoiando membros ligados ao antigo regime e iniciando um embargo econômico à
ilha. Com o bloqueio do comércio de petróleo e grãos, Cuba passa a adquirir esses produtos da
URSS. O governo de Fidel Castro, inicialmente composto por uma frente de grupos
nacionalistas, populistas e de esquerda, que variava de social-democratas aos de
inspiração marxista-leninista, rapidamente polarizaria em torno dos líderes mais pró-URSS.
Em 1961, a CIA chegou a organizar o desembarque de grupos de oposição armados que deporiam
Fidel Castro na operação da Invasão da Baía dos Porcos, que foi um fracasso completo. Diante
desta situação o novo regime cubano se aproxima rapidamente da URSS, que oferece proteção
militar.
Em 1962, a União Soviética foi flagrada construindo 40 silos nucleares em Cuba. Segundo
Kruschev, a medida era puramente defensiva, para evitar que os Estados Unidos tentassem nova
investida contra os cubanos. Por outro lado, no plano estratégico global, isto representava uma
resposta à instalação de mísseis Júpiter II pelos estadunidenses na cidade de Esmirna, Turquia, que
poderiam ser usadas para bombardear todas as grandes cidades da União Soviética.
Local de lançamento de mísseis emCuba, dia 1 de Novembro de 1962.
Rapidamente, o presidente Kennedy tomou medidas contrárias, como a ordenação de quarentena à
ilha de Cuba, posicionando navios militares no mar do Caribe e fechando os contatos marítimos
entre a União Soviética e Cuba. Vários pontos foram levantados a respeito deste bloqueio naval: os
soviéticos disseram que não entendiam porque Kennedy havia tomado essa medida, já que vários
mísseis estadunidenses estavam instalados em territórios dos países da OTAN contra os soviéticos,
em distâncias equivalentes àquela entre Cuba e os Estados Unidos; Fidel Castro revelou que não
havia nada de ilegal em instalar mísseis soviéticos em seu território; e o primeiro-ministro
britânico Harold Macmillan disse não ter entendido por que não foi sequer ventilada a hipótese de
acordo diplomático
Em 23 e 24 de Outubro, Kruschev teria enviado uma carta a Kennedy, informando suas intenções
pacíficas. Em 26 de Outubro disse que retiraria seus mísseis de Cuba se Washington se
comprometesse a não invadir Cuba. No dia seguinte, pediu também a retirada dos balísticos Júpiter
da Turquia. Mesmo assim, dois aviões espiões estadunidenses U-2 foram abatidos em Cuba e na
Sibéria em 27 de Outubro, o ápice da crise. Neste mesmo dia, os navios mercantes soviéticos
haviam chegado ao Caribe e tentariam passar pelo bloqueio. Em 28 de Outubro, Kennedy foi
obrigado a ceder os pedidos, e concordou em retirar os mísseis da Turquia e não atacar Cuba.
Assim, Nikita Kruschev retirou os mísseis nucleares soviéticos da ilha.
Apesar de o acordo ter sido negativo para os dois lados, o grande derrotado foi o líder soviético, que
foi visto como um fraco que não soube manter sua posição frente aos estadunidenses.
Sobre isso, disse o Secretário de Estado Dean Rusk:
"Nós estivemos cara a cara, mas eles piscaram" Dois anos depois, Kruschev não aguentou a
pressão e saiu do governo. Kennedy também foi mal-visto pelos comandantes militares dos Estados
Unidos. O general Curtis LeMay disse a Kennedy que este episódio foi "a maior derrota da história
estadunidense" , e pediu para que os Estados Unidos invadissem imediatamente Cuba.
América Latina
Intervencionismo
Ver página anexa: Lista de golpes de Estado bem sucedidos
Durante a Guerra Fria, a propaganda e os esforços anticomunistas dos Estados Unidos fizeram-se
sentir na região. De 1946 a 1984, os Estados Unidos mantiveram no Panamá a Escola das
Américas. A finalidade deste órgão era formar lideranças militares pró-EUA. Vários ditadores latinoamericanos foram alunos desta instituição, entre eles o ditador do Panamá Manuel Noriega,
e Leopoldo Galtieri, líder da Junta Militar da Argentina. A partir de 1954, os serviços de inteligência
norte-americanos participaram de golpes de estado contra governos latinoamericanos16 17 (ver: Ações de derrubada de governos patrocinadas pela CIA). Após a Revolução
cubana, o receio de que o comunismo se espalhasse pelas Américas cresceu muito. Governos
simpáticos ao comunismo ou democraticamente eleitos, mas contrários aos interesses políticos e
econômicos dos Estados Unidos foram removidos do poder.
Em 1961, o presidente Kennedy criou a Aliança para o Progresso, para abrandar as tensões sociais
e auxiliar no desenvolvimento econômico das nações latino-americanas, além de conter o avanço
comunista no continente americano. Este programa ofereceu ajuda técnica e econômica a vários
países. Com isto pretendia-se afastar a possibilidade das nações da América Latina alinharem-se
com o bloco soviético. Mas, como programa não alcançou os resultados esperados, foi extinto em
1969 pelo presidente Richard Nixon.
Alguns dos golpes de Estado ocorridos na América Latina neste período:

1954: Golpe de Estado na Guatemala - Jacobo Arbenz Guzmán presidente reformista,
eleito, foi deposto pelo 1º Golpe de Estado promovido pela CIA na América Latina. 18

1964: Golpe de Estado no Brasil: João Goulart foi deposto por uma revolta militar e exilouse no Uruguai.

1973: Golpe de Estado no Chile: em 11 de Setembro de 1973, uma rebelião militar liderada
por Augusto Pinochet e apoiada pelos Estados Unidos, depôs o presidenteSalvador Allende.
A Distensão (1962 - 1979)
Détente
Jimmy Carter e Leonid Brejnev assinando o SALT II, em 1979.
O período da distensão (Détente) seguiu-se à Crise dos Mísseis, por ela quase ter levado as duas
superpotências a um embate nuclear. Os Estados Unidos e a URSS decidiram, então, realizar
acordos para evitar uma catástrofe mundial. Nesta época, vários tratados foram assinados entre os
dois lados. A política Détente, foi principalmente seguida por Brejnev, que mais tarde criaria um
grande sistema diplomático e de distensão, sendo este o sistema que salvaria a pele de Brejnev,
que entrara em uma estagnação econômica, apesar de alcançar um bem-estar para o povo
soviético. Durante a direção de Brejnev e sua inseparável doutrina, o povo que nascera depois da
Guerra Fria nunca havia presenciado um momento de tanta paz mundial.

Tratado de Moscou (1963) - Os dois países regularam a pesquisa de novas tecnologias
nucleares e concordaram em não ocupar a Antártica.

TPN (Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares) (1968) - Os países signatários
(Estados Unidos, URSS, China, França e Reino Unido) comprometiam-se a não transmitir
tecnologia nuclear a outros e a se desarmarem de arsenais nucleares.

SALT I (Strategic Arms Limitation Talks - Acordo de Limitação de Armamentos Estratégicos)
(1972) - Previa o congelamento de arsenais nucleares dos Estados Unidos e da União
Soviética.

SALT II (1979) - Prorrogação das negociações do SALT I. (ver: Conversações sobre Limites
para Armas Estratégicas)
Os dois países tinham seus motivos particulares para buscar acordos militares e políticos. A URSS
estava com problemas nos relacionamentos com a China, e viu este país se desalinhar do
socialismo monopolista de Moscou. Isso criou a prática da diplomacia triangular, entre Washington,
Moscou e Pequim. Também estavam com dificuldades agrícolas e econômicas. E os Estados
Unidos haviam entrado numa guerra contra o Vietnã, e na década de 1970 entrariam em uma grave
crise econômica.
A Distensão, apesar de garantir o não-confronto militar, acirrou a rivalidade política e ideológica,
culminando em algumas revoltas sociais e apoios a revoltas e revoluções na Europa e no Terceiro
Mundo.
Como exemplo, pode-se citar a Invasão do Afeganistão, a Intervenção Soviética em Praga, e a
própria guerra do Vietnã.
Guerra do Vietnã (1964 - 1975)
Guerra do Vietnã
A Guerra do Vietnã foi um dos maiores confrontos militares envolvendo capitalistas e socialistas no
período da Guerra Fria. Opôs o Vietname do Norte e guerrilheiros pró-comunistas do Vietname do
Sul contra o governo pró-capitalista do Vietname do Sul e os Estados Unidos.
Após a Convenção de Genebra (1954), o Vietnã, recém-independente da França, seria dividido em
duas zonas de influência, como a Coreia, e estas zonas seriam desmilitarizadas e mantidas cada
uma sob um dos regimes (capitalismo e socialismo). Foi estipulada uma data (1957) para a
realização de um plebiscito, decidindo entre a reunificação do país ou não e, se sim, qual regime
seria adotado.
Corpos de Vietnamitas em Saigon,Vietname do Sul, 1968.
Infelizmente para o Vietname do Sul, o líder do Norte, Ho Chi Minh, era muito benquisto entre a
população, por ser defensor popular e herói de guerra. O governo do Vietname do Sul decidiu proibir
o plebiscito de ocorrer em seu território, pois queria manter o alinhamento com os estadunidenses.
Como o Vietname do Norte queria a reunificação, lançaram-se em uma guerra contra o Sul.
O Vietname do Norte contou com o apoio da Frente de Liberação Nacional, ou vietcongs, um grupo
de rebeldes no Vietname do Sul. E o Vietname do Sul contou, em 1965, com a valiosa ajuda
dos Estados Unidos. Eles entraram na guerra para manter o governo capitalista no Vietname, e
temendo a ideia do "efeito dominó" (Teoria do Dominó) no qual, ao verem um país que se libertou do
capitalismo preferindo o socialismo, outros países poderiam seguir o exemplo (como foi o caso de
Cuba).
Até 1965, a guerra estava favorável ao Vietname do Norte, mas quando os Estados Unidos se
lançaram ao ataque contra o Vietname do Norte, tudo parecia indicar que seria um grande massacre
dos vietnamitas, e uma fácil vitória ocidental. Mas os vietnamitas do norte viram nessa guerra uma
extensão da guerra de independência que haviam acabado de vencer contra a França, e lutaram
incessantemente. Contando com o conhecimento do território, os vietnamitas do norte conseguiram
vencer os Estados Unidos, o que é visto como uma das mais vergonhosas derrotas militares dos
Estados Unidos. Em 1975, os Estados Unidos e o Vietname do Norte assinaram os Acordos de Paz
de Paris, onde os Estados Unidos reconheceram a unificação do Vietnã sob o regime comunista de
Ho Chi Minh.
A derrota dos Estados Unidos evidenciou o fracasso da política norte-americana na Ásia e acarretou
a reformulação, no Governo Nixon, da política externa no Oriente. Com isso, os norte-americanos
buscaram uma maior flexibilidade e novos parceiros, destacando a aproximação com a China
comunista.
A Distensão na Europa
A Europa, continente que mais sofreu com a divisão mundial, também sofreu os efeitos da distensão
política. Os países começaram a questionar as ideologias a que foram impostos, e optaram cada
vez mais pelo abrandamento, no lado ocidental, e pela revolta popular seguida de forte repressão,
no lado oriental.

Em 1968, a Tchecoslováquia viu uma grande manifestação popular apoiar ideias de
abertura política em direção à social-democracia e a um "socialismo com uma face humana".
Este movimento ficou conhecido como Primavera de Praga, em alusão à capital da
Tchecoslováquia, Praga, local onde os movimentos populares tomavam corpo. Temendo a
liberdade política da Tchecoslováquia, Leonid Brejnev, líder da URSS, ordenou a invasão de
Praga e a repressão do movimento popular.

Em 1966, Charles de Gaulle, presidente da França, manteve os seus ideais de
nacionalismo francês e antiamericanismo e desalinhou-se com as práticas estadunidenses,
saindo da OTAN.

Em 1969, o chanceler da Alemanha Ocidental anuncia a "Ostpolitik", uma política de
aproximação dos vizinhos, os alemães orientais. Em 1972 os Estados passam a se
reconhecerem mutuamente podendo, assim, voltar a integrar a ONU.
O reconhecimento da China pelos Estados Unidos
Relações entre China e Estados Unidos
Richard Nixon e Mao Tse-Tung durante a visita do Presidente americano àRepública Popular da China, em 1972.
Desde o início da década de 1950 a República Popular da China tinha problemas com a União
Soviética, por causa de hierarquia de poderes. Moscou queria que o socialismo no mundo fosse
unificado, sob a tutela do Kremlin, enquanto Pequim achava que a República Popular da China não
deveria se submeter aos soviéticos. Além disso, o governo chines exigia que a URSS transferisse
sua tecnologia nuclear para a China, o que não era bem visto por Moscou. Este processo acabou
levando a ruptura sino-soviética.
Ao longo dos anos 1960 os Estados Unidos iniciaram uma aproximação com a URSS que levaria ao
que ficou conhecido comodistensão política, enquanto recrudesceram suas relações com
a China comunista, aprofundando a disputa com este pais noSudeste Asiático, onde se aprofundava
a Guerra do Vietnã. Neste período as disputas entre URSS e China cresceram ainda mais. Esta
tensão tornou-se um problema crescente para os soviéticos, que perdiam um forte aliado no Leste
Asiático e passaram a ver a China como uma potencial ameaça. No fim dos anos 1960, a China
passa a manter cerca de 1 milhão de soldados na fronteira com a URSS, o que força a URSS a
manter outro volume equivalente de tropas na região.
O auge da disputa entre China e URSS é considerado o ano de 1969, quando ocorre um confronto
armado na fronteira sino-soviética, na região do rio Ussuri (nordeste da Manchúria) e os dois países
quase entram em guerra.
Nos anos 1970 a situação se inverte e os Estados Unidos passam a se aproximar da China e isolar
novamente a URSS, iniciando inclusive um processo de ampliação das relações ecônomicas com a
China e de guerra comercial com a URSS.19
Estas mudanças ocorridas na década de 1970, pioraram ainda mais a situação da URSS, pois Mao
Tse-tung, secretario-geral da China socialista, ampliou o processo de aproximação com os Estados
Unidos. Além de isolar a URSS, a aproximação com os Estados Unidos trouxe vantagens para a
China, como o fim da Guerra do Vietnã, o reconhecimento diplomático pelos americanos, a adesão
da China à ONU e a substituição de Taiwan (China nacionalista) pela China no Conselho de
Segurança da ONU.
Desde a Revolução Chinesa de 1949, o mundo ocidental via o governo de Mao Tse-Tung como
ilegal, e continuaram reconhecendo como governo legítimo da China o governo refugiado em
Taiwan. Com a aproximação entre Pequim e Washington, os Estados Unidos passaram a
reconhecer o governo de Mao Tse-tung como o legítimo regente chinês, ou seja, a República
Popular da China como a China de fato. Assim, outros países ocidentais tomaram a mesma decisão,
e a China pôde entrar para ONU, como participante e como membro permanente do Conselho de
Segurança da ONU. Em 1975, os Estados Unidos e o Vietname do Norte assinaram os Acordos de
Paz de Paris, os Estados Unidos reconheceram a unificação do Vietnã e iniciaram uma nova fase de
cooperação com a China. A partir deste período, e principalmente nos anos 1980, a China passaria
a apoiar os Estados Unidos na disputa deste pais com a URSS.
A "Segunda" Guerra Fria (1979-1985)
A Guerra Fria em 1980.
Após o ano de 1979, seguiu-se uma nova fase nas relações amistosas entre os Estados Unidos e
a União Soviética, que ampliaram as relações entre as duas superpotências. O período que vai de
1979 a 1985, 1987 ou 1988 (dependendo da classificação), ficou conhecido como "II Guerra Fria",
devido à retomada das hostilidades indiretas entre Estados Unidos e URSS, após o período da
"distensão". No plano estratégico ficou clara a formação de uma grande coalizão global contra a
União Soviética, que passou a incluir, além dos Estados Unidos e seus aliados da OTAN e o Japão,
também a China.20
Embora na época o apoio chinês à estratégia americana de cercamento da URSS tenha sido
considerado secundário, hoje muitos historiadores consideram que este papel pode ter sido
determinante para o desfecho da Guerra Fria.
Os principais episódios que marcaram este período foram:

Em 1979 a União Soviética invade o Afeganistão, assassinando Hafizullah Amin, e
colocando em seu posto Brabak Karmal, que era a favor das políticas de Moscou. A este evento
seguiu-se uma grande resistência anti-soviética, principalmente da parte dos mujahidin das
montanhas afegãs. Eles eram abastecidos por outros países, como China, Arábia
Saudita, Paquistão e o próprio Estados Unidos. Após dez anos de lutas, as tropas soviéticas
tiveram que abandonar o país, em 1988. Esta vitória dos mujahidin possibilitou, anos depois, a
formação do grupo Taleban, que aproveitou a desordem no país para instaurar um governo
autoritário fundamentalista no Afeganistão, nos anos 1990.
Donald Rumsfeld, em 1983, viaja como enviado especial dos Estados Unidos ao Oriente Medio, no Governo Reagan,
para reforçar o apoio ao governo iraquiano de Saddam Hussein, na guerra contra o Irã, conhecida como Guerra Irã-
Iraque, que era vista como uma forma de conter a influencia soviética na região. Posteriormente Donald Rumsfeld veio
a ocupar o cargo de Secretario de Defesa dos Estados Unidos no Governo Bush.

Ainda em 1979 Margaret Thatcher foi eleita primeira-ministra do Reino Unido pelo Partido
Conservador, e deu à política externa do país uma face mais agressiva contra o regime
soviético.

Por fim, ainda em 1979 o principal aliado americano no Golfo Pérsico, o Irã, que passava
por grande turbulência interna, passa por uma Revolução Islâmica nacionalista e de caráter
fortemente anti-americana, que levou os Estados Unidos a iniciarem uma longa disputa com o
novo regime no país.Como resultado deste processo, a partir de 1980, os Estados Unidos
passaram a apoiar o Iraque na guerra deste país contra o Irã, que ficou conhecida como
"Guerra Irã-Iraque".

Em 1981, Ronald Reagan foi eleito presidente dos Estados Unidos e, ao contrário de seus
antecessores, que pregavam a Distensão, Reagan defendia a retomada da estrategia de
cercamento da URSS, conforme defendido por Henry Kissinger no fim dos anos 1970 e, de
forma mais clara, por Zbigniew Brzezinski e Donald Rumsfeld, nos anos 1980, o que implicava
na retomada do confrontdo com a União Soviética. Dentre os resultados desta política, foi
ampliado o fornecimento de armamentos a Saddam Hussein, ditador iraquiano, que lutava
contra o Irã na Guerra Irã-Iraque e o apoio aos guerrilheiros mujahidin que lutavam contra os
soviéticos no Afeganistão.22

Em 1983, forças militares americanas invadiram Granada, que havia sofrido um golpe
militar liderado pelo vice-primeiro-ministroBernard Coard, que havia depôsto o primeiro-ministro
granadino, Maurice Bishop. O governo instituído por Bernard Coard, tinha o apoio de Cuba,
mas em 25 de Outubro, 7.300 combatentes americanos invadiram a ilha, derrotando as forças
granadinas ecubanas. Após a vitória dos Estados Unidos, o governador-geral de Granada, Paul
Scoon, nomeou um novo governo e, em meados de Dezembro, as forças dos Estados Unidos
retiraram-se.

Em 1983 o Presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, anuncia a criação da Iniciativa
Estratégica de Defesa, que ficaria conhecida como "Programa Guerra nas Estrelas", que tinha
por objetivo criar um "escudo" contra os mísseis balísticos soviéticos, dando grande vantagem
aos Estados Unidos na corrida armamentista e na corrida espacial.23 A reação soviética foi
ampliar ainda mais os seus elevados gastos na área de defesa e no desenvolvimento do seu
dispendioso programa espacial.
A Era Gorbachev - o fim da Guerra Fria (1985-1991)
Mudanças políticas na Europa após1989, incluindo a reunificação alemã.
Depois da gestão de Brejnev, a União Soviética teve duas rápidas governanças, Yuri
Andropov e Konstantin Chernenko, homens que durante o período de Brejnev eram seus segundo
homens, tendo um poder quase total sobre o país, sendo Andropov o chefe da temida e poderosa
polícia secreta KGB e Chernenko, por treze anos carregando o segundo mais alto cargo dentro do
país, que, na prática, governou o país durante a decadência na saúde de Brejnev, no final da
década de 1970, e que surpreendentemente foi derrotado nas eleições por Andropov, que morreu
pouco tempo depois de chegar ao cargo político máximo.
Seguinte a Chernenko, o chamado último bolchevique, foi eleito Mikhail Gorbachev, cuja plataforma
política defendida era a necessidade de reformar a União Soviética, para que ela se adequasse à
realidade mundial. Em seu governo, uma nova geração de políticos tecnocratas - que vinham
ganhando espaço desde o governo Khrushchov - se firmou, e impulsionou a dinâmica de reformas
na URSS e a aproximação diplomática com o mundo ocidental.
Perestroika e Glasnost
Colapso econômico da União Soviética, Perestroika e Glasnost
Gorbachev, embora defensor de Karl Marx, defendeu o liberalismo econômico na URSS como a
única saída viável para os graves problemas econômicos e sociais. A União Soviética, desde o início
dos anos 70, passava por grande fragilidade, evidenciada na queda da produtividade dos
trabalhadores e a queda da expectativa de vida. A alta nos preços do petróleo no período 19731979 e a nova alta de 1979-1985, deram uma sobrevida temporária a um sistema econômico que já
estava falido. A crise econômica mundial dos anos 1980, a escassez de moedas fortes e a queda no
preço das commodities exportadas pela URSS (petróleo e cereais), ajudaram a aprofundar a crise
do sistema econômico planificado da União Soviética.
Ronald Reagan e Mikhail Gorbachovem Genebra, Suíça, em 1985.
Os gastos militares estavam tornando-se muito altos para uma economia como a soviética,
planificada, extremamente burocratizada e com cerca de metade do PIB dos Estados Unidos.
A economia de mercado dos Estados Unidos era muito mais competitiva e permitia o repasse
acelerado de tecnologias militares e aeroespaciais de ponta para o setor civil. Na URSS tudo que
seria produzido era previamente planejado nos Planos Quinquenais. A burocracia dificultava
qualquer transferência de tecnologia sensível para o setor produtivo civil e toda a produção agrícola
era milimetricamente planejada. Quando ocorre o acidente nuclear de Chernobil 1986, toda a
produção agrícola daquele ano foi perdida, os gastos inesperados foram enormes e o Estado que
havia planejado exportar uma safra recorde de grãos, teve que importar comida. Rapidamente
começava a faltar até mesmo pão no país que havia sido o maior produtor mundial de trigo.
Somando-se aos custos do envolvimento de meio milhão de homens no Afeganistão durante os
anos 1980, mais os gastos militares da nova corrida armamentista, conhecida como segunda Guerra
Fria, aquela enorme economia engessada colapsou.
Frente a estes problemas, Mikhail Gorbachev aplicou dois planos de reforma na URSS:
a perestroika e a glasnost.

Perestroika: série de medidas de reforma econômicas. Para Gorbachev, não seria
necessário erradicar o sistema socialista, mas uma reformulação deste seria inevitável. Para
tanto, ele passou a diminuir o orçamento militar da União Soviética, o que implicou diminuição
de armamentos e a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão.

Glasnost: a "liberdade de expressão" à imprensa soviética e a transparência do governo
para a população, retirando a forte censura que o governo comunista impunha.
A nova situação de liberdade na União Soviética possibilitou um afrouxamento na ditadura que
Moscou impunha aos outros países. Pouco a pouco, o Pacto de Varsóvia começou a enfraquecer, e
cada vez mais o Ocidente e o Oriente caminhavam para vias pacíficas. Em 1986, Ronald Reagan
encontrou Gorbachev em Reykjavík, Islândia, para discutir novas medidas de desarmamento dos
mísseis estacionados na Europa.
O desalinhamento das repúblicas orientais
Dissolução da União Soviética, Revoluções de 1989
Previsões do colapso da URSS
Alemães em pé em cima do Muro de Berlim, em 1989, ele começaria a ser destruído no dia seguinte.
O ano de 1989 viu as primeiras eleições livres no mundo socialista, com vários candidatos e com
a mídia livre para discutir. Ainda que muitos partidos comunistas tivessem tentado impedir as
mudanças, a perestroika e a glasnost de Gorbachev tiveram grande efeito positivo na sociedade.
Assim, os regimes comunistas, país após país, começaram a cair.
A Polônia e a Hungria negociaram eleições livres (com destaque para a vitória do
partido Solidariedade na Polônia), e aTchecoslováquia, a Bulgária, a Romênia e a Alemanha
Oriental tiveram revoltas em massa, que pediam o fim do regime socialista. O ponto culminante foi a
queda do Muro de Berlim em 9 de Novembro de 1989, que pôs fim à Cortina de Ferro e, para alguns
historiadores, à Guerra Fria em si.
Formação da CEI, o fim oficial da União Soviética.
Esta situação repentina levou alguns conservadores da União Soviética, liderados pelo
General Guenédi Ianaiev e Boris Pugo, a tentar um golpe de estado contra Gorbachev em Agosto
de 1991. O golpe, todavia, foi frustrado por Boris Iéltsin. Mesmo assim, a liderança de Gorbachev
estava em decadência e, em Setembro, os países bálticos conseguiram a independência.
Em Dezembro, a Ucrânia também se tornou independente. Finalmente, no dia 31 de Dezembro de
1991, Gorbachev anunciava o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, renunciando ao
cargo que ocupava e ao seu sonho de ver um mundo socialista.
Nova Guerra Fria
Nova Ordem Mundial, Relações entre Estados Unidos e Rússia
A Nova Guerra Fria é a designação de um novo contexo político internacional, de tensão entre,
adotado novamente as grandes potências militares que disputaram a Guerra Fria - Estados
Unidos e Rússia -, na primeira década do novo milénio, onde ambos os países buscam redefinir
suas respectivas regiões de influência e poder. A ideia de uma nova Guerra Fria nasce a partir da
constatação do surgimento de uma série de novas tensões criadas entre Estados Unidos e Rússia
nos anos 2000. Dentre os diversos atritos entre Estados Unidos e Rússia nesta década, destaca-se
principalmente o projeto estadunidense de construir um "Escudo antimísseis", durante o governo
Bush, que incluiria uma rede de radares e de sistemas anti-mísseis (bases de mísseis anti-mísseis,
satélites e armas laser) em países da antiga área de influência soviética. 24
Entretanto, outras disputas entre Rússia e Estados Unidos também se desenvolveram ao longo da
década de 2000, incluindo as tensões relacionadas aos projetos de ampliação da OTAN para o leste
da Europa, incluindo países da ex-URSS, como a Ucrânia, país alvo de novas tensões desde a
"Revolução Laranja" de 2004-2005, que implementou um governo anti-russo no país. Destacaramse ainda novas disputas envolvendo a região do Ártico.25 Também contribuíram para o aumento das
tensões russo-americanas, o apoio indireto dos Estados Unidos aos separatistas da Chechênia, o
apoio da Rússia (na forma de fornecimento de armas modernas) a governos considerados hostis
aos interesses dos Estados Unidos, como a Venezuela e o Irã,26 e, principalmente, a resposta russa
durante a Guerra da Geórgia.27 28
A Era Medvedev (2008-2009)
Em 2008, a tensão entre Washington e Moscou, a antiga capital da URSS, se agravaram depois
dos Estados Unidos ter anunciado o início da construção do Escudo antimísseis no Leste Europeu,
na área próxima e de influência direta da Rússia. Em resposta ao fato, Moscou condena a atitude
dos Estados Unidos e anuncia a instalação de mísseis táticos Iskander na região ocidental
de Kaliningrado, o desenvolvimento de contramedidas eletrônicas dos elementos do Escudo
Antimísseis que Washington planeja instalar no Leste Europeu, composto por um radar
na República Tcheca e mísseis interceptadores na Polônia,29 e o desenvolvimento de uma nova
geração de armas nucleares e mísseis balisticos moveis por parte da Rússia.24
Em 2009, Moscou anuncia que irá rearmar suas forças militares e ampliar seu arsenal nuclear em
resposta ao fortalecimento da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), criada para
combater o avanço do socialismo na era bipolar. O reingresso da França e de outros países do
Leste Europeu tem provocado tensões na região.30 31
Com a ascensão de Barack Obama a Presidência dos Estados Unidos, ocorre uma redução das
tensões entre Estados Unidos e Rússia, principalmente devido ao anúncio da interrupção do plano
de construção da infraestrutura do "Escudo anti-mísseis" (radares e sistemas anti-mísseis) em torno
da Rússia.
A Guerra na Ossétia do Sul e Geórgia
Guerra na Ossétia do Sul em 2008
Em Agosto de 2008, a Ossétia do Sul (apoiada pela Rússia), e a Geórgia (apoiada pelos Estados
Unidos), entraram em conflito armado, tropas da Geórgia ocuparam militarmente a capital da
Ossétia do Sul, região separatista da república georgiana. Em resposta ao ocorrido, tropas russas
atacaram militarmente a Geórgia e reconheceu as regiões separatistas da Ossétia do Sul
e Abecásia, o que causou forte desgaste diplomático entre Washington e Moscou.33 34 35 36
Cronologia
Ano
1945
Acontecimento
Cientistas estadunidenses testam com sucesso o primeiro dispositivo atômico do mundo. Em
agosto de 1945 os EUA atacam as cidades de Hiroshima e Nagasaki comarmas nucleares.
Winston Churchill cita a expressão "iron curtain" ou, em português, "cortina de ferro", em
1946 discurso pronunciado no Westminster College, em Fulton, Missouri, nosEstados Unidos, em 5
de março de 1946.
O presidente estadunidenses, Harry S. Truman estabelece a Doutrina Truman, em um violento
discurso no dia 12 de março de 1947, assumindo o compromisso de "defender o mundo
capitalista contra a ameaça socialista", iniciando a Guerra Fria. Em seguida, o secretário de
1947 estado George Catlett Marshall anunciou a disposição de os Estados Unidos colaborar
financeiramente para a recuperação da economia dos países europeus, o Plano Marshall.
Truman deu início à concessão de créditos auxiliando a Grécia e a Turquia, com o objetivo de
sustentar governos pró-ocidentais naqueles países.
1949 A URSS testa seu primeiro dispositivo nuclear. Criada a OTAN.
Grupos desarmamentistas começam a pressionar em favor do desarmamento nuclear
1950
unilateral, em que um lado desiste de suas armas nucleares esperando que o outro faça o
mesmo. Durante a Guerra da Coreia o general americano Douglas MacArthur discute
publicamente a possibilidade de usar armas nucleares para definir o conflito.
1952
O Reino Unido explode um dispositivo nuclear. Ano da primeira bomba termonuclear
(hidrogênio), testada pelos Estados Unidos.
1953
1957
Morte de Stálin, assume em seu lugar Nikita Kruschev, o novo chefe da União Soviética. Fim
da Guerra da Coréia. A URSS testa sua primeira bomba termonuclear (hidrogênio).
A União Soviética lança o primeiro satélite artificial, o Sputnik, lançado com o foguete Sputinik1, cuja versao militar foi o primeiro Míssil balístico intercontinental, o R-7 Semyorka.
1960 A França explode um dispositivo nuclear.
A União Soviética lança o primeiro homem ao espaço, Yuri Gagarin, a bordo do foguete
1961 Vostok-1, da família R-7, uma versão civil do Míssil balístico intercontinentalVostok-K (GRAU
8K72K).
1964 A China testa o seu primeiro dispositivo nuclear.
1964 Renúncia de Kruschev, Leonid Brejnev se torna o novo Secretário-geral da União Soviética.
Os estadunidenses testam o MRV (veículos de reentradas múltiplas), permitindo que os
mísseis transportem até cinco ogivas nucleares separadas. Os soviéticosfazem o mesmo.
1969 Estadunidenses e soviéticos discutem o controle da tecnologia nuclear, enquanto sua
proliferação ameaça o equilíbrio nuclear conhecido como MAD.Confronto armado na fronteira
da URSS e China, marca o auge das tensoes entre soviéticos e chineses.
1971
A República Popular da China substituiu Taiwan (República da China) como representante da
China na ONU e como um dos cinco membros permanentes do seuConselho de Segurança.
Um tratado sobre mísseis antibalísticos limitando o emprego de apenas dois sistemas em
1972 cada superpotência, em suas capitais, foi assinado como parte do SALT I. Presidente Nixon,
dos EUA visita a China comunista.
1973
Estados Unidos reconhecem a China comunista como representante da China, ao invés
de Taiwan, embora as Relações diplomaticas so sejam normalizadas em 1979.
Acordo EUA-URSS para impor um "teto" na quantidade de sistemas de ataque nuclear
1974 (bombardeiros, mísseis balísticos intercontinentais e submarinos nucleares) em cada
superpotência.
1977 Criada a Constituição Soviética de 1977, de acordo com esta, Brejnev é eleito o presidente.
1979
1980
O acordo SALT II reduziu os limites de armas nucleares. Invasão soviética
do Afeganistão dificultou a ratificação do tratado pelo senado norte-americano.
START (conversações sobre redução de armas estratégicas), que sucedeu o SALT, faz pouco
progresso.
1982 Morte de Brejnev, Iuri Andropov é o novo secretário-geral e presidente da União Soviética.
1983
1984
1985
O presidente dos EUA, Ronald Reagan, anuncia sua decisão de custear um sistema defensivo
aeroespacial anti mísseis balísticos chamado de "Guerra nas Estrelas".
Morte de Iuri Andropov, Konstantin Chernenko é o novo secretário-geral e presidente da União
Soviética.
Morte de Konstantin Chernenko, Mikhail Gorbatchov é o novo secretário-geral e presidente,
inicio do fim da Guerra e da URSS.
1987 Acordo EUA-URSS para abolir as forças nucleares intermediárias terrestres.
A URSS inicia a retirada de suas tropas do Afeganistão. Fim da Guerra Irã-Iraque. Iniciadas as
1988 tratativas para encerrar o confronto entre Angola e África do Sul na África Austral, pondo fim
à Guerra Civil Angolana.
1989
1990
Queda do muro de Berlim. Primeiro grande marco do fim da Guerra Fria e do
conflito Capitalista X Socialista.
Com base no acordo START, as duas superpotências concordam em reduzir, até 1998, os
arsenais estratégicos para 6.000 ogivas nucleares em cada um dos países.
As superpotências concordam em eliminar todos os mísseis táticos terrestres armados
1991 com ogivas nucleares táticas que havia na Europa e na Península Coreana. Com a dissolução
da União Soviética, as armas nucleares estratégicas não ficaram apenas na Rússia, mas
também na Bielorrússia, Ucrânia e Cazaquistão, que concordam com sua transferência para a
Rússia para a destruição de todos. Marco definitivo do fim da Guerra Fria, com o
desmantelamento da URSS.
Referências
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5. ↑ Guerra Fria foi assim chamada, “fria”, porque não houve uma guerra direta ou seja bélica,
"quente", entre as duas superpotências. A guerra acontece no período histórico de disputas
estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos (que defendia o capitalismo) e a União
Soviética (que era comunista), compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra
Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991). Em resumo, foi um conflito de ordem
política, militar, tecnológica, econômica, social e ideológica entre as duas nações e suas zonas
de influência. Os soviéticos controlavam os países do Leste europeu, enquanto os Estados
Unidos tentavam manter sua influencia sobre o restante da Europa. A tensão aumento na
décadas seguintes à medida que os Estados Unidos e a União Soviética acumulavam armas
nucleares. Os paises queriam expandir seus ideais pelo mundo, como eram ideais diferente, um
do outro, a guerra começa. No começo da década de 1990, a então a União Soviética começou
a acelerar o fim do socialismo no país e em seus aliados. Com reformas econômicas, acordos
com os Estados Unidos e mudanças políticas, o sistema foi se enfraquecendo. Era o fim de um
período de embates políticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso, aos poucos, iria
sendo implantado nos países socialistas.
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Noticias, 12/09/2008
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